domingo, 25 de setembro de 2011

UARS reentrou na atmosfera, porém o local e o momento exatos permanecem desconhecidos

O satélite aposentado da NASA, UARS, ou Upper Atmosphere Research Satellite, caiu na Terra entre as 00:23 e as 2:09 do dia 24 de Setembro de 2011, na hora de Brasília, 20 anos e nove dias depois de ter sido lançado numa missão de 14 anos que produziu um dos primeiros registros de longo prazo das medidas sobre a química da atmosfera terrestre. A hora precisa da reentrada e localização dos impactos dos seus detritos não foram determinadas. Durante o período de reentrada, o satélite passou da costa leste da África sobre o Oceano Índico, então cruzou o Oceano Pacífico, o norte do Canadá, o norte do Oceano Atlântico apontando assim para o oeste da África. A maior parte do trânsito orbital do satélite ocorreu sobre a água, com uma pequena parte passando sobre o norte do Canadá e o Oeste da África. Seis anos depois do fim da sua vida produtiva científica, o UARS se quebrou em pedaços durante a reentrada, e grande parte de suas partes se queimou na atmosfera. Os dados indicam que o satélite muito provavelmente se quebrou e caiu no Oceano Pacífico longe da costa americana. Vinte e seis componentes do satélite, poderiam ter sobrevivido à reentrada e alcançado a superfície da Terra. Contudo, a NASA não relatou nenhum problema de danos materiais ou humanos. O Centro de Operações para o JFCC-Space, o Joint Functional Component Command na Base da Força Aérea de Vandenberg na Califórnia, que trabalha sem parar detectando, identificando e rastreando todos os objetos feitos pelos humanos que orbitam a Terra, rastreou os movimentos do UARS através das órbitas finais do satélite dando a confirmação da reentrada. “Nós temos que estender nossos agradecimentos ao Joint Space Operations Center, por ter monitorado o UARS não somente nessa última semana, mas também através de todos os seus 20 anos de vida em órbita”, disse Nick Johnson, cientista chefe da NASA para detritos espaciais que trabalha no Centro Espacial Johnson da NASA em Houston. “Essa não foi uma reentrada fácil de se prever devido às forças naturais que agiram no satélite à medida que a sua órbita decaia. Vários países ao redor do mundo também monitoraram a descida da órbita do satélite nas duas horas finais e todas as previsões foram bem dentro do intervalo estimado pelo JSpOC”. Para se ter certeza que um desses satélites realmente caiu na Terra, são feitas três tentativas de comunicação com o satélite para obter respostas por três sensores dessa rede. “Nesse caso em particular levou um tempo para que o satélite fosse rastreado por mais de três sensores”, disse Johnson, “algumas vezes isso acontece, não é algo pouco comum”. Por essa razão, levaram horas até que a NASA pudesse confirmar que o satélite havia reentrado na atmosfera da Terra e mesmo assim a agência não consegue apontar o local exato da queda. Se o UARS caiu às 01:16, hora de Brasília, então ele pode ter caído sobre o Canadá. Contudo, enquanto a NASA não receber relatórios confiáveis das pessoas em solo que possam confirmar isso, o local de queda dos detritos do UARS permanecerá desconhecido. O UARS foi lançado no dia 12 de Setembro de 1991, a bordo da missão STS-48 do Ônibus Espacial Discovery, e foi colocado em órbita no dia 15 de Setembro de 1991. Ele foi o primeiro satélite multinstrumentado a observar os numerosos componentes químicos da atmosfera para entender melhor a fotoquímica. Os dados obtidos pelo UARS marcaram o começo dos registros de longo prazo da química na atmosfera. O satélite também forneceu dados importantes sobre a quantidade de luz que vem do Sol nos comprimentos de onda da luz visível e do ultravioleta. O UARS terminou a sua vida científica em 2005. Pelo fato da órbita do satélite, os componentes do UARS que sobreviveram a reentrada devem ter caído na Terra em uma zona entre as latitudes de 57 graus norte e 57 graus sul. É impossível, porém apontar onde dentro dessa zona os detritos atingiram a Terra, mas a NASA estima que os detritos deixem uma marca de 800 quilômetros de comprimento. Provavelmente nunca se saberá exatamente onde o UARS caiu. A NASA e o JSpOC continuarão investigando a queda do UARS, mas as autoridades já afirmaram que algum mistério poderá ficar sem solução. “Esse não é um evento pouco comum”, disse Johnson, “nós nem sempre sabemos com precisão onde essas reentradas ocorrem e essa não é uma situação única para o UARS”.

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