quarta-feira, 31 de julho de 2013

Escarpa de quase 80 Km de comprimento é imageada em alta resolução na superfície de Mercúrio

A imagem acima, mostra uma escarpa, ou a face de um desfiladeiro que tem mais de 77 km de comprimento. Escarpas se formam quando um bloco de crosta é empurrado sobre outro, o que pode resultar do resfriamento do interior do planeta causando uma contração global. Em Mercúrio as escarpas se chamam rupes, a palavra em Latim para desfiladeiro. A imagem acima foi adquirida como parte das observações planejadas de alta resolução. Observações planejadas são imagens feitas de pequenas áreas da superfície de Mercúrio com resoluções maiores que os tradicionais 200 metros por pixels usados no mapa base morfológico. Não é possível cobrir toda a superfície de Mercúrio com essa alta resolução, mas normalmente algumas áreas de alto interesse científico são imageadas nesse modo a cada semana.

Fonte: Cienctec

terça-feira, 30 de julho de 2013

Redes de vales sugerem antiga queda de neve em Marte

As ramificações das redes de vales através de toda a superfície marciana não deixam dúvida de que um dia a água fluiu no Planeta Vermelho. Mas de onde essa antiga água veio – ela verteu do subsolo, ou caiu como chuva ou neve – ainda é um mistério estudado pelos cientistas. Um novo estudo elaborado por pesquisadores da Universidade Brown coloca uma nova marca a favor da precipitação. O estudo descobriu que os vales escavados pela água em quatro diferentes locais em Marte parecem ter sido causados pelo fluxo de uma precipitação orográfica – neve ou chuva que caiu quando ventos úmidos prevaleciam e eram empurrados para cima pelas cadeias de montanhas. As novas descobertas são as evidências mais detalhadas até hoje de um efeito orográfico no antigo Marte e poderia trazer uma nova luz sobre o clima inicial do planeta e sua atmosfera. Kat Scanlon da Universidade Brown em Providence, Rhode Island, liderou a pesquisa e está bem familiarizado com o efeito orográfico. Ela fez sua pós graduação em meteorologia no Havaí, que é o lar de um padrão orográfico de excelência. Ventos tropicais úmidos do leste são empurrados para cima quando eles atingem as montanhas da Grande Ilha do Havaí. Os ventos perdem energia cinética para atingir o cume da montanha, então eles despejam sua umidade no lado leste da ilha, fazendo parte de uma floresta tropical. O lado oeste, em contraste é quase que completamente deserto pois ele está na chamada sombra de chuva gerada pelo pico da montanha. Scanlon pensou que padrões orográficos similares podem ter atuado no início da história do planeta Marte e que as redes de vales podem ser um indicativo disso. “Isso é o que imediatamente vem à minha mente quando tento entender se esses vales marcianos estão ou não relacionados com a precipitação”, disse ela. Os pesquisadores, incluindo Jim Head, da Universidade Brown, começaram identificando quatro locais onde as redes de vales foram encontradas ao longo de cadeias de montanhas elevadas ou de anéis elevados de crateras. Para estabelecer a direção prevalecente do vento em cada local, os pesquisadores usaram um novo modelo geral de circulação, também conhecido como GCM para Marte. O modelo simula o movimento do ar com base na composição que os cientistas acreditam estavam presentes no início da atmosfera de Marte. Depois, a equipe usou um modelo de precipitação orográfica para determinar onde, dado os ventos prevalecentes do GCM, a precipitação provavelmente cairia em cada uma das áreas estudadas. As simulações mostraram que a precipitação teria sido mais pesada na cabeça das redes de vales mais densas. “A densidade de drenagem varia de modo que você esperaria variar a partir da complexa resposta da precipitação à topografia”, disse Scanlon. “Nós somos capazes de confirmar isso de uma maneira bem sólida”. Os parâmetros atmosféricos usados no GCM são baseados no novo modelo compreensivo de circulação geral que prevê um clima frio, de modo que a precipitação modelada nesse estudo foi a neve. Mas essa neve poderia ter se derretido por condições de aquecimento episódicas para formar as redes de vales, e na verdade alguma precipitação poderia até ter sido a chuva durante esse período, disseram Scanlon e Head. “O próximo passo é gerar alguma modelagem do derretimento da neve”, disse Scanlon. “A questão é quão rápido é possível derreter um imenso banco de neve. Você precisa da chuva? É possível ter uma descarga suficiente (para escavar os vales) somente com o derretimento da neve? Com o conhecimento desse estudo que a precipitação foi importante em escavar os vales, as respostas para essas questões adicionais poderiam fornecer importantes idéias sobre o clima de Marte bilhões de anos atrás.


Fonte: Cienctec

"Cometa do século" pode ser destruído pelo Sol, diz astrônomo

As últimas observações feitas do Ison, chamado de "cometa do século", indicam que ele pode ser uma grande decepção. Análise de Ignacio Ferrin, astrônomo da Universidade de Antióquia (Colômbia), conclui que a pedra de gelo tem um "peculiar comportamento" e pode acabar destruída ao se aproximar do Sol. Descoberto em setembro de 2012 por dois astrônomos russos, o Ison foi chamado de "cometa do século" após algumas previsões que indicavam que ele poderia aparecer tão grande como a Lua Cheia para quem vê da superfície da Terra. Contudo, isso depende de sua passagem pelo Sol. Ferrin, ao analisar as últimas observações do Ison, descobriu que o brilho do cometa se manteve constante por 132 dias, apesar de ele se aproximar cada vez mais da estrela. Esse dado peculiar pode ser explicado pela falta de água ou se uma superfície de rocha ou outro material esteja impedindo a sublimação da água ou outro volátil para o espaço. Caso parecido foi o do cometa C/2002 O4 Hönig, que manteve o mesmo brilho durante 52 dias. Após esse período, ele se desintegrou, sem deixar resíduos observáveis. Os astrônomos não sabem qual é a situação atual do Ison, já que ele está escondido pelo brilho do Sol. Contudo, eles sabem de duas dificuldades que o cometa vai enfrentar. A primeira, a temperatura de 2,7 mil °C ao passar perto da estrela, o suficiente para derreter ferro e chumbo. Além disso, ele entrará no chamado limite de Roche, quando a força gravitacional do Sol poderá partir o núcleo do cometa. Esses dados indicam que o Ison pode não sobreviver ao encontro. Uma breve janela de observações, entre 7 de outubro e 4 de novembro, pode indicar a situação da pedra de gelo. Contudo, segundo o cientista, as condições de observação serão muito ruins para determinar o destino do cometa. "O futuro do cometa Ison não parece muito brilhante", conclui Ferrin.


