segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Pequeno e sem brilho, cometa ISON pode sumir antes do periélio

Desde que foi descoberto, o cometa ISON vem chamando a atenção pelo extraordinário brilho que poderá atingir, mas as novas imagens feitas por astrônomos amadores mostram que o cometa não brilha como o esperado e pode se desintegrar antes de chegar ao periélio. As dúvidas sobre o fulgurante brilho de ISON começaram recentemente, quando o cometa se distanciou visualmente do Sol e passou a ser observado por alguns astrônomos amadores durante poucos minutos nas pré-manhãs. A primeira imagem dessa fase recente de observação foi feita por Bruce Gary, que utilizou um telescópio de 11 polegadas instalado em seu observatório particular, no Arizona. Gary tem estudado o cometa há alguns meses e segundo ele, ISON está duas magnitudes acima do que foi previsto inicialmente, ou seja, quase cinco vezes menos brilhante. Segundo o australiano Joseph Brimacombe, que em 1 de setembro também registrou imagens de ISON a partir de observações feitas no Novo México, a magnitude do cometa é de 14.8, cerca de 3 vezes maior do que alguns modelos apontavam para esta época do ano. Isso é cerca de 15 vezes menos brilhante. Devido à posição do cometa no horizonte, as observações mais acuradas ainda vão levar alguns dias, mas uma série de fatores já sugere que ISON pode não brilhar tanto como se acreditava no início. Observações feitas em 13 de junho pelo telescópio Spitzer, da NASA, mostraram que ISON perdia 1.000 toneladas de dióxido de carbono todos os dias, um valor que fez o pesquisador Carey Lisse, ligado ao Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins afirmar que o objeto estava muito ativo. No entender do astrofísico, essa forte atividade poderia ser o prenúncio de um outburst, um evento que faz com que um cometa repentinamente perca muito material e brilhe subitamente até a exaustão. Se de fato ISON perdeu muita massa, suas chances de sobrevivência estão bastante reduzidas. As estatísticas mostram que cometas assim raramente chegam a contornar o Sol. Normalmente, ou são destruídos pelo calor escaldante da estrela ou são rompidos pela intensa força gravitacional a que estão submetidos. Baseado nas observações mais recentes, os modelos de magnitude mostram que se chegar intacto ao periélio em novembro, o maior brilho que poderá atingir será da ordem de 5 magnitudes negativas, um pouco mais brilhante que o planeta Vênus. No entanto, devido a pouca separação angular do Sol, a observação será bastante prejudicada, quase impossível de ser feita por instrumentos em solo.

Fonte: Apolo 11

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