sábado, 31 de março de 2012

A imagem de Marte acima, mostra a região Polar Norte do Planeta Vermelho no final da primavera e foi feita pela câmera HiRISE. No começo do ano o terreno estava quase que completamente coberto por gelo, mas agora a maior parte desse gelo sublimou. O gelo que ainda resiste na região se localiza nas áreas de sombra ou em locais onde a deposição de gelo foi muito mais intensa e por isso leva muito mais tempo para sublimar. A maneira mais fácil de imaginar esse fenômeno em Marte é pensar como se fosse uma nevasca na Terra, tudo bem, que para nós brasileiros é mais difícil de fazer essa analogia, mas a neve em certos pontos da Terra pode persistir por semanas mesmo que em outros locais ela já tenha desaparecido.

Créditos: Mars Travel

As dunas de Arabia Terra em Marte

A imagem acima mostra um complexo conjunto de dunas localizada numa cratera sem nome na região conhecida como Arabia Terra em Marte. Arabia Terra é uma vasta região planáltica no norte de Marte, essa região é repleta de crateras e bastante erodida. Essa topografia acidentada indica que essa região deve ser muito antiga, sendo presumido que a Arabia Terra possui um dos terrenos mais antigos desse planeta. Essa região tem uma extensão de 4.500 km, com elevações de 4 km no leste e sul. Junto a suas inúmeras crateras, cânions que atravessam a Arabia Terra, muitos terminando nas grandes terras baixas setentrionais de Marte, com a qual Terra Arabia se delimita ao norte. Arabia Terra recebeu esse nome em 1979, seguindo uma clássica designação baseada em algumas características do albedo. Esse nome deriva da Península Arábica terrestre. Foram feitas pesquisas nessa região em 1997, definindo melhor a individualidade dessa província. Um cinturão equatorial com crateras bem mais jovens que as da parte norte e as de Noachis Terra ao sul foi observado. Isso foi interpretado como um “sistema back-arc incipiente” provocado pela subducção das terras baixas de Marte sob Arabia Terra durante a era Nequiana. Padrões fractais da região também podem ser explicados dessa maneira, assim sendo a instabilidade rotacional do planeta não foi apoiada.

Créditos: Cienctec

Noite em Paris

Você consegue reconhecer a cidade luz, Paris, na imagem acima? Feita no dia 25 de Março de 2012, do alto dos 210 metros do mirante de Montparnasse, muito rapidamente identificarão a Torre Eiffel, ou a grande estrutura em forma de domo dos Les Invalides (à direita), ou a colorida linha elevada do metrô, gentilmente se curvando em direção ao centro da imagem. Você pode até mesmo identificar o Arc de Triumphe perto do horizonte à direita da imagem. Embora todas essas maravilhas arquitetônicas sejam exclusividade de quem vive na bela capital francesa, uma cena nessa imagem independe de onde você está no mundo, as luzes celestes perto do horizonte oeste podem parecer bem familiares para você. Como já foi dito aqui quase que diariamente ao longo dessa semana, apresentado em galeria e em fotos espalhadas pelas redes sociais o que estamos vendo acima de Paris é a amável conjunção tripla do brilhante planeta Vênus, na parte superior, Júpiter e a jovem Lua Crescente, conjunção essa que foi visível nos céus ao redor do planeta Terra durante essa semana. O interessante de se observar na foto acima, se comparada com qualquer foto da conjunção feita no Brasil, por exemplo, é a mudança na posição relativa dos astros devido as diferentes latitudes e longitudes de onde o fenômeno foi observado.

Créditos: APOD

sexta-feira, 30 de março de 2012

Cientista acredita que pode chover micróbios em lua de Saturno

Dados coletados pela sonda interplanetária Cassini revelaram enormes erupções de material orgânico na lua saturniana Enceladus. Segundo pesquisadores, esses jatos podem vir de um vasto oceano subterrâneo repleto de micro-organismos, localizado na única zona habitável acessível do Sistema Solar. "Mais de 90 jatos de todos os tamanhos observados próximos ao pólo sul de Enceladus estão pulverizando vapor de água, partículas de gelo e compostos orgânicos para todo lado", disse a cientista Carolyn Porco, líder da equipe de sensoriamento remoto da nave espacial Cassini junto ao Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, JPL. "A Cassini orbitou o local várias vezes e fez diversas análises desse material. Descobrimos que além de água e material orgânico, existe sal nas partículas de gelo, com salinidade igual a dos oceanos da Terra", disse Carolyn. "Além disso, registros feitos pela sonda nas fissuras da lua revelaram temperaturas ao redor de 84 Celsius negativos. Esse é um valor muito alto e se você somar todo o calor, cerca de 16 gigawatts de energia térmica estão saindo das rachaduras de Enceladus", disse a cientista. No entender da pesquisadora, o mar de líquidos abaixo da superfície, aliado a compostos orgânicos e uma fonte de calor permitem hospedar o mesmo tipo de vida que encontramos em ambientes similares aqui na Terra. "O ambiente de Enceladus pode ser parecido com aqueles que existem no fundo do nosso próprio planeta. Calor abundante e água em estado líquido são encontrados em rochas vulcânicas no subterrâneo da Terra e os organismos nessas rochas prosperam em dióxido de carbono e hidrogênio que é produzido pela reação química entre a água líquida e as rochas quentes. Em seguida, o metano produzido é reciclado novamente em hidrogênio. Esse processo acontece totalmente na ausência de luz solar ou qualquer coisa produzida pela luz solar", explicou Porco. Apesar da teoria da existência desses micro-organismos não ter sido provada ou descartada, Carolyn Porco acredita que os testes poderão ser feitos em pouco tempo, já que a zona habitável de Enceladus é relativamente fácil de ser estudada. "O material está sendo ejetado no espaço diariamente. Pode parecer loucura, mas neste momento pode estar nevando micróbios na superfície de Enceladus!", vibra Carolyn, que explica: "Esse é o lugar mais promissor que conheço para uma pesquisa de astrobiologia. Não precisamos fazer qualquer furo na superfície, basta voar dentro da pluma ejetada. E se pousarmos na superfície, basta olhar para cima e colocar a língua pra fora", brinca a estudiosa. Os estudos atuais mostram que a fonte de calor de Enceladus é o próprio planeta Saturno, que com sua força gravitacional faz com que a forma da lua seja modificada diariamente à medida que orbita o gigante gasoso. A influência gravitacional produz flexões e movimentos no interior da lua que geram calor, da mesma maneira que ocorre quando você dobra um clipe de papel para frente e para trás. Esse movimento é conhecido como flexão de maré, mas segundo Porco essa dinâmica não é suficiente para explicar todo o calor que está atualmente saindo de Enceladus. "Uma saída para esse dilema é assumir que parte do calor observado hoje foi gerado e armazenado internamente no passado". Porco acredita que a órbita de Enceladus poderia ter sido muito mais excêntrica do que é hoje, o que resultaria em variações estruturais que produziriam mais calor. Neste cenário, o calor teria sido armazenado dentro da pequena lua e derretendo parte do gelo responsável pela recarrega do líquido que está abaixo da superfície. "Agora que a excentricidade da órbita diminuiu, o calor que emana do interior é uma combinação do calor produzido hoje e no passado. Mas como o calor que está saindo atualmente é maior do que está sendo produzido, acreditamos que Enceladus pode estar em fase de arrefecimento e a água líquida está retornando na forma de gelo. Alguns modelos mostram que Enceladus nunca congela totalmente, de modo que a excentricidade da órbita pode aumentar novamente, reiniciando o ciclo”. Para confirmar essas teorias, mais dados serão necessários e Porco tem um plano de ação simples e imediato para obtê-los. "Precisamos voltar a Enceladus e checar".