Fonte: Terra

segunda-feira, 29 de julho de 2013

A cara em mudança do gelado Quaoar

Plutão não se pode queixar. Embora já não seja um planeta principal, pelo menos consegue ser o amado rei dos anões. A vida não é tão simples para Quaoar, outra bola de rocha e gelo à deriva nas periferias do Sistema Solar. Em tempos foi o segundo no comando de Plutão, o segundo maior objeto no cinturão de Kuiper, um anel de planetas anões e outros corpos para lá da órbita de Netuno. Mas mundos recém-descobertos e maiores continuam aparecendo. Entretanto, o tamanho de Quaoar (pronuncia-se "kwawar") foi revisto em baixa, graças a novas e melhoradas medições. O mundo estranho foi praticamente esquecido. Agora Quaoar pode ter perdido a honra que lhe resta, como o objeto mais denso no cinturão de Kuiper. As últimas revisões do seu tamanho, densidade e forma sugerem que o objeto negligenciado tem muito mais em comum com os seus vizinhos do que se suspeitava. Isso pode ser bom - o seu novo e maior tamanho potencialmente aumenta a sua elegibilidade de adesão ao clube de planetas anões, formado como resultado da despromoção de Plutão. Só que Quaoar parece ser um elipsóide, o que lhe poderá negar entrada - até os planetas anões têm que ser esféricos. Com o nome de um deus-criador nativo americano, Quaoar orbita a 6,5 bilhões de quilômetros do Sol. O seu tamanho coloca-o perto do limite do que o Telescópio Espacial Hubble pode ver, o que torna difícil obter mais detalhes. Trabalhos anteriores vasculharam as imagens desfocadas do Hubble e fizeram modelos de Quaoar e da sua única lua, Weywot, com base na noção de que ambos os objetos seriam mais ou menos como as luas de Urano. Essa pesquisa indicou que Quaoar tem cerca de 900 km de largura e é tão denso que pode ser principalmente rocha - incomum para o cinturão de Kuiper, onde a maioria dos objetos são misturas de gelo e poeira. Mas imagens infravermelhas por telescópios modernos, tais como o telescópio espacial Herschel, e outras observações, mostraram que a composição da superfície de Quaoar não é nada como as das luas uranianas. Por isso, Felipe Braga-Ribas do Observatório Nacional do Rio de Janeiro, Brasil, e colegas tomaram um rumo diferente. Em 2011 e 2012, várias equipes observaram Quaoar a passar em frente de uma estrela, fazendo com que diminuísse de brilho durante um curto período de tempo. Ao cronometrar cuidadosamente as observações e ao registar as mudanças na luz da estrela, estas ocultações proporcionaram algumas das medições mais precisas do tamanho e forma do distante Quaoar. A equipe de Braga-Ribas calcula que Quaoar tem na realidade 1.138 km de largura - um pouco maior que o planeta anão Ceres - e que tem uma densidade de apenas 1,99 gramas por centímetro cúbico, o que pode torná-lo mais numa bola de neve suja como Plutão. Mas há um senão. As ocultações fazem mais sentido se Quaoar for um elipsóide alongado incorporando ou uma montanha muito grande ou uma cratera profunda. O problema é que nenhuma destas características deve perdurar por muito tempo se o objeto for constituído por uma mistura de gelo e rocha. "Quando interpretamos os valores, Quaoar parece disparatado - é completamente irracional," afirma Wesley Fraser do Instituto Herzberg para Astrofísica em Victoria, Colúmbia Britânica, Canadá, que não fez parte da equipe de pesquisa. Por isso a equipe também examinou o que seria necessário para uma forma mais suave coincidir com os dados. Assumindo pequenos erros de temporização que estão maioritariamente dentro dos limites esperados, um inexpressivo elipsóide, mas mais redondo, em forma de ovo, também pode explicar os dados. A equipe de Braga-Ribas também relata a inexistência de uma atmosfera em Quaoar. Isto é algo que Fraser acha suspeito. "Espera-se que a maioria dos grandes objetos no cinturão de Kuiper tenha atmosferas de algum tipo," afirma. "Eles têm gelos moderadamente voláteis nas suas superfícies que são relativamente quentes o suficiente para produzir atmosferas ligeiras e frágeis. No trabalho submetido à revista Astrophysical Journal Letters, Fraser e colegas apresentam os dados de quando Quaoar passou em frente de uma estrela em meados de Julho, a partir da perspectiva do telescópio Gemini Sul, no Chile. Eles descartam uma atmosfera de nitrogênio ou dióxido de carbono, mas pensam que é ainda possível uma atmosfera de metano puro, e que uma cobertura fofa e difusa de metano poderia encaixar nos resultados da ocultação de Braga-Ribas. Ou Quaoar tem um fino invólucro de gás, ou está de algum modo a desafiar os nossos conhecimentos da química do cinturão de Kuiper. O que é claro das várias observações é que Quaoar não é perfeitamente redondo. Mas quando a União Astronômica Internacional redefiniu o termo planeta, também decidiu que os planetas anões precisam ser massivos o suficiente para que a sua gravidade os torne pelo menos quase redondos. Será então possível que a forma de ovo de Quaoar o exclua do clube? "Ceres também não é perfeitamente redondo. Isto sugere que a definição da UAI pode ter de ser reexaminada," realça Fraser. "Eu inclino-me a chamá-lo de anão, e alguém terá que me convencer do contrário."

Fonte: Astronomia On-line

Telescópio registra primeira imagem de região misteriosa do Sol

Quando o telescópio solar IRIS apontou pela primeira vez suas lentes em direção ao Sol, os cientistas espaciais quase não acreditaram. A qualidade das imagens não tinha precedente e mostrava com impressionante clareza e nitidez a camada mais profunda e desconhecida da coroa solar. Assim que o telescópio foi apontando para o Sol no dia 17 de julho, o único instrumento a bordo do satélite começou a cumprir sua missão e passou a observar a camada mais baixa da cora solar, chamada zona de interface. As primeiras imagens enviadas pelo experimento mostravam uma vasta gama de estruturas entrelaçadas que jamais haviam sido observadas, revelando os enormes contrastes de densidade e temperatura desta região e nos gigantescos loops coronais que se desenvolviam em áreas vizinhas, algumas centenas de quilômetros ao lado. As cenas também mostravam pontos que brilhavam e esmaeciam rapidamente, em uma demonstração visual ímpar de como a energia é transportada e absorvida nesta camada da baixa atmosfera solar. Apesar de existirem diversos telescópios espaciais que observam o Sol 24 horas por dia, as imagens da missão IRIS têm como objetivo registrar bem de perto a chamada "região de interface", uma zona com cerca de 6 mil km de espessura que os cientistas entendem como o ponto chave da transferência de energia da extremamente quente coroa solar. As imagens geradas pela missão têm resolução de 240 km, o que significa que cada pixel corresponde a uma porção de 240x240 km na superfície observada da estrela. Para se ter uma idéia de quanto isso é bastante, basta comparar as imagens mostradas acima e que retratam a mesma região do Sol. À esquerda vemos a cena observada pelo moderníssimo satélite SDO da Nasa, enquanto à direita vemos a imagem obtida pelo instrumento solar IRIS, um misto entre telescópio ultravioleta e espectrógrafo. A diferença de qualidade é impressionante. A luz que atinge o instrumento IRIS (Interface Região Imaging Spectrograph) é dividida em dois componentes, sendo que o primeiro, em ultravioleta, fornece as imagens na resolução mencionada, enquanto o segundo segue em direção ao espectrógrafo, que "parte" a luz em diversos comprimentos de onda e gera as chamadas linhas espectrais. Cada uma das linhas é analisada separadamente, o que permite medir a quantidade de energia em cada parte do espectro. Isso capacita os pesquisadores a conhecer a temperatura, velocidade e densidade em cada região explorada, além de fornecer as pistas necessárias para entender como a energia é transportada no interior da região de interface. Para os pesquisadores, a compreensão dessa região vai ampliar o entendimento da coroa solar e como ela afeta todo o Sistema Solar, pois é ali que parte da energia do Sol vaza e alimenta ainda mais o vento solar, uma espécie de fluxo de partículas carregadas que sopra continuamente da estrela.

Fonte: Apolo 11

Nave Russa Progress 52 chega à ISS com suprimentos e kit de reparo para o traje espacial

Uma nave russa não tripulada chegou na Estação Espacial Internacional, nesse sábado, dia 27 de Julho de 2013, levando comida, suprimentos e um kit de reparo para um traje espacial que apresentou mal funcionamento no laboratório espacial. A nave robótica Progress 52 se acoplou à ISS às 23:26, hora de Brasília, do dia 27 de Julho de 2013, depois de ser lançada desde o Cosmódromo de Baikonur no Cazaquistão menos de seis horas antes. O veículo foi lançado a bordo de um foguete russo Soyuz às 17:45, hora de Brasília. A nave de carga estava carregada com aproximadamente 3 toneladas (2.7 toneladas) de comida, combustível, equipamentos e experimentos científicos para as seis pessoas da tripulação da Expedição 36 da ISS. Entre toda a carga está um conjunto de ferramentas para serem usados para ajudar os astronautas a investigarem e consertarem o traje espacial que apresentou mal funcionamento durante a caminhada espacial do dia 16 de Julho de 2013. Essa caminhada espacial terminou mais cedo, depois de apenas 92 minutos quando a água começou a vazar dentro do capacete do astronauta Luca Parmitano. Parmitano e seu companheiro de caminhada espacial, Chris Cassidy da NASA, abortaram a excursão, que tinha sido planejada inicialmente para realizar a manutenção do laboratório para preparar a ISS para a chegada de um novo módulo russo no final desse ano. “A investigação está em andamento, a solução também, com o objetivo de tentar isolar o que exatamente causou a intrusão de água no capacete de Luca Parmitano”, disse o porta-voz da NASA Rob Navias. A viagem expressa da nave Progress 52 levou seis horas para se acoplar com a ISS, depois de somente 4 horas na órbita do planeta – um tipo de jornada mais curta que está sendo adotada recentemente para salvar o tempo de veículos em viagens que anteriormente eram feitas em vários dias. O acoplamento aconteceu apenas dois meses depois que outro veículo de suprimentos Progress foi preenchido com lixo e foi desacoplado da ISS para se queimar sobre o Oceano Pacífico na reentrada da atmosfera da Terra. As naves Progress são naves programadas para serem dispensadas dessa maneira. A próxima nave de suprimentos a chegar à ISS – o veículo de transferência H-II Vehicle-4 da Agência de Exploração Aeroespacial Japonesa – está programada para partir no dia 3 de Agosto desde o Centro Espacial Tanegashima do Japão. Esse veículo levará 3.6 toneladas de carga seca, água, experimentos e partes de reparo para a ISS, de acordo com a NASA. A ISS tem o tamanho aproximado de uma casa de cinco quartos com uma área equivalente a de um campo de futebol. O equipamento espacial de 100 bilhões de dólares, foi construído por cinco agências espaciais representando 15 países, e tem estado em órbita da Terra e mantendo tripulações de astronautas desde o ano 2000. Os astronautas que atualmente ocupam o laboratório espacial são, Karen Nyberg e Chris Cassidy da NASA, Luca Parmitano da ESA e Fyodor Yurchikhin, Pavel Vinogradov e Alexander Misurkin da Rússia.

