sexta-feira, 11 de março de 2011

Gerada a polêmica sobre a identificação de Omega Centauri

Será que há impostores disfarçados entre os muitos milhões de galáxias identificadas até agora? Ninguém pode dar uma resposta clara, porque não existe ainda nenhuma definição formal sobre o que uma galáxia realmente é. Mas astrônomos agora estão colocando a questão do que define realmente uma galáxia em uma votação pública, na esperança de chegar a um consenso e evitar o tipo de controvérsia que cercou toda a cena da mídia de Plutão ser retirado do seu lugar de planeta. Apesar de uma galáxia adulta típica conter bilhões de estrelas, um número de galáxias pequenas foram encontradas nos últimos anos que não se encaixam no quadro clássico e, ao invés de galáxias nos lembram os grupos de estrelas conhecidos como aglomerados de estrelas. Então quais são eles? "Não existe uma definição simples do que pode ser uma galáxia ou um aglomerado de estrelas", diz Pavel Kroupa da Universidade de Bonn, na Alemanha. "Onde se pode determinar a linha final entre o que é uma galáxia e um aglomerado estrelar?" Para tentar resolver a questão, Kroupa e Duncan Forbes de Swinburne University of Technology, em Hawthorn, Victoria, Austrália, lançou uma pesquisa on-line para os astrônomos sobre o que eles pensam das características que definem uma galáxia. Aglomerados de estrelas e galáxias contêm estrelas unidas pela gravidade, mas quando os membros de um aglomerado de estrelas não apenas se unem para formar um grupo de estrelas rotacionando umas as outras um incrível processo da dinâmica, as galáxias têm histórias de formação muito mais ricas. No modelo cosmológico mais popular, as galáxias se formam ao longo de milhões de anos e com grandes porções de matéria escura a sua volta e no interior interagindo com a matéria e contêm gás suficiente para formar várias gerações de estrelas por bilhões de anos. Contudo, a distinção nem sempre é clara. Tome por exemplo Omega Centauri , um enxame de estrelas que orbita em volta da Via Láctea e é visível a olho nu. Tem sido classificado como um aglomerado de estrelas, mas agora há evidência de que ele contém várias gerações de estrelas, sugerindo que na verdade é o remanescente ou o que definitivamente sobrou de uma antiga e enorme galáxia. Em um documento feito pela Sociedade Astronômica da Austrália, Forbes e Kroupa ofereceram cinco possíveis critérios para determinar se um objeto é ou não uma galáxia, sendo estes os principais: A presença de matéria escura, várias gerações de estrelas, aglomerados estelares por satélite, um tamanho mínimo, e o tempo que leva para as interações gravitacionais entre as estrelas, mantendo-os aproximadamente sobre a mesmo velocidade. Nas galáxias, as estrelas tendem a se manter distantes umas das outras, por isso este processo de distanciamento e interações gravitacionais levam mais tempo. A resposta à enquete foi mista. Alguns dizem que a matéria escura deve ser o único fator de definição, mas isso levanta problemas práticos. Olhando para a matéria escura através da procura de pequenos desvios nos movimentos de estrelas é complicado em objetos massa muito baixa, diz Manoj Kaplinghat da Universidade da Califórnia, em Irvine. Citando o caso de um objeto chamado Willman 1, ele diz: "Se pudéssemos dizer claramente que a união gravitacional de toda a matéria naquele objeto é realizada pela matéria escura, ninguém iria debater se isso é uma galáxia." Mas os problemas sobre se a matéria escura é ou não o fator determinante para definir uma galáxia está apenas começando. Colocando mais controvérsia sobre o assunto alguns astrônomos dizem que a matéria escura nunca pode ser uma linha divisória inequívoca. "Nós não entendemos muito bem como as galáxias e aglomerados de estrelas se formam, de modo que saber sobre qualquer divisão clara entre elas é realmente algo que ainda não existe", diz Michael Drinkwater , da Universidade de Queensland, em Brisbane, Austrália. "Não há qualquer linha divisória real nem na física nem na astronomia lá fora para definir."

Créditos: Astrofísicos

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