Ondas no espaço-tempo, também chamadas de ondas gravitacionais, são produzidas por objetos massivos sendo acelerados, como dois buracos negros em um par binário. Quanto mais massa tem os buracos negros, mais rapidamente eles se movem, e mais poderosas são as ondas gravitacionais. A medição destas ondas será um teste poderoso da relatividade geral, e vai apresentar uma nova forma de sondar o universo. Mas conseguir esta medição tem se mostrado um desafio tremendo. Um dos detectores propostos para tanto, o detector espacial, foi cancelado por falta de financiamento. Nosso melhor detector terrestre, conhecido pela sigla LIGO (“Laser Interferometer Gravitational-wave Observatories” ou “observatório de ondas gravitacionais de interferometria laser”), está fechado até 2014, quando uma atualização nos equipamentos, que começou em 2008, deve ser concluída. O que fazer enquanto o LIGO não fica pronto? Uma das coisas é observar cuidadosamente pulsares que estejam apontando direto para a Terra. Nesta situação, eles parecem piscar com uma regularidade de relógio atômico. Se uma onda gravitacional passar no meio do caminho, ela iria distorcer o espaço-tempo, e a piscada do pulsar seria vista com uma diferença de tempo diferente do esperado. Os melhores pulsares para isto são os resultantes de buracos negros supermassivos no centro de galáxias que estão passando por uma fusão. Mas, como existem galáxias em fusão em todo o universo o tempo todo, o universo é cheio de ruídos de pulsares. O que fazer então? Os pesquisadores utilizam um grupo de pulsares bem comportados para ver se eles variam a pulsação em grupo, um sinal certo de que passou uma onda gravitacional. Por enquanto, esta técnica não tem dado resultados. O motivo, segundo Sean McWilliams, da Universidade de Princeton (EUA), é que talvez os dados não estejam sendo examinados da forma correta. Basicamente, os métodos de análise partem de alguns pressupostos, um deles é a taxa de fusão de galáxias. Só que em 2010 surgiu uma pista de que a taxa de fusão de galáxias seja maior do que o imaginado. Usando a nova taxa, a equipe de McWilliams calculou que a onda gravitacional deveria ser 3 a 5 vezes mais forte que o esperado, e que pode ser mais complexa também. Se esta análise estiver correta, talvez os dados para a descoberta de ondas gravitacionais já estejam disponíveis, escondidos em dados de observações de pulsares. Neste caso, eles podem ser anunciados no próximo ano. Segundo a astrônoma Maura McLaughlin, que estuda os tempos de pulsares na Universidade do Oeste da Virgínia (EUA), uma vez que as ondas gravitacionais sejam descobertas, “teremos esta ferramenta completamente diferente, e poderemos ver coisas que nunca vimos antes porque elas não emitem luz. Será realmente revolucionário”.
Fonte: Hypescience
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