segunda-feira, 1 de julho de 2013

Nave espacial Voyager 1 às portas do espaço interestelar!

A sonda Voyager lançada pela NASA em 05 de setembro de 1977, portanto há quase 36 anos no espaço, pesquisando o meio interplanetário, está prestes a abandonar a "casa da família", (o sistema solar) e finalmente alcançar o misterioso e mais obscuro meio interestelar, quando não estará mais sujeita às influências magnéticas do Sol... Publicações de artigos novos na Revista Acadêmica Science sugerem que esta sonda espacial não-tripulada, agora mais de 18 bilhões de quilômetros de distância do Sol, confirmam que a Voyager 1 está muito próxima de se tornar o primeiro artefato humano a atingir o meio interestelar. Como se prova este feito? Bem, segundo dados destas publicações, a sonda está se acercando do limite da heliosfera (região periférica do Sol, feita a partir do campo magnético solar, preenchida pelo vento solar, cuja fronteira é a heliopausa, sendo que pesquisas desta região com instrumentos a bordo das sondas Pioneer (Pioneer 10 e Pioneer 11) e do Programa Voyager (Voyager 1 e Voyager 2) confirmam que a heliosfera estende-se para além do sistema solar, possivelmente até uma distância de 100 U.A. (unidades astronômicas) a partir do Sol. Quando a voyager 1 atravessar totalmente esta fronteira, sairá definitivamente dos limites físicos do sistema solar para adentrar uma outra realidade - o espaço entre as estrelas... Os artigos publicados descrevem a recente entrada da sonda em uma região denominada ", auto-estrada magnética", que ligaria a heliosfera ao espaço interestelar, revelada por dois sinais: um sobre o número de partículas solares carregadas diminuindo drasticamente ao longo do campo magnético solar e outro apontando para uma subida no número de partículas de raios cósmicos adentrando à bolha magnética do Sol. Porém, ainda falta um terceiro sinal para concluir-se que a Voyager 1 já estaria fora totalmente da influência magnética solar: o magnetômetro da sonda ainda não registrou uma mudança abrupta na direção do campo magnético, como seria de se esperar da nave ao cruzar a fronteira do plasma do Sol para o meio interestelar. Na verdade, a sonda espacial IBEX (Interstellar Boundary Explorer - Explorador da fronteira interestelar) lançada em 2008, coletou dados durante seis meses, o que já foi suficiente para questionar as teorias atuais sobre a heliosfera, com formato de "bolha" como foi descrita acima, formada pelas emanações das partículas do vento solar... É como se esse vento inflasse uma gigantesca bolha no espaço - é essa bolha que se chama heliosfera, mas ao mesmo tempo, o sistema Solar move-se velozmente ao redor do centro da Via Láctea, a nossa galáxia, o que o faz colidir com os ventos interestelares - fluxo de partículas emitidas por outras estrelas. Em um determinado ponto, que ainda não foi precisamente localizado, o vento solar e o vento interestelar se encontram e aí, a região onde suas pressões se equivalem determinaria a fronteira sistema solar - meio interestelar. Portanto, a forma de "bolha", pode não ser exatamente essa, pois à medida que viajamos pela galáxia, encontramos campos magnéticos galáticos oriundos de outras estrelas, o que modificaria o formato da heliosfera. Grosso modo, o processo é semelhante a um barco que cruza as águas de um rio, formando linhas hidrodinâmicas na passagem... Conclusões: a Voyager 1 está tão distante do Sol, que os sinais de rádio da Nasa demoram 34 horas para ir à sonda e de volta de novo à Terra outra vez. Mesmo assim, ninguém sabe quanto a Voyager 1 ainda terá que percorrer antes de atravessar a heliopausa e entrar no meio interestelar. “Ainda pode levar vários meses, ou vários anos”, observou Ed Stone, cientista de projetos da Voyager, do Instituto de Tecnologia da Califórnia. Lembro que a Voyager 1 foi lançada juntamente com outra sonda-gêmea, a Voyager 2. Ambas exploraram as cercanias de Júpiter, Saturno, Urano e Netuno, antes de embarcarem na sua missão interestelar em 1990. A Voyager 2 está menos distante do que a Voyager 1: situa-se cerca de 15 bilhões de quilômetros do Sol e certamente ainda se encontra na heliosfera! Esta missão certamente é muito fascinante, pois está traçando os verdadeiros limites do sistema solar, inclusive, trazendo surpresas para os pesquisadores, pois revela que a natureza é muito mais bela e complexa do que nossos modelos matemáticos possam presumir... Imagens anexas: uma mostra dos campos magnéticos solares (setas brancas) e interestelares (setas negras) em relação à Voyager 1 (acima) e a Voyager 2 (abaixo) na fronteira da heliosfera. A outra, revela que a quantidade de partículas de raios cósmicos externos ao sistema solar está aumentando no caso da Voyager 1 (barra laranja), o que indica que esta sonda está prestes a lançar-se para o meio interestelar, enquanto a Voyager 1, por seu magnetômetro detectar ainda mais partículas solares (sistema solar) do que partículas de raios cósmicas externas, mostra que esta sonda ainda está dentro da heliosfera.

Fonte: Apolo 11

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