quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Estudo não encontra planetas em torno da Estrela de Barnard

A Estrela de Barnard é a quarta mais próxima do Sol, se contarmos as três estrelas do sistema da Alfa do Centauro isoladamente, a uma distância de apenas 6 anos-luz. Trata-se de uma velha anã vermelha, com apenas 14% da massa e 0.4% da luminosidade do Sol. Apesar da sua proximidade a estrela é visível apenas como uma estrela de magnitude 9 na direção da constelação do Ofíuco. O interesse na descoberta de planetas em torno desta vizinha do Sol é óbvio. Infelizmente, durante o século XX, foram feitas várias supostas deteções usando a técnica da astrometria que foram sucessivamente descartadas com o avanço da tecnologia e da precisão das medições. A existência ou não de planetas em torno desta estrela tem-se mantido por isso um problema em aberto. Agora, uma equipe liderada por Jieun Choi da Universidade da Califórnia, Berkeley, e que inclui, por exemplo, investigadores de referência como Geoff Marcy, Debra Fisher e John Johnson, acaba de publicar os resultados de 25 anos de observações da estrela pelo método da velocidade radial, com o espectrógrafo HIRES instalado no telescópio Keck I, em Mauna Kea, no Hawaii. O estudo não detectou nenhum planeta e é suficientemente preciso para impor restrições fortes quanto aos planetas que ainda poderão ser descobertos no sistema. As 248 observações, obtidas entre 1987 e 2012, têm uma precisão inicial de 20 m/s (baixa para os padrões atuais) mas o subconjunto de observações dos últimos 8 anos tem uma precisão excelente de 2 m/s. A análise destes últimos 8 anos de dados não encontrou nenhum sinal claro de planetas. A precisão das observações é suficiente para excluir a existência de planetas com massa superior a 2Mt (Mt = massa da Terra) e com períodos orbitais inferiores a 10 dias. Excluídos também estão planetas com massa superior a 10Mt e períodos orbitais até 2 anos. A menos que os planos das órbitas dos eventuais planetas sejam perpendiculares, ou quase, relativamente à nossa linha de visão, caso em que não seriam detectáveis pela técnica da velocidade radial, parece que é cada vez menos provável que a Estrela de Barnard tenha um sistema planetário com Terras ou Super-Terras com períodos orbitais curtos.

Créditos: AstroPT

2 comentários:

  1. bom dia grande LAWRENCE ! lá vem o leigo novamente...
    eu não sei se o fato dessa estrela ter uma massa tão menor do que o sol e tão menas luminosidade, signifique que ela tenha também, um campo magnético proporcionalmente inferior. aí eu te pergunto: se o campo gravitacional dessa estrela for muito menor, um possível planeta não teria que está muito próximo a ela? e se ele(s) estiverem tão próximo da estrela, isso não dificultaria a sua descoberta?
    EDUARDO

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    1. Caro Eduardo, mais outra grande pergunta. A força gravitacional está relacionada com a quantidade de matéria dos corpos. Podemos dizer que a força gravitacional está relacionada à massa dos corpos e é proporcional a ela. Quanto maior a massa dos corpos, maior será a força entre eles. Segundo Newton, a força está relacionada com o quadrado da distância entre os corpos. Ex.: se a distância entre dois corpos for triplicada, a força diminuirá 9 vezes, já que 3 ao quadrado é igual a 9.
      Espero ter tirado sua dúvida.
      Forte abraço, Eduardo!

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