Galáxias e seus buracos negros centrais supermassivos cresceram em conjunto, como resultado de colisões e fusões entre inúmeras galáxias menores antigas. Segundo a teoria, cada galáxia pode ter um buraco negro em seu centro. Conforme as galáxias se fundem, seus buracos negros centrais se fundem também, construindo um objeto supermassivo com milhões de vezes a massa do Sol. No entanto, galáxias às vezes se fundem sem combinarem seus buracos negros centrais, lançando um desses objetos para fora da nova formação, para as profundezas do espaço. Colisões entre buracos negros também criam ondas gravitacionais, o que pode “chutar” um buraco negro recém-fundido para fora de sua galáxia hospedeira. De acordo com uma simulação de computador feita pelos pesquisadores Valery Rashkov e Piero Madau da Universidade da Califórnia em Santa Cruz (EUA), um número impressionante desses buracos negros “abandonados” pode ser encontrado no halo da Via Láctea, uma região periférica gigante de gás que fica além das estrelas da nossa galáxia. Há uma variação considerável em termos de quantos buracos negros podem existir lá fora – Rashkov e Madau acreditam que esse número pode variar de tão baixo quanto 70 a tão alto quanto 2.000. Esses objetos são o que os pesquisadores chamam de “sementes” de buracos negros. Eles têm um tamanho intermediário e já foram encontrados no centro de coleções de estrelas e gás – essas estruturas não eram grandes o suficiente para serem consideradas galáxias em seu próprio direito, mas se combinaram com outros blocos para formar galáxias como a Via Láctea. Embora um bom número destes buracos negros relativamente pequenos se uniu para formar a atual safra de buracos negros supermassivos que fica no centro de galáxias como a nossa, o caos dessas fusões intergalácticas pode ter deixado alguns dos buracos negros menores presos nas regiões mais distantes do espaço. Enquanto a maioria desses buracos negros seria praticamente impossível de detectar, alguns podem ter trazido aglomerados de estrelas e matéria escura junto com eles. Se esse for o caso, os pesquisadores devem ser capazes de detectar a luz fraca desses objetos no halo da Via Láctea com telescópios atuais ou futuros, o que pode nos dizer mais sobre como eles foram formados.
Fonte: Hypescience
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