quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Segundo satélite artificial cairá sobre a Terra em outubro

O satélite UARS caiu, felizmente, sem causar vítimas. Mas vem aí um novo lixo espacial. E, desta vez, um com potencial para causar muitos danos, caso atinja alguma área habitada. O telescópio espacial alemão ROSAT deverá cair no final de outubro ou início de novembro, segundo os melhores cálculos da DLR, a agência espacial alemã. O grande problema, porém, é que o ROSAT foi construído de tal forma que ele deverá resistir à reentrada na atmosfera, não se queimando quase integralmente, como aconteceu com o UARS. Por isso, e devido à sua órbita, a chance de fazer alguma vítima humana é de 1 em 2.000 - a chance do UARS atingir alguém era de 1 em 3.200. O ROSAT (ROentgen SATellite) foi lançado em 1990 e atingiu o fim da sua vida útil em 1999. Ele é menor do que o UARS, pesando 2,4 toneladas. Ele protagonizou descobertas importantes como, por exemplo, testes sobre uma teoria unificada da física. O grande problema é que ele foi construído para observar raios X no espaço. Com isto, seus espelhos tiveram que ser fortemente blindados contra o calor, que poderia atrapalhar suas sensíveis observações. Graças a essa blindagem, é praticamente certo que seus espelhos e praticamente toda a sua estrutura sobrevivam à reentrada. E, como o UARS, o telescópio desativado não tem motores a bordo, que possam ser usados para comandar uma reentrada guiada. O resultado serão outros dias de expectativa. "Até 30 destroços individuais, com uma massa de até 1,6 tonelada deverão atingir a superfície da Terra. O sistema óptico de raios X, com seus espelhos e um suporte mecânico feita com compósito reforçado com fibra de carbono - ou ao menos parte dele - deverão ser os componentes individuais mais pesados a atingir o solo," afirmou a DLR. O momento de reentrada do ROSAT, assim como de qualquer outro lixo espacial, é determinado por dois fatores principais. O primeiro é a geometria do objeto, que pode funcionar como um freio mais ou menos potente, acelerando ou retardando sua queda. O segundo é o comportamento da própria atmosfera, que se expande e se contrai em reação à intensidade da atividade solar. Quanto mais densa a atmosfera, maior é o arrasto imposto sobre o objeto, que cai mais rápido. Desta forma, conforme a atividade solar aumenta ao longo de seu ciclo de 11 anos, é maior o volume de lixo espacial que ameaça cair sobre a Terra. E talvez seja com se acostumar com notícias desse tipo. A maior incidência de quedas que está se verificando agora é resultado de uma intensa atividade espacial na década de 1990, com um número de lançamentos duas vezes maior do que a atual. Os satélites lançados naquela época - que costumavam ser muito grandes - já atingiram ou estão se aproximando do final de sua vida útil. Atualmente, há uma tendência para a construção de satélites menores, mais especializados. Com isto, os futuros lixos espaciais que virão abaixo deverão ser menores, com maiores chances de se queimarem integralmente durante a reentrada.

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