terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Megabrecha é identificada na cratera Holden em Marte

Os cientistas da equipe do HiRISE descobriram uma megabrecha de impacto nunca antes observada e um antigo lago que pode ter possivelmente sido habitado em Marte em um local chamado de Cratera Holden. A megabrecha é coberta por camadas de sedimentos finos que se formaram no que aparentemente foi um lago calmo e de longa vida que preencheu a Cratera Holden no início da história de Marte, dizem os cientistas do HiRISE. “A Cratera Holden tem um dos melhores afloramentos de depósitos de lago e de antiga megabrecha conhecida em Marte”, disse o pesquisador principal do HiRISE, o Professor Alfred McEwen do Lunar and Planetary Laboratory da UA. “Ambos contém minerais que se formaram na presença de água e marcam um ambiente possivelmente habitável. Esse seria um excelente local para se enviar uma sonda ou uma missão que pudesse recolher e retornar com a amostras de modo que as análises com certeza representariam um grande avanço no entendimento se Marte suportou algum dia em sua história a vida”. A Cratera Holden é uma cratera de impacto que se formou dentro de uma bacia de impacto mais antiga e com múltiplos anéis, chamada de Bacia Holden. Antes do impacto criar a Cratera Holden, grandes canais cruzaram e depositaram sedimentos na Bacia Holden. Blocos com 50 metros de diâmetro foram ejetados da Bacia Holden quando a Cratera Holden foi formada, e caíram de forma aleatória de volta na superfície, formando eventualmente megabrechas, que na verdade nada mais é que um conglomerado de grandes pedaços de rochas misturados com pequenas partículas. As imagens do HiRISE mostram afloramentos de megabrecha nas paredes da Cratera Holden. Essa megabrecha pode ser um dos mais antigos depósitos expostos na superfície de Marte. No mínimo 5%, em relação ao peso, dos sedimentos finos na camada no topo da megabrecha consistem de argila, de acordo com outro instrumento a bordo da Mars Reconnaissance Orbiter, o Compact Reconnaissance Imaging Spectrometer for Mars, ou CRISM. “A origem das argilas é incerta, mas argilas encontradas em prováveis sedimentos lacustres implicam em condições que podem preservar assinatura de um ambiente habitável no passado”, disse o co-investigador do HiRISE John Grant do Smithsonian National Air and Space Museum. “Se nós fossemos procurar na Terra por um ambiente que preserva assinaturas relacionadas a habitabilidade esse seria um tipo de ambiente que deveríamos investigar”. Mesmo assim, as camadas contendo argila não representam todas as importantes evidências da Cratera Holden. Cobrindo o topo das camadas de argila que se formaram no plácido lago da Cratera Holden estão camadas preenchidas com grandes rochas que foram desatadas posteriormente quando a água rompeu o anel da Cratera Holden criando uma inundação torrencial que erodiu os sedimentos lacustres mais antigos. As camadas ricas em argila teriam permanecido enterradas e nunca seriam observadas, exceto por um lance de sorte, o fato do anel da Cratera Holden não ter suportado a força de estimados 4.000 quilômetros cúbicos de água. O corpo de água que ali existia teria sido maior que o Lago Huron. “O volume de água que ali fluiu durante essa inundação deve ter sido espetacular”, disse Grant. “Ele arrancou pedaços de rocha com 70 ou 80 metros de diâmetro, blocos de rocha com o tamanho aproximado de um campo de futebol”. O primeiro e prolongado episódio de presença de água na Cratera Holden que retirou grãos de sedimentos finos durou provavelmente no mínimo 1.000 anos. Em contraste o segundo lago, formado quanto o anel da cratera foi rompido, deve ter durado somente algumas centenas de anos, não mais do que isso, disse Grant. A megabrecha escavada quando a Cratera Holden se formou é a primeira encontrada em Marte, disse Grant. “Quando grandes crateras se formam, elas produzem grandes blocos de material. Nós observamos isso na Terra. Por exemplo, a cratera Popiagi na Rússia. Mas nós nunca tínhamos visto isso em Marte, mas nós sabíamos que poderia existir isso lá. Agora nós vimos nas imagens do HiRISE”. As observações sugerem que as argilas originalmente teriam se formado antes do impacto que originou a Cratera Holden, na Bacia Holden. Muitos dos blocos de megabrecha parecem ter sido erodido mais facilmente do que o material ao redor da parede da cratera. Esses blocos seriam pedaços de sedimentos da Bacia Holden que antecedem à cratera de impacto. “Esse blocos seriam derivados da Bacia Holden que foi então escavada pelo impacto e então mais tarde erodida novamente, com os sedimentos se localizando na parte basal do lago de longa vida. É intrigante pensar que a argila que observamos hoje na Cratera Holden pode na verdade ter sido reciclada”. A Cratera Holden é um dos seis locais candidatos ao pouso do Mars Science Laboratory da NASA, uma missão programada para ser lançada em 2011. A maior parte das evidências para as condições úmidas sustentadas em Marte é limitada ao início da história de Marte, dizem os cientistas do HiRISE. Enquanto é quase certo mesmo que a água fluiu sobre o planeta mais tarde em sua história, esse fluxo tinha uma vida curta ou era alimentado por eventos catastróficos.

Créditos: HiRISE

2 comentários:

  1. é melhor pesquisar este assunto com mais dedicação e atenção

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  2. Este assunto foi publicado no site da HiRISE/NASA/JPL/University of Arizona. Eu não criei nada do que está aí, só foi traduzido.

    Abraços!

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