Fonte: Cienctec

Estrelas de nêutrons podem ajudar a entender a Relatividade Geral e leis da Física

Recentemente, os cientistas descobriram um meio de compreender o funcionamento das estrelas de nêutrons. Elas são corpos tão densos que conseguem embalar a massa de vários sóis em um espaço limitado. Existe uma relação universal que liga um trio de propriedades relacionadas com a rapidez com que a estrela gira e o quanto o seu formato se deforma. Esta relação pode ajudar os astrônomos a compreender à Física dentro de núcleos de estrelas de nêutrons, e distinguir estas estrelas de seus “primos” ainda mais estranhos, as estrelas de quarks. As estrelas de nêutrons nascem quando estrelas massivas ficam sem combustível para a fusão nuclear, isto é, essas estrelas são um dos possíveis estágios finais na vida de uma estrela. Elas são criadas quando estrelas com massa maior a oito vezes a do Sol esgotam sua energia nuclear e passam por uma explosão de supernova. Eventualmente, a pressão é tão grande que os átomos não conseguem reter a sua estrutura e colapsam. Prótons e elétrons fundem-se uns aos outros, produzindo nêutrons, bem como partículas chamadas neutrinos leves. O resultado final é uma estrela cuja massa é composta por 90% de nêutrons. As estrelas de quark são objetos ainda mais densos do que as estrelas de nêutrons, onde até mesmo os nêutrons não conseguem ‘sobreviver’ e acabam “derretendo” em seus quarks constituintes. A partir de observações atuais ainda não é possível, segundo os pesquisadores, dizer definitivamente a diferença entre as estrelas de nêutrons e quarks. No entanto, a nova relação encontrada por Nicolas Yunes, físico da Montana State University, e seu colega Kent Yagi, poderia ajudar a distinguir os dois corpos superdensos. Os cientistas descobriram que, para todas as estrelas de nêutrons, há uma relação entre três grandezas que definem o quão rápido a estrela pode girar e a facilidade na qual a sua forma se deforma. Essa relação significa que, se uma destas quantidades puder ser medida, as outras grandezas podem ser deduzidas. Embora, a princípio, os pesquisadores acreditassem que essas propriedades já estivessem conectadas, eles não perceberam que essa relação de fato era verdadeiramente possível. É semelhante, de acordo com os cientistas, com a relação conhecida por buracos negros, que são ainda mais densos do que estrelas de nêutrons e quarks. Yunes disse: "Para os buracos negros existe uma relação definitiva bem conhecida, mas que faz sentido, porque os buracos negros não têm estrutura interna. Nós esperávamos que isso não fosse verdade, uma vez que você tem objetos que têm estrutura". A compreensão dessa relação poderia ajudar os cientistas a estudarem a relatividade geral e as leis da física em um forte campo gravitacional.

Fonte: Jornal Ciência

domingo, 28 de julho de 2013

Exoplanetas mais velhos do que a nossa Via Láctea – um desafio para as teorias aceitas atualmente

Dois grandes planetas do tamanho de Júpiter, descobertos em 2012, orbitando uma estrela localizada a 375 anos-luz de distância da Terra, que irá em breve se transformar em uma gigante vermelha (imagem acima), estão entre os mundos alienígenas mais velhos já descobertos de acordo com os cientistas do Max-Planck Institute for Astronomy em Heidelberg, na Alemanha. “A própria Via Láctea ainda não está completamente formada”, disse Johny Setiawan. Durante uma pesquisa usando a técnica de velocidade radial, onde os astrônomos observam por oscilações periódicas na luz da estrela devido a força gravitacional de mundos que ela o orbitam, Setiawan e seus colegas descobriram as assinaturas de dois planetas orbitando a estrela, chamada de HIP 11952. Com uma idade estimada de 12.8 bilhões de anos, a estrela hospedeira – e seus planetas – muito provavelmente se formaram no alvorecer do universo, menos de um bilhão de anos depois do Big Bang. Com base no cálculo feito pela equipe, um planeta alienígena é quase tão massivo quanto Júpiter e completa a sua órbita em aproximadamente sete dias. O outro exoplaneta tem aproximadamente três vezes a massa de Júpiter e tem um período orbital de nove meses e meio. “Normalmente os planetas se formam pouco depois da formação da estrela”, disse Setiawan. “Planetas de segunda geração podem também se formar depois da estrela morta, mas isso ainda se encontra em debate”. A descoberta indica que a formação do planeta no início do universo foi possível apesar do fato das estrelas existentes naquela época possuírem uma deficiência de elementos mais pesados do que o hidrogênio e o hélio, o que vai contra a vastamente aceita teoria do modelo do crescimento, que diz que os elementos mais pesados são necessários para formar os planetas. No caso da HIP 11952, sua abundância em ferro é somente um por cento daquela existente no Sol. A teoria do crescimento tem por muito tempo tido o suporte de observações: A maior parte das estrelas que abrigam planetas e que foram descobertas até o momento são relativamente jovens e possuem uma quantidade moderada de metais, mas Setiawan, diz que os astrônomos podem pensar que o modelo de crescimento esteja correto pois os caçadores de planetas usando os dados da missão Kepler têm observado na maior parte das vezes estrelas jovens e parecidas com o Sol. Para verificar essa questão é necessário fazer uma busca de planetas ao redor de estrelas mais velhas e pobres em metal, completa Setiawan.

Fonte: The Daily Galaxy

Terceira supernova brilhante em 11 anos explode na M74

A galáxia M74 não somente pode ser considerada uma espiral quase que perfeita como também é um local repleto de atividades de supernovas, em onze anos 3 supernovas explodiram nessa galáxia. O mais novo objeto designado pelo singelo nome de PSN J01364816+1545310, foi descoberto brilhando com uma magnitude de 12.4 pelo projeto conhecido como Lick Observatory Supernova Search, no Observatório Lick perto de San Jose, na Califórnia. A sigla PSN, significa “possible supernova” e o número a frente da sigla relata a posição do objeto do céu em coordenadas equivalente ao que conhecemos como latitude e longitude. A M74 é uma galáxia espiral clássica com braços que parecem ser soprados do núcleo brilhante repleto de estrelas. Localizada a 32 milhões de anos-luz de distância na constelação de Pisces, a M74 contém algo em torno de 100 bilhões de estrelas. Os braços espirais são pontuados com densos aglomerados estelares e com nuvens rosas de gás hidrogênio fluorescente. A pesquisa do Lick usa um telescópio totalmente automatizado ou robótico de 76 cm dedicado especificamente para vasculhar o céu procurando por novas supernovas. Ele registrou a última explosão estelar na M74 no dia 25 de Julho de 2013. Anteriormente duas supernovas já haviam explodido nessa galáxia, a SN 2002ap e a SN 2003gd, com magnitudes 12 e 13 respectivamente. Uma equipe de astrônomos usando um espectrógrafo no Faulkes Telescope South em Siding Spring, na Austrália, fizeram um estudo separado da luz da supernova e agora sabem exatamente o que explodiu. Tudo indica que essa supernova se originou de uma estrela supergigante com no mínimo 8 vezes a massa do Sol. Após uma vida relativamente curta de milhões de anos, a supergigante esgotou seu combustível. Com o gás esgotado e com nenhuma nova energia sendo produzida em seu núcleo para contra atacar a força da gravidade, a estrela implodiu, enviando uma onda de choque em direções opostas. Chamada de uma explosão de supernova do Tipo II, a explosão enviou o material estelar para o espaço a uma velocidade aproximada de 70.000 km/s. O mais espetacular, é que uma poderosa explosão de supernova pode lançar energia equivalente àquela produzida pelo Sol em todos os seus 10 bilhões de anos de vida. Enquanto fotos e medidas adicionais chegam, astrônomos amadores com telescópios de 8 polegadas ou maiores, não estão tendo problemas em espiar a supernova. Essa supernova localiza-se a 93”a leste e a 135”a sudeste do núcleo da galáxia. Enquanto a M74 é relativamente brilhante e aparece de modo espetacular nas imagens de longa exposição, em telescópios menores ela é apagada e sem brilho. Seja paciente para observar a galáxia. Se você esperar um pouco mais, quando a Lua vai minguando o que ajudará nas observações.

