sábado, 29 de setembro de 2012

Estrelas num céu empoeirado

A brilhante estrela Markab, parece uma âncora nessa paisagem celeste empoeirada. Localizada no canto superior direito da imagem, a Markab por si só, marca um dos cantos do asterismo conhecido como "O Grande Quadrado", que pode ser encontrado dentro dos limites da constelação de Pegasus, o cavalo alado. A visão telescópica acima, vasta e profunda cobre uma área de aproximadamente 5 graus, ou algo em torno de 10 vezes o diâmetro angular da Lua Cheia, com nebulosas de reflexão azuis espalhadas ao redor de toda a cena. E mesmo apesar da linha de visão olhar para longe do plano da nossa Via Láctea, ela cobre uma região conhecida por ser preenchida com nuvens moleculares próximas. As nuvens de poeira associadas, cirros galácticos de alta latitude, estão localizadas a menos de 1.000 anos-luz de distância. Ainda aparentes, mas muito além da Via Láctea, estão galáxias de fundo, como a proeminente NGC 7497 uma galáxia espiral que aparece de lado perto do centro da imagem.

Créditos: APOD

Segundo satélite venezuelano é lançado com sucesso da China

O segundo satélite venezuelano, batizado de Miranda, foi lançado neste sábado em ótimas condições meteorológicas do centro espacial de Jiuquan, na província chinesa de Gansu, segundo informou a televisão oficial do país asiático. A operação aconteceu por volta das 12h local (1h de Brasília). A base de Jiuquan fica em uma zona desértica da antiga Rota da Seda e este é o segundo lançamento que a Venezuela realiza na China. Em 29 de outubro de 2008, o primeiro satélite venezuelano, o Simón Bolívar, foi lançado da base de Xichang. O Miranda terá como missão realizar observações relacionadas ao planejamento urbano, operações militares e luta contra mineração e cultivos ilegais. O segundo satélite venezuelano foi lançado com sucesso e diante de representantes do Ministério do Poder Popular para Ciência, Tecnologia e Inovação venezuelano e da Agência Bolivariana para Atividades Espaciais. Também estavam presentes na base a embaixadora da Venezuela em Pequim, Rocío Maneiro, assim como diplomatas de outros países latino-americanos. Aos três minutos do lançamento, o satélite começou o processo de separação do foguete propulsor, também sem incidentes. Em Caracas, o lançamento foi transmitido em telões gigantes e presenciado por uma multidão. A operação foi realizada a nove dias das eleições presidenciais. A construção do aparelho foi responsabilidade da empresa tecnológica chinesa CGWIC, dependente da Corporação Aeroespacial da China, e que também fabricou o Simón Bolívar.

Créditos: Terra

Galáxias barradas em Leão e uma supernova

A imagem acima mostra as galáxias espirais barradas, M96 (a esquerda) e a M95 (a direita), que podem ser encontradas na constelação de Leo, o Leão. As barras amarelas em destaque na M95 marcam a posição de uma supernova que ali foi identificada em Março de 2012. Essa supernova alcançou uma magnitude de 12 no seu máximo de brilho, aproximadamente 1/25.000 tão brilhante quanto a estrela mais brilhante da constelação de Leão, a Regulus. Ela era muito apagada para ser vista até mesmo com binóculos, mas foi um belo alvo para pequenos telescópios. Tanto a M95 e a M96 estão aproximadamente à mesma distância de nós, aproximadamente 38 e 31 milhões de anos-luz respectivamente, e por isso não é de surpreender que ambas as galáxias fossem descobertas pelo mesmo astrônomo, Pierre Merchain, em 1781. A imagem acima foi adquirida no dia 24 de Março de 2012, a partir do Observatório de New Forest em Hampshire, Reino Unido.

Créditos: EPOD

Preparação do lançamento da próxima tripulação

A imagem acima, mostra o astronauta da NASA, Kevin Ford (a esquerda), engenheiro de vôo da Expedição 33 e comandante da Expedição 34, o comandante da Soyuz, Oleg Novitskiy (centro) e o engenheiro de vôo Evgeny Tarelkin (a direita) se cumprimentando no dia 21 de Setembro de 2012 em frente a uma réplica do veículo Soyuz, no Gagarin Cosmonaut Training Center, na Cidade das Estrelas, na Rússia, há dois dias dos exames finais de qualificação. O trio está programado para ser lançado no dia 23 de Outubro de 2012, na nave Soyuz TMA-06M, desde o Cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão, para uma missão de cinco meses a bordo da Estação Espacial Internacional, a ISS.

Créditos: NASA

NGC 7023: A Nebulosa da Íris

Como delicadas pétalas cósmicas, essas nuvens de poeira e gás interestelar estão brilhando a 1.300 anos-luz de distância, no fértil campo de estrelas da constelação de Cepheus. Algumas vezes denominada de Nebulosa Íris e catalogada como NGC 7023, essa não é a única nebulosa localizada no céu e que tem o nome que evoca flores. Essa imagem mostra todas as variações de cores da Iris além de sua simetria em detalhe impressionante. Dentro da Iris, um material nebular empoeirado circunda uma estrela quente e jovem. A cor dominante da nebulosa de reflexão mais brilhante é azul, característica dos grãos de poeira que refletem a luz das estrelas. Os filamentos centrais das nuvens empoeiradas brilham com uma fraca fotoluminescência vermelha, convertendo de forma efetiva a radiação ultravioleta invisível da estrela em luz visível vermelha. Observações em infravermelho indicam que essa nebulosa pode conter complexas moléculas de carbono chamadas de PAHs. A porção azul brilhante da Nebulosa da Íris tem aproximadamente seis anos luz de diâmetro.

Créditos: APOD

Rover Curiosity descobre antigo leito na superfície marciana

O Curiosity da NASA descobriu evidências de que um regato percorreu a área de Marte onde o rover se encontra atualmente. Já havia sinais da presença de água em Marte, mas estes - imagens de rochas contendo cascalhos arroios -- são os primeiros do seu gênero. Os cientistas estão estudando as imagens de pedras cimentadas numa camada de rocha conglomerada. Os tamanhos e formas das pedras oferecem pistas sobre a velocidade e a distância do fluxo no passado remoto. "A partir do tamanho dos cascalhos que transportava, podemos interpretar que a água movia-se a cerca de 3 metros por segundo, com uma profundidade algures entre o tornozelo e a anca de um ser humano," afirma William Dietrich, co-investigador científico da Universidade da Califórnia em Berkeley, EUA. "Muitos artigos têm sido escritos acerca dos canais de Marte, com muitas hipóteses diferentes sobre os próprios fluxos. Esta é a primeira vez que estamos realmente vendo água transportando cascalho em Marte. Esta é uma transição da especulação acerca do tamanho do material do leito à sua observação direta." O local encontra-se entre a borda norte da Cratera Gale e a base do Monte Sharp, uma montanha no interior da cratera. Imagens da região, obtidas anteriormente a partir de órbita, permitem uma interpretação adicional do conglomerado rochoso. As imagens mostram um leque aluvial de material transportado desde a borda, sulcado por muitos canais aparentes, localizados mais acima das novas descobertas. O formato arredondado de algumas pedras do aglomerado indica transporte de longa distância desde cima do limite da cratera, onde um canal chamado "Peace Vallis" alimenta o leque aluvial. A abundância de canais entre o limite da cratera e o aglomerado de rochas sugere fluxos contínuos ou repetidos durante muito tempo, não apenas uma vez ou por apenas alguns anos. A descoberta vem do estudo de dois afloramentos, denominados "Hottah" e "Link", com a câmara do mastro do Curiosity durante os primeiros 40 dias após a aterragem. Estas observações vieram no seguimento de sugestões anteriores de outro afloramento, exposto pelo escape dos jatos do guindaste espacial, aquando da aterragem do rover. "Parece que em Hottah foi usado um martelo pneumático, como se tratasse de uma laje de calçada, mas é na realidade um bloco inclinado de um leito antigo," afirma John Grotzinger, cientista do projeto Mars Science Laboratory do Instituto de Tecnologia da Califórnia em Pasadena. Os cascalhos empilhados, em ambos os afloramentos, variam desde o tamanho de grãos de areia até ao tamanho de bolas de golfe. Alguns são angulares, mas muitos são arredondados. "As formas dizem-nos que foram transportados e os tamanhos dizem-nos que não podiam ter sido transportados pelo vento. Foram transportados por fluxo líquido," afirma Rebecca Williams, co-investigadora científica do Curiosity, do Instituto de Ciências Planetárias em Tucson, no estado americano do Arizona. A equipe científica poderá usar o Curiosity para determinar a composição do material que mantém o conglomerado unido, revelando mais características do ambiente molhado que formou estes depósitos. As pedras do conglomerado fornecem uma amostra da borda da cratera, por isso a equipe pode também examinar algumas para saber mais sobre a geologia da região. A encosta do Monte Sharp na Cratera Gale permanece o destino principal do robô. Argilas e sulfatos já detectados de órbita podem preservar químicos orgânicos com base no carbono, ingredientes potenciais para a vida. "Uma longa corrente de fluxo pode ser um ambiente habitável," disse Grotzinger. "No entanto, não é a nossa melhor escolha para a preservação de material orgânico. Nós ainda vamos para o Monte Sharp, mas isto assegura-nos que já encontramos o nosso primeiro ambiente potencialmente habitável." Durante a missão principal de dois anos do Curiosity, os cientistas vão usar os 10 instrumentos do rover para investigar se a Cratera Gale já proporcionou condições ambientais favoráveis para a vida microbiana.


Créditos: Astronomia On-line

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Estudo descobre estrutura de jatos de buraco negro

Um estudo que envolveu instituições de diversos países (dos Estados Unidos a Taiwan) conseguiu observar pela primeira vez a estrutura de jatos que são emitidos por um buraco negro supermassivo no centro de uma galáxia. Segundo os pesquisadores, as observações indicam que esses buracos negros estão girando e a matéria que cai dentro deles gira no mesmo sentido. O estudo foi divulgado nesta quinta-feira na Science, da Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS, na sigla em inglês). Acredita-se que esses jatos são emitidos devido à queda de matéria nos buracos negros através de um disco de acreção. Eles se estendem por milhares de anos-luz e podem ter grande influência na evolução das galáxias. Segundo os pesquisadores, uma recente medida da massa e a posição do buraco negro no centro da galáxia M87 permitiram a melhor oportunidade já conhecida para fazer esse tipo de estudo. Os astrônomos usaram quatro telescópios - no Havaí, Arizona e dois na Califórnia - para poder fazer o registro. A união dos quatro instrumentos permitiu aos cientistas ter resolução suficiente para registrar a base de um jato em M87. O que mais chamou a atenção é que a base, o ponto de partida das moléculas ejetadas, era muito pequena - tão pequena que, de acordo com a teorias da geração desses jatos, o buraco negro teria que estar rodando, e a matéria que o orbita teria que seguir no mesmo sentido. O estudo ajuda a entender melhor esses jatos - que os cientistas acreditam ter papel importante em reprocessar a matéria e energia do centro das galáxias para sua periferia. Os pesquisadores acreditam que entender como esses jatos extraem energia da região do buraco negro pode ajudar a elucidar como as galáxias evoluem.


Créditos: Terra

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Cratera Eminescu

Essa imagem feita com a Câmera de ângulo estreito, ou NAC, nos dá uma impressionante visão detalhada do assoalho da Cratera Eminescu. As partes de alta refletância envolvem os picos centrais e que se espalham por todo o assolho da cratera, são as cavidades, uma feição inesperada encontrada nas imagens de alta resolução da sonda MESSENGER, do solo de Mercúrio. As cavidades são depressões rasas, brilhantes e irregulares que têm sua formação ligada à perda de material volátil.

Créditos: MESSENGER

A Imagem mais detalhada de Plutão (visto da Terra)

Eis a melhor imagem tirada alguma vez a Plutão, o planeta mais distante do sistema solar… ou, melhor, o planeta anão… ou será o simples objeto do cinturão de Kuiper? Bem, independentemente da sua recente despromoção a planeta anão pela União Astronómica Internacional (mais precisamente a 24 de agosto de 2006), a verdade é que este pequeno, longínquo e misterioso corpo celeste continua a ser um dos objetos que mais curiosidade desperta entre amantes da astronomia. Às vezes paixão: é raro não ser questionado sobre Plutão pelos mais novos que, lembre-se, são demasiado novos para referências entre o planeta e a personagem da Disney. Talvez haja tanta curiosidade à volta deste “planeta” devido ao mistério que o envolve, (porque, afinal, sabe-se tão pouco dele) ou mesmo pela consciência que ele nos entrega sobre as dimensões do Universo e os limites do nosso conhecimento. Afinal, nem o menos sensível pode ficar indiferente a um vizinho que vive em média 40 vezes mais longe da Terra que o Sol. Esta imagem, que se celebra como a mais detalhada de sempre de Plutão, capturada a partir do nosso planeta, comprova a enorme distância a que ele se encontra. Sendo um corpo rochoso e frio que não tem luz própria, pouca da longínqua luz solar chega a Plutão para que possa ser refletida de volta para o nosso olhar. E ali está Plutão e a sua Lua Caronte: pixelizados pela distância e escondidos na bruma dos confins do sistema solar. Mesmo assim, esta é a imagem mais detalhada de sempre. Foi possível através da conjunção de várias imagens rápidas tiradas a Plutão e Caronte, utilizando a recentemente desenvolvida câmara DSSI (Differential Speckle Survey Instrument) montada no Telescópio de 8 metros Gemini North, no Hawaii. Após a conjunção das imagens numa só, foi removido o ruído causado pela aberração óptica e pela turbulência da nossa atmosfera. Revelada, a imagem espelha a frustração de quem pede se é possível ver Plutão por um humilde telescópio de 8 polegadas. Resta-nos esperar a aproximação da sonda ‘New Horizons’ para ver um pouco mais deste distante vizinho.


Créditos: AstroPT

União de duas estrelas originou a supernova mais brilhante, diz estudo

A união de duas estrelas anãs brancas – estágio final da vida de um astro como o Sol – deu origem à supernova mais brilhante já observada até hoje, aponta um novo estudo feito pelo Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC) dos EUA e publicado na revista "Nature" desta semana. Uma supernova é, em geral, uma explosão resultante da transferência de matéria entre duas estrelas – uma anã branca e outra normal, como o Sol, por exemplo. Uma anã branca tem massa de até 1,4 vez a do Sol e vai esfriando lentamente, pois seu combustível acabou. A explosão que gerou a supernova SN1006 ocorreu no ano de 1006 e ficou visível pelos três anos seguintes, em diferentes partes do mundo. Relatos históricos dizem que o objeto – localizado a 7 mil anos-luz da Terra, na constelação do Lobo – era três vezes mais brilhante que o planeta Vênus e tinha um quarto do brilho da Lua. Essa supernova é do tipo Ia, ou seja, gerada por dois objetos astronômicos ligados pela força gravitacional entre eles. Mas, como os astrônomos não identificaram, no lugar onde a SN1006 se formou, nenhum candidato a companheira da anã branca original, eles supõem que duas estrelas semelhantes se uniram, e que o material delas foi expulso sem deixar vestígios. "Essa é a grande novidade, pois normalmente – em mais de 80% dos casos – há uma anã branca que explode, e a estrela companheira continua na órbita da supernova, não desaparece", diz o pesquisador da divisão de astrofísica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Carlos Alexandre Wuensche. De acordo com a pesquisadora Pilar Ruiz-Lapuente, do CSIC, existem geralmente três tipos de estrelas no local das explosões: gigantes, subgigantes e anãs. E as atuais observações apontaram apenas a presença de quatro gigantes na região onde se encontram os remanescentes da SN1006. Isso indica que não há estrelas companheiras que sobreviveram à explosão, pois as gigantes não participam desse processo. A equipe usou um equipamento de alta resolução do Very Large Telescope, que tem quase oito metros de altura e pertence ao Observatório Europeu do Sul, no norte do Chile. Colaboraram também pesquisadores da Universidade de San Fernando de la Laguna, nas Ilhas Canárias, da Universidade de Barcelona, da Universidade Complutense de Madri, na Espanha, e do Observatório Astronômico de Padova, na Itália.


Créditos: G1

ESO divulga imagem detalhada de maternidade de estrelas

Uma nova imagem obtida no Observatório de La Silla do ESO mostra parte de uma maternidade estelar conhecida como a Nebulosa da Gaivota. Esta nuvem de gás, cujo nome formal é Sharpless 2-292, parece ter a forma de uma cabeça de gaivota e brilha intensamente devido à radiação emitida por uma estrela jovem muito quente que se situa no centro. A imagem detalhada foi obtida pelo instrumento Wide Field Imager montado no telescópio MPG/ESO de 2,2 metros, instalado no Chile. As nebulosas encontram-se entre os objetos visualmente mais impressionantes do céu noturno. São nuvens interestelares de poeira, moléculas, hidrogênio, hélio e outros gases ionizados, onde novas estrelas nascem. Embora estas nebulosas apresentem diferentes formas e cores, muitas partilham uma característica comum: quando observadas pela primeira vez, as suas formas estranhas e evocativas fazem disparar a imaginação dos astrônomos, que lhes dão nomes curiosos. Esta região dramática de formação estelar, a qual se deu o nome de Nebulosa da Gaivota, não é exceção. Esta nova imagem mostra a parte da cabeça da Nebulosa da Gaivota. É apenas uma parte de uma nebulosa maior conhecida formalmente como IC 2177, que abre as suas asas e se parece com uma gaivota em pleno vôo. Esta nuvem de gás e poeira situa-se a cerca de 3.700 anos-luz de distância da Terra. O pássaro inteiro vê-se melhor em imagens de campo amplo. A nebulosa situa-se na fronteira entre as constelações do Unicórnio e do Cão Maior, próximo de Sirius, a estrela mais brilhante do céu noturno. O complexo de gás e poeira que forma a cabeça da gaivota brilha intensamente no céu devido à forte radiação ultravioleta emitida principalmente por uma estrela brilhante jovem - HD 53367 - a qual pode ser vista no centro da imagem e que poderia ser considerada como o olho da gaivota. A radiação emitida pelas estrelas jovens faz com que o hidrogênio gasoso circundante se transforme numa região HIH, brilhando em um vermelho vivo. A radiação emitida pelas estrelas azuis-esbranquiçadas é dispersada pelas pequenas partículas de poeira da nebulosa, criando um nevoeiro azul contrastante, em algumas partes da imagem. Embora um pequeno nódulo brilhante do complexo da Nebulosa da Gaivota tenha sido observado pela primeira vez pelo astrônomo germano-britânico William Herschel em 1785, a parte que aqui se mostra teve que aguardar a descoberta fotográfica cerca de um século mais tarde. Por acaso, esta nebulosa situa-se no céu perto da Nebulosa do Elmo de Thor (NGC 2359), a qual ganhou o recente concurso do ESO "Escolha o que o VLT vai observar". Esta nebulosa, com a sua forma distinta e nome incomum, foi escolhida como o primeiro objeto selecionado pelo público para ser observada pelo Very Large Telescope do ESO. Estas observações farão parte das celebrações do dia do 50º aniversário do ESO, em 5 de outubro de 2012.

Créditos: Terra

Uma lua estranha num céu estranho

À primeira vista, a imagem de cima parece ilustrar um grande vazio cinzento-esverdeado. Mas se olharem com atenção para o quadrante superior direito, vão reparar em algo maravilhoso. Quase dissimulado pelo brilho do céu vespertino de Marte encontra-se o crescente da lua Fobos, a maior das duas luas do planeta vermelho! Fobos é uma lua estranha pelos padrões terrestres. É um pequeno mundo de forma irregular, com dimensões e uma densidade muito diferentes da nossa Lua. A sua órbita é também radicalmente distinta da órbita da companheira da Terra. Fobos viaja em redor de Marte abaixo da órbita areossíncrona, ou seja, move-se a uma velocidade maior que a velocidade de rotação de Marte. Na prática, este fenômeno produz uma trajetória aparente nos céus marcianos de oeste para leste (portanto, contrária ao movimento aparente da Lua nos céus terrestres), e duas passagens completas pelo céu a cada sol, cada uma com uma duração de apenas 4 horas e 15 minutos (ou menor, nas latitudes mais distantes do equador), um comportamento verdadeiramente de outro mundo.

Créditos: AstroPT

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Estação espacial pode ter que manobrar para evitar colisão com lixo espacial

A Estação Espacial Internacional (ISS) pode ser obrigada a manobrar para se esquivar dos restos de um satélite de espionagem militar russo abandonado, informou nesta quarta-feira um porta-voz do Centro de Controle de Vôos Espaciais (CCVE) da Rússia. "Dois pedaços do aparelho espacial Kosmos-2251 podem ameaçar a segurança da estação. Para evitar o lixo espacial, pode ser necessário uma manobra da ISS", afirmou a fonte à agência "Interfax". Em caso de necessidade, a plataforma orbital poderia corrigir sua órbita já nesta quinta-feira, com ajuda do cargueiro europeu ATV. Em janeiro, a estação corrigiu sua órbita para evitar a colisão com um fragmento de satélite americano Iridium-33. Os restos deste satélite se espalharam pela órbita terrestre em 10 de fevereiro de 2009, depois que ele se chocou com o Kosmos-2251, o que fez com que ambos se partissem em mais de mil fragmentos. Em junho de 2011, a perigosa proximidade do lixo, que passou a apenas 250 metros da estação, obrigou os seis tripulantes a evacuar a plataforma e buscar refúgio nas naves Soyuz que nela estavam acopladas. A corporação aeroespacial russa Energuia constrói uma nave tripulada para recolher lixo espacial, principal ameaça para a ISS. Os pesquisadores das principais agências espaciais acreditam que mais de 700 mil fragmentos de lixo espacial vaguem na órbita terrestre.

Créditos: Terra

Há 20 anos, Nasa lançava sonda Mars Observer à órbita marciana

No dia 25 de setembro de 1992, a Nasa pôs em prática uma ambiciosa missão. A sonda espacial Mars Observer foi lançada com o objetivo de realizar um estudo detalhado das características topográficas, geológicas e geofísicas do Planeta Vermelho, a partir de sua órbita. Nas costas desse plano, havia um grande fardo a carregar, já que, 17 anos antes, a agência espacial americana enviou a Marte as duas naves do projeto Viking, o qual entrou para a história como a primeira missão a pousar de forma segura na superfície de outro planeta. O amplo sucesso desse projeto anterior contribuiu para a expectativa de que o êxito se repetisse. Em agosto de 1993, no entanto, três dias antes de ingressar na órbita de Marte, a comunicação com a sonda Mars Observer foi perdida. O que permaneceu, para os cientistas e para as missões futuras, foi a tecnologia desenvolvida, que mais tarde possibilitou inventos como o telefone celular e aparelhos de diagnósticos médicos. O desejo de conhecer mais sobre Marte surgiu antes mesmo de o homem ter conquistado a Lua. Em 1965, a sonda Mariner 4 (uma das 10 aeronaves construídas pela Nasa para explorar o sistema solar) fez um vôo rasante sobre o planeta, tirando suas primeiras fotografias aproximadas. Depois de Neil Armstrong dar seu pequeno grande passo, em 1969, Marte passou a ficar cada vez mais presente no imaginário dos terráqueos, que começaram a sonhar em quando o Planeta Vermelho seria o próximo destino do homem. Poucos dias após a chegada da Apollo 11 à Lua, as Mariner 6 e 7 começavam a gravar centenas de imagens do planeta, propiciando novas descobertas. Em novembro de 1971, o Mariner 9 chegou com sucesso à órbita de Marte e tornou-se o seu primeiro satélite artificial. A grande conquista da Nasa começou em 1975, quando foram lançadas ao espaço as aeronaves Viking 1 e 2, que aterrissaram no Planeta Vermelho no ano seguinte, com o objetivo principal de procurar indícios de vida. Apesar de não terem encontrado evidências conclusivas, propiciaram o desenvolvimento de tecnologias que seriam utilizadas em todas as missões posteriores. Em 1992, a Guerra Fria já havia terminado, mas a Nasa seguia sedenta por informações sobre Marte. Baseando-se em um satélite de comunicação da Terra, construiu a sonda Mars Observer, que deveria trazer um estudo mais detalhado do planeta, incluindo suas características minerais, topográficas, geológicas, informações sobre sua atmosfera, campo gravitacional e campo magnético. "A sonda proporcionará aos cientistas uma plataforma orbital a partir da qual a superfície e atmosfera inteiras de Marte serão analisadas e mapeadas. As informações serão coletadas diariamente em órbita de baixa altitude", dizia a Nasa para a imprensa, em setembro de 1992. As causas da perda de contato, três dias antes do previsto para a entrada na órbita de Marte, não foram identificadas pelo conselho formado para investigar os problemas ocorridos. "Devido aos esforços para localizar ou se comunicar com a sonda terem falhado, o conselho não foi capaz de encontrar evidências conclusivas que apontassem a um evento particular que tenha causado a perda do Observer", afirmava o relatório do conselho de investigação. Foi apontada como causa mais provável a ruptura do compartimento de combustível do sistema de propulsão da aeronave, que teria acarretado um vazamento de gás hélio sobre a manta térmica do aparelho. "Quando se trata do envio de sondas orbitais a Marte, a dificuldade está justamente em colocar o satélite em órbita. É na aproximação de Marte que se perdem a maior parte das sondas, como a Mars Observer, em 1992, e a Mars Climate Orbiter, em 1999", explica o presidente da Agência Espacial Brasileira, José Raimundo Coelho. No caso de aparelhos que pousam no planeta, a dificuldade é ainda maior. "Além do pouso, o planeta apresenta um ambiente hostil que agride os equipamentos e subsistemas do veículo, principalmente devido aos ciclos térmicos (calor e frio) e à radiação. Várias dificuldades também aparecem por conta da fina poeira de Marte, que danifica equipamentos e partes móveis", pontua. Apesar de não ter cumprido o seu objetivo principal, a Mars Observer ajudou no aprimoramento de tecnologias que seriam usadas não apenas em novas missões, mas também em invenções presentes no cotidiano de pessoas em todo o mundo. "Infelizmente, ela falhou três dias antes de chegar ao planeta. Mas as tecnologias por ela desenvolvidas foram depois incorporadas às missões Mars Global Surveyor e Mars Odyssey, ambas com sucesso", afirma Coelho. "Durante o projeto e construção do Mars Observer, muitas tecnologias inéditas foram desenvolvidas. Estes novos conhecimentos são atualmente usados em vários equipamentos (inclusive telefones celulares e aparelhos de diagnósticos médicos) e rendem royalties para as empresas que as desenvolveram", revela o professor Dr. Annibal Hetem, pesquisador da Universidade Federal do ABC na área de Propulsão Aeroespacial. No relatório do conselho de investigação sobre as causas da perda de comunicação, apesar de nenhuma resposta precisa ter sido apontada, foi manifestado o sentimento de que os estudos seriam importantes para evitar novas falhas. "Se os nossos resultados nos ajudarão a garantir que as futuras missões não sofram um destino semelhante, sentiremos que alcançamos nosso objetivo", declarou, na época, o presidente do conselho, Dr. Timothy Coffey, então diretor de pesquisa do Laboratório de Pesquisa Naval de Washington. Em novembro do ano passado, a Nasa lançou a missão Mars Science Laboratory, cuja linha de frente é representada pelo robô Curiosity, um jipe que pousou na superfície marciana em agosto deste ano. É a nova tentativa de descobrir condições favoráveis à vida e à habitabilidade em Marte. E também de chegar mais perto de responder a pergunta que tanto intriga a humanidade: "Estamos sós no universo?"


Créditos: Terra

Hubble registra imagem mais distante já feita do universo

A Nasa divulgou nesta terça-feira um retrato "melhorado" da vista mais distante do universo. Chamada de eXtreme Deep Field (campo extremamente profundo, ou XDF, na sigla original), a imagem é uma combinação de fotos tiradas pelo telescópio Hubble nos últimos 10 anos e faz refência à Ultra Deep Field, outra imagem que mostrava os confins do universo. A nova imagem contém cerca de 5,5 mil galáxias. Galáxias em espiral, de forma semelhante à Via Láctea e Andrômeda aparecem na imagem, assim como as grandes galáxias vermelhas onde a formação de novas estrelas cessou. As vermelhas são restos de colisões entre galáxias e estão em seus anos de declínio. Salpicadas por todo o campo estão galáxias pequenas e distantes, que eram como as "sementes" das quais as atuais formações cresceram. O Hubble apontou para um pequeno pedaço do céu em visitas repetidas, feitas ao longo da última década, por um total de 50 dias, com um tempo total de exposição de 2 milhões de segundos. Mais de 2 mil imagens de um mesmo campo foram tiradas com duas câmeras do telescópio. "A XDF é a imagem mais profunda do céu já obtida e revela as galáxias mais fracas e as mais distantes já vistas", diz Garth Illingworth, da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, principal investigador do programa Hubble Ultra Deep Field 2009. Acredita-se que o universo tenha cerca de 13,7 bilhões de anos. A XDF mostra galáxias há 13,2 bilhões de anos. A mais antiga da imagem tinha apenas 450 milhões de anos. Segundo a Nasa, antes do lançamento do telescópio, os astrônomos conseguiam, no máximo e com dificuldade, ver objetos a 7 bilhões de anos-luz. O telescópio James Webb, planejado para ser o sucessor do Hubble, terá uma capacidade ainda maior. A agência afirma que ele será capaz de registrar galáxias quando estavam nos seus primeiros milhões de anos.

Créditos: Terra

Um ônibus espacial sobre Los Angeles

Não é todo dia que um ônibus espacial pousa no famoso LAX. O aeroporto internacional de Los Angeles, foi o último destino do ônibus Espacial Endeavour, depois de completar um tour pelos céus da Califórnia e pousar no topo de um 747, modificado pela última vez. Durante seu último vôo o ônibus espacial e os caças de escolta foram fotografados perto de alguns dos ícones da Califórnia como a Ponte Golden Gate em San Francisco, as placas de Hollywood, e o horizonte de Los Angeles. Anteriormente, em Maio, o ônibus espacial Enterprise, foi registrado sobrevoando ícones da cidade de Nova York em sua jornada para o Intrepid Sea, Air & Space Museum. A foto acima, mostra o ônibus espacial se aproximando, na última semana, do LAX, enquanto cruzava sobre uma das ruas de Los Angeles. Agora aposentados, todos os ônibus espaciais são peças de museus, com o Endeavour planejado para ser rebocado pelas ruas de Los Angeles para que seja colocado em exposição no California Science Center.

Créditos: APOD

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Cometa recém-descoberto poderá ser visível até durante o dia

Nem bem as notícias sobre a descoberta de um novo cometa começaram a circular, astrônomos e astrofotógrafos de todo o mundo já começaram a se mobilizar. E não é para menos. De acordo com as observações iniciais o novo objeto tem potencial suficiente para ser um dos cometas mais brilhantes de todos os tempos. Batizado como C/2012 S1 (ISON) o novo cometa foi inicialmente observado pelos observatórios de Monte Lemmon e Panstarrs, nos EUA, entre 28 de dezembro de 2011 e 28 de janeiro de 2012, e teve sua órbita calculada com precisão a partir de observações feitas pelo astrônomo russo Artyom Novichonok e pelo seu colega Vitali Nevski, da Bielorússia, a quem cabem os créditos pela descoberta. Para calcular a órbita do novo cometa, a dupla de astrônomos utilizou imagens registradas pelo telescópio robótico de 400 milímetros pertencente à rede ISON (International Scientific Optical Network) instalado próximo à cidade de Kislovodsk, na Rússia. C/2012 S1 (ISON) é um cometa não-periódico (o "C" inicial de seu nome indica isso). Isso significa que é um objeto que foi visto apenas uma vez, com órbita quase parabólica e perído de retorno ao Sistema Solar de milhares de anos, caso retorne. As primeiras estimativas mostram que o cometa atingirá o periélio ao final de novembro de 2013, quando se aproximará a apenas 1.8 milhões de km do Sol (0.012 UA). Após isso, C/2012 S1 (ISON) se aproximará da Terra até chegar a 60 milhões de km de distância. De acordo com cálculos orbitais atuais, a magnitude do cometa deverá se tornar negativa a partir de novembro de 2013 e até mesmo atingir valores próximos ou inferiores à magnitude do planeta Vênus, tornando um dos cometas mais brilhantes dos últimos tempos. Imagens feitas pela equipe de astrônomos do Observatório Remanazacco, na Itália, através de telescópio robótico instalado no Novo México mostram um pequeno objeto bastante difuso, com uma coma de cerca de 5 segundos de arco. Baseados em dados observacionais, Giovanni Sostero, Ernesto Guido, Nick Howes e Luca Donato estimaram que a magnitude do cometa possa chegar a valores inferiores a -7, concordando com modelos do MPC (Minnor Planet Center) que projetam magnitudes próximas a -15. Esses valores são tão brilhantes que se forem confirmados pode indicar um cometa visível até mesmo durante o dia, mas ainda é cedo para tanta comemoração.

Créditos: Apolo 11

Curiosity termina inspeção detalhada de rocha

O rover Curiosity da NASA, tocou uma rocha marciana com o seu braço robótico pela primeira vez no dia 22 de Setembro de 2012, acessando quais os elementos químicos que constituem a rocha chamada de Jake Matijevic. Após uma curta jornada que precedeu o dia em que o rover tocou a rocha com seu braço robótico, o Curiosity colocou o seu Alpha Particle X-Ray Spectrometer (APXS), em contato com a rocha durante o 46º dia marciano de trabalho, ou sol. O instrumento APXS está localizado numa torre no final do braço robótico do rover de 2.1 metros de comprimento. O Mars Hand Lens Imager (MAHLI), localizado na mesma torre, foi usado para inspecionar de forma detalhada a rocha. Ambos os instrumentos foram também usados na rocha Jake Matijevic no Sol 47, que correspondeu ao dia 23 de Setembro de 2012. O instrumento Chemistry and Camera, ou ChemCam, que atirou pulsos laser em um alvo desde o topo do mastro do rover Curiosity, também acessou os elementos químicos da rocha Jake Matijevic. Usando tanto o APXS como a ChemCam na rocha, os pesquisadores conseguiram uma calibração cruzada dos dois instrumentos. Com um teste final do laser da ChemCam na rocha no sol 48, em 24 de Setembro de 2012, o Curiosity terminou seu trabalho na rocha Jake Matijevic. O rover partiu no mesmo dia, para um trecho de 42 metros, o mais longo até o momento. O Sol 48, em hora média local solar em Marte na Cratera Gale, terminou às 3:09 p.m., hora do pacífico, dia 24 de Setembro de 2012. O rover Curiosity da NASA, pousou em Marte há sete semanas para começar a sua missão primária de dois anos, usando seus 10 instrumentos para acessar se uma área cuidadosamente escolhida para esse estudo dentro da cratera Gale já ofereceu em algum momento da história marciana, condições ambientais favoráveis para o desenvolvimento da vida microbiana. O JPL, uma divisão do Instituo de Tecnologia da Califórnia em Pasadena, gerencia o projeto Mars Science Laboratory, incluindo o rover Curiosity para o Science Mission Directorate da NASA em Washington. O JPL desenhou e construiu o rover. O Space Division do MDA Information Systems Inc. construiu o braço robótico do rover em Pasadena. Para mais informações sobre o rover Curiosity, acessem as referências online em: http://www.nasa.gov/msl e http://mars.jpl.nasa.gov/msl/. Você pode seguir as atualizações da missão pelo facebook em: http://www.facebook.com/marscuriosity e pelo Twitter em: http://www.twitter.com/marscuriosity.

Créditos: JPL

Estudo descobre halo de gás gigante ao redor de nossa galáxia

Observações do telescópio Chandra - da Nasa (a agência espacial americana) -, do satélite japonês Suzaku e do observatório XMM-Newton - da Agência Espacial Européia (ESA, na sigla em inglês) - indicam que a Via Láctea está rodeada por um gigantesco halo de gás quente que teria massa comparável às de todas as estrelas de nossa galáxia somadas. Em comunicado nesta segunda-feira, a Nasa afirma que se o tamanho e a massa do halo forem confirmados, ele poderia explicar o problema dos "bárions desaparecidos". Os bárions mais conhecidos são os prótons e os nêutrons (os elétrons, que também compõem os átomos, fazem parte do grupo dos léptons). Essas partículas compõem mais de 99,9% da massa dos átomos no universo. Observações de galáxias e halos de gás muito distantes (e, portanto, que aparecem ainda jovens para nós) indicam que existiam os bárions nos primórdios do universo representavam uma parcela maior da massa do universo jovem. Ou seja, hoje, cerca de metade dessas partículas está "desaparecida". O novo estudo indica que as partículas desaparecidas podem estar nesse halo. Segundo a pesquisa, o objeto tem oito fontes brilhantes de raios-x a centenas de milhões de anos-luz de distância da Terra. Essas fontes têm temperatura entre cerca de 1 milhão e 2,5 milhão de °C - centenas de vezes mais quente que a superfície do Sol. Os pesquisadores estimam que a massa desse gás é equivalente a 10 bilhões de vezes a do Sol, talvez até 60 bilhões de vezes. Eles acreditam ainda que ele pode ter "algumas centenas de milhares de anos-luz". A densidade é tão baixa que halos parecidos em outras galáxias podem ter escapado do registro dos pesquisadores.

Créditos: Terra

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Cratera Gassendi

Os canais observados no interior da cratera Gassendi, não são igualmente proeminentes. Aqueles localizados na parte direita da imagem acima, são mais profundos, com a borda mais bem definida, mais largos e mais lineares do que os canais localizados ao longo da parte inferior e a esquerda. Somente um canal na parte superior esquerda, parece bem definido. Os canais na parte direita cortam o material que apresenta textura suave e tonalidade clara. Se esse material é vulcânico, ele não tem a mesma riqueza em ferro das lavas observadas nos mares escuros. O terreno na parte esquerda é mais rugoso e uma larga faixa de material montanhoso cruza a região na parte superior e esquerda, e um anel de colinas localiza-se ao longo da parte inferior direita. Será que são as diferenças no terreno que geram as diferenças nos canais? Por exemplo, é possível que o terreno suave seja mais forte assim quando um canal se forma ele é bem definido, pois suas bordas não colapsam. Ou será que o lado direito dos canais é mais bem definido só pelo fato deles serem mais novos? Que evidências poderíamos ver para tentar explicar essas diferenças?

Créditos: LPOD

Analema austríaco

No dia 22 de Setembro de 2012, o Sol cruzou o equador celeste rumo ao sul, exatamente as 14:49 Universal Time (11:49, hora de Brasília). Um equinócio (noite igual), esse evento astronômico, marca o primeiro dia do outono no hemisfério norte e o primeiro dia da primavera no hemisfério sul. Com o Sol no equador celeste, a Terra experimentará 12 horas de claridade e 12 horas de escuridão. Para celebrar esse evento, durante séculos celebrado com festas pelos povos antigos e até mesmo por algumas culturas modernas, considere esse belo registro da jornada anual do Sol, através do céus austríacos. A cena é composta de imagens feitas na mesma hora do dia registrando a posição do Sol nas datas que vão desde 29 de Setembro de 2011, até 9 de Setembro de 2012. Os múltiplos sóis observados acima traçam uma curva no céu conhecida como analema. De fato, as datas dos dois equinócios do ano passado correspondem ao ponto médio da curva (não no ponto de intersecção). Os solstícios de verão e inverno estão na parte superior e inferior do analema. Além da beleza celeste dessa foto, ela também mostra cenas muito bonitas da Áustria, onde muitos podem até considerar uma ótima idéia viajar pelas montanhas, pela estrada mostrada na imagem, passando pelos vinhedos até chegar a pequena cidade de Kitzeck e brindar o equinócio com uma ótima taça de vinho. Praticamente em primeiro plano, pode-se observar na margem da estrada uma estrutura semelhante a um cata-vento usada nessa região para manter os pássaros afastados das plantações.

Créditos: APOD

Hubble capta imagem de galáxia a 55 milhões de anos-luz da Terra

O telescópio Hubble, das agências espaciais européia (ESA) e americana (Nasa), capturou uma imagem "excepcional" da galáxia NGC 4183, situada a 55 milhões de anos-luz da Terra. A foto, que não permite ver completamente os braços em espiral dessa galáxia, mostra como cenário de fundo outras galáxias distantes e estrelas próximas, explicou a ESA em comunicado divulgado nesta segunda-feira. A NGC 4183, ligeiramente menor que a Via Láctea, está na direção da constelação de Canes Venatici. Trata-se de uma galáxia espiral com núcleo leve que se expande a uma velocidade de 80 mil anos-luz. Da Terra, ela é vista de perfil, informou a agência européia. O primeiro a observar a galáxia NGC 4183 foi William Herschel, em 14 de janeiro de 1778, lembrou a ESA.

Créditos: Terra

Bola de fogo vista no Brasil pode ser restos de colisão espacial

Depois que uma bola de fogo foi vista cruzando o céu da Inglaterra na última sexta-feira, muitos relatos desencontrados sobre observações semelhantes passaram a ser divulgados, entre eles o de uma bola de fogo vista sobre os estados de Alagoas e Pernambuco. Pelos relatos dos observadores e tempo de cruzamento, a bola de fogo vista no Brasil foi aparentemente provocada pela queima de algum fragmento artificial que se incendiou na alta atmosfera da Terra em consequência do atrito provocado pela alta velocidade do impacto. O relato mais preciso desse avistamento foi feito por observadores localizados próximos à Maragogi, em Alagoas. Segundo a descrição, um forte clarão azulado foi visto por volta das 19h38 e alguns segundos depois ouviu-se um forte estrondo, provavelmente provocado pela onda de choque supersônica criada pela alta velocidade de deslocamento. Observadores localizados na Bahia e Pernambuco também confirmam a passagem do objeto, indicando um longo tempo de cruzamento compatível com reentradas de lixo espacial. Entretanto, como não foram fornecidos horários mais precisos do cruzamento não foi possível avaliar o sentido de deslocamento do bólido. Uma foto da suposta bola de fogo foi divulgada nas redes sociais durante o fim de semana, mas não foi possível confirmar sua autenticidade. Da mesma forma que o avistamento no Brasil, a bola de fogo vista na Inglaterra, em 21 de setembro, também indica a possibilidade de reentrada de lixo espacial, com o objeto cruzando diversas cidades em poucos minutos. Diferente do evento ocorrido no Brasil, a fulgurante queima foi fartamente registrada em vídeos e imagens estáticas, que mostram rupturas e desmembramentos de partes da estrutura do bólido. Naturalmente, não se pode descartar a possibilidade das bolas de fogo terem sido criadas por dois meteoros ou até mesmo dois asteróides que penetraram sorrateiramente na atmosfera terrestre, mas dada a pequena diferença de tempo entre as duas observações, é grande a chance de ambos os eventos terem sido provocado pela reentrada de partes de um mesmo objeto artificial, com grande possibilidade de ser um dos inúmeros fragmentos criados durante a colisão entre o satélite americano Iridium 33 e Cosmos 2251, ocorrida em fevereiro de 2009. Durante essa colisão se formaram milhares de fragmentos que lentamente começam a reentrar na atmosfera da Terra. Apesar de grande parte desses fragmentos terem sido catalogados, muitos escaparam a essa contagem e continuam caindo em direção ao nosso planeta.

Créditos: Apolo 11

Gliese 163c poderá ter potencial para a vida

Um planeta recentemente descoberto, chamado Gliese 163c poderá ter condições para desenvolver vida tal como a conhecemos. Esta super-Terra está na zona habitável da sua estrela, podendo ter água no estado líquido à sua superfície. Este planeta está no 5º lugar na lista de candidatos mais prováveis a serem habitáveis. Note-se que o melhor cenário é que o planeta tenha uma atmosfera 10 vezes mais densa que a Terra, com um oceano global com uma temperatura moderada, e com um céu carregado de nuvens cor-de-rosa. A temperatura à superfície poderá ser cerca de 60ºC, o que é demasiado quente para humanos, mas é bastante confortável para alguns micróbios. Obviamente a informação que se tem do planeta ainda é bastante limitada. Daí que o cenário em cima é uma possibilidade otimista. Mas existem outros cenários onde o planeta não tem qualquer possibilidade de ter vida tal como a conhecemos. Este estudo foi feito por uma equipe internacional de cientistas liderada por Xavier Bonfils, que analisou 400 estrelas anãs vermelhas com o espectrógrafo High Accuracy Radial Velocity Planet Searcher (HARPS), no ESO, no Chile. Gliese 163c foi um dos dois planetas descobertos a orbitar a estrela anã vermelha Gliese 163, que se encontra a 49 anos-luz de distância da Terra. A equipe encontrou indicações de um terceiro planeta, mas não foi possível confirmá-lo para já. Gliese 163c é uma super-Terra com cerca de 7 vezes mais massa que a Terra, e terá o dobro do tamanho da Terra. Poderá ser um planeta rochoso, um planeta oceânico, ou talvez um pequeno gigante de gás (como Netuno). Gliese 163c leva 26 dias para orbitar a sua estrela. Ou seja, está muito mais perto da estrela que Mercúrio está do Sol. No entanto, como a anã vermelha é muito mais fraca que o Sol, então ele está na zona habitável da estrela. Aliás, está tão próximo da estrela que, apesar da estrela ser uma anã vermelha, o planeta até recebe 40% mais radiação da estrela do que a Terra recebe do Sol. Gliese 163b, o outro planeta, tem um período orbital de somente 9 dias, o que quer dizer que está ainda mais próximo da estrela.


Créditos: AstroPT

Descoberta de Netuno faz 166 anos, pouco mais de 1 ano netuniano

Casos de cientistas brilhantes que são ignorados por suas idéias inovadoras são comuns na história. Um desses exemplos é o francês Urbain Joseph Le Verrier. Quando se descobriu que o planeta Urano não orbitava da maneira que era previsto pelos cálculos astronômicos, esse matemático propôs que ele sofria a interferência de outro planeta - ele inclusive deu a localização e massa desse corpo desconhecido. Os astrônomos franceses ignoraram sua hipótese, mas ele insistiu na idéia e mandou suas predições para Johann Gottfried Galle, no Observatório de Berlim. Galle encontrou Netuno na primeira noite de observações, com menos de um grau de divergência do previsto por Le Verrier, em 23 de setembro de 1846. O matemático francês não foi o único a prever a existência do planeta, o astrônomo inglês John Couch Adams também fez os cálculos - de maneira independente, pouco tempo antes -, mas nunca publicou sua hipótese. Dezessete dias depois de Netuno, Galle descobriu Tritão, sua maior lua. Curiosamente, Netuno está tão longe do Sol (4,5 bilhões de km) que ele demora cerca de 165 anos terrestres para dar a volta ao redor da estrela - ou seja, somente em 2011 que completamos um ano netuniano de sua descoberta. De presente, ele ganhou uma série de retratos do Hubble. Outra curiosidade, é que a órbita irregular do planeta-anão Plutão faz com que ele, de tempos em tempos, entre na órbita de Netuno e fique mais perto do Sol que este (durante um período de 20 anos a cada 248 anos). Contudo, não há risco dos dois colidirem. Ao contrário do que muitos pensam, os planetas gigantes gasosos tem um núcleo sólido. O de Netuno é do tamanho aproximado da Terra. Existe muito metano na composição de sua atmosfera (o que o deixa azul) e até mesmo água. Contudo, o azul desse corpo é mais vívido que o de Urano - mas não se sabe qual componente na atmosfera deixa a cor mais viva. Em 1989, a Voyager 2 registrou uma grande mancha escura na atmosfera de Netuno. Chamada de "Grande Ponto Escuro", a mancha é na verdade uma gigantesca tempestade (grande o suficiente para devorar a Terra) com ventos de 1,2 mil km/h. Décadas depois, o Hubble não conseguiu registrar o Grande Ponto, mas viu outras duas grandes tempestades ao longo dos anos de seu funcionamento. A Voyager 2 ainda fotografou nuvens que faziam sombra no planeta - o que permitiu calcular as distâncias entre suas camadas. Netuno tem pelo menos (sempre pode se descobrir mais) seis anéis e 13 luas. Seu maior satélite, Tritão, orbita no sentido contrário dos demais, o que indica que ele foi capturado pela gravidade do planeta em um passado distante. A lua é extremamente fria (-235°C na superfície), mas tem gêiseres que expelem material congelado a até 8 km. Desde as primeiras medições pela Voyager 2, a atmosfera de Tritão está esquentando - mas não se sabe o motivo. Mas o que aconteceu com Le Verrier? Galle queria dar o nome do francês ao planeta. A União Astronômica Internacional (IAU, na sigla em inglês), contudo, negou e acabou dando o nome do deus romano dos mares. Mas ele ganhou diversas honrarias pelo feito, como a medalha Copley, em 1846 - o mais tradicional prêmio da Royal Society (a Real Sociedade Britânica), entregue desde 1731. Ele ainda assumiu o Observatório de Paris - mas suas medidas duras para restaurar a qualidade da instituição o levaram a ser odiado pelos astrônomos. O matemático foi afastado do cargo, mas deu a volta por cima e voltou três anos depois. Ele ainda é uma das 72 pessoas que teve seu nome eternizado na torre Eiffel. Le Verrier morreu em 1877.


Créditos: Terra

'Bolas de fogo' no céu britânico podem ser lixo espacial

O que parecia ter sido meteoros, vistos nos céus do Reino Unido na noite passada, podem ser lixo espacial ou até mesmo satélites artificiais, afirmaram especialistas, segundo o jornal britânico Daily Mail, de domingo. O brilho foi visto nos céus do norte da Inglaterra, nordeste da Irlanda e Escócia. Muitas pessoas viram a luz cruzando o céu e postaram fotos do evento. Os meteoros são partículas do espaço que queimam quando passam pela atmosfera da Terra, muitas vezes parecendo uma bola de fogo. Já os meteoritos são maiores e mais resistentes.

Créditos: Terra

sábado, 22 de setembro de 2012

Colonização de Marte será movida pelo turismo, diz astrofísico

Não é com alegria que o astrofísico Neil deGrasse Tyson prevê que o turismo se tornará no futuro o maior responsável pelas missões tripuladas para o espaço. O diretor do Planetário Hayden, no Museu Americano de História Natural, em Nova Iorque, constitui-se de um dos mais premiados cientistas americanos, um dos maiores entusiastas da ciência como motor de desenvolvimento econômico e social e um dos grandes críticos do corte de verbas da agência espacial americana, a Nasa. Tyson prevê: "Robôs vão continuar a explorar os planetas, luas e asteróides, mas as pessoas não vão participar, a menos que as culturas reconheçam o valor da exploração do espaço, como uma espécie de mola propulsora de inovação que serve à saúde de uma economia", acredita. "Provavelmente haverá colônias na Lua e em Marte, mas que serão conduzidas pelo turismo, e não por pesquisa". Difundir a importância da exploração espacial e da ciência em geral é uma de suas missões. Em cada programa de televisão que aparece, o Tyson faz questão de tirar dúvidas e suscitar a curiosidade dos espectadores a respeito de asteróides, viagens espaciais e partículas químicas. Utilizando-se de redes sociais, como Reddit, e uma linguagem acessível e bem-humorada em suas explicações sobre o universo, ele busca popularizar a ciência: "Quando a aprendizagem deixa de ser divertida, ela torna-se dolorosa, e a gente pára de aprender". Referência quando se trata de astronomia, Tyson possui dez livros publicados sobre o assunto. O último foi lançado em fevereiro deste ano e é dedicado à exploração do espaço: Space Chronicles: Facing the Ultimate Frontier. Ele também colaborou com a Nasa em projetos sobre o futuro da exploração espacial e recebeu a maior condecoração dada a um civil, a Distinguished Public Service Medal. No momento, Tyson está trabalhando em uma refilmagem da série de TV Cosmos, realizada pelo astrônomo Carl Sagan na década de 1980. A série, com 13 episódios, deve ir ao ar pela FOX em 2013. Tyson é tido por muitos como o substituto de Sagan. "Uma honra ser considerado na mesma frase", enfatiza o cientista. Confira a seguir a entrevista completa:
Você é um grande fã do Isaac Newton. Para uma pessoa que não sabe a importância de Newton, que só ouviu falar na escola - o cara da maçã -, o que você falaria? Como explicar sua importância?
Neil deGrasse Tyson - Newton permitiu que a civilização fizesse a transição de ver a natureza como um lugar místico, além da compreensão da mente humana, para um lugar conhecido, em que podemos usar as leis da física para prever o comportamento da própria natureza. A revolução industrial não teria sido possível sem esta transição.
As verbas da Nasa estão cada vez mais ameaçadas. A cada ano, elas caem mais. Diminuir essa verba é uma decisão adequada?
Tyson - As pessoas (os americanos) não reconhecem o valor total da Nasa para a economia. Trata-se da criação de uma nação inovadora, que tem o desejo incessante de sonhar com um amanhã que somente a ciência e a tecnologia podem trazer. E é aí que estão as sementes da economia do século 21.
É muito comum se deparar com pessoas que acham que o investimento em ciência básica é inútil. Elas acreditam que mandar uma sonda para Marte é um desperdício de dinheiro. Qual é a importância da ciência básica? Por que se busca uma partícula elementar ou se manda uma sonda para analisar a geologia de Marte?
Tyson - Cada máquina com um interruptor on-off em um hospital, trazido para o serviço de diagnosticar a condição do corpo humano, sem precisar cortar para abrí-lo, é baseado em um princípio da física, descoberto por um físico que não tinha interesse em medicina. Isso inclui todo o departamento de radiologia: máquinas de raios X, tomografias, tomografia computadorizada, ressonância magnética, eletrocardiogramas e eletroencefalogramas. Enquanto isso, na década de 1930, Albert Einstein escreveu uma equação que permitiu que o laser fosse inventado. E podemos ter certeza de que ele não estava pensando em códigos de barras e cirurgia a laser na época. Então, negar o financiamento da ciência básica é arriscar seu futuro como participante no cenário mundial de tecnologia e inovações.
Muitos cientistas se declaram religiosos, mas muitos outros dizem que a religião atrapalha e freia a ciência. Por outro lado, muitos religiosos apoiam a ciência, enquanto outros criticam as pesquisas porque vão contra suas crenças. Ciência e religião podem coexistir pacificamente?
Tyson - É um fato empírico de que a ciência e a religião podem coexistir, porque ela coexiste em muitos cientistas e pessoas treinadas em ciência. Contudo é bastante revelador perceber que os percentuais de cientistas que são religiosos variam conforme o campo de estudo. Os menores são biólogos, físicos e astrofísicos, e os mais elevados são matemáticos e engenheiros. Assim, as profissões que estão mais próximas das operações da natureza são menos representadas entre cientistas religiosos. Mais importante, os cientistas religiosos que são bem-sucedidos não usam a bíblia como referência para suas idéias sobre a natureza. Então, não se pode colocar junto os cientistas religiosos de sucesso com os fundamentalistas religiosos, que afirmam que Deus criou o universo em seis dias e que o mundo não tem mais do que 6 mil anos de idade. Eles não são a mesma comunidade de pessoas. Se você afirma que o seu texto religioso revelado é também uma cartilha sobre as operações da natureza, então você vive uma vida de conflito com a ciência.
O que você acha do trabalho do ex-mágico James Randi e do cientista Michael Shermer? Ambos defendem o ceticismo. Você se considera um cético também?
Tyson - Qualquer cientista também é um cético - que é como a ciência progride. Uma pessoa que não é cética está pronta para ser explorada por pessoas que têm algo a vender.
Como você vê sua popularidade crescente em redes sociais como Reddit? A internet tem força para popularizar a ciência?
Tyson - Sim. Mas a internet também tem o poder de popularizar a não ciência tão bem quanto o absurdo. Então, eu estou feliz em ser um participante, mas os desafios permanecem para aqueles que se preocupam com a alfabetização científica.
Qual a influência de Carl Sagan em sua vida e no seu trabalho?
Tyson - Eu conheci ele enquanto estava no ensino médio. E nos encontramos várias vezes depois disso. Ele nunca foi meu mentor, como alguns têm presumido. Mas o meu primeiro encontro com ele foi eterno. Ele passou um tempo comigo - um aluno que ele nunca havia conhecido - simplesmente porque ele tinha ficado sabendo do meu interesse em astrofísica. Daquele momento em diante, eu passei a encontrar tempo para alunos que eu nunca havia visto antes, da mesma forma como Carl deu seu tempo para mim.
Com a morte de Armstrong, muitos relembraram seu grande feito, de ter sido o primeiro homem a pisar na lua, em 1969. Qual foi de fato a importância da chegada do homem à Lua?
Tyson - A morte de Armstrong é especialmente importante não porque ele pousou na Lua e deu os primeiros passos, mas porque, três anos depois, nós paramos de ir, e toda a era está recuando rapidamente para o passado, sem nada para mostrar desde então. Isso torna a morte de Neil Armstrong uma tragédia a lamentar mais do que uma vida para comemorar.
Há quem diga que a China será o próximo país a conquistar a Lua. Você acredita nisso? E que importância esse feito teria hoje?
Tyson - A China provavelmente vai realizar esta façanha. Eu não me preocupo com quem "deve" fazê-lo. Eles têm sido coerentes com as suas promessas e suas realizações no espaço. Então, eu não tenho nenhuma razão para duvidar de seus planos para os "taikonautas" visitarem a Lua em um futuro próximo.
Como estamos nos preparando para o dia 13 de abril de 2036? Quais seriam as consequências previsíveis do impacto do asteróide Apophis na Terra? (O asteróide tem 1 chance em 250 mil de atingir a Terra. Como lembra Tyson em outra entrevista, muita gente aposta na loteria com probabilidade de acerto bem menor.)
Tyson - Se Apophis atingir a Terra, ele provavelmente vai bater no Oceano Pacífico e causar um trilhão de dólares em danos materiais ao longo da costa oeste da América do Norte. Mas ninguém tem que morrer. Nós vamos saber com antecedência onde e quando ele vai bater. Mas eu gostaria de desviar o asteróide, se ele vier ao nosso encontro, em vez de fugir dele. E a única maneira de desviá-lo é garantir que você tenha cientistas e engenheiros em seu meio, porque são eles que vão, naturalmente, pensar desta forma.


Créditos: Terra

Terminou o último vôo do Endeavour

A imagem acima mostra a vice administradora da NASA, Lori Garver, discursando na cerimônia de chegada do ônibus espacial Endeavour, ao Aeroporto Internacional de Los Angeles, nessa sexta-feira, dia 21 de Setembro de 2012. Começando em 30 de Outubro de 2012, o ônibus espacial será colocado em exposição ao público no Samuel Oschin Space Shuttle Endeavour Display Pavilion do California Science Center, embarcando numa nova missão que tem como objetivo comemorar e celebrar as realizações no espaço além de educar e inspirar futuras gerações de exploradores espaciais.

Créditos: NASA

(Como é a sensação de estar) no topo do mundo?

A imagem acima mostra uma parte da cobertura de material ejetado da Bacia Mozart em Mercúrio. A colina na parte inferior central da imagem é considerada a elevação mais alta medida pelo Mercury Laser Altimeter (MLA), com mais de 4 km acima da superfície de referência usada em Mercúrio. Um artigo que resume as descobertas sobre a topografia de Mercúrio feitas pela sonda MESSENGER foi publicado por Maria Zuber e seus colegas na revista científica Science.

Créditos: MESSENGER

Curiosity levou autógrafo de Obama a Marte, diz Nasa

A sonda Curiosity levou a Marte um autógrafo do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em uma placa comemorativa fixada na cobertura da parte dianteira do veículo, a qual também é assinada por outras personalidades. O vice-presidente dos EUA, Joe Biden, e o diretor da Nasa, Charles Bolden, também deixaram suas assinaturas nesta placa retangular, de 10 por 8,2 cm, a qual pode ser vista em uma foto divulgada pela agência espacial americana sexta-feira. A imagem foi tomada no último dia 19 de setembro, no 44º dia da missão pela câmera Mahli (Mars Hand Lens Imager), situada no braço robótico da Curiosity. A placa está situada na parte dianteira esquerda da cobertura do robô que chegou a Marte com a missão de analisar as condições ambientais do Planeta Vermelho e para determinar se o mesmo possui condições de vida. Outras sonda como a Spirit e a Opportunity, que aterrissaram em Marte em janeiro de 2004, também levaram a terras marcianas placas similares com assinaturas do então presidente George W. Bush e do diretor da Nasa Sean O'Keefe.

Créditos: Terra

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Feliz aniversário, guerreirão!

Apesar de você não estar mais fisicamente entre nós, sei que sempre estará ao nosso lado até o fim, assim como ficamos com você. Este dia de hoje, é uma data que jamais será esquecida por nenhum dos verdadeiros Paiva (Suely, Larissa, Laís, Lawrence e Xexéu du Buchão) e a família Cid. Te amamos Super-Pai!

João Evangelista de Paiva
* 21/09/1940
+ 08/09/2012

Mais baixo

Essa imagem com o norte para cima, mostra a porção central da Bacia Rachmaninoff, em Mercúrio. De acordo com um relatório sobre a topografia de Mercúrio publicado na revista científica Science, por Maria Zuber e seus colegas, um ponto localizado na seção inferior direita dessa imagem, nas coordenadas 27.42˚ N, 57.22˚E, tem o ponto mais baixo em elevação de todo o hemisfério norte do planeta, algo em torno de 5.82 km abaixo de uma superfície de referência estabelecida para Mercúrio. De fato, outra localização, nas coordenadas 85.45˚ N, 62.44˚ E, tem aproximadamente a mesma baixa elevação desse ponto na Bacia Rachmaninoff.

Créditos: MESSENGER

Galáxia isolada é fotografada pelo Hubble

A Via Láctea está relativamente próxima de várias outras galáxias-anãs no universo. Mas nem todas tem companhia. Algumas estão longe de qualquer outro vizinho cósmico, isoladas no espaço. É o caso da DDO 190 (Observatório David Dunlap), uma galáxia isolada que foi flagrada pelo telescópio Hubble. Essa bela galáxia fica a cerca de 9 milhões de anos-luz do nosso sistema solar, e é classificada como uma galáxia-anã irregular, pois é relativamente pequena e sem estrutura bem definida. Sua vizinha mais próxima é a galáxia-anã DDO 187, que está a 3 milhões de anos-luz de distância. Para termos uma idéia dessa distância, basta pensar que a gigante galáxia espiral Andrômeda está mais perto de nós do que a vizinha mais próxima da DDO 190. Curiosamente, essa galáxia é formada por duas diferentes populações de estrelas. As mais velhas e avermelhadas se encontram na periferia, enquanto seu interior contém estrelas mais jovens e azuladas. Essa mistura é comum em galáxias-anãs irregulares. As estrelas mais antigas mostram como era a galáxia em seus primórdios (há aproximadamente 4 bilhões de anos), e as novas estrelas (com cerca de 100 milhões de anos) indicam uma explosão com o nascimento de estrelas. Ao fundo da imagem, podemos ainda observar diversas galáxias distantes.

Créditos: Hypescience

Sonda acha indícios de que Vesta já teve água

A Nasa apresentou nesta quinta-feira resultados das observações da sonda Dawn, que deixou recentemente Vesta. Dois artigos publicados na revista especializada Science revelam os dados obtidos. Entre as descobertas, os registros indicam que materiais voláteis (que evaporam facilmente - provavelmente água) preencheram uma região no equador do gigantesco asteróide. Vesta é considerado por pesquisadores como um protoplaneta - já que parou no meio do caminho de sua formação como planeta. A nave não achou água no asteróide, mas minerais hidratados (que se forma apenas na presença do líquido) que devem ter chegado à rocha por meteoritos e poeira. "A fonte do hidrogênio na superfície de Vesta parece ser minerais hidratados entregues por rochas ricas em carbono que colidiram contra o asteróide a velocidades pequenas o bastante para preservar conteúdo com voláteis", diz Thomas Prettyman, cientista líder do detector de raios gama e nêutrons (Grand, na sigla em inglês), da Dawn. No outro artigo, Brett Denevi, da Universidade Johns Hopkins, descreve um terreno esburacado no protoplaneta que pode ter sido criado por voláteis. Os cientistas acreditam que meteoritos colidiram no asteróide e o calor gerado desfez a ligação do hidrogênio nos minerais dessas pedras e criou água, que evaporou. "Esses buracos parecem com formações vistas em Marte, mas, enquanto água foi comum no planeta, é totalmente inesperado em Vesta nessa grande quantidade", diz Denevi. "Esses resultados dão evidências de que não apenas minerais hidratados estavam presentes, mas eles tiveram um papel importante na formação da superfície e da geologia do asteróide que vemos hoje."

Créditos: Terra

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Ônibus espacial da Nasa faz últimos vôos antes de se aposentar

O ônibus espacial Endeavour da Nasa, acoplado a um Boeing 747, decolou na manhã desta quarta-feira para uma de suas últimas viagens. Saindo do Centro Espacial Kennedy, na Flórida, ele chegou a Houston em seu vôo final com destino à Califórnia, onde foi fabricado. A jornada marcou o início do encerramento das atividades do programa de ônibus espacial da agência americana. Depois de sobrevoar em baixa altura várias áreas do Centro Espacial, do aeroporto da Força Aérea em Cabo Canaveral e da Base Patrick também da Força Aérea, o 747 tomou rumo a oeste. De acordo com a Nasa, na manhã de hoje, a Endeavour partirá rumo a Califórnia e, na sexta-feira, sobrevoará áreas de Los Angeles antes de pousar no aeroporto internacional da cidade, o LAX. Em outubro, o ônibus espacial será mantido no Centro Científico da Califórnia, onde encerrará as atividades e servirá de inspiração para futuros exploradores. Após 30 anos de missão, a Nasa decidiu aposentar o Endeavour, último ônibus espacial. O programa, que começou com a nave Columbia e seguiu com a Challenger, a Discovery, a Atlantis e, por último, a Endeavour, permitiu o lançamento de pessoas ao espaço, recuperou e consertou satélites, conduziu pesquisas espaciais e construiu a maior estrutura espacial até hoje, a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês). A missão final dos ônibus espaciais, chamada de STS-135, terminou em 21 de julho de 2011, quando a nave Atlantis se aposentou e foi transportada até sua "casa", o Centro Espacial Kennedy. O Endeavour foi criado em 1987 e lançado pela primeira vez em 1992. Na primeira missão, ele interceptou e relançou um satélite que saiu da rota padrão. O ônibus espacial foi usado também para explorações e pesquisas. No total, o ônibus espacial da Nasa completou 25 missões, passou 299 dias no espaço e orbitou em torno da Terra 4.671 vezes, somando 197.761.261 quilômetros percorridos. O mais jovem dos cinco ônibus espaciais construídos pelos Estados Unidos se acoplou uma vez à estação espacial russa Mir e 12 vezes à ISS. Em 11 de outubro de 2011, a Nasa transferiu o título e a propriedade da nave ao Centro de Ciência Espacial da Califórnia.


Créditos: Terra

Astrônomos descobrem galáxia com mais de 13 bilhões de anos

Graças ao telescópio espacial Hubble e à teoria da relatividade de Einstein, cientistas conseguiram observar uma galáxia distante que remonta a 500 milhões de anos após o Big Bang, explosão que deu origem ao Universo. A galáxia, descoberta por Wei Zheng, do departamento de Física e Astronomia da Universidade americana Johns Hopkins, e sua equipe, tem mais de 13,2 bilhões de anos. O estudo foi publicado nesta quarta-feira na revista britânica Nature. A imagem mais antiga que temos do Universo é dada pela radiação de fundo deixada pelo Big Bang, uma auréola difusa de micro-ondas que não consegue se associar a nenhuma estrela, galáxia ou objeto astronômico preciso. Isto ocorreu 400 mil anos depois do Big Bang, ou seja, uma fração de segundos na escala do nosso Universo, que tem 13,7 bilhões de anos. Não havia então nenhuma estrela, apenas átomos de hidrogênio recém-criados. Foi preciso aguardar ainda quase um bilhão de anos para ter outra imagem detalhada, mas a paisagem tinha mudado radicalmente: havia galáxias com bilhões de estrelas. Os astrônomos têm dificuldade em responder o que teria acontecido neste intervalo, pela dificuldade em distinguir entre o ruído de fundo cosmológico e outros sinais que chegam do espaço profundo. Zheng e sua equipe usaram a poderosa câmera infravermelha instalada no Hubble em 2009. Este instrumento já encontrou mais de uma centena de galáxias da época em que universo tinha entre 650 e 850 milhões de anos. Mais ainda, o sinal recebido é tão tênue que até agora a câmera só conseguiu identificar uma galáxia de 500 milhões de anos. Os cientistas olharam para Albert Einstein e sua teoria, segundo a qual objetos muito maciços têm um campo gravitacional tão forte que conseguem desviar os raios luminosos que passam próximos. E às vezes, isto amplia a imagem percebida por um observador, um fenômeno chamado "lente gravitatória". O Hubble foi utilizado para buscar galáxias distantes escondidas atrás de aglomerados de galáxias maciças que poderiam servir de lupa astronômica e descobriram uma que data de 500 milhões de anos depois do Big Bang. Neste caso, a "lente gravitatória" multiplicava por 15 a luz emitida por esta galáxia, o que lhes permitiu estudá-la com muito mais precisão. Os autores calculam que está constituída por uma proporção não desprezível de "velhas estrelas" que teriam se formado durante 200 milhões de anos para alcançar uma massa equivalente a 150 milhões de vezes a do nosso sol. Se este sistema fosse representativo de outras galáxias primitivas, implicaria em que a formação de estrelas já estava em curso entre 300 e 500 milhões de anos depois do surgimento do universo. Devido à falta de amostras e instrumentos de medição suficientes, é impossível afirmá-lo, destacou num comentário em separado Daniel Stark, astrônomo da Universidade do Arizona. A construção de telescópios terrestres gigantes, contudo, abrirá novos campos de exploração na próxima década.


Créditos: Terra

Robô Curiosity encontra pedra em forma de pirâmide em Marte

O robô Curiosity, que está em Marte desde o dia 6 de agosto, detectou na quarta-feira (19) uma pedra cujo formato lembra uma pirâmide egípcia. A composição química do objeto deve ser analisada nesta sexta-feira (21). E a rocha já ganhou até nome: Jake Matijevic, em homenagem ao engenheiro da Nasa Jacob Matijevic, que morreu há um mês, aos 64 anos, e era um dos responsáveis pela missão ao planeta vermelho – além das anteriores Opportunity, Spirit e Sojourner. A pedra tem 25 cm de altura e 40 cm de largura. A foto acima foi feita pela câmera Navcam, no braço do jipe, a 2,5 metros de distância do objeto. Segundo os cientistas da Nasa, esse será o primeiro alvo de um kit de dez instrumentos do Curiosity, que inclui uma colher para recolher amostras da superfície de Marte, um aparelho de raio-X chamado espectômetro e uma lente para fazer imagens aproximadas. A "pirâmide" fica no meio do caminho entre o local de pouso do veículo, chamado Bradbury Landing, e um lugar denominado Glenelg – ambos na região da Cratera Gale, ao sul do equador marciano. Na atual área, há pelo menos três tipos de terrenos que se misturam, o que pode se resultar em achados interessantes. A meta é descobrir se o local oferece ou já ofereceu condições ambientais favoráveis à vida microbiana. Por dia, o robô tem percorrido uma média de 22 a 37 metros de distância. A missão dele em Marte é de pelo menos dois anos, mas, assim como seus antecessores, o Curiosity não deve voltar à Terra.


Créditos: G1