Créditos: Apolo 11

Bilhões de planetas rochosos nas zonas habitáveis em torno de anãs vermelhas na Via Láctea

Um novo resultado do instrumento HARPS, o descobridor de planetas do ESO, mostra que os planetas rochosos não muito maiores que a Terra são bastante comuns nas zonas habitáveis em torno das estrelas vermelhas de fraca luminosidade. Uma equipe internacional de astrônomos estimou que existam dezenas de milhares de milhões de tais planetas só na nossa Galáxia, a Via Láctea, e provavelmente cerca de uma centena na vizinhança imediata do Sol. Esta é a primeira medição direta da frequência de super-Terras em torno de anãs vermelhas, as quais constituem cerca de 80% de todas as estrelas da Via Láctea. Esta primeira estimativa direta do número de planetas leves em torno de estrelas anãs vermelhas foi anunciada por uma equipe internacional, que utilizou observações obtidas com o espectrógrafo HARPS instalado no telescópio de 3,6 metros que se encontra no Observatório de La Silla do ESO. Uma outra notícia divulgada recentemente, que mostrava que existem muitos planetas na nossa Galáxia, utilizou um método diferente que não é sensível a esta importante classe de exoplanetas. A equipe HARPS está à procura de exoplanetas que orbitam os tipos de estrelas mais comuns da Via Láctea - as anãs vermelhas (também conhecidas como anãs do tipo M). Estas estrelas apresentam fraca luminosidade e são pequenas quando comparadas com o Sol, no entanto são muito comuns e vivem durante muito tempo, correspondendo por isso a 80% de todas as estrelas da Via Láctea. "As nossas novas observações obtidas com o HARPS indicam que cerca de 40% de todas as estrelas anãs vermelhas possuem uma super-Terra que orbita na zona habitável, isto é, onde água líquida pode existir na superfície do planeta," diz Xavier Bonfils (IPAG, Observatoire des Sciences de l´Univers de Grenoble, França), o líder da equipe. "Como as anãs vermelhas são muito comuns - existem cerca de 160 bilhões de estrelas deste tipo na Via Láctea - chegamos ao resultado surpreendente de que existirão dezenas de milhares de milhões destes planetas só na nossa Galáxia." A equipe HARPS analisou durante um período de seis anos uma amostra cuidadosamente selecionada de 102 estrelas anãs vermelhas que podem ser observadas no céu austral. Foram encontradas nove super-Terras (planetas com massas compreendidas entre uma e dez vezes a massa da Terra), incluindo duas no interior das zonas habitáveis das estrelas Gliese 581 e Gliese 667 C. Os astrônomos conseguiram estimar a massa dos planetas e a distância a que orbitavam as estrelas. Combinando todos os dados, incluindo observações de estrelas sem planetas, e observando a fração de planetas existentes que poderiam ser descobertos, a equipe conseguiu descobrir quão comuns são os diferentes tipos de planetas em torno de anãs vermelhas. O resultado é que a frequência de ocorrência de super-Terras na zona habitável é de 41%, estendendo-se entre 28% e 95%. Por outro lado, planetas de maior massa semelhantes a Júpiter e Saturno do nosso Sistema Solar, raramente se encontram em torno de anãs vermelhas. Prevê-se que estes planetas gigantes (com massas compreendidas entre 100 e 1.000 massas terrestre) apareçam em menos de 12% deste tipo de estrelas. Como existem muitas estrelas anãs vermelhas próximo do Sol, esta nova estimativa significa que existem provavelmente cerca de cem exoplanetas do tipo super-Terra nas zonas habitáveis de estrelas na vizinhança solar, a distâncias menores que 30 anos-luz. "A zona habitável em torno de uma anã vermelha, onde a temperatura é favorável à existência de água líquida à superfície do planeta, encontra-se muito mais próxima da estrela do que a Terra do Sol," diz Stéphane Udry (Observatório de Genebra e membro da equipa). "Mas sabe-se que as anãs vermelhas estão sujeitas a erupções estelares, o que faria com que o planeta fosse banhado por radiação ultravioleta e raios-X, tornando assim a vida mais improvável." Um dos planetas descobertos no rastreio HARPS de anãs vermelhas é Gliese 667 Cc. Este é o segundo planeta descoberto neste sistema estelar triplo e parece estar próximo do centro da zona habitável. Embora este planeta seja mais de quatro vezes mais pesado do que a Terra, é o gêmeo mais parecido à Terra encontrado até agora e quase de certeza que possui as condições necessárias à existência de água líquida à sua superfície. É a segunda super-Terra descoberta no interior da zona habitável de uma anã vermelha durante este rastreio HARPS, depois de Gliese 581d, anunciado em 2007 e confirmado em 2009. "Agora que sabemos que existem muitas super-Terras em órbita de anãs vermelhas próximas de nós, precisamos de identificar mais utilizando tanto o HARPS como futuros instrumentos. Espera-se que alguns destes planetas passem em frente das suas estrelas hospedeiras à medida que orbitam - o que nos dará a excelente oportunidade de estudar a atmosfera do planeta e procurar sinais de vida," conclui Xavier Delfosse, outro membro da equipe.

Créditos: Astronomia On-line

Gigantesco tornado registrado no Sol, é 5 vezes maior que a Terra

Esse enorme tornado acima, entrou em erupção na superfície do Sol e é grande o suficiente para engolir o planeta Terra. De fato, ele poderia engolir cinco Terras. Descoberto usando o satélite Solar Dymanic Observatory, SDO, da NASA, essa colossal massa em rotação é feita de gás super aquecido com temperatura variando entre 50.000 e 2 milhões de graus Celsius. Durante o período de três horas, esse tornado se ergueu da superfície do Sol a uma altura de 200.000 km, ou algo igual à metade da distância entre a Terra e a Lua. Os gases aquecidos foram ejetados a uma velocidade de 300.000 km/h. Só para se ter algo para comparar a velocidade do vento em tornado na Terra atinge 200 km/h. Os cientistas, anteriormente já haviam visto tornados solares menores com outros satélites de observação do Sol, mas esse, registrado em Setembro de 2011, acredita-se seja o primeiro a ter sido filmado. Desde então, os pesquisadores já observaram no mínimo mais um tornado solar, um tornado do tamanho da Terra. Esses tornados normalmente antecedem eventos conhecidos como ejeções de massa coronal, ou seja, grandes erupções de partículas carregadas que explodem da superfície do Sol com uma energia enorme. Acredita-se que essas flares solares estejam relacionadas com interações entre as linhas de campo magnético do Sol, que têm um movimento giratório e que também forma tornados solares.

Créditos: Cienctec

O Grand Cânion e a luz da Lua

Nessa bela paisagem celeste noturna, registrada em 26 de Março de 2012, pode-se ver uma jovem Lua Crescente parada acima do distante horizonte oeste em conjunção com o brilhante planeta Vênus. Em primeiro plano, o Rio Colorado brilha à luz da Lua enquanto corta o Grand Cânion, visto desde o anel sul do cânion no chamado Ponto Lipan. O Grand Cânion é conhecido como uma das maravilhas naturais da Terra, escavado pelo Rio Colorado, a enorme fissura tem cerca de 440 quilômetros de comprimento, mais de 30 quilômetros de largura e chega a 1.6 quilômetros de profundidade. Além da Lua e de Vênus, na imagem acima é possível ver o compacto aglomerado das Plêiades, as estrelas do aglomerado das Híades, em forma de V, os dois localizados logo acima da Lua. O brilhante planeta Júpiter pode também ser visto na imagem abaixo do par Lua/Vênus, perto do horizonte oeste.

Créditos: APOD

Luna 23

O programa soviético de recolhimento e retorno para a Terra de amostras lunares foi uma tentativa corajosa de bater os americanos. Ele falhou em metade das tentativas, mas teve 3 missões de sucesso, a Luna 16, a Luna 20 e a Luna 24, talvez eles devessem ter denominado todas as suas missões com os mesmos números. A equipe da sonda LRO conseguiu com sucesso adquirir imagens em alta resolução que mostram em detalhes os locais onde o pouso foi conseguido com sucesso, fornecendo assim preciosas imagens do contexto geral da região que podem ser usadas para reavaliar a geologia do local onde as amostras foram recolhidas. Uma das imagens mais interessantes recuperadas é da Luna 23 que atingiu a Lua, mas não coletou nenhuma amostra e nem decolou de volta para a Terra. E agora nós sabemos porque, ela não se separou de maneira adequada. Tudo que se sabia antes das imagens da LRO era que a Luna 23 tinha enfrentado um mal funcionamento de seus equipamentos durante o pouso, e o mecanismo de amostragem não havia funcionado corretamente, mas a sonda manteve contato via rádio por três dias ainda. Agora, nós podemos ver que ela aparentemente se inclinou durante o pouso. De acordo com a imagem da LRO mostrada acima, parte da sonda mostrada pela letra D é o módulo de descida, que se apresenta ainda com o módulo de subida, A, em seu topo. Dois anos depois a sonda Luna 24 pousou com sucesso na superfície da Lua a 2.3 km de distância desse ponto de pouso da Luna 23, conseguiu perfurar o solo lunar, recolher amostras e retornar para a Terra. Na verdade essa foi a última vez que tivemos a oportunidade de ter amostras da Lua na Terra.

Créditos: LPOD

Hodgkins

Essa imagem da cratera Hodgkins em Mercúrio nos dá a oportunidade de observar de forma espetacular o seu belo interior e a cobertura de material ejetado e recente da cratera de impacto raiada. A partir de uma visão mais aberta, mostrada abaixo, pode-se observar a distribuição assimétrica do material ejetado indicando um impacto que ocorreu com um ângulo baixo com relação à superfície, pode-se ainda ver na imagem mais detalhada que a cratera Hodgkins se formou no topo de uma cratera mais antiga e que ela possui uma pequena cratera raiada localizada na cobertura de material ejetado por ela.

