As primeiras estrelas do nosso Universo são um mistério para a ciência. Chamadas de estrelas da População III, até agora nenhuma delas foi registrada por nenhum telescópio. Apesar disto, a ciência já conseguiu deduzir algumas coisas sobre elas. As estrelas que seguiram à população III são as da população II, que depois se seguiram às estrelas da população I. Mas não se sabe com certeza, por exemplo, se as estrelas da população III surgiram antes ou depois das primeiras galáxias. As estrelas da População III se formaram em condições especiais. Sendo as primeiras estrelas do universo, elas se formaram a partir de nuvens de hidrogênio e hélio, ou seja, sem nenhum elemento metálico (das famílias dos metais, na tabela periódica). Esta diferença é crucial, porque as nuvens moleculares das quais as estrelas da população II e I se formaram tinham partículas de poeira, que ajudavam no processo de resfriamento. Além disso, a abundância de hidrogênio e hélio (o universo era menor, e mais denso) fazia com que as estrelas da primeira geração fossem imensas – mas o tamanho máximo que elas podiam alcançar ainda é assunto de debate. Outro aspecto das estrelas desta geração era sua velocidade de rotação. Rotadoras rápidas, grandes e quentes, estas estrelas são diferentes de tudo que vemos no céu, hoje. Embora não tenhamos observado ainda alguma destas estrelas, já sabemos exatamente onde procurar. As estrelas da população III se formaram depois que a radiação cósmica de fundo foi emitida, ou seja, elas começaram a se formar pelo menos 380.000 anos depois do Big Bang. Além disso, a estrela mais antiga que já foi observada é a HE 1523-0901, uma estrela da população II, com uma idade de 13,2 bilhões de anos. A observação desta estrela nos dá o limite para o fim da formação de estrelas da população III. Elas continuaram surgindo nos 500 milhões de anos seguintes, quando começaram a aparecer as estrelas de população II. Pela distância, a luz das estrelas da população III deve ter sofrido um redshift (desvio para o vermelho) tremendo, colocando a luz delas na faixa do infravermelho. Espera-se que o telescópio espacial James Webb, o substituto do telescópio espacial Hubble, que vai trabalhar exclusivamente na faixa do infravermelho, esclareça se estas estrelas realmente existiram, e quais são suas características. Por enquanto, o que temos são hipóteses, e imagens criadas por artistas, como a foto acima, de uma pintura de Adolf Schaller.
Fonte: Hypescience
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