Fonte: Cienctec

sábado, 27 de julho de 2013

Formação explosiva ou fiasco estelar?

As galáxias - sistemas como a nossa Via Láctea que contém até centenas de bilhões de estrelas - são os blocos constituintes do cosmos. Um objetivo ambicioso da astronomia moderna é compreender o modo como as galáxias crescem e evoluem, sendo que a formação estelar é uma questão fundamental neste processo: o que é que determina o número de novas estrelas que irão se formar numa galáxia? A Galáxia do Escultor, também conhecida como NGC 253, é uma galáxia espiral situada na constelação austral do Escultor. A uma distância de cerca de 11,5 milhões de anos-luz do Sistema Solar, é uma das nossas vizinhas galáticas mais próxima, e uma das galáxias com formação estelar explosiva mais próxima visível desde o hemisfério sul . Com o auxílio do Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA), os astrônomos descobriram colunas imensas de gás frio e denso sendo ejetadas a partir do centro do disco galático. “Com a magnifica resolução e sensibilidade do ALMA, podemos ver claramente pela primeira vez concentrações maciças de gás frio sendo ejetadas por conchas em expansão com pressão extremamente elevada, criadas por estrelas jovens", diz Alberto Bolatto (Universidade de Maryland, EUA), autor principal do artigo científico que descreve estes resultados. “A quantidade de gás que medimos nos dá uma evidência clara de que algumas galáxias em crescimento cospem mais gás do que ingerem. Podemos estar assistindo um exemplo atual de uma ocorrência bastante comum no Universo primordial”. Estes resultados podem ajudar a explicar porque é que os astrônomos encontraram muito poucas galáxias de massa elevada no cosmos. Modelos de computador mostram que as galáxias mais velhas, vermelhas, deveriam ter consideravelmente mais massa e um maior número de estrelas do que se observa atualmente. Parece que os ventos galáticos ou as correntes de gás ejetado são tão fortes que privam a galáxia do combustível necessário à formação de novas gerações de estrelas. “Estes jatos traçam um arco que está quase perfeitamente alinhado com os extremos da corrente de gás ionizado observada anteriormente”, comenta Fabian Walter, pesquisador principal no Instituto Max Planck de Astronomia (Heidelberg, Alemanha), e co-autor do artigo. “Estamos assistindo uma evolução passo a passo que nos leva desde a formação estelar explosiva às correntes de matéria ejetada”. Os pesquisadores determinaram que enormes quantidades de gás molecular - quase dez vezes a massa do nosso Sol e possivelmente muito mais - estão sendo ejetadas pela galáxia, por ano, a velocidades entre 150 mil a quase um milhão de quilômetros por hora. A quantidade total de gás ejetada seria maior do que a quantidade de gás que teria sido usada para efetivamente formar as estrelas da galáxia, nessa altura. A esta taxa, a galáxia poderia ficar sem gás em tão pouco tempo como 60 milhões de anos. “Para mim este é um exemplo claro de como os novos instrumentos moldam o futuro da astronomia. Estamos estudando esta região de formação estelar explosiva em NGC 253, e em outras galáxias próximas do mesmo tipo, há quase dez anos. Mas antes do ALMA não tínhamos chance de ver tais detalhes“, diz Walter. O estudo utilizou uma configuração inicial do ALMA com apenas 16 antenas. “É bastante excitante pensar no que o ALMA completo com as 66 antenas nos mostrará para este tipo de jatos!”, acrescenta Walter. Mais estudos que utilizarão a rede completa do ALMA ajudarão a determinar o destino final do gás que está sendo levado pelo vento, o que revelará se estes ventos originados pela formação estelar explosiva estão reciclando o material que serve para formar estrelas ou se estão efetivamente o removendo da galáxia.

Fonte: ESO

NASA mostra interior de sua nova cápsula espacial

Dois astronautas da NASA fizeram as primeiras avaliações de um protótipo da nave espacial CST-100, que está sendo construída pela Boeing. Esta é a primeira vez que a empresa divulga o interior da cápsula da tripulação, que ainda sofrerá modificações antes de estar pronta para ir ao espaço. Os astronautas Serena Aunon e Randy Bresnik testaram a ginástica necessária para entrar e sair da cápsula. Enquanto isso, os engenheiros monitoravam os equipamentos e avaliavam a ergonomia. A CST-100 tem assentos para cinco membros da tripulação, mas o projeto permite acomodar até sete astronautas ou uma mistura de tripulação e carga. A cápsula espacial lembra muito as cápsulas Apollo dos anos 1960, também fabricadas pela Boeing, mas com um interior "repaginado". Segundo a Boeing, os "grandes avanços" podem ser percebidos "na iluminação com LEDs azuis e na tecnologia usada nos tablets". As telas sensíveis ao toque de fato substituem as mais de 1.000 chaves e botões presentes nas naves Apollo. Os avanços reais, contudo, são bem menos visíveis. É o projeto sem soldas nas estruturas e a melhor proteção térmica que tornam o modelo 2013 das cápsulas espaciais distintas de seus equivalentes de quase 50 anos atrás. As novas técnicas de fabricação permitiram fazer uma nave mais leve e que pode ser fabricada mais rapidamente. A Boeing é uma das três empresas norte-americanas que trabalham para desenvolver sistemas de transporte de tripulação ao espaço, uma capacidade que o país perdeu ao aposentar os ônibus espaciais.

Fonte: Inovação Tecnológica

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Lançando nova luz sobre os objetos mais brilhantes do universo

Os quasares estão entre os objetos mais brilhantes, mais antigos, mais distantes e mais poderosos do Universo. Alimentados por buracos negros supermassivos no centro de galáxias gigantescas, os quasares podem emitir enormes quantidades de energia, até mil vezes a produção total das centenas de milhares de milhões de estrelas de toda a nossa Via Láctea. Astrofísicos da Universidade de Dartmouth, no estado americano de New Hampshire, escreveram um artigo que será publicado na revista The Astrophysical Journal, que relata descobertas baseadas em observações de 10 quasares. Eles documentaram o imenso poder da radiação do quasar, que se estende por muitos milhares de anos-luz, até aos limites da galáxia do quasar. "Pela primeira vez, somos capazes de ver a real extensão em que estes quasares e os seus buracos negros podem afetar as suas galáxias, e vemos que é apenas limitada pela quantidade de gás na galáxia," afirma Kevin Hainline, associado pós-doutorado de pesquisa em Dartmouth. "A radiação excita o gás por todo o percurso até às margens da galáxia e só pára quando já não existe mais gás." A radiação libertada por um quasar cobre todo o espectro electromagnético, desde ondas de rádio até micro-ondas a baixas frequências, passando por infravermelho, ultravioleta, raios-X, até raios gama de alta frequência. Um buraco negro central, também chamado núcleo galáctico ativo, pode crescer ao engolir material do gás interestelar circundante, libertando energia no processo. Isto leva à criação do quasar, que emite radiação que ilumina o gás presente em toda a galáxia. "Se pegarmos nesta poderosa e brilhante fonte de radiação no centro da galáxia e detonarmos o gás com a sua radiação, ele é excitado da mesma forma que o neon nas lâmpadas, produzindo luz," afirma Ryan Hickox, professor assistente do Departamento de Física e Astronomia em Dartmouth. "O gás vai emitir frequências muito específicas de luz que só um quasar pode produzir. Esta luz funciona como um rastro que fomos capazes de usar para seguir o gás excitado pelo buraco negro até grandes distâncias." Os quasares são pequenos em comparação com uma galáxia, como um grão de areia numa praia, mas o poder da sua radiação pode estender-se até aos limites galácticos e além. A iluminação do gás pode ter um efeito profundo, já que o gás que é iluminado e aquecido pelo quasar é menos capaz de entrar em colapso sob a sua própria gravidade e formar novas estrelas. Assim, o minúsculo buraco negro central e o seu quasar podem retardar a formação estelar em toda a galáxia e influenciar a forma como esta cresce e muda ao longo do tempo. "Isto é emocionante porque sabemos, a partir de um número de argumentos diferentes e independentes, que estes quasares têm um efeito profundo nas galáxias onde vivem," afirma Hickox. "Existe muita controvérsia sobre o modo como realmente influenciam a galáxia, mas agora temos um aspecto da interação que se pode alargar à escala de toda a galáxia. Ninguém tinha visto isso antes." Hickox, Hainline e co-autores basearam as suas conclusões em observações feitas com o SALT (Southern African Large Telescope), o maior telescópio óptico do Hemisfério Sul. As observações foram realizadas usando espectroscopia, na qual a luz é dividida nos comprimentos de onda que a compõem. "Para este tipo particular de experiência, está entre os melhores telescópios do mundo," afirma Hickox. Também usaram dados do telescópio espacial WISE (Wide-field Infrared Survey Explorer) da NASA, que fotografou todo o céu no infravermelho. Os cientistas usaram observações no infravermelho porque dão uma medida particularmente fiável da produção total de energia do quasar.

