domingo, 6 de fevereiro de 2011

Surpresa escondida na névoa de Titã: nuvens do tipo cirros

Se existissem medidores da qualidade do ar na maior lua de Saturno, Titã, todos os dias eles marcariam uma qualidade péssima. Coberta por uma névoa muito, mas muito pior do que qualquer uma que cobre as grande metrópoles terrestre, São Paulo, Pequim, Los Angeles, Londres e Tóquio, a lua parece uma bola laranja suja. Já descrita como sendo composta por óleo puro sem o enxofre, a névoa é feita de pequenas gotículas de hidrocarbonetos com uma mistura de outros elementos químicos nada saudáveis. Isso faz de Titã a única lua no Sistema Solar que possui uma atmosfera pior que a de um planeta. Essa atmosfera fica completa com raios, trovões e ocasionalmente enormes nuvens feitas de metano que é um elemento conhecido pelo seu papel no gás natural. Agora, além desse cenário catastrófico, finas nuvens de partículas de gelo parecidas com as nuvens do tipo cirros encontradas na Terra foram relatadas por Carrie Anterson e Robert Samuelson do Goddard Space Flight Center da NASA em Greenbelt, Md. As descobertas forma publicadas na revista Icarus, e foram feitas usando o espectrômetro composto infravermelho da sonda da NASA Cassini. Diferente da névoa marrom de Titã, as nuvens de gelo têm uma aparência branca parecida com a neve fresca. Sua existência é a última pista para os trabalhos da intrigante atmosfera de Titã e seu ciclo só de ida que leva hidrocarbonetos e compostos orgânicos ao solo por meio do processo de precipitação. Esses compostos não evaporam de volta para atmosfera, mas de alguma forma o suprimento desse tipo de material ainda não se esgotou. “Essa é a primeira vez que nós somos capazes de observar detalhes dessas nuvens”, disse Samuelson, um cientista emérito do Goddard e co-autor do trabalho. “Anteriormente, nós tínhamos muita informação sobre os gases da atmosfera de Titã, mas não muita informação sobre as nuvens de alta altitude”. Comparadas com as nuvens de metano e etano encontradas antes na parte inferior da atmosfera tanto por telescópios baseados em Terra como pelas imagens feitas pelo sistema de imageamento da Cassini e pelo espectrômetros de mapeamento infravermelho, essas nuvens agora são muito mais finas e localizam-se na parte superior da atmosfera. “Elas são muito tênues e fáceis de não serem identificadas”, disse Anderson, principal autora do artigo. “A única pista anterior que existia sobre isso eram baseadas na espiada que a sonda da NASA Voyager 1 fez de Titã, quando passou pela lua em 1980”.

Créditos: Cienctec

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