Vamos analisar a imagem acima, mas primeiro vamos tentar esquecer as muitas distrações existentes: o interior da cratera Ptolemeaus, a única cadeia de cratera da Davy, que existe devido à quebra de um cometa que se chocou com a Lua no estilo do Shoemaker-Levy 9 que se chocou com Júpiter, os canais e o halo escuro da Alphonsus, o pico central da Alpetragius e o canal falhado no interior da Arzachel. Vamos tentar prestar atenção no que é talvez a maior linha reta encontrada na Lua, um alinhamento que se estende por 225 quilômetros de comprimento de uma depressão que corta a região mostrada acima de norte a sul entre as crateras Ptolemaeus e a Davy. O lineamento é também definido por alguns montes alongados e os flancos de algumas depressões que são soerguidos. O geólogo americano Grove Karl Gilbert em 1893 foi a primeira pessoa a apontar a existência de uma família de feições lineares como essa e que são radiais à Imbrium. Gilbert considerou a Imbrium como sendo uma gigantesca cratera de impacto preenchida com lavas de mares e que as Esculturas da Imbrium, como ele denominou essas feições radiais, estavam associadas com a formação da cratera. O mais impressionante é que ele estava completamente certo. A maior parte dos alinhamentos individuais das Esculturas da Imbrium não receberam designação tão conveniente e alguns chamam essa feição de Linha de Alphonsus onde termina a linha. Vários pesquisadores têm proposto que as linhas das Esculturas da Imbrium são uma fraude, mas a Linha de Alphonsus e outras não são contínuas e em alguns lugares parecem que as depressões lineares são crateras que coalesceram. De fato, algumas bacias lineares como a Snellius e os vales da Rheita são sobreposições de crateras secundárias criadas a partir da formação da bacia, nesses dois exemplos, resultado da formação da Bacia Nectaris. Outro exemplo de uma escultura radial a uma bacia é o Alpine Valley que é quase provavelmente uma feição estrutural, ou seja, surgiu onde o solo fraturado se separou. Esses exemplos demonstram que entender as chamadas Esculturas da Imbrium não é uma tarefa fácil já que elas se formaram por vários processos, já que resultaram de uma complexa e catastrófica explosão que ocorreu na Lua e que afetou diretamente trilhões de toneladas de rochas.
Créditos: LPOD
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