Créditos: MESSENGER

quinta-feira, 29 de março de 2012

Hydraotes Chaos

A imagem acima de Marte foi feita pelo instrumento THEMIS a bordo da sonda Mars Odyssey e mostra um terreno muito intrigante e caótico na região conhecida como Hydraotes Chaos. O terreno caótico é normalmente feito de vales pontuados com numerosas mesas e colinas bem como por cavidades ocasionais. Essas feições normalmente se combinam de uma maneira que fazem com que sejam observadas como padrões. O terreno no centro da imagem lembra uma teia de aranha, com muitas feições intercambiadas. A região de Hydroates Chaos mede cerca de 300 km de Leste para Oeste e cerca de 350 km de Norte para Sul e localiza-se num vale que faz divisa a nordeste com Ganges Chasma e a leste do Valles Marineris. Os canais observados nessa imagem foram criados por inundações catastróficas da região ocorridas a aproximadamente 2 a 3.8 bilhões de anos atrás. Essa idade foi determinada através da contagem de crateras na superfície, um método usado pelos cientistas para determinar a idade relativa de terrenos pertencentes a corpos extraterrestres. A idéia é que quanto mais crateras existam em uma região, mais velha é essa feição já que as feições recentes pouco provavelmente são atingidas por muitos impactos de asteróides.

Créditos: Mars Travel

Borda da cratera Sharp com material escuro e pedregulhos

A imagem acima feita com a câmera de enquadramento da sonda Dawn mostra parte nítida e jovem do anel de uma grande cratera na parte superior da imagem. Pode-se ver na imagem acima material brilhante escorregando em direção ao centro da cratera mas que é na sua maioria sobreposto por um material escuro, que tem uma aparência manchada e que é distribuído de forma razoavelmente densa através de parte da cratera visível nessa imagem. Ao redor da parte central do anel da cratera existem alguns pedaços de rochas, que podem ser identificados por suas sombras escuras. Esses pedaços de rochas provavelmente também escorregaram em direção ao centro da cratera. A região ao redor da cratera é razoavelmente suave, sugerindo que ela seja coberta de material ejetado de granulação fina. A região mostrada nessa imagem está localizada no Quadrante Urbinia do asteróide Vesta e o centro da imagem localiza-se nas coordenadas de 63.3 graus de latitude sul e 311.0 graus de longitude leste. A sonda Dawn da NASA obteve essa imagem com sua câmera de enquadramento através de seu filtro limpo no dia 13 de Dezembro de 2011. A distância entre a superfície do asteróide Vesta e a sonda Dawn no momento da imagem era de 272 quilômetros e a resolução da imagem é de 25 metros por pixel. Essa imagem foi adquirida durante a fase LAMO, ou seja, Low Altitude Mapping Orbit, da missão da sonda Dawn em Vesta.

Créditos: DAWN

Ejeção em forma de explosão estelar

Pequenas crateras de idade copérnica na Lua e sua cobertura de material ejetado, às vezes pode parecer miniaturas de explosões estelares. Para crateras jovens como essa, localizada nas coordenadas de 25.876 graus de latitude sul e 136.081 graus de longitude leste, a alta refletância do material ejetado é causada pelo fato dele ter sido recentemente exposto pelo processo de impacto e por ser um material realmente jovem. Quando nós observamos a cobertura de material ejetado de uma cratera em detalhe, podemos ver que existe uma grande variação em refletância dentro desse material ejetado o que faz parecer que esse material é varrido para fora da cratera em camadas. Durante o evento de impacto, o material é ejetado de uma cratera em crescimento e é depositado por um curto período de tempo. Contudo, a deposição não é instantânea e o material ejetado é expelido da cratera em crescimento em diferentes velocidades e ângulos dependendo de onde dentro da cavidade impactada ele se originou. Uma parte da rocha atingida é derretida e é também espalhada para fora da cratera com material pulverizado. Os dedos escuros e brilhantes de material ejetado podem ser vistos na imagem mais ampla e pode representar materiais granulares e derretidos, respectivamente. Além disso, o material ejetado localizado mais distante da cratera é mais fino e menos contínuo do que o material mais próximo da cratera. Na margem distal da cobertura de material ejetado o contraste observado pode simplesmente ser devido à maturação do material original mostrado entre os dedos de material recentemente ejetado. Com o passar do tempo geológico, o padrão explosivo do material ejetado gradativamente irá desaparecer à medida que o material amadurece e eventualmente no futuro nenhuma cobertura de material ejetado de crateras será visível em imagens da Lua feitas por sondas como a LRO.

Créditos: LROC

Lua e Vênus sobre Sierra de Guadarrama

787 O que aparece logo acima da silhueta da cadeia de montanha vista na imagem acima? A Lua. Especificamente, a Lua da Terra foi registrada um pouco acima do horizonte na sua fase crescente bem jovem. A Lua que nos é familiar pode nessa foto parecer um pouco estranha, isso se deve ao fato da exposição dada na foto mostrar de forma significante o brilho da Terra, ou seja, a iluminação da parte noturna da Lua devido à luz do Sol refletida pela Terra. À direita e bem brilhante podemos ver também o planeta Vênus. Vênus e Júpiter passaram bem próximos um do outro durante o final do mês de Fevereiro e o mês de Março, numa bela conjunção planetária. Essa semana, mas especificamente no dia 26 de Março de 2012, eles receberam a companhia bem próxima também da jovem Lua crescente. A imagem acima, em particular foi feita em Madrid, na Espanha. A silhueta do horizonte em segundo plano inclui alguns dos Sete Picos da cadeia de montanhas Sierra de Guadarrama. Poucos minutos depois dessa foto ter sido feita, a Lua se pôs.

Créditos: APOD

quarta-feira, 28 de março de 2012

Duas avalanches

A imagem acima de Marte foi feita pela câmera HiRISE e mostra duas avalanches na região polar norte do Planeta Vermelho. A equipe da HiRISE conseguiu sem muita dificuldade delimitar toda a avalanche na coleção de imagens obtidas pela câmera em 2008. As imagens da esquerda mostram o contexto de onde a avalanche ocorreu e delimita qual a área que está mostrada na imagem da direita. As nuvens de poeira produzidas pelas avalanches são imensas. A nuvem mostrada na imagem superior mede cerca de 180 metros de diâmetro e se estende por aproximadamente 190 metros a partir da base do desfiladeiro. As sombras para a parte inferior esquerda de cada imagem indicam que essas feições são nuvens de poeira e nada estranho na superfície de Marte. O desfiladeiro em particular que é mostrado na imagem tem mais de 700 metros de altura e seu talude tem uma inclinação de 60 graus em determinadas áreas. A parte superior esquerda dessas imagens mostram o dióxido de carbono congelado que ainda cobre o topo das escarpas. É importante que nós possamos aprender como e por que esses processos geológicos funcionam de modo que assim podemos ter uma imagem precisa de como Marte evoluiu e como ele parecia no passado. Se nós conseguirmos entender o ambiente do passado de Marte nós podemos melhor determinar se Marte foi em algum momento da sua história um planeta mais hospitaleiro para o desenvolvimento da vida e nós podemos assim usar essa informação para determinar como o ambiente é atualmente em Marte e como será no futuro.

Créditos: Mars Travel

A espetacular Ryder

A cratera Ryder na Lua tem uma forma bem estranha. Quando se observa a cratera, uma pergunta vem a tona, ela é uma cratera ou são duas? Ela tem 17 km em sua direção maior e 13 km na direção menor. O interior oeste da cratera está localizada a aproximadamente 1.500 metros abaixo do anel oeste, enquanto que a porção leste do anel está a 3.000 metros acima do mesmo interior. O escudo leste observado acima está 5.000 metros acima do anel oeste. Como a cratera Ryder ficou desse jeito? Ela se formou num talude íngreme, que certamente contribuiu para a sua estranha morfologia, mas ela pode ter se formado como resultado de um impacto oblíquo. Mas por que a sua forma lembra um boneco de neve? Ela foi formada por um impacto, ou por um asteróide que se dividiu? Como na maior parte dos complicados problemas geológicos, a resposta real é provavelmente uma combinação das duas hipóteses. A cratera Ryder tem esse nome em homenagem a Graham Ryder um geólogo planetário que fez importantes contribuições para o nosso entendimento atual sobre a Lua. A imagem dessa cratera faz todo o sentido essa semana, pois está acontecendo a Lunar and Planetary Science Conference, onde muitos resultados sobre a Lua, Marte, Mercúrio e outros corpos do Sistema Solar estão sendo apresentados. A imagem estereográfica feita com a câmera WAC da sonda LRO nos fornece uma impressionante imagem da topografia global dessa cratera. Contudo, para revelar a verdadeira história da cratera Ryder os cientistas precisam de mapas topográficos com linhas de contorno a cada 10 metros ou com uma resolução ainda melhor. Com o progresso da missão LRO a cratera Ryder será imageada em estereografia pela câmera NAC da sonda LRO, fornecendo aos cientistas imagens com melhor resolução e dando assim a oportunidade de modelar como essa cratera única se formou.

