segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Estrelas T Tauri


As estrelas T Tauri são um tipo de estrelas variáveis irregulares nomeadas a partir do objeto prototípico do grupo, a estrela T Tauri. São estrelas jovens que ainda não entraram na sequência principal (estrelas pré-sequência principal). Encontram-se perto de nuvens moleculares e se identificam pela variabilidade estelar e presença de linhas intensas na sua cromosfera. Estrelas como o nosso Sol, quando são jovens, designam-se por estrelas T Tauri. Isto deve-se simplesmente ao fato de que o protótipo das estrelas jovens de pequena massa é precisamente a estrela T da constelação do Touro. As estrelas T Tauri clássicas, com menos de 3 milhões de anos, possuem todas discos circum-estelares de gás e poeira a partir do qual poderão se formar eventualmente os planetas (e daí o nome de discos protoplanetários). Estes discos, que emitem fortemente radiação ou ondas. As suas propriedades dependem do comprimento de onda: ondas ou fótons com comprimentos de onda mais longos traduzem radiação menos energética. A radiação eletromagnética, ou luz, é usualmente descrita como um conjunto de bandas de radiação, como por exemplo o infravermelho, o rádio ou os raios-X. Esta banda permite observar astros, fenômenos, ou processos físicos com temperaturas entre -263°C e 4.927°C. Contudo, a maioria das estrelas T Tauri mais evoluídas, designadas por estrelas T Tauri nuas (do inglês naked T Tauri stars), não apresentam qualquer indício de possuírem discos em seu redor. De acordo com a teoria atualmente aceita, são necessários mais de 10 milhões de anos para formar planetas nos discos. Os astrônomos tendem então a pensar que os discos vão se dissipando com o tempo, acabando o seu material caindo na estrela central, ou sendo ejetado para o meio interestelar (O meio interestelar é constituído por toda a matéria existente no espaço entre as estrelas. Cerca de 99% da matéria interestelar é composta por gás, sendo os restantes 1% dominados pela poeira). A massa total do gás e da poeira do meio interestelar é cerca de 15% da massa total da matéria observável da nossa galáxia, a Via Láctea. A matéria do meio interestelar existe em diferentes regimes de densidade e temperatura, como por exemplo as nuvens moleculares (frias e densas) ou o gás ionizado (quente e tênue). No entanto, nesse intervalo de tempo, o material do disco vai sendo aglutinado em objetos rochosos, os planetesimais. À medida que estes agregam mais massa, uma fração cada vez mais importante da massa do disco protoplanetário fica impossibilitada de emitir luz diretamente, por se encontrar agarrada a estes planetesimais. Assim, pequenos grãos de poeira, bem como moléculas de monóxido de carbono, ambos abundantes nestes discos, devem rapidamente desaparecer do disco no decorrer dos primeiros tempos de formação dos planetas. O constituinte principal dos discos, hidrogênio molecular, deve permanecer no disco durante muito mais tempo do que os grãos de poeira ou o monóxido de carbono. Infelizmente, o hidrogênio molecular é extremamente difícil de detectar por se tratar de uma molécula homonuclear. Para que emita no infravermelho, é necessário que seja aquecido a elevadas temperaturas, o que acontece por exemplo em regiões de choque dos jatos emanados pelas estrelas jovens com o meio interestelar ambiente. O fato das estrelas T Tauri emitirem também fortemente nos raios-X, levou esta equipe de astrônomos a pensar que talvez esteja aí a fonte de energia necessária para excitar o hidrogênio molecular existente nos discos. Ao efetuarem observações no Observatório de Kitt Peak, no Arizona (EUA), descobriram uma estrela T Tauri nua, aparentemente sem qualquer disco em seu redor, detectaram a presença de hidrogênio molecular. Observações posteriores confirmaram o mesmo resultado em mais 11 casos. Se estes resultados se confirmarem para um maior número de estrelas T Tauri, pode bem ser que Jeff Bary e David Weintraub tenham descoberto um mecanismo importante no processo de formação de planetas. E, se assim for, então as estrelas T Tauri nuas afinal não andam nuas, pois não perderam os seus discos. E sistemas solares como o nosso podem, afinal, ser muito frequentes por esse Universo fora.

Fonte: Portal do Astrónomo

Um comentário:

  1. muito interessante, principalmente o trecho
    que fala que as estrelas do tipo T Tauri
    podem fazer parte de um mecanismo que resulta
    em sistemas solares...

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