sábado, 19 de junho de 2010

NGC 253, a Galáxia do Escultor


O telescópio infravermelho VISTA do ESO, situado no Observatório em Cerro Paranal, Chile, capturou uma surpreendente imagem da galáxia do Escultor, como parte da sua primeira grande campanha. Ao varrer os céus no espectro do infravermelho, a visão do VISTA é menos prejudicada pela poeira, revelando uma pletora de estrelas vermelhas frias, assim como a barra estelar da região central desta galáxia explosiva. Assim, o VISTA contribui para demonstrar a história e o desenvolvimento da NGC 253. A NGC 253 reside na direção da constelação do Escultor e é uma das galáxias mais brilhantes no céu. Sua luminosidade permite a observação via bons binóculos e foi descoberta por Caroline Herschel, Inglaterra, em 1783. NGC 253 é uma galáxia espiral que dista 13 milhões de anos-luz da Terra. NGC 253 é o componente mais notável do pequeno agrupamento de galáxias conhecido como o Grupo do Escultor, um dos aglomerados galácticos mais próximos do nosso Grupo Local de Galáxias. Parte do seu destaque na radiação visível deve-se ao fato de ser uma starburst galaxy (galáxia com formação estelar explosiva), o que implica que se encontra formando estrelas muito rapidamente. Além disso, a NGC 253 é preenchida por muita poeira, a qual obscurece a sua visualização via telescópios ópticos. Sob nosso ponto de vista, a galáxia encontra-se de tal modo disposta no céu que os braços em espiral são facilmente visíveis nas zonas periféricas e observamos claramente o seu núcleo brilhante no centro. O observatório VISTA (Visible and Infrared Survey Telescope for Astronomy), é a última novidade do Observatório do Paranal do ESO, no deserto chileno ultra seco do Atacama. VISTA é o maior telescópio terrestre de rastreio. Uma vez que o observatório VISTA atua no espectro do infravermelho, isto torna possível olhar através da poeira cósmica da NGC 253, algo que atrapalha a observação da Galáxia do Escultor quando focada na radiação visível dos telescópios tradicionais. Assim, o VISTA atua desvendando parte do que estava escondido pelas espessas nebulosas de pó dispostas na região central do bojo galáctico e permite uma visualização bem nítida da sua barra central de estrelas que se estende pelo núcleo galáctico, barra esta que não se observava nas imagens obtidas no espectro luminoso visível. Através do VISTA os astrônomos pretendem descobrir alguns dos mistérios da Galáxia do Escultor. Agora estão analisando inúmeras estrelas gigantes vermelhas frias situadas no halo que envolve a galáxia. A composição de algumas das pequenas galáxias anãs satélites da NGC 253 também estão em estudo, ao mesmo tempo em que se procuram novos objetos não descobertos, tais como aglomerados globulares e galáxias anãs ultra-compactas, os quais seriam invisíveis se não fossem as imagens infravermelhas do telescópio VISTA. Os astrônomos pretendem utilizar os dados inéditos coletados pelo VISTA para mapear o modo como a galáxia NGC 253 surgiu e como se desenvolveu.

Créditos: Eternos Aprendizes & Telescópio VISTA

2 comentários:

  1. Como que os cientistas fazem para saber se os formatos,propriedades,... das galáxias são realmente aqueles que a gente ver por aí, em fotos, filmes ou vídeos?
    É um telescópio que sai universo a fora e fica fora da galáxia (Via Láctea), por exemplo e, faz vídeos, bate fotos,...?
    Bacana esse blog!

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  2. Grande Ridenor, essas imagens de galáxias que você vê aqui no meu blog, são realmente verdadeiras.
    Em relação aos telescópios, eles estão em órbita da Terra e até mesmo na superfície terrestre, apontando para todos os lados do Universo.
    Abraços e obrigado pelo elogio!

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