Créditos: LROC

Veios minerais

As feições lineares brilhantes nas imagens aqui reproduzidas cortam o embasamento na região dessa cratera em Marte e parecem com veios mineralizados. Veios mineralizados são corpos minerais em forma de lençóis formados pela água que fluiu através das fraturas. A região mostrada nessa imagem é a parte central soerguida de uma grande cratera de impacto, com aproximadamente 50 km de diâmetro, onde o embasamento profundo, foi levantado cerca de 5 km e então fraturado. O calor proveniente do gelo derretido pelo impacto na crosta de Marte criou o sistema hidrotermal. Essa poderia ter sido no passado uma zona habitável do Planeta Vermelho.

Créditos: HiRISE

terça-feira, 27 de março de 2012

Halo lunar, Órion e Grossglockner

A foto acima mostra uma bela composição de paisagem celeste e terrestre. Na imagem é possível ver um belo halo de 22 graus ao redor de uma Lua Minguante, a constelação de Órion e a paisagem de meio de inverno no Vale Fusch na parte central oeste da Áustria. Na parte inferior central em segundo plano está o Grossglockner, a montanha mais alta da Áustria com 3.798 metros. Fusch an der Grosslocknerstrasse é a cidade localizada no final do vale. Halos lunares como esse se formam em nuvens do tipo cirros compostas de cristais de gelo hexagonais e aleatoriamente orientados. A luz da Lua passa através da face lateral desses cristais e é refratada com um ângulo de 22 graus e então sai por uma face também lateral só que oposta à que a luz entrou. Pode-se notar que a faixa mais interna do halo aparece avermelhada, isso acontece pelo fato da luz vermelha ser menos desviada do que as outras cores visíveis da luz.

Créditos: EPOD

Cratera de impacto com borda suavizada

Essa imagem feita com a câmera de enquadramento da sonda Dawn da NASA, mostra uma grande cratera de impacto que tem seu anel suavizado e degradado. Existem ainda na imagem muitas crateras menores e mais jovens ao redor da grande cratera que possuem seus anéis novos e ainda bem nítidos. Geralmente, o fato do anel de uma cratera ser suavizado ou ser nítido indica se a cratera é jovem ou velha. Na parte superior da imagem pode-se ver uma alternância de material escuro e brilhante que parece estar escorregando pelo anel da cratera. Existem também muitas ondulações cortando toda a paisagem. Essa imagem mostra uma região localizada no Quadrante Oppia do asteróide Vesta e o centro da imagem localiza-se nas coordenadas de 4.0 graus de latitude sul e 358.6 graus de longitude leste. A sonda Dawn da NASA obteve essa imagem através de sua câmera de enquadramento usando o filtro limpo no dia 13 de Dezembro de 2011. A distância entre a sonda Dawn e a superfície do asteróide Vesta no momento da imagem era de 272 quilômetros e a resolução da imagem é de 25 metros por pixel. Essa imagem foi adquirida já na fase LAMO, ou seja, Low Altitude Mapping Orbit da missão da sonda Dawn em Vesta.

Créditos: DAWN

Detalhe das crateras com depósitos brilhantes de radar em Mercúrio

A órbita altamente excêntrica da sonda MESSENGER, que passa baixo sobre a região polar norte de Mercúrio, permite imagens de maior resolução da superfície da porção norte de Mercúrio do que da porção sul do planeta. Mostrado acima está uma porção da imagem abaixo, a grande cratera de 100 km de diâmetro no centro está localizada nas coordenadas 72.5˚ N e 67.4˚ E, e foi recentemente denominada de Stieglitz em homenagem ao fotógrafo americano Alfred Stieglitz. De particular interesse podemos notar as crateras que abrigam feições brilhantes de radar em baixas latitudes, estendendo até 67˚ N, e as muitas crateras menores que abrigam depósitos brilhantes de radar. As crateras de baixa latitude e as crateras pequenas fornecem um ambiente desafiante termicamente falando para que o gelo de água exista. Uma fina camada isolante é provavelmente necessária para cobrir e para diminuir a temperatura desses depósitos se eles são de gelo de água. Contudo, as crateras menores e as localizações de latitude mais baixa podem ser um desafio para a estabilidade do gelo de água sobre extensos períodos do tempo geológico mesmo com essa cobertura.

Créditos: MESSENGER

Buracos negros famintos comem dois pratos de uma vez

Quase todas as galáxias conhecidas no universo abrigam em seu centro um buraco negro supermaciço. Eles têm aumentado sua massa, já milhões de vezes superior à do Sol, desde o Big Bang. Mas como eles conseguem acumular tanta matéria? Em um modelo simples de buraco negro, o modo de expandir a massa seria atraindo gás através de suas bordas. Este gás formaria, naturalmente, um disco espiralado ao redor do buraco negro. Entretanto, por questões físicas gravitacionais, esse procedimento levaria trilhões de anos para acumular massa. Astrônomos da Universidade de Leicester (Inglaterra) defendem que a formação de um único disco gasoso seria inviável: os buracos negros precisam arrumar algum outro jeito de engolir matéria tão rapidamente. Pensando nisso, os cientistas criaram um modelo que compreende não um, mas dois discos rotatórios à volta do buraco negro. Um deles, menor, estaria orbitando bem junto à borda do buraco negro, e o externo orbitaria por fora do primeiro. Além de estarem em posições distintas, os discos orbitam em eixos opostos e ângulos diferentes. Dessa forma, o gás contido em ambas as “órbitas” tende a colidir, devido à força centrífuga. O buraco negro, por sua vez, aproveita essas colisões para “se alimentar”, engolindo matéria de ambos os discos. Segundo as simulações computadorizadas dos astrônomos, o fato de haver dois discos aumenta em mais de mil vezes o potencial de atração de um buraco negro. São duas fontes fornecendo matéria para o buraco em escala exponencial. Falta determinar, no entanto, como exatamente tal matéria é direcionada para o interior do buraco.

Créditos: NewScientist

Hubble observa a UFO

O Telescópio Espacial Hubble das Agências Espaciais NASA e ESA registrou um UFO, bem, na realidade a Galáxia UFO, para ser mais preciso. A NGC 2683 é uma galáxia espiral que é observada desde a Terra quase que completamente de lado, dando a ela uma forma clássica das naves alienígenas vistas em filmes. E esse é o motivo mais do que justificável para os astrônomos terem dado a ela esse interessante apelido. Enquanto galáxias que estão de frente para nós e que são fotografadas pelo Hubble nos dão uma visão detalhada da sua estrutura, uma imagem de uma galáxia de lado como essa tem suas particularidades. Por exemplo, esse tipo de imagem dá aos astrônomos a grande oportunidade de observar as delicadas linhas de poeira dos braços espirais que têm suas silhuetas projetadas contra o núcleo dourado da galáxia. Talvez de forma surpreendente, imagens de galáxias que se apresentam de lado como essa não impedem os astrônomos de deduzir suas estruturas. Estudos das propriedades da luz vinda da NGC 2683 sugerem que essa é uma galáxia espiral barrada mesmo que o ângulo de visão dela não nos permita ver diretamente essa característica. A NGC 2683 foi descoberta em 5 de Fevereiro de 1788, pelo famoso astrônomo William Herschel, e localiza-se na constelação do norte, Lynx. Essa constelação de forma interessante tem esse nome pois lembra o felino lince, mas pelo caso de ser muito apagada ela necessita realmente de olhos de lince para que possa ser identificada. E quando você consegue identificá-la e observá-la em detalhe, tesouros escondidos como esse fazem valer cada segundo de busca. Essa imagem foi produzida a partir de dois campos adjacentes observados na luz visível e na luz infravermelha pela Advanced Camera for Surveys do Hubble. Uma estreita listra que aparece difusa e cruzando grande parte da imagem de forma horizontal é o resultado da lacuna entre os detectores do Hubble. Essa listra foi preenchida usando imagens dessa galáxia feitas por telescópios baseados em Terra que mostram muito menos detalhes. O campo de visão dessa imagem é de aproximadamente 6.5 por 3.3 arcos de minuto.

