sexta-feira, 25 de junho de 2010

A supergigante Betelgeuse


A atmosfera de Betelgeuse vista pela câmera ultravioleta do Telescópio Espacial Hubble, no dia 3 de março de 1995. Boa parte do Sistema Solar caberia no interior dessa estrela supergigante. Por mais que você se esforce, um telescópio sempre lhe mostrará as estrelas como pontos de luz. Chega e ser decepcionante. Nenhum detalhe da superfície, nenhuma mancha será vista. É praticamente o mesmo ponto de luz que você vê no céu noturno a olho nu. A menos que você esteja olhando para Betelgeuse. Ela é uma das maiores estrelas conhecidas e foi a primeira, além do Sol, a se conseguir uma foto “de corpo inteiro”. Betelgeuse é principal estrela (Alfa) da famosa constelação de Órion, onde está o não menos popular asterismo das “Três Marias”. Ela é visível de quase todos os lugares do mundo. Literalmente uma celebridade celestial. Betelgeuse é uma estrela variável, com mudanças tanto de brilho quanto de tamanho. Se estivesse no lugar do Sol, ocuparia todo o espaço até a órbita de Saturno em seu diâmetro máximo, e seria do tamanho da órbita de Júpiter em seu mínimo. O mesmo que de 550 a 920 vezes o diâmetro do Sol. Ela brilha por 60 mil sóis e só ocupa a décima posição no ranking das estrelas mais brilhantes porque está a 425 anos-luz de distancia. Ela seria muito mais brilhante se você enxergasse em infravermelho, já que apenas 13% de sua energia é emitida na forma de luz visível. A luminosidade de Betelgeuse varia num longo período. A razão ainda é um mistério. Tudo indica que suas camadas mais externas se expandem durante vários anos, para em seguida se retrair. Fazendo isso, a temperatura da estrela aumenta e diminui alternadamente, assim como seu brilho. Essa pulsação é comum em supergigantes, como se Betelgeuse tivesse também um supercoração. Na verdade, sua atmosfera não é lá muito estável. Quando se contrai, absorve mais energia e se aquece e expande. Mas ao aumentar de tamanho, se torna menos densa e a energia escapa mais facilmente, esfriando-a. Com isso a estrela diminui novamente e o ciclo recomeça. Porém, esse “coração” de Betelgeuse pulsa em arritmia. Ela é uma estrela vermelha, que já transformou a maior parte de seu Hidrogênio em Helio, e agora começa a fundir o próprio Helio no seu núcleo quente. Betelgeuse está morrendo. Mas como para toda celebridade que se preze, sua morte também será um grande acontecimento. Betelgeuse explodirá, num evento formidável chamado supernova. Ninguém sabe quando, mas todos concordam que será uma supernova espetacular. Distante de nós, essa explosão não representará risco algum. Mesmo assim a estrela será vista no céu pelo menos 10 mil vezes mais brilhante que hoje. Será tão brilhante quanto uma lua crescente, talvez mais. Durante meses Betelgeuse ficará visível inclusive à luz do dia. Depois, ela se apagará lentamente até sumir. Dela não restará nada senão uma nebulosa, visível somente com telescópios. Seu espetáculo terá terminado e ficaremos apenas recordando os melhores momentos, até que os olhos de todos os seus admiradores tenham se fechado também. Afinal, tudo passa no Universo.

Matéria cedida por Gaudério (O Mensageiro das Estrelas).

6 comentários:

  1. Muito interessante saber sobre essas estrelas. Gosto muito da Betelgeuse. As estrelas vermelhas e alaranjadas são muito bonitas mesmo. Gostaria de saber mais sobre a Sírius também.

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  2. Vou preparar um futuro post sobre Sírius.

    Abração!

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  3. Pows... quando ouço falar dessa estrela... só lembro do Andrew... hehehe. Ele que gosta dessa estrela.

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  4. Fantástico. A matéria que você postou sobre a nebulosa de Órion também é impressionante. Observando tudo isso, e diante de tanta diversidade, fica impossível não haver outras civilizações inteligentes no universo. Pelo andamento da pesquisa científica e tecnológica, já já encontraremos uma. Aí é que a porca vai torcer o rabo!!

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  5. Tenho certeza que não demoraremos muito a encontrar seres vagando pelos seus exoplanetas ou até mesmo suas exoluas.

    Abração Júlio Cesar Novaes!

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