quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Qual será o destino final da Terra e do Sol? (O verdadeiro fim-do-mundo)

Em bilhões de anos no futuro, quando o nosso Sol se transformar em uma estrela gigante vermelha, crescerá e consumirá a órbita da Terra. Mas, se a Terra viaja na sua órbita, o que vai acontecer ao nosso querido planeta? A Terra será “comida” como os pobres planetas Mercúrio e Vênus? Os astrônomos há décadas se dedicam a tentar responder a esta questão. Quando o Sol se tornar numa gigante vermelha, os simples cálculos põem o seu equador para lá de Marte. Todos os planetas interiores serão consumidos. No entanto, à medida que o Sol alcança este último estágio da sua evolução estelar, perde uma tremenda quantidade de massa através de poderosos ventos solares. Enquanto cresce, perde massa, fazendo com que os planetas espiralem para fora. Por isso a questão é, será que o Sol em expansão alcançará os planetas que espiralam para fora, ou conseguirá a Terra (e talvez até Vênus) escapar às suas garras? K.-P Schroder e Robert Cannon Smith são dois cientistas tentando chegar ao fundo desta questão. Fizeram os cálculos com os mais atuais modelos de evolução estelar, e publicaram um trabalho com o nome: “Revisitando o Futuro Distante do Sol e da Terra”. O artigo foi publicado no boletim mensal da Sociedade Astronômica Real. De acordo com Schroder e Smith, quando o Sol tornar-se uma gigante vermelha daqui a 7,59 bilhões de anos, começará a perder massa rapidamente. Pela altura que alcance o seu maior raio, 256 vezes o seu tamanho atual, terá apenas 67% da sua massa presente. O Sol vai “inchar”, isto acontecerá ‘rapidamente’ quando esgotar o hidrogênio no seu núcleo, durante o período de 5 mihões de anos. Entrará então na sua relativamente breve fase (130 milhões de anos) de queima de hélio. Irá então expandir-se para além da órbita de Mercúrio e depois atingirá a órbita de Vênus. Quando chegar a altura da Terra, terá perdido 4,9×1020 toneladas de massa para cada ano (8% da massa da Terra por ano). Mas a zona habitável desaparecerá muito mais cedo. Os astrônomos estimam que migre para longe da órbita da Terra em apenas 1 bilhão de anos. O quente Sol (seu brilho estará +10% do que vemos hoje) fará evaporar os oceanos da Terra. Com tanto vapor presente na atmosfera, uma parte subirá para a estratosfera e lá a energética radiação solar ultravioleta vai dissociar (separar) o hidrogênio presente na água (a molécula de água H²O será partida em dois componentes: o hidrogênio livre H e a hidroxila OH). O hidrogênio livre, bem mais leve, será perdido no espaço. A Terra nunca mais terá oceanos. Eventualmente tornar-se-á novamente derretida. No entanto, existe uma vantagem para o Sistema Solar. Mesmo que a Terra, a uma mera unidade astronômica e meia, já não se encontre na zona habitável do Sol, muito do Sistema Solar estará. A nova zona habitável esticar-se-á de 49,4 até 71,4 UA, bem dentro do Cinturão de Kuiper. Os mundos gelados conhecidos até então, derreterão, e água líquida estará presente para lá da órbita de Plutão. Talvez Éris seja o nosso novo mundo. De acordo com Schroder e Smith, a resposta é não. Mesmo que a Terra consiga migrar para uma órbita 50% maior que a da atualidade, não terá salvação. O Sol crescerá e “engolirá” a Terra antes que alcance essa região como gigante vermelha. E o Sol ainda teria mais 0,25 UA e 500.000 anos para crescer. Uma vez dentro da atmosfera do Sol, a Terra irá colidir com as partículas de gás. A sua órbita irá decair e espiralará para dentro do Sol. Se a Terra estivesse apenas um pouco mais longe do Sol, a 1,15 UA (1 UA = distância atual da Terra ao Sol), conseguiria “sobreviver” à fase de expansão. Embora seja ficção científica, os autores sugerem que as tecnologias futuras poderiam ser usadas para acelerar a viagem da Terra para longe do Sol de acordo com a necessidade. O pensar neste futuro distante da Terra diz-nos algo sobre a psicologia humana. As pessoas estão genuinamente preocupadas com o futuro a bilhões de anos à frente? Embora saibamos a Terra será incinerada bem mais cedo, os seus oceanos literalmente irão se evaporar e o nosso planeta se tornará numa bola de rocha derretida é esta destruição pelo Sol que parece mais preocupante para todos nós, ou não? O que o leitor acha?

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2 comentários:

  1. Os últimos comentários do artigo incitam a uma verdade triste, a terra vai se acabar secando seus oceanos pela própria atividade humana muito antes de o sol dar seus primeiros 'espirros cósmicos', se tudo continuar como estamos, teremos o destino de Vênus em 100 ou 200 anos. Triste, mas mais vale o lucro de hoje do que a vida dos que nascem amanhã, essa parece ser a filosofia do homem do século 21.

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