quarta-feira, 21 de outubro de 2009

NGC 3314, um extraordinário alinhamento de duas enormes galáxias


Uma nova imagem do Telescópio Espacial Hubble da NASA mostra um magnífico e fortuito par de galáxias identificado como NGC3314. Esta belíssima imagem, que você vê acima, foi conseguida combinando várias imagens obtidas em diferentes filtros. Devido ao extraordinário alinhamento das duas enormes galáxias espirais ao longo da nossa direção de observação, podemos vê-las uma em frente da outra. Esta perspectiva única nos proporciona uma ocasião rara de poder observar material pertencente à galáxia mais próxima de nós que só é passível de ser detectado no ótico por sua "silhueta" se encontrar projetada na galáxia de trás. Na verdade, poeiras distribuídas pelos braços espirais da galáxia que se vê em primeiro plano evidenciam-se nos locais onde a luz emitida pela galáxia de trás é por elas absorvida. Este sombreado nos indica, precisamente, as regiões onde as nuvens de poeira interestelar estão localizadas e qual a quantidade de luz que elas absorvem. Se olharmos para a periferia da galáxia menos distante podemos perceber bem este efeito ao reparar como os braços espirais parecem passar de brilhantes a escuros quando comparamos a sua projeção sobre o espaço ou sobre o fundo brilhante da galáxia posterior, respectivamente. NGC 3314 fica aproximadamente a 140 milhões de anos-luz da Terra, na direção da constelação de Hydra, situada no hemisfério sul. As estrelas azuis muito brilhantes que formam a estrutura em caracol próxima do centro da galáxia anterior foram formadas recentemente a partir de gás e poeira interestelar. Em muitas galáxias, a poeira interestelar distribui-se unicamente nas mesmas regiões em que recentemente se formaram estrelas azuis. No entanto, no caso desta galáxia, denominada NGC 3314a, existem inúmeras faixas adicionais de poeira que não estão, aparentemente, associadas a estrelas jovens e brilhantes. A pequena mancha vermelha que se vê na região central da imagem é o núcleo brilhante da galáxia de trás, a NGC 3314b. Está avermelhado pela mesma razão que o Sol poente nos parece vermelho. De fato, quando a luz atravessa uma camada de minúsculas partículas (as moléculas da atmosfera terrestre ou os grãos de poeira interestelar das galáxias, respectivamente) é difundida. Este efeito é tal que só nos chega parte da radiação: a de maior comprimento de onda, ou seja, o vermelho no espectro ótico, visto que este efeito é mais pronunciado no caso dos menores comprimentos de onda, ou seja, aqueles relativos à luz azul. Esta, sendo mais "espalhada", chega até nós em quantidades imperceptíveis.


Créditos: Hubble & Astronovas

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