Créditos: Space Telescope

Poeira cobrindo a superfície de pequenas e novas crateras

Essa imagem feita com a câmera de enquadramento da sonda Dawn da NASA mostra uma parte da superfície relativamente suave do Vesta. Essa textura suave se deve provavelmente ao fato da superfície ser coberta por uma camada de pequenas partículas de poeira. Geralmente, as partículas menores aparecem mais suaves do que as grandes partículas em imagens como essas feitas pela sonda Dawn do asteróide Vesta. As delimitações de algumas crateras velhas e degradadas podem ser vistas abaixo dessa cobertura de poeira. No topo da camada de poeira estão crateras jovens e pequenas, que devem ter se formado por objetos que atingiram a superfície quando a poeira já cobria a superfície. Existe também um grande número de ondulações, cruzando a imagem de forma diagonal no topo da camada de poeira. Essa imagem mostra uma região localizada no Quadrante Bellicia do Vesta e o centro da imagem localiza-se nas coordenadas de 25.7 graus de latitude norte e 22.4 graus de longitude leste. A sonda Dawn da NASA obteve essa imagem com sua câmera de enquadramento através do filtro limpo no dia 13 de Dezembro de 2011. A distância entre a sonda Dawn e a superfície do Vesta no momento da imagem era de 272 quilômetros e a imagem tem uma resolução de 25 metros por pixel. Essa imagem foi adquirida durante a chamada fase LAMO, ou Low Altitude Mapping Orbit da missão da Dawn em Vesta.

Créditos: DAWN

Cavidades incomuns descobertas no planeta Mercúrio

O que são essas feições pouco comuns na superfície do planeta Mercúrio? A tonalidade levemente azulada dessas feições chamadas de cavidades, ou hollows, em inglês foi exagerada na imagem acima obtida pela sonda robô MESSENGER que atualmente se encontra na órbita de Mercúrio. As depressões arredondadas parecem diferente das crateras de impacto e nada parecido até então foi notado na Lua, por exemplo, ou em nenhum outro ponto do Sistema Solar. A imagem acima mostra uma seção da bacia de impacto Raditladi que tem aproximadamente 40 quilômetros de largura que incluem montanhas do pico central. Uma hipótese para a formação dessas cavidades é que elas se formaram pela sublimação do material exposto e aquecido durante o violento impacto que criou a bacia Raditladi. A sonda MESSENGER da NASA é a primeira sonda a entrar na órbita de Mercúrio e está atualmente programada para explorar o planeta mais interno do Sistema Solar em 2013.

Créditos: MESSENGER

segunda-feira, 26 de março de 2012

Por que Vênus não tem nenhuma lua?

Um dos vários mistérios do nosso Sistema Solar é a razão pela qual Vênus não possui nenhuma lua. Uma das explicações sugere que nosso planeta irmão teve no passado remoto uma lua, mas ela foi destruída. A nossa Lua se formou quando um objeto do tamanho de Marte chocou-se com a Terra primordial há 4,5 bilhões de anos, expelindo uma quantidade enorme de material em órbita, o qual se juntou. Normalmente, os materiais lançados balisticamente meramente retornam a superfície da Terra, mas o impacto foi tão violento que temporariamente deformou a Terra e seu campo gravitacional. Assim a gravidade distorcida permitiu que o material permanecesse em órbita. Desde que se formou, a Lua tem se afastado gradualmente da Terra devido as interações gravitacionais entre os dois corpos: a Lua cria marés na Terra e estas marés reagem de volta sobre a Lua forçando seu afastamento e a redução do período de rotação da Terra. Tendo em vista que Vênus é quase idêntico em tamanho e na composição em relação a Terra os cientistas estimam que Vênus deve ter sido abalroado por objetos massivos no início da história do Sistema Solar. Uma hipótese é que estes corpos não distorceram a gravidade de Vênus o suficiente para permitir que escombros permaneçam em órbita. Outra teoria é que uma lua realmente se formou e se afastou até um ponto em que escapou do planeta. O problema com a segunda hipótese é que essa fuga deveria demorar de bilhões a dezenas de bilhões de anos, ou seja, a tal lua seria detectada hoje por nós. Em outubro de 2006, na conferência anual de ciências planetárias, em Pasadena, Califórnia, Alex Alemi e David Stevenson da Caltech argumentaram que o mistério pode estar atrelado à outra anomalia de Vênus: o seu sentido de rotação, extremamente lento (uma volta a cada 243 dias terrestres) e excepcionalmente retrógrado (no mesmo sentido dos ponteiros do relógio, se visto do seu pólo norte, ao invés do contrário, como ocorre na Terra e nos demais planetas, exceto Urano que gira deitado, com eixo a 98º). Assim, os cientistas sugeriram que Vênus passou não por um, mas por pelo menos dois grandes impactos. Pela tese levantada, o primeiro choque na lateral de Vênus teria causado o seu movimento prógrado (similar ao da Terra. Este violento impacto teria por sua vez criado uma lua que tenderia a se afastar de Vênus (como a nossa Lua). No impacto seguinte o outro lado de Vênus teria sido atingido e o planeta passou a girar de forma retrógrada, cancelando o movimento prógrado da primeira colisão. O "cancelamento" não foi exato, a gravidade solar poderia ter completado o serviço freando o movimento ou até revertendo-o. Assim esta inversão de sentido de rotação alterou as interações gravitacionais na lua e Vênus causando a sua aproximação e a seguir a sua colisão e fusão com Vênus. O segundo impacto pode ter criado outra lua ou não. Se este evento a criou, esta lua poderia ter sido afetada gravitacionalmente pela primeira, espiralando em queda para chocar-se com Vênus. Stenvenson alega que este modelo poderá ser comprovado se analisarmos a assinaturas isotópicas das rochas venusianas. Por enquanto, sua principal importância tem sido reacender sobre a inexistência de luas em Vênus, um enigma interessante que os cientistas planetários raramente exploram.

Créditos: Eternos Aprendizes

Proton-M/Briz-M lança Intelsat-22

O foguetão Proton-M/Briz-M foi lançado às 1210:32UTC do dia 25 de Março de 2012 para iniciar uma missão de cerca de 15 horas e 30 minutos com o objetivo de colocar em órbita o satélite de telecomunicações Intelsat-22. Com um céu pontilhado de nuvens sobre a Plataforma de Lançamento PU-39 do Complexo de Lançamento LC200 do Cosmódromo de Baikonur, Cazaquistão, a contagem decrescente decorreu sem qualquer problema e o foguetão foi lançado à hora prevista. Todas as fases iniciais da missão (separação dos três estágios iniciais, separação da carenagem de proteção e separação do estágio Briz-M) decorreram sem problemas. O estágio Briz-M levou a cabo a sua primeira ignição entre as 1221:48UTC e as 1226:07UTC, sendo realizadas mais quatro queimas antes da separação do Intelsat-22. O satélite Intelsat-22 foi construído pela Boeing Satellite Systems e é baseado no modelo BSS-702MO, tendo uma massa de 6.199 kg no lançamento e um período de vida útil de 18 anos. Está equipado com 22 repetidores de banda C, 18 repetidores de banda Ku e 18 repetidores UHF que irão fornecer serviços para a África, Ásia, Europa, Médio Oriente e Oceano Índico. As forças de defesa australianas compraram a carga UHF que será utilizada durante 15 anos. Esta é a primeira missão da ILS (International Launch Services) que irá utilizar uma órbita supersincronizada com os primeiros três estágios a utilizar uma ascensão standard para colocar o Briz-M numa trajetória suborbital. A partir daqui, o Briz-M realiza várias manobras colocando-se primeira numa órbita preliminar, seguindo-se uma órbita intermédia, uma órbita de transferência e finalmente uma órbita de transferência para a órbita geossíncrona. Na separação o Intelsat-22 estava colocado numa órbita com um apogeu a 65.000 km de altitude, perigeu a 3.791 km de altitude e inclinação orbital de 28,5º.

