quarta-feira, 5 de maio de 2010

Anã-marrom UGPS 0722-05

Imagem artística

Estrelas brilham, certo? Na verdade, não. E uma dessas estrelas escuras, localizada a menos de 10 anos-luz da Terra, parece ser a anã-marrom mais próxima de nós. Anãs-marrons têm tão pouca massa que nunca foram quentes o suficiente para manter as reações de fusão nuclear que alimentam as estrelas "normais", como o Sol. Elas brilham no início da vida, por causa do calor da sua formação, mas logo esfriam e desaparecem gradualmente da paisagem. A UGPS 0722-05, em particular, que acaba de ser descoberta, é tão fria que eventuais residentes em um planeta ao seu redor, ao olharem para o céu, veriam um disco escuro, em vez de uma estrela brilhante. Essa vizinha discreta foi achada por Philip Lucas e seus colegas da Universidade de Hertfordshire, no Reino Unido, a partir da radiação infravermelha que ela emite. Localizado a apenas 9,6 anos-luz de distância, esse sol escuro se tornou a sétima estrela mais próxima do nosso Sol. Os astrônomos não descobriam uma nova estrela tão próxima de nós desde 1947. Mas ela se tornou também a anã-marrom mais próxima de nós, bem mais próxima do que um par de anãs-marrons que giram ao redor da estrela Epsilon Indi, a 11,8 anos-luz, que eram as mais próximas conhecidas. E a estrela sem brilho bate também outros recordes. Ela é a anã-marrom mais fria já encontrada, com temperaturas que variam entre 130 e 230 graus Celsius. E é também a mais escura, emitindo apenas 0,000026 por cento da energia emitida pelo Sol - essa energia é emitida na faixa do infravermelho, e não na faixa visível do espectro. Seriam necessárias 3,8 milhões de anãs-marrons como essa para igualar a energia do Sol. Ela tem aproximadamente o tamanho de Júpiter, mas sua massa deve estar ser entre 5 e 30 vezes mais. Os pesquisadores afirmam que sua descoberta demonstra que as anãs-marrons podem ser muito mais comuns do que os astrônomos imaginavam. E que muitas delas podem estar bem na nossa vizinhança. A distância estimada em 9,6 anos-luz ainda é preliminar. O cálculo foi baseado no fenômeno óptico chamado paralaxe. Se um observador na Terra estabelece a posição de uma estrela no céu e então olha para ela novamente meses mais tarde, ela parecerá ter-se movido ligeiramente porque então estará sendo observada de um ponto diferente, conforme a Terra se move em sua órbita em volta do Sol. Conhecendo as dimensões da órbita da Terra, os astrônomos podem calcular a distância que a estrela está de nós a partir da medida do seu movimento aparente. O resultado da distância, deverá ser refinado ao longo dos próximos meses.

Créditos: Inovação Tecnológica

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