Fonte: Astronomia On-line

Companhia privada pretende instalar telescópio na Lua em 2015

A exploração espacial privada deve ir para a Lua e logo. A primeira missão mundial para o pólo sul ensolarado da Lua colocará um telescópio privado no pico lunar da Montanha Malapert no começo de 2015. Moon Express, uma startup privada de comércio lunar, e a International Lunar Observatory Association, uma fundação sem fins lucrativos para a observação da Lua, se juntaram para colocar o International Lunar Observatory, uma antena de rádio telescópio com 2 metros de diâmetro, na Lua, para observar a galáxia sem a interferência da atmosfera da Terra que absorve determinados tipos de radiação. O ILOA planeja começar pequeno, estabelecer uma presença científica na Lua e eventualmente mover a exploração humana para lá. Uma missão preliminar com um telescópio menor será lançada em 2015. O observatório completo, programado para chegar em 2016, poderá realizar, pesquisa científica, transmissão comercial e permitir a educação Galaxy 21st Century e a ciência cidadã na Lua, de acordo com o comunicado de imprensa feito pelas duas organizações. Seu acesso e controle serão disponíveis via internet para o público em geral, bem como para os pesquisadores. A Moon Express também enviará um pequeno rover que irá prospectar a Lua por recursos, incluindo metais, minerais e água, que poderiam ser extraídos da superfície e um dia até mesmo vendidos na Terra. Apesar do tempo para colocar um observatório na Lua ser descrito como um pouco ambicioso – mesmo pelo CEO Bob Richards do Moon Express – o Moon Express está também participando do chamado Lunar XPrize do Google, que tem por objetivo colocar na Lua um rover em 2015.

Fonte: Cienctec

A missão WISE da NASA descobre que os misteriosos objetos Centauros deve ser cometas

A verdadeira identidade de centauros, os pequenos corpos celestes que orbitam o Sol entre Júpiter e Netuno, é um dos grandes mistérios persistentes da astrofísica. Eles são asteróides ou cometas? Um novo estudo de observações feitas com o Wide-field Infrared Survey Explorer, ou WISE da NASA aponta que a maior parte dos objetos centauros são cometas. Até agora, os astrônomos não tinham certeza se os centauros são asteróides expulsos da parte interna do Sistema Solar, ou cometas viajando em direção ao Sol de muito longe. Devido a sua natureza dúbia, eles receberam o nome da criatura da mitologia grega que tem cabeça e dorso humano e pernas de cavalo. “Como as criaturas místicas, os objetos centauros parecem ter uma vida dupla”, disse James Bauer do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, em Pasadena, na Califórnia. Bauer é o principal autor do artigo publicado online no dia 22 de Julho de 2013 no The Astrophysical Journal. “Nossos dados apontam para uma origem cometária para a maior parte dos objetos, sugerindo que eles vêem dos locais mais profundos do Sistema Solar”. “Origem Cometária”, significa que um objeto provavelmente é feito do mesmo material de um cometa, que pode ter sido um cometa ativo no passado e que pode voltar a ser ativo no futuro. As descobertas vieram da maior pesquisa em infravermelho já realizada até a data dos centauros e de seus primos mais distantes, chamados de objetos dispersos do disco. A NEOWISE, a porção da missão WISE que caça asteróides, adquiriu imagens infravermelhas de 52 centauros e objetos dispersos de disco. Quinze dos 52 são novas descobertas. Os Centauros e os objetos dispersos de disco orbitam em um cinturão instável. A gravidade dos planetas gigantes levarão esses objetos para mais perto do Sol ou para mais distante de suas posições atuais. Embora os astrônomos já tivessem observado anteriormente alguns dos objetos centauros com halos empoeirados, uma feição comum de cometas, e o Telescópio Espacial Spitzer da NASA também tivesse encontrado evidências para cometas no grupo, eles não eram capazes de estimar o número de cometas e asteróides. Dados infravermelhos da missão NEOWISE fornecem informações sobre o albedo dos objetos, ou seja, sua refletividade, para ajudar os astrônomos a vasculharem a população. A missão NEOWISE pode dizer se um objeto centauro tem uma superfície escura ou uma superfície brilhante e que reflete mais luz. As peças do quebra-cabeça começam a fazer sentido quando os astrônomos combinam as informações de albedo com o que já se sabia sobre as cores dos objetos. Observações na luz visível têm mostrado que os objetos centauros normalmente têm tonalidades azul acinzentadas ou mais avermelhadas. Um objeto azul acinzentado poderia ser um asteróide ou um cometa. A missão NEOWISE mostrou que a maior parte dos objetos azul acinzentados são escuros, uma assinatura dos cometas. Um objeto mais avermelhado é mais provável que seja um asteróide. “Os cometas têm uma superfície congelada coberta por material escuro, fazendo com que eles sejam mais escuros do que a maior parte dos asteróides”, disse o co-autor do estudo, Tommy Grav do Planetary Science Institute em Tucson, no Arizona. “As superfícies dos cometas tendem a ser mais escuras, enquanto que as dos asteróides são mais brilhantes como a da Lua”. Os resultados indicam que aproximadamente dois terços da população dos objetos centauros são cometas, que vieram das regiões frígidas do nosso Sistema Solar. Não é claro se o restante dos objetos são asteróides. Os corpos centauros não perderam sua mística inteiramente, mas futuras pesquisas da missão NEOWISE podem revelar seus segredos mais escondidos.
Para mais informações sobre a missão WISE, visitem: http://www.nasa.gov/wise .

Fonte: Cienctec

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Rover Curiosity da NASA faz sua maior caminhada em um dia no solo marciano

O rover Curiosity da NASA em Marte fez um percurso duas vezes maior no dia 21 de Julho de 2013, do que em qualquer outro dia da missão, rodando por 100.3 metros na superfície do Planeta Vermelho. O comprimento desse drive teve como vantagem, começando no dia de trabalho 340 em Marte, ou Sol 340, uma localização com uma boa visão incomum dos engenheiros do rover que puderam planejar um drive seguro. Nas próximas semanas, a equipe do rover planeja usar a capacidade “autonav” para o rover navegar de forma autônoma, o que pode fazer com que drives mais longos como esse tornam-se mais frequentes. O Curiosity está a aproximadamente três semanas na sua jornada de vários meses da área conhecida como Glenelg onde ele trabalhou pela primeira metade do ano de 2013 até o ponto de entrada para o principal destino da missão: as camadas inferiores do Monte Sharp. O dia em que o rover tinha feito o seu maior drive antes de 21 de Julho de 2013, tinha sido em 26 de Setembro de 2012, quando o rover percorreu 49 metros. Após completar o seu drive mais longo, o Curiosity percorreu 62.4 metros no dia 23 de Julho de 2013 (Sol 342), fazendo com que o percurso total do rover em Marte tenha atingido 1.23 quilômetros. O drive do Sol 340 incluiu três segmentos, com voltas na parte final do primeiro e do segundo segmentos. Os planejadores do rover usaram informações de imagens estereográficas da Navigation Camera (Navcam) localizada no mastro do Curiosity, além de imagens feitas com uma lente telefoto localizada na Mast Camera (Mastcam). O drive também usou a capacidade do rover para utilizar as imagens feitas durante o drive para calcular a distância percorrida, uma maneira de verificar que as rodas do rover não tinham escorregado muito enquanto o rover caminhava. “O que nos permitiu fazer um drive tão longo no Sol 340 foi ter começado de um ponto alto e também por ter imagens da Mastcam nos fornecendo o tamanho das rochas de modo que pudéssemos ter certeza que essas rochas não eram obstáculos”, disse o planejador do rover Paolo Bellutta do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA em Pasadena, na Califórnia. “Nós pudemos ver a uma certa distância, mas existia uma área a frente que não tínhamos uma visão tão clara, então nós tivemos que encontrar um caminho ao redor dessa área”. O rover estava de frente para sudoeste quando o dia começou. Ele se virou um pouco mais para oeste antes do drive e usou odometria visual para garantir que esse drive alcançaria a distância pretendida, 50 metros, antes de virar mais para a direção sul. A segunda perna, a próxima virada, e a terceira perna completou o drive sem odometria visual, apesar do rover estar usando outra nova capacidade: transformar para a odometria autônoma se a inclinação ou outros fatores excederem limites predeterminados. O novo software do Curiosity deu a ele a capacidade para usar a odometria visual através de uma grande variação de temperaturas. Isso foi necessário pois pôde-se testar nessa primavera, indicando que o par de Navcam está ligado ao computador B do rover é mais sensível à variação de temperatura do que se antecipava. Sem o software de compensação, a análise a bordo de imagens estereográficas poderia indicar diferentes distâncias para o mesmo ponto, dependendo da temperatura onde as imagens foram feitas. O rover teve que ser transformado do computador A para o redundante B em 28 de Fevereiro de 2013 devido a um problema na sua memória flash – problema esse subsequentemente resolvido – no computador A. O par de câmeras Navcam ligado ao computador A mostrou menos variabilidade com a temperatura do que o par que está agora em uso. “Atualmente estamos usando a odometria visual principalmente para uma checagem”, disse Jennifer Trosper do JPL, gerente de projeto do Curiosity. “Nós estamos validando a capacidade para começar o autonav em diferentes temperaturas”. A capacidade de navegação autônoma permitirá que os planejadores do rover comandem drives que irão além da rota que eles podem confirmar de imagens prévias. Eles podem dizer ao rover usar a capacidade autônoma para escolher o caminho seguro por si mesmo além dessa distância.

