terça-feira, 4 de março de 2014

Uma estrela pequena, um planeta pequeno... Pelo menos!

Um grupo de astrônomos do Reino Unido e do Chile relata a descoberta de oito novos planetas pequenos orbitando anãs vermelhas próximas, três das quais podem ser habitáveis. A partir deste resultado, os cientistas, liderados por Mikko Tuomi da Universidade de Hertfordshire, estimam que uma grande fração das anãs vermelhas, que constituem pelo menos três-quartos das estrelas no Universo, têm planetas de baixa massa. O novo trabalho foi publicado na revista Monthly Notices da Sociedade Astronômica Real. Os pesquisadores descobriram os planetas através da análise de dados de arquivo de dois estudos planetários de alta precisão feitos com o instrumento UVES (Ultraviolet and Visual Echelle Spectrograph) e com o HARPS (High Accuracy Radial velocity Planet Searcher), ambos operados pelo Observatório Europeu do Sul no Chile. Os dois instrumentos são usados para medir quanto uma estrela é afetada pela gravidade de um planeta em órbita. À medida que um planeta invisível orbita uma estrela distante, a atração gravitacional entre os dois faz com que a estrela tenha um movimento oscilatório no espaço. Esta oscilação periódica é detectada através do estudo da luz da estrela. Ao combinar dados do UVES e do HARPS, a equipe foi capaz de detectar sinais demasiado fracos para serem vistos nos dados de um só instrumento. Com esta técnica mais sensível, os astrônomos descobriram oito mundos, três dos quais encontram-se na chamada "zona habitável" das suas estrelas e são apenas um pouco mais maciços que a Terra. Os planetas nesta região, onde a temperatura é ideal para a existência de água líquida à sua superfície, são mais propensos a suportar vida. Todos os planetas recém-descobertos orbitam anãs vermelhas entre 15 e 80 anos-luz do Sol, tornando-os relativamente próximos do Sistema Solar. Os oito planetas demoram entre duas semanas e nove anos a completar cada órbita, colocando-os a uma distância das suas estrelas entre 6 e 600 milhões de quilômetros (equivalente a entre 0,04 e 4 vezes a distância da Terra ao Sol). "Nós estávamos apenas estudando os dados do UVES, e notamos uma variabilidade que não podia ser explicada por um ruído aleatório. Ao combinar essas observações com dados do HARPS, conseguimos detectar este tesouro espectacular de candidatos a planeta," disse Mikko Tuomi. "Estamos claramente estudando uma população altamente abundante de planetas de baixa massa, e podemos esperar encontrar muitos mais no futuro próximo - mesmo em redor de estrelas muito mais próximas do Sol." A equipe usou técnicas inovadoras de análise para espremer os sinais planetários nos dados. Em particular, aplicaram a regra de probabilidades condicionais de Bayes que permite responder à questão "Qual a probabilidade de uma determinada estrela ter planetas em órbita com base nos dados disponíveis?" Esta abordagem, em conjunto com uma técnica que permite aos pesquisadores filtrar ruído em excesso nas medições, tornou possível as detecções. Hugh Jones, também da Universidade de Hertfordshire, afirma: "este novo resultado é algo já esperado, no sentido de que estudos de anãs vermelhas distantes com a missão Kepler indicam uma população significativa de planetas com pequenos raios. Por isso, é agradável ser capaz de confirmar isso com uma amostra de estrelas que estão entre as mais brilhantes da sua classe." Estas descobertas acrescentam oito novos exoplanetas ao total anterior de 17 já conhecidos em torno de estrelas de baixa massa. A equipe também pretende acompanhar outros dez sinais mais fracos.

Créditos: Astronomia On-line

10 comentários:

  1. Nossa, o que aconteceu ao Imagens do Universo que não teve mais atualizações?

    Espero que esteja tudo bem.

    ResponderExcluir
  2. Boa tarde Matheus, tudo bem?!
    Por aqui tá tudo certinho, meu problema foi no computador que parou e ainda não consegui mandar consertar e minha bebê que nasceu, e tirou todo meu tempo. Mas voltaremos em breve, o site não encerrou.
    Obrigado por sentir falta de nós. Hehe...
    Forte abraço meu caro!

    ResponderExcluir
  3. Sua filha nasceu? Nossa que notícia boa, eu desejo saúde e muitas felicidades para ela!

    Como eu acompanho o blog pelo feed, vou ver quando ele voltar a ter atualizações,

    Se esse comentário aparecer duplicado, foi culpa da minha internet.

    Forte abraço!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Caro Matheus, a filhinha nasceu, me tomou muito tempo e também passamos parte desse tempo sem computador, mas agora estamos de volta.
      Abraços e obrigado por nos esperar!

      Excluir
  4. Caro Lawrence, continuo entrado constantemente no seu site. espero realmente que você não pare de atualiza-lo pois ele é um dos melhores espaços para quem gosta de astronomia.
    Grande abraço
    Eduardo Rodrigues

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Grande Eduardo Rodrigues, estamos de volta.
      Obrigado pelo elogio.
      Forte abraço!

      Excluir
  5. puxa vida... bebês tomam muito tempo. Eu estou com um de um ano e meio. Mas é muito bom. Parabéns. Volte logo.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Parabéns pelo bebê, Julio Cesar!
      Estamos de volta e obrigado por nos esperar.
      Abração!

      Excluir