sábado, 25 de janeiro de 2014

Suoernova descoberta em M82

Uma estrela que explodiu apareceu subitamente no céu noturno, deslumbrando os astrônomos que não viam uma supernova tão perto do nosso Sistema Solar há mais de 20 anos. Só nos últimos dias, a supernova emergiu como uma luz brilhante (magnitude 10,5) em Messier 82 - também conhecida como a Galáxia do Charuto - a cerca de 12 milhões de anos-luz de distância na direção da constelação de Ursa Maior. A supernova, que um astrônomo descreveu como um potencial "Santo Graal" para os cientistas, foi descoberta pelos estudantes Ben Cooke, Tom Weight, Matthew Wilde e Guy Pollack, da University College London (UCL). A descoberta foi feita por acaso - um workshop telescópico de 10 minutos para os alunos - e levou a uma correria mundial para adquirir imagens e espectros do objeto. Posicionada entre a Ursa Maior e a Ursa Menor, a nova supernova deve ser fácil de avistar por observadores celestes no Hemisfério Norte; pode até chegar a ser brilhante o suficiente para ser observada por um pequeno par de binóculos, realça o astrônomo Brad Tucker, da Universidade Nacional da Austrália e da Universidade da Califórnia, em Berkeley. Mas além da criação de um espectáculo celeste, o evento cósmico também dá aos astrônomos uma oportunidade rara para estudar um objeto que pode ajudá-los a compreender a energia escura. A supernova foi observada pela primeira vez na Terça-feira passada (21 de Janeiro) às 19:20 (hora local, bem como hora portuguesa) por um grupo de estudantes liderados por Steve Fossey da University College London. Segundo a UCL, o objeto pode ser a supernova mais próxima desde a intensa supernova 1987A que foi avistada em Fevereiro de 1987 na Grande Nuvem de Magalhães, uma galáxia anã companheira da Via Láctea a cerca de 168.000 anos-luz da Terra. "Foi uma experiência surreal e emocionante, obter imagens do objeto não identificado enquanto Steve corria pelo observatório a verificar o resultado," realça o estudante Guy Pollack num comunicado. Os astrônomos do Caltech confirmaram a supernova e classificaram-na como uma supernova Tipo Ia jovem e avermelhada. Pensa-se que estes tipos de objetos sejam originários de um sistema binário íntimo onde pelo menos uma estrela é uma anã branca, o núcleo denso e pequeno de uma estrela que cessou as suas reações nucleares. Se a anã branca desviar muita massa da sua companheira, começa dentro da estrela morta uma reação nuclear em fuga, levando a uma supernova brilhante. Acredita-se que as supernovas Tipo Ia brilhem com intensidade igual nos seus picos, por isso são usadas como "velas padrão" para medir distâncias em todo o Universo. Na verdade, a medição detalhada de supernovas Ia levou à descoberta, recompensada com um Prêmio Nobel, da aceleração da expansão do Universo. Para aprender mais sobre a causa desta aceleração (o que os cientistas chamam de energia escura), Tucker disse que os astrônomos precisam de medidas mais precisas. "Os dois grandes problemas no uso de supernovas Ia para medições de distância, são os progenitores, o tipo de estrela que explode, e como a poeira afeta estas medições," explicou Tucker. "Por isso o fato de esta [supernova] ser do Tipo Ia, descoberta em tenra idade, significa que temos uma boa hipótese de encontrar pistas sobre a explosão." O Telescópio Espacial Hubble também capturou imagens detalhadas da Galáxia do Chaturo antes da estrela ter explodido, o que significa que os astrônomos podem ser capazes de observar diretamente a estrela em observações passadas, explica Tucker. Além do mais, esta é uma supernova "avermelhada", o que significa que ocorreu num ambiente empoeirado. "Ao saber que existe muita poeira, podemos analisar a forma como esta afeta as cores [da supernova] e, portanto, as medidas da distância, e usá-la para calibrar outras [supernovas]," acrescenta Tucker. "Em suma, este é o Santo Graal". O Departamento Central de Telegramas Astronômicos da União Astronômica Internacional listou algumas das observações da supernova sob a designação temporária PSN J09554214+6940260 (agora chama-se SN 2014J), começando com uma observação de 22 de Janeiro por um grupo de astrônomos amadores na Rússia. As imagens do telescópio robótico KAIT do Observatório Lick na Califórnia, caçador de supernovas, confirmam que o objeto não estava presente até 15 de Janeiro, o que significa que a supernova tem apenas poucos dias de idade," comenta Tucker.

Créditos: Astronomia On-line

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