Fonte: Cienctec

terça-feira, 23 de julho de 2013

Nasa divulga foto rara da Terra tirada perto de Saturno

A agência espacial americana divulgou nesta terça-feira uma foto da Terra e da Lua tirada de um ponto de vista inédito, perto de Saturno e de seus anéis, uma imagem única e rara. A foto colorida foi tirada pela sonda Cassini a 1,4 bilhão de quilômetros da Terra, segundo a Nasa. A esta distância, apesar de os anéis de Saturno serem bem reconhecíveis, a Terra é apenas um pequeno ponto de luz ao fundo. A foto foi tirada em 19 de julho passado. "Esta é a primeira vez que sabíamos de antemão que a Terra seria fotografada a uma distância interplanetária", afirmou a Nasa. "Também é a primeira vez que a resolução da câmera da Cassini registra a Terra e a Lua como dois objetos distintos", acrescentou. O ângulo pouco comum foi possível graças ao fato de que o Sol estava por trás de Saturno, do ponto de vista da sonda. O planeta bloqueou a maior parte da luz, que, de outro modo, teria sido tão intensa que teria podido danificar o sensor da câmera. A foto foi tirada com uma câmera dos anos 1990 (a sonda Cassini foi lançada em 1997) - nem de perto tão sofisticada quanto os instrumentos ópticos atuais. "Não se pode ver os continentes ou as pessoas neste retrato da Terra, mas este pequeno ponto azul é um resumo de onde estávamos em 19 de julho", explicou Linda Spilker, cientista da sonda Cassini. "As imagens da sonda Cassini nos recordam que nosso planeta é muito pequeno no Universo", acrescentou. A nave espacial Cassini foi lançada em 15 de outubro de 1997 para estudar Saturno e seus inúmeros satélites. O aparelho se aproximou do planeta dos anéis em 2004 depois de passar perto de Júpiter.

Fonte: Terra

A velha espiral misteriosa

Esse impressionante redemoinho cósmico é o centro da galáxia NGC 254, como observado pelo Telescópio Espacial Hubble da NASA. Essa galáxia está localizada na constelação de Peixes, a aproximadamente 90 milhões de anos-luz de distância da Terra. A NGC 254 é uma galáxia lenticular. Acredita-se que as galáxias lenticulares sejam um estado intermediário na evolução galáctica – elas nem são galáxias elípticas e nem são galáxias espirais. As galáxias espirais são galáxias de meia idade, com vastos braços contendo milhões de estrelas. Juntamente com essas estrelas estão grandes nuvens de gás e poeira que, quando são densas o suficiente, são berçários onde novas estrelas se formam. Quando todo o gás é depletado ou perdido no espaço, os braços gradativamente se apagam e a sua forma espiral começa a ser perdida. No final desse processo, o que resta é uma galáxia lenticular – um brilhante disco cheio de estrelas vermelhas velhas circundado pelo pouco gás e poeira que conseguiu se prender à galáxia. A imagem acima mostra a forma da NGC 254 em detalhe, formada pelo gás remanescente circundando o bulbo central da galáxia. As observações dessa galáxia revelaram que ela mantém algum movimento como uma espiral, explicando dessa forma a sua intrigante estrutura. Uma versão dessa imagem foi enviada para a competição de processamento de imagens do Hubble chamada de Hubble’s Hidden Treasures, pelo competidor Judy Schmidt.

Fonte: 

Olhando para a Terra desde Mercúrio

O par acima parecido com duas estrelas no painel superior, na verdade não apresenta estrelas, mas sim mostra a Terra e a Lua. A MENSSENGER estava a uma distância de aproximadamente 98 milhões de quilômetros da Terra, quando essa imagem foi feita. A imagem gerada por computador na parte inferior esquerda, mostra como a Terra apareceria, vista de Mercúrio no mesmo momento. Boa parte das Américas, toda a Europa e África, o Oriente Médio, e boa parte da Ásia estavam visíveis. A MENSSENGER fez essa imagem como parte da campanha de pesquisa por satélites naturais de Mercúrio. Mercúrio, até onde se sabe não possui luas conhecidas. Se alguma existir, elas devem ser muito pequenas (com menos de poucos quilômetros), caso contrário já teríamos visto ela antes. A estratégia para a pesquisa por satélites envolve fazer múltiplas imagens de locais em distâncias pré-determinadas de Mercúrio, de 2.5 a 25 vezes o raio do planeta. As imagens feitas desses pontos no espaço são capturadas em intervalos que variam de segundos a aproximadamente uma hora, dependendo da distância de Mercúrio. Um satélite em movimento apareceria em diferentes posições em imagens dessa mesma região do espaço feitas em tempos diferentes. A Terra e a Lua aparecem relativamente grandes nessa imagem devido ao fato da imagem ter sido super-exposta. Quando buscamos por satélites apagados, longas exposições são necessárias para capturar o máximo de luz possível. Consequentemente, objetos brilhantes no campo de visão tornam-se saturados e aparecem artificialmente grandes. De fato, a Terra e a Lua ocupam menos de um pixel em tamanho, e nenhum detalhe pode ser visto. As “caudas” apontando para baixo da Terra e da Lua são na verdade artefatos causados pela saturação da imagem. Esses artefatos podem ser vistos claramente na imagem detalhada no painel central inferior. Essa imagem foi feita no mesmo dia que as imagens com a Terra na cena foram adquiridas pela sonda Cassini, como parte do mosaico de Saturno, iluminado por trás pelo Sol. Um dia depois na busca por satélite de Mercúrio, a sonda MESSENGER novamente fez imagens similares da Terra e da Lua. A data dessas imagens, 20 de Julho de 2013, marcou o 44º aniversário do pouso da Apollo 11 na Lua. Todos os seis locais de pouso da Apollo são iluminados nas imagens da MESSENGER, embora elas não possam ser detalhadas. Seus locais estão marcados na imagem simulada que pode ser encontrada no painel inferior direito. O plano de fundo para essa imagem é a região entre as constelações de Sagittarius (O Arqueiro) e Scutum (O Escudo). A ascenção reta e a declinação da Terra é de 18h 55m 44s e -18º25’31”, respectivamente. Plutão também é visível no campo de visão mas está muito distante e muito apagado para ser identificado.

O crédito da imagem é da: NASA/Johns Hopkins University Applied Physics Laboratory/Carnegie Institution of Washington

