sexta-feira, 6 de abril de 2012

Ouça o som das estrelas de nêutrons girando


Quando alguns tipos especiais de estrelas explodem, deixam em seu lugar um núcleo muito denso e altamente energético que gira muito rapidamente sobre o próprio eixo. A cada volta, espalham no Universo poderosos feixes eletromagnéticos que são registrados aqui na Terra como uma verdadeira percussão estelar. Conhecidos como pulsares, esses objetos são criados quando estrelas com massa superior a oito vezes a do Sol esgotam sua energia nuclear e explodem. Esse evento é chamado de supernova, uma explosão tão brilhante que mesmo ocorrendo a centenas de anos-luz de distância pode ser vista da Terra até mesmo durante o dia. Ao mesmo tempo em que as camadas externas da estrela são lançadas ao espaço, o núcleo da estrela continua desmoronando já que fusão nuclear que mantinha o equilíbrio de forças não existe mais. A gravidade criada durante esse colapso é tão intensa que os prótons e elétrons se comprimem formando nêutrons e o outrora gigantesco núcleo é reduzido a menos de 10 quilômetros de diâmetro. Para que o leitor tenha possa ter uma idéia da densidade desse núcleo, uma simples caixa desse material pode pesar mais que todo o Sistema Solar junto. Durante o colapso, o movimento da matéria em direção ao centro faz o objeto girar e quanto mais matéria, mais rápida é a rotação. Esse processo faz os prótons e elétrons ligados à superfície serem arremessados para fora, fluindo através das linhas do campo magnético em direção aos pólos norte e sul. Com o desalinhamento entre o eixo magnético e o de rotação, a estrela de nêutrons emite uma enorme quantidade de radiação pelos pólos, que é lançada em diversas direções no Universo. Como explicado, um pulsar gira rapidamente. Um típico objeto desse tipo, PSR B0329+54, revoluciona a 1.4 rotações por segundo. Já o pulsar Vela, PSR B0833-45, completa 11 voltas em apenas 1 segundo. Da mesma forma que um farol de navegação, durante a rotação o feixe eletromagnético de um pulsar também atinge a Terra e pode ser detectado por radiotelescópios, onde cada rotação é registrada como um pulso. Ouça o som de diferentes pulsares.

Créditos: Apolo 11

2 comentários:

  1. Impressionante a cadência.Assustador

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    1. Ouvindo essa melodia, tento me imaginar bem próximo ao evento, mesmo sabendo que é impossível de estar lá. :-)
      Obrigado pelo comentário, Julio Cesar!

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