Créditos: AstroPT

Pistas da evolução das galáxias

A galáxia Speca, que está cerca de 1,7 bilhão de anos-luz da Terra, tem uma combinação de características nunca antes vistas, propiciando o conhecimento de processos que desempenharam funções importantes no crescimento de galáxias e aglomerados de galáxias no início da história do Universo. A galáxia espiral é apenas a segunda, em oposição à elíptica, galáxia conhecida por produzir grandes e poderosos jatos de partículas subatômicas que se movem a velocidades próximas à da luz. É também uma das duas únicas galáxias que mostram que essa atividade ocorreu em três episódios separados. Jatos gigantes de partículas muito rápidas são alimentados por buracos negros supermassivos em núcleos de galáxias. Ambas as galáxias elípticas e em espiral abrigam tais buracos negros, mas apenas Speca e uma outra galáxia espiral foram vistos a produção de jatos de grande porte. Os jatos saem para fora a partir dos pólos de discos com rápida rotação de material em órbita do buraco negro. No Universo jovem, as galáxias em aglomerados teriam recolhido material adicional, colidindo uns com os outros, passando por explosões de formação de estrelas, e interagindo com o material primordial. Speca está mostrando evidência desse fenômeno. Speca, que é um acrônimo para Spiral-host Episodic radio galaxy tracing Cluster Accretion, chamou a atenção dos astrônomos através de uma imagem produzida pelos dados combinados do Sloan Digital Sky Survey (SDSS) e o FIRST Survey, juntamente com o radiotelescópio Very Large Array (VLA) da National Science Foundation. Prosseguindo às observações com o telescópio óptico Lulin, em Taiwan e dados em ultravioleta do satélite Galex da NASA foi confirmado que os lobos gigantes de emissão de rádio, normalmente visto vindo de galáxias elípticas, estavam vindo de uma galáxia espiral com formação estelar em curso. A equipe de pesquisadores também examinou a galáxia em imagens do NRAO VLA Sky Survey (NVSS), em seguida, fez novas observações com o Giant Meterwave Radio Telescope (GMRT) na Índia, que observa em comprimentos de onda mais longos do que o VLA e é o principal telescópio para observar nesses comprimentos de onda longa. Com esta variedade impressionante de dados de todo o espectro eletromagnético, os pesquisadores desvendaram a história complexa e fascinante da galáxia. As imagens de rádio da pesquisa VLA FIRST mostrou um par de lobos emissores de rádio. Imagens do NVSS mostrou um outro par, distinto dos lobos mais distante da galáxia. As imagens GMRT confirmou este segundo par, mas mostrou um outro par, menor perto da galáxia, provavelmente produzido pelas partículas de jato mais recentemente expulsos. A maior surpresa, a natureza de baixa frequência dos lobos periféricos mais antigos, deu uma dica valiosa sobre a galáxia e o aglomerado. Os lobos periféricos emissores de rádio são velhos o suficiente para que suas partículas pudessem ter perdido a maior parte de sua energia e deixassem de produzir emissões de rádio. É possível que esses velhos lobos foram abastecidos por ondas de choque de rápida movimentação de materiais colapsando no aglomerado de galáxias. Todos esses fenômenos combinados fazem de Speca e dos seus vizinhos um laboratório valioso para estudar como galáxias e aglomerados de galáxias evoluiram a bilhões de anos atrás.

Créditos: National Radio Astronomy Observatory

domingo, 25 de março de 2012

Galáxia espiral barrada NGC 1300

Grande e bonita, a galáxia espiral barrada, NGC 1300 localiza-se a aproximadamente 70 milhões de anos-luz de distância nos bancos da constelação de Eridanus. Essa visão composta feita pelo Telescópio Espacial Hubble dessa maravilhosa ilha do universo, é uma das maiores imagens já feitas pelo Hubble de uma galáxia completa. A NGC 1300 se espalha por mais de 100.000 anos-luz e a imagem do Hubble revela detalhes surpreendentes da barra central dominante da galáxia e de seus majestosos braços espirais. De fato, numa análise detalhada o núcleo dessa clássica espiral barrada por si só mostra uma destacada região de estrutura espiral com aproximadamente 3.000 anos-luz de diâmetro. Diferente de outras galáxias espirais, como por exemplo, a Via Láctea, a NGC 1300 não tem, pelo menos ao que se conhece até o momento um buraco negro massivo central.

Créditos: APOD

Visão em perspectiva da topografia de Mercúrio

A imagem acima mostra uma visão em perspectiva de uma imensa planície vulcânica que se espalha pelas latitudes do hemisfério norte de Mercúrio e que foi colorida de modo a representar a altura topográficas das feições na superfície do planeta. As feições coloridas em roxo são as regiões mais baixas e as feições coloridas em branco representam as maiores alturas. A variação total de altura mostrada na imagem acima é de 10 km o que é menor do que a variação encontrada na Lua, 20 km e em Marte, 30 km.

Créditos: MESSENGER

sábado, 24 de março de 2012

Lua Nova nos braços da Lua Velha

Também conhecido como o brilho cinzento da Lua, o brilho da Terra é a luz da Terra que ilumina o lado noturno da Lua. Essa foto foi feita no dia 20 de Março, equinócio na Terra e para a cultura persa representa o ano novo, desde Esfahan no Irã, planeta Terra. A imagem telescópica acima registra o forte brilho da Terra numa Lua Crescente, também conhecida como Lua Velha. Nessa imagem pode-se ver que a parte do disco escuro da Lua que é iluminado pela Terra parece estar nos braços da parte da Lua Crescente brilhante. Se a Terra fosse vista da Lua nesse momento sua imagem seria realçada também. O brilho da Terra se deve à luz do Sol que é refletida no nosso planeta e sabe-se também que esse brilho é fortemente influenciado pela cobertura de nuvens presente no planeta Terra. Uma descrição histórica do brilho da Terra, em termos da luz do Sol que é refletida pelos oceanos da Terra e que ilumina a superfície escura da Lua foi escrita há 500 anos atrás por Leonardo da Vinci.

Créditos: APOD

Raio verde observado perto de Esparta, Grécia

A foto acima mostra um Sol pintado de rosa com uma mancha verde em seu topo como foi observado perto de Esparta, na Grécia no último verão. Nesse claro e calmo amanhecer, o fotógrafo se posicionou numa cadeia de montanha numa altura de aproximadamente 1.830 metros com uma visão desobstruída do horizonte leste e do nascer do Sol. O anel verde aqui é referido como um raio verde simulado. Se as condições estiverem perfeitas, a dispersão atmosférica pode produzir imagens separadas de cada cor do espectro o que resulta num raio verde da parte mais superior do Sol enquanto ele nasce. A miragem do raio verde é causado pela inversão térmica, ou seja, a presença de uma camada de ar quente sobre um ar mais frio. Para aumentar as suas chances de ver um raio verde, como esse, use um pequeno telescópio ou binóculos, mas proteja seus olhos quando olhar diretamente para o Sol.

Créditos: EPOD

Entenda o fenômeno do Pilar Solar

Reflexão, difração e refração dos raios luminosos quase sempre produzem belos e enigmáticos efeitos visuais, alguns deles até beirando o sobrenatural. Arco-íris e miragens são os mais conhecidos. No entanto, existem outros efeitos um pouco mais raros, como o Pilar Solar, uma verdadeira coluna de luz que emerge no horizonte. Quando dirigia seu carro pela cidade de Ontário, no Canadá, o fotógrafo Rick Stankiewicz se deparou com uma dessas colunas e imediatamente registrou o fenômeno, descrito por ele como "estranho e maravilhoso". Na cena, um poderoso feixe de luz vermelha parece brotar do horizonte e atinge as nuvens espalhadas quilômetros acima, lembrando raios lasers disparados contra o céu nos espetáculos ao ar livre. Batizado como Pilar Solar ou Pilar de Luz, o fenômeno é produzido por cristais de gelo que se formam na alta atmosfera. Ao caírem, têm sua face posterior aplainada pela resistência do ar, permitindo que a luz do Sol vinda de baixo seja refletida em direção ao solo. O resultado é a formação de uma gigantesca coluna de luz que pode medir entre 5 e 10 graus angulares, o equivalente entre 10 e 20 vezes o tamanho visual do disco solar. Os pilares podem surgir de cima para baixo do Sol ou ao contrário, dependendo de como a luz atinge a face aplainada do cristal. Além disso, a largura do pilar é determinada basicamente pelo ângulo da luz incidente e quanto mais inclinado estiver o cristal, mais largo parecerá o pilar. Algumas vezes, correntes de ventos deslocam os cristais e fazem o pilar se mover sobre o horizonte. Apesar de serem conhecidos por se formarem pela reflexão da luz solar, os pilares luminosos também podem ser criados artificialmente pela presença de intensas fontes luminosas terrestres. Quando cristais de gelo flutuam próximos a você, pilares, halos e outros efeitos luminosos podem ser vistos em torno de postes de iluminação a poucos metros de distância, criando um efeito ainda mais interessante!

Créditos: Apolo 11

Luz e sombra

Ontem publiquei aqui no blog uma imagem do asteróide Vesta, onde somente os pontos mais altos de uma determinada região podiam ser observados, devido ao inverno no hemisfério norte do asteróide. A imagem de hoje, mostrada acima, também foi feita pela câmera de enquadramento da sonda Dawn e mostra uma área também ao norte do asteróide, porém com uma iluminação um pouco melhor do que a imagem postada ontem. Isso acontece pois essa área está um pouco ao sul da área de ontem. À medida que o asteróide caminha do inverno para a sua primavera a luz do Sol começa aos poucos a atingir pontos mais ao norte do objeto. Na imagem acima é possível observar muitas crateras, o que é consistente com essa área imageada que realmente se localiza numa porção do hemisfério norte do asteróide altamente povoada por crateras. Existe também uma ondulação distinta que tem aproximadamente 10 km de comprimento, na parte central esquerda da imagem e que é destacada pela luz do Sol. A área imageada acima se localiza no Quadrante Bellicia do asteróide Vesta, e o centro da imagem localiza-se nas coordenadas 47.0 graus de latitude norte e 37.6 graus de longitude leste. A sonda Dawn da NASA obteve essa imagem com sua câmera de enquadramento e através de seu filtro limpo no dia 19 de Novembro de 2011. A distância entre a sonda Dawn e a superfície do Vesta no momento da imagem era de 272 quilômetros e a resolução da imagem é de 25 metros por pixel. Essa imagem foi adquirida durante a chamada fase LAMO, ou seja, Low Altitude Mapping Orbit, da missão Dawn em Vesta.

Créditos: DAWN

Pedregulhos no chão da Bacia Hellas

Essa imagem revela pedaços rochosos no interior da gigantesca bacia de impacto Hellas em Marte. Os pedaços de rochas estão grosseiramente alinhados. Talvez esses pedaços de rochas foram depositados ou esculpidos pelo fluxo de gelo na forma de geleiras.

Créditos: HiRISE

sexta-feira, 23 de março de 2012

Planetas que "viajam" a 50 milhões km/h

Quando há sete anos os astrônomos descobriram uma estrela hiperveloz - passou pela galáxia a 2,4 milhões km/h - surgiu a questão se era possível algo idêntico acontecer com um planeta. Desde então já são conhecidas 16 estrelas do gênero e especialistas do centro de Astrofísica de Harvard Smithsonian e da Universidade de Dartmouth revelam agora que sim: também há planetas passando pela Via Láctea muito, muito rapidamente. "Esses mundos podem ser os objetos voadores mais rápidos da nossa galáxia", salienta Avi Loeb, um dos autores do estudo. Os planetas podem passar uma velocidade de 50 milhões km/h, qualquer coisa como 14 mil km/s. "Se alguém vivesse (num planeta desses), seria como estar montado num touro mecânico desde o centro da Via Láctea até ao universo exterior", acrescentou. "Além das partículas subatômicas, não conheço nada que seja capaz de abandonar a galáxia tão rápido como fazem estes planetas errantes", salientou Idan Ginsburg, investigador da Universidade de Dartmouth. Isto acontece quando um sistema estelar duplo aproxima-se demasiado de um buraco negro. As forças gravitacionais fazem com que a união se rompa e uma das estrelas é puxada para o buraco negro.

Créditos: Diário de Notícias

Nebulosa Cygnus Loop

Finos filamentos de poeira e gás quente brilham de forma intensa nessa imagem em ultravioleta da nebulosa Cygnus Loop, feita pelo Galaxy Evolution Explorer da NASA. A nebulosa localiza-se a aproximadamente 1.500 anos-luz de distância e é a parte remanescente de uma supernova deixada para trás depois da explosão de uma estrela massiva ocorrida entre 5.000 e 8.000 anos atrás. A Cygnus Loop tem um tamanho maior que três Luas Cheias no céu noturno, e está enfiada perto de uma das asas do cisne, na constelação de Cygnus. Os filamentos de gás e poeira visíveis aqui na luz ultravioleta foram aquecidos pelas ondas de choque geradas na supernova, e que ainda estão se espalhando pelo espaço desde sua explosão original. A supernova original que deu origem a essa nebulosa teria sido brilhante o suficiente para ter sido vista da Terra claramente a olho nu.

Créditos: NASA

Mapa geológico de Io revela superfície vulcânica do outro mundo

Mais de 400 anos após a descoberta de Io por Galileu, a mais interior das grandes luas de Júpiter, uma equipe de cientistas da Universidade Estatal do Arizona, EUA, produziu o primeiro mapa geológico global e completo do satélite joviano. O mapa, publicado pelo USGS (U.S. Geological Survey), revela as características e idades relativas de alguns dos mais geologicamente únicos e ativos vulcões e fluxos de lava já registados no Sistema Solar. Desde a sua descoberta por Galileu em Janeiro de 1610, Io tem sido o foco de repetidas observações científicas telescópicas e por satélite. Estes estudos mostraram que as relações orbitais e gravitacionais entre Io, as suas irmãs Europa e Ganimedes, e Júpiter provocam enormes e rápidas flexões na sua crosta rochosa. Esta "ginástica" de marés gera tremendo calor no interior de Io, que é libertado através de inúmeros vulcões à superfície. "Uma das razões de se fazer este mapa era a criação de uma ferramenta para o estudo científico ininterrupto de Io, e uma ferramenta para planeamentos de alvos de observações de Io por missões futuras ao sistema de Júpiter," afirma David Williams, associado de pesquisa da Faculdade de Exploração Terrestre e Espacial da Universidade americana, que liderou o projeto científico de seis anos com o objetivo de produzir o mapa geológico. O mapa altamente detalhado e colorido revela um número de características vulcânicas, incluindo: paterae (depressões tipo-caldeira), campos de fluxo de lava, tholi (cúpulas vulcânicas), e depósitos de plumas, em várias formas, tamanhos e cores, bem como altas montanhas e grandes expansões de enxofre - e planícies ricas em dióxido de enxofre. O mapeamento identificou 425 paterae, ou centro vulcânicos individuais. Uma característica que não se encontra no mapa geológico são crateras de impacto. "Io não tem crateras de impacto; é o único objeto do Sistema Solar onde não vemos crateras de impacto, prova da constante mudança à superfície de Io devido à sua intensa atividade vulcânica," afirma Williams. Io é extremamente ativo, com literalmente centenas de fontes vulcânicas à sua superfície. Curiosamente, embora Io seja tão ativo, mais de 25 vezes vulcanicamente ativo que a Terra, a maioria das mudanças superficiais a longo-termo que resultam de vulcanismo estão restringidas a menos de 15% da superfície, na maioria sob a forma de mudanças nos campos de fluxos de lava ou dentro das paterae. "O nosso mapeamento determinou que a maioria dos locais mais quentes está nos paterae, que cobrem menos de 3% da superfície de Io. Os campos de lava cobrem aproximadamente 28% da superfície, mas contêm apenas 31% dos locais quentes," afirma Williams. "Compreender a distribuição geológica destas características, como são identificadas no mapa, permite-nos construir melhores modelos dos processos interiores de Io." O mapa geológico de Io é diferente de outros mapas geológicos planetários porque as características à superfície foram mapeadas e caracterizadas usando quatro mosaicos globais distintos. Estes mosaicos, produzidos pelo USGS, combinam as melhores imagens obtidas pelas missões Voyager 1 e 2 da NASA (obtidas em 1979) bem como pela missão Galileu (1995-2003). Usando os mosaicos do USGS, Williams mapeou toda a superfície de Io em 19 diferentes tipos de materiais superficiais, e determinou as suas localizações e tamanhos (áreas). Depois, correlacionou a informação com as posições de todas fontes quentes conhecidas (locais de vulcanismo ativo) de modo a fornecer uma imagem global dos estilos de vulcanismo em Io. "Devido à cobertura não-uniforme de Io por múltiplas passagens rasantes pelas Voyager e pela Galileu, incluindo uma variedade de condições de iluminação, foi absolutamente necessário usar os diferentes mosaicos para identificar características geológicas específicas, tais como a separação de montanhas e paterae das planícies, e a separação de depósitos de plumas coloridas das unidades geológicas subjacentes," afirma Williams. Embora a história geológica de Io esteja a ser estudada em detalhe já há várias décadas, o acabamento deste mapa geológico estabelece um quadro crítico para a integração e comparação de diversos estudos. "O mapeamento geológico planetário conduz inevitavelmente o progresso científico," afirma Ken Herkenhoff, director do Centro Científico Astrogeológico do USGS. "O mapeamento da geologia de uma superfície planetária [tal como a de Io] força os cientistas a considerar cuidadosamente as hipóteses que dizem respeito à evolução geológica de um planeta inteiro e a testar estas hipóteses contra todas as observações disponíveis." "Dado que Io é tão ativo, e continua a ser estudado por telescópios terrestres, estamos fazendo algo mais do que apenas a produzir o mapa geológico," acrescenta Williams. "Estamos também construindo uma base de dados online de Io, para incluir o mapa geológico, os mosaicos do USGS, e todas as observações úteis de Io pela Galileu. Esta base de dados, será terminada ainda este ano, permitirá aos seus utilizadores seguir a história das mudanças superficiais devido à atividade vulcânica. Também temos propostas submetidas à NASA para incluir na nossa base de dados de Io observações telescópicas terrestres e imagens da passagem rasante da sonda New Horizons em Fevereiro de 2007, de modo a criar uma única fonte online para estudar a história do vulcanismo de Io."

Créditos: Astronomia On-line

Bombardeio de raios cósmicos deixa marcas na Lua

Não é apenas o Sol que influencia no aspecto e nas características da nossa lua. Raios cósmicos, provenientes de muito além do sistema solar, incidem diretamente sobre nosso satélite natural, sendo capazes de alterar a química e até a cor do gelo e da poeira depositados sobre a superfície. Os dados sobre este bombardeio cósmico foram coletados pelo Orbitador de Reconhecimento Lunar (LRO, na sigla em inglês), uma sonda não tripulada lançada ao espaço pela NASA em 2009 com o objetivo de monitorar a Lua. A radiação direta, conforme verificam os astrônomos, pode ter influência tanto na composição lunar como em missões espaciais. Na superfície da Lua em si, os raios cósmicos (constituídos primordialmente de prótons, elétrons e outras partículas carregadas) atingem o gelo. No contato, tendem a forçar as moléculas de água congelada a liberar átomos de oxigênio. Este oxigênio avulso, por sua vez, está livre para se unir ao carbono e formar novas moléculas. Os problemas práticos desta radiação, no entanto, dizem respeito aos astronautas. Cientistas americanos já estão desenvolvendo testes para determinar quais seriam os riscos da radiação no corpo de astronautas durante viagens à Lua ou a Marte, por exemplo. Os pesquisadores afirmam que tal radiação, proveniente de algum lugar desconhecido da galáxia, pode representar perigos aos cosmonautas no espaço, o que demandaria materiais especiais nas naves e nas vestimentas para protegê-los. Este mesmo bombardeamento também atinge a Terra, mas felizmente estamos protegidos pela atmosfera. A Lua, obviamente, não tem a mesma sorte.

Créditos: Hypescience

Ilhas na escuridão

Essa imagem da câmera de enquadramento da sonda Dawn mostra parte do hemisfério norte do asteróide Vesta que está na sua maior parte na escuridão. Desde que a sonda Dawn chegou no Vesta, o Sol não iluminou grande parte das latitudes ao norte do asteróide. Isso ocorre devido a inclinação do Vesta com relação ao Sol que não permitiu ainda que o Sol iluminasse essas regiões mais ao norte. Mas à medida que o Vesta progride em sua órbita do inverno para a primavera mais regiões do hemisfério norte serão iluminadas. Como pode ser visto na imagem acima, a iluminação começa pelo Sol de baixo ângulo revelando poucas partes mais elevadas presentes na superfície, enquanto que o resto da superfície mais baixa ainda está totalmente coberta pela escuridão. Para que qualquer interpretação geológica e planetária seja feita dessa região, precisamos esperar ela ficar mais iluminada, o que permitirá que possamos ver mais as feições ali presentes. A imagem acima mostra uma região do Vesta localizada no Quadrante Bellicia, e o centro da imagem localiza-se nas coordenadas 50.6 graus de latitude norte e 40.7 graus de longitude leste. A sonda Dawn da NASA obteve essa imagem no dia 19 de Novembro de 2011, com a sua câmera de enquadramento e usando o seu filtro limpo. A distância entre a sonda Dawn e a superfície do Vesta no momento da imagem era de 275 quilômetros e a resolução da imagem é de 25 metros por pixel. Essa imagem foi adquirida já durante a chamada fase LAMO, ou seja, Low Altitude Mapping Orbit, da missão da sonda Dawn em Vesta.

Créditos: DAWN

Auto-retrato do rover com poeira marciana

Esse auto-retrato do Veículo Robô de Exploração Opportunity mostra a acumulação de poeira nos painéis solares do veículo à medida que o Opportunity se aproxima do seu quinto inverno marciano. A poeira reduz o suprimento de energia do veículo, e a mobilidade é limitada até que o inverno acabe ou o vento limpe seus painéis. Esse é um mosaico de imagens feitas pela câmera panorâmica, ou Pancam do Opportunity durante os dias de estadia em Marte 2111 e 2814, que corresponde ao período entre 21 a 24 de Dezembro de 2011. A visão feita de cima omite o mastro onde a câmera é montada. O retrato é apresentado numa cor bem próxima da verdadeira, a equipe que trabalha com as imagens da câmera estima que essa seria a cena como se estivesse sendo vista pelos olhos humanos. O Opportunity tem trabalhado através de quatro invernos no hemisfério sul de Marte, desde que pousou no planeta em Janeiro de 2004 a 23 quilômetros a noroeste de sua posição atual. Localizado mais perto do equador marciano do que seu irmão gêmeo o Spirit, o Opportunity não precisou ficar voltado para o Sol nos invernos anteriores. Agora, contudo, os painéis solares do Opportunity apresentam uma espessa cobertura de poeira e a equipe está usando uma estratégia utilizada nos três invernos enfrentados pelo Spirit em Marte, ou seja, manter o veículo num talude que fique voltado para o Sol. O Sol passará relativamente baixo no céu do norte da perspectiva do veículo por alguns meses com os dias ficando mais curtos antes e depois do solstício de inverno em Marte que ocorre em 30 de Março de 2012. O Opportunity está conduzindo pesquisas na face norte do talude de um local chamado de Greeley Haven.

Créditos: NASA

Messier 9

O renomado astrônomo do século 18, Charles Messier, descreveu a nona entrada de seu famoso catálogo astronômico como “Uma nebulosa, sem estrela, na perna direita de Ophiuchus…”. Mas o Messier 9, ou M9, tem estrelas, aliás, como tem estrelas. Conhecido pelos astrônomos modernos como um aglomerado globular de estrelas, o M9 possui mais de 300.000 estrelas confinadas num diâmetro de aproximadamente 90 anos-luz. Esse aglomerado localiza-se a aproximadamente 250.000 anos-luz de distância, perto do bulbo central da Via Láctea. Essa imagem, detalhada do M9, feita pelo Telescópio Espacial Hubble resolve de forma extraordinária a parte central dessa grande concentração de estrelas num raio de 25 anos-luz. Com no mínimo o dobro da idade do Sol e com deficiência em elementos pesados, as estrelas do aglomerado possuem cores que correspondem às suas temperaturas, as estrelas mais avermelhadas são mais frias e as mais azuladas, mais quentes. Muitas estrelas gigantes vermelhas frias, presentes no aglomerado mostram um brilho amarelado nessa bela e nítida imagem do Hubble.

Créditos: APOD

quinta-feira, 22 de março de 2012

Descoberta uma rara galáxia retangular

Uma equipe internacional de astrônomos (Austrália, Alemanha, Suíça e Finlândia) descobriu uma rara galáxia retangular, muito semelhante, na forma de uma esmeralda lapidada. A estranha galáxia, batizada de LEDA 074886, foi detectada pelo telescópio japonês Subaru. Os astrônomos descobriram a galáxia anã quando estavam focalizando o telescópio Subaru em direção à galáxia gigante e brilhante NGC 1407. A extraordinária galáxia retangular, que em nada se parece com a nossa, situa-se a cerca de 70 milhões de anos-luz da Via Láctea e parece desafiar as leis da natureza. A cor azul do disco interno sugere uma idade média para esta população estelar. “No Universo a maioria das galáxias existem em uma de três formas: esférica, em forma de disco ou com uma forma absolutamente irregular”, explica Alister Graham da Universidade de Tecnologia de Swinburne, em Melbourne, na Austrália. A nova galáxia é integrante de um grupo de 250 galáxias e tem uma forma realmente invulgar. Esta descoberta permite que astrônomos obtenham informações úteis para a modelagem de outras galáxias. Uma possibilidade do formato desta galáxia pode ser devido à colisão de duas galáxias espirais. Enquanto as estrelas pré-existentes nas galáxias iniciais estavam espalhadas em grande órbitas criando a forma retangular, o gás se condensou para formar novas estrelas e o disco. As galáxias anãs, provavelmente as galáxias mais comuns no Universo, são pequenas e possuem brilho intrínseco baixo, ou seja, ínfima luminosidade. Encontrar esta estranha galáxia revelou-se complicado devido ao seu pequeno tamanho. Tem 50 vezes menos estrelas que a Via Láctea e a sua distância da Terra é igual a dimensão de 700 galáxias da Via Láctea enfileiradas. O artigo será publicado na revista especializada The Astrophysical Journal.

Créditos: National Astronomical Observatory of Japan