Fonte: Cienctec

Artigos relatam pistas do passado atmosférico de Marte

Um par de novos artigos científicos relatam medições da composição da atmosfera marciana feitas pelo rover Curiosity da NASA, que também fornecem evidências acerca da perda de grande parte da atmosfera original de Marte. O conjunto de instrumentos laboratoriais SAM (Sample Analysis at Mars) a bordo do Curiosity mediu as abundâncias de diferentes gases e diferentes isótopos em várias amostras da atmosfera marciana. Isótopos são variantes do mesmo elemento químico com diferentes pesos atômicos devido a terem diferentes números de elétrons, como por exemplo o isótopo mais comum de carbono, carbono-12, e um isótopo estável mais pesado, o carbono-13. O SAM verificou as proporções de isótopos mais leves de carbono e oxigênio no dióxido de carbono que compõe a maioria da atmosfera marciana. Os isótopos pesados de carbono e oxigênio são ambos enriquecidos na fina atmosfera marciana de hoje em dia, em comparação com as proporções das matérias-primas que formaram Marte, conforme deduzido a partir de proporções no Sol e em outras partes do Sistema Solar. Isto fornece não só evidências de suporte para a perda de grande parte da atmosfera original do planeta, mas também pistas de como esta perda ocorreu. "À medida que se perdia atmosfera, a assinatura do processo era incorporada nos rácios isotópicos," afirma Paul Mahaffy do Centro Aeroespacial Goddard da NASA em Greenbelt, no estado americano do Maryland. Ele é o investigador principal do SAM e o autor principal de um dos dois artigos acerca dos resultados do Curiosity, publicados na edição de 19 de Julho da revista Science. Outros fatores também sugerem que Marte já teve uma atmosfera muito mais espessa, tais como evidências da presença persistente de água líquida na superfície do planeta há muito tempo atrás, embora a atmosfera seja atualmente demasiado escassa para a água líquida persistir na superfície. O enriquecimento de isótopos mais pesados medidos em pontos dominantes do dióxido de carbono gasoso aponta para um processo de perda a partir do topo da atmosfera - favorecendo a perda de isótopos mais leves - em vez de um processo de interação entre a atmosfera inferior e o solo. O Curiosity mediu o mesmo padrão em isótopos de hidrogênio, bem como de carbono e oxigênio, consistentes com a perda de uma parte considerável da atmosfera original de Marte. O enriquecimento de isótopos mais pesados na atmosfera marciana tinha sido previamente medido em Marte e em bolhas de gás presas dentro de meteoritos marcianos. As medições dos meteoritos indicam que grande parte da perda atmosférica pode ter ocorrido durante os primeiros bilhões dos 4,6 bilhões de anos da história do planeta. As medições do Curiosity anunciadas na semana passada podem ser comparadas com os estudos de meteoritos e com modelos de perda atmosférica. As medições do Curiosity não medem diretamente a taxa atual de fuga atmosférica, mas a próxima missão da NASA a Marte, a MAVEN (Mars Atmosphere and Volatile Evolution Mission), irá fazê-lo. "O ritmo atual de perda é exatamente o que a missão MAVEN, com lançamento previsto para Novembro deste ano, está projetada para determinar," afirma Mahaffy. Os novos artigos descrevem análises de amostras da atmosfera marciana com dois diferentes instrumentos do SAM durante as primeiras 16 semanas da missão do rover em Marte, que está agora na sua 50.ª semana. O espectrômetro de massa do SAM e o espectrômetro de laser ajustável mediram independentemente rácios virtualmente idênticos de carbono-13 para carbono-12. O SAM também inclui um cromatógrafo a gás que usa todos os três instrumentos para analisar rochas e solo, bem como a atmosfera. "A obtenção do mesmo resultado com duas técnicas muito diferentes aumentou a nossa confiança de que não há nenhum erro sistemático desconhecido subjacente às medições," afirma Chris Webster do JPL da NASA em Pasadena, Califórnia. Ele é o líder científico do espectrômetro de laser ajustável e o autor principal do segundo artigo. "A precisão destas novas medições melhora a base para a compreensão da história da atmosfera." O Curiosity aterrou dentro da Cratera Gale a 6 de Agosto de 2012. O rover começou este mês uma viagem de muitos meses a partir de uma área onde descobriu evidências para um ambiente passado favorável à vida microbiana, em direção ao Monte Sharp, onde os cientistas vão procurar evidências de como o ambiente mudou.

Fonte: Astronomia On-line

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Um estranho no meio da multidão

A constelação de Virgo (Virgem), é a maior constelação do Zodíaco e a segunda maior de todo o céu, só perdendo para a constelação de Hydra (A Serpente da Água). A feição que mais chama a atenção, contudo, é o grande número de galáxias que se localizam dentro de suas fronteiras. Na imagem acima, entre várias galáxias elípticas e espirais que aparecem de frente e de lado para nós, está a NGC 4866, uma galáxia lenticular situada a aproximadamente 80 milhões de anos-luz da Terra. As galáxias lenticulares estão entre as galáxias espirais e elípticas, em termos de forma e propriedades. Na imagem acima, nós podemos apreciar o bulbo brilhante central da NGC 4866, que contém primariamente estrelas velhas, mas nenhum braço espiral é visível. A galáxia é vista da Terra quase que totalmente de lado, significando que a sua estrutura de disco – uma feição que não está presenta nas galáxias elípticas – é claramente visível. Linhas de poeira apagadas cruzam a NGC 4866 nessa imagem obscurecendo parte da luz da galáxia. À direita da galáxia está uma estrela bem brilhante que parece estar localizada dentro do halo da NGC 4866. Contudo, essa estrela na verdade localiza-se bem mais perto de nós, em frente da galáxia, ao longo da nossa linha de visão. Esse tipo de perspectiva é comum nesse tipo de observação e pode inicialmente enganar os astrônomos sobre a real natureza e posição de objetos como galáxias, estrelas e aglomerados. Essa imagem nítida da NGC 4866 foi capturada pela Advanced Camera for Surveys, um instrumento do Telescópio Espacial Hubble. Uma versão desse objeto foi inserida na competição de processamento de imagens conhecida como Hubble’s Hidden Treasure pelo competidor Gilles Chapdelaine.

Fonte: Space Telescope

domingo, 21 de julho de 2013

A Terra e a Lua observadas desde Saturno

Alguém aí deu aquele sorriso para Saturno, na última sexta-feira, dia 19 de Julho de 2013? Se você deu, e mesmo se você não deu, aqui está como você, e qualquer outra pessoa na Terra, apareceu para a sonda Cassini a uma incrível distância de 1.445.853.180 quilômetros. A imagem abaixo é uma composição colorida feita a partir das imagens brutas da Cassini feitas nos comprimentos de onda da luz visível, vermelho, verde e azul. Como é uma imagem bruta ainda, podemos ver algumas estrelas de fundo e algum ruído que deverá posteriormente ser retirado pelo processamento que a NASA dá a essas imagens. A Lua é o ponto brilhante logo abaixo e a esquerda da Terra que é o ponto mais brilhante com uma forma que lembra uma estrela. A Cassini adquiriu essa imagem enquanto registrava frames do planeta Saturno em um eclipse contra o Sol, entre as 22:24:00 UTC do dia 19 de Julho de 2013 e as 02:43:00 UTC do dia 20 de Julho de 2013. Na hora da sonda Cassini, a Terra foi imageada entre as 22:47:13 UTC e as 23:01:56 UTC do dia 19 de Julho de 2013. O mundo todo foi convidado para sorrir para Saturno, numa campanha que começou às 18:27 da última sexta-feira, esse tempo foi o suficiente para que todos pudessem fazer imagens e a esperança era que uma onda chegasse até a sonda Cassini um pouco antes dessa maravilhosa imagem ser feita. Essa foi a primeira vez que a população da Terra foi avisada antes e teve tempo de fazer imagens antes que a Terra fosse fotografada dos confins do Sistema Solar por uma sonda robótica. A imagem do nosso planeta e da Lua, simplesmente se apresenta como pontos brilhantes contra a escuridão e a profundeza do espaço, isso lembra e muito a passagem do livro Pálido Ponto Azul de Carl Sagan, onde ele faz uma bela reflexão sobre uma imagem parecida, na primeira vez que uma sonda, a Voyager, fez uma imagem da Terra também dos confins do Sistema Solar.

Fonte: Cienctec

Telescópio registra gigantesco buraco no pólo norte do Sol

Apesar da baixa atividade solar dos últimos dias, o Sol continua a surpreender, desta vez revelando um gigantesco buraco coronal que se estende desde o pólo norte da estrela até boa parte das latitudes elevadas. É uma região fria e escura, fonte de intensas rajadas de partículas altamente carregadas. Os buracos coronais são uma característica típica do Sol e podem aparecer em diversos lugares durante os diferentes momentos do ciclo de atividade solar. No momento, o ciclo solar 24 está caminhando para seu momento máximo, quando são esperadas tempestades solares muito mais intensas daquelas observadas recentemente, embora alguns pesquisadores acreditem que o ápice desse ciclo já tenha sido alcançado no mês de maio. Durante o período da máxima atividade, conhecido como máximo solar, os campos magnéticos da estrela se invertem e o número de buracos coronais diminui, com os novos buracos coronais surgindo próximos aos pólos. Nesta fase os buracos coronais aumentam de tamanho e quantidade, se estendendo dos pólos em direção às altas latitudes à medida que a atividade da estrela decresce. Nestas ocasiões, são comuns as formações de buracos coronais ainda maiores que o mostrado na foto, onde um gigantesco buraco na superfície da estrela pode ser observado em tons negros. A cena foi registrada pelo Observatório Solar e Heliosférico SOHO no dia 18 de julho de 2013 e mostra o Sol visto no comprimento de onda ultravioleta extremo, brilhando a mais de 2 milhões de graus. Buracos coronais são regiões escuras, zonas de baixa densidade na atmosfera externa do Sol, a coroa. Por conterem menos material, apresentam temperaturas mais baixas, vistas no ultravioleta extremo em tons mais escuros que as regiões vizinhas, mais quentes. Neste tipo de foto, quanto mais quente mais brilhante é a imagem. Apesar de não serem considerados algum tipo de anomalia, o estudo dessas feições do Sol são fundamentais para a compreensão do clima espacial, pois são a fonte de ventos solares mais intensos que aqueles soprados de outras regiões da estrela. Não se sabe ao certo como esses buracos se formam, mas os estudos mostram que estão relacionados às áreas do Sol onde as linhas dos campos magnéticos se curvam e formam gigantescos loops acima da coroa.

Fonte: Apolo 11

sábado, 20 de julho de 2013

4 perguntas e respostas que você sempre quis saber sobre Buracos Negros

Muito se fala sobre eles, mas o que é um buraco negro?
O buraco negro é uma região espacial que concentra uma quantidade tão grande de massa, que nada consegue escapar da atração de sua força gravitacional, nem mesmo a luz. Esse é um dos objetos mais exóticos, curiosos e enigmáticos que existe no Universo. Se você perguntar a um amigo o que é um buraco negro, provavelmente ele dirá que se trata de “algo que suga tudo o que estiver em seu alcance, como se fosse um aspirador de pó”. Na prática, o buraco negro merece uma definição mais digna do que um mero “aspirador de pó”. Assim, foram selecionadas algumas das perguntas mais frequentes sobre buraco negros que foram respondidas pelo físico Dr. Dave Goldberg.
O que é um buraco negro?
O Universo é constantemente inundado de atividade. Partículas e antipartículas estão continuamente sendo criadas e aniquiladas, e na maior parte das vezes, se quer notamos isso. No entanto, o que ocorre próximo a um buraco negro é bem diferente. Dali nada pode escapar, nem mesmo a luz. Quanto maior a massa do buraco negro, maior é o seu “horizonte de eventos”, isto é, a região que determina que os objetos que estão em sua área já não conseguem mais voltar. “Há uma crença popular de que os buracos negros são máquinas vorazes de matar, sugando tudo em suas bocas escancaradas até que nada reste”, disse Daves. No entanto, Daves, de forma criativa, comparou um buraco negro com um urso. “Assim como os ursos, eles [os buracos negros] não vão incomodá-lo se você não incomodá-los”. Ou seja, o buraco negro é um corpo espacial muito denso que apenas traz para si os objetos espaciais que entrarem em seu “horizonte de eventos”. Uma vez estando ali, seja qualquer matéria e energia, ali ela permanecerá para sempre. E até agora, não se sabe o que acontece dentro de um buraco negro. Ele pode ter qualquer tamanho e possui três características específicas: massa, spin e carga elétrica. Em linhas gerais, o buraco negro é resultado da deformação do espaço-tempo causada por uma matéria maciça e altamente compactada, as estrelas, por exemplo.
Os buracos negros são buracos mesmo?
Na realidade, o buraco negro não é visto, já que as suas propriedades não permitem. A identificação do buraco negro é feita a partir dos eventos que estão a sua volta e são captados por imagens de satélite e raio x. A questão é que os buracos negros não são compostos por buracos propriamente ditos, mas são assim esquematizados pelos cientistas para melhor compreensão. Além disso, o buraco negro atrai bem menos objetos quando já são buracos negros, do que quando era a princípio uma estrela. Os buracos negros de núcleos estelares são tão pequenos que eles são capazes de consumir apenas um volume pequeno de matéria, mesmo possuindo um horizonte de evento que fica a 16 km de seu centro. Já uma estrela de dez massas solares atrai qualquer matéria em um raio de 32 milhões de Km.
Como se forma um buraco negro?
Uma estrela que possua aproximadamente 10 vezes a massa solar se desenvolve durante cerca de 1 bilhão de anos e nesse período transforma hidrogênio em hélio por meio de reações nucleares que ocorrem dentro de seu núcleo. O hidrogênio não é um elemento infinito dentro do núcleo estelar, e por isso, quando o combustível de hidrogênio se acaba, a estrela começa a colapsar sobre si mesma, pois não possui nada que sustente a pressão da gravidade. Enquanto a estrela vai encolhendo, a gravidade aumenta. Quando o raio da estrela for de aproximadamente 30 km, a sua velocidade de escape é tão intensa que chega a ser superior à da luz, e então forma-se um buraco negro.
Existem buracos negros na Via Láctea?
Sim. Recentemente, um buraco negro foi identificado no centro de nossa galáxia. Infelizmente, as nuvens de poeira obscurecem o centro galáctico, e por isso não é possível visualizar com precisão os eventos que ocorrem próximo ao buraco negro localizado na constelação de Sagitário.

Fonte: Jornal Ciência

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Odômetro do Rover Curiosity já marca mais de 1 quilômetro percorrido em solo marciano

O último drive feito pelo rover Curiosity da NASA fez com que o veículo robô passasse da marca de 1 quilômetro percorrido em solo marciano. O drive cobriu aproximadamente 38 metros e fez com que o odômetro total do rover marcasse 1.029 quilômetros. O drive foi completado no começo da tarde do 335º dia de trabalho marciano, ou Sol 335, que correspondeu ao dia 17 de Julho de 2013. O rover continua sua caminhada de vários meses que começou no início de Julho em direção ao seu destino no sopé do Monte Sharp. “Quando eu vi que drive tinha feito o Curiosity passar de 1 quilômetro, eu fiquei realmente satisfeito e orgulhoso”, disse o motorista do rover Frank Hartman do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA em Pasadena, na Califórnia. “Tomara que esse seja somente o primeiro de muitos quilômetros que o rover irá percorrer”. O dia 16 de Julho de 2013 marcou a metade da missão primária do rover que é de um ano marciano. Duas semanas atrás, o Curiosity terminou as investigações científicas nos alvos da área conhecida como Glenelg, localizada a meio quilômetro a leste de onde o rover de uma tonelada pousou no dia 6 de Agosto de 2012. O próximo grande destino da missão são as camadas inferiores do Monte Sharp localizado a aproximadamente 8 quilômetros a sudoeste de Glenelg. O Monte Sharp, no meio da Cratera Gale, expõe muitas camadas de rochas onde os cientistas antecipam encontrar evidências sobre como o antigo ambiente marciano mudou e se desenvolveu. Nos alvos estudados na área de Glenelg, o rover já realizou o principal objetivo da missão, encontrando evidências de um antigo ambiente úmido que tinha condições favoráveis para a vida microbiana.

Fonte: Cienctec

Cometa ISON se aproxima e telescópio Hubble registra novas imagens

Durante sua jornada rumo ao Sistema Solar interior, o cometa ISON não encontrou radiação solar suficiente para fazer o gelo em sua estrutura evaporar, já que se encontrava sob as baixíssimas temperaturas do espaço, próximas a 200 graus negativos. Entretanto, à medida que se aproxima do Sol os efeitos da radiação começarão a produzir efeitos. E isso está para acontecer. Neste momento, ISON está a 420 milhões de quilômetros do Sol e os últimos cálculos mostram que no final de julho e começo de agosto o cometa sairá da "zona congelada", uma região que começa a 370 milhões km do Sol e fria o suficiente para que os compostos de hidrogênio como a água, amônia e metano se condensem em grãos sólidos de gelo. Saindo dessa zona, o gelo de ISON vai passar a evaporar muito mais rapidamente, o que fará seu brilho aumentar. O interessante é que a partir desse momento tudo pode acontecer, até mesmo a ruptura do cometa em vários pedaços como já aconteceu com outros objetos semelhantes após atravessarem a linha de congelamento. Em sua rota de aproximação, em 1 de outubro ISON passará a apenas 10 milhões km do planeta Marte e caso se comporte direitinho, em 28 de novembro deverá contornar o Sol com brilho mais forte que o da Lua cheia, embora nenhum pesquisador, profissional ou amador, coloque a mão no fogo por isso. Depois disso, em 27 de dezembro o cometa passará a apenas 63 milhões de km da Terra, mas sem risco de colisão. Até hoje, o cometa mais brilhante já observado e que teve sua magnitude estimada foi C/1965 S1 Ikeya-Seki, que em 1965 foi visto à luz do dia ao brilhar com 10 magnitudes negativas. Depois dele foi a vez de C/2006 P1 McNaught, o segundo cometa mais brilhante já registrado. McNaught atingiu magnitude negativa de 5.5 e se tornou um show no céu de todo o mundo, inclusive no Brasil, onde também pôde ser visto à luz do dia. De acordo com alguns modelos de magnitude, o brilho de C/2012 S1 ISON poderá atingir até 19 magnitudes negativas. Isso é cerca de 4.000 vezes o brilho que do cometa C/1965 S1 Ikeya-Seki apresentou em 1965 ou então 40 vezes o brilho da Lua Cheia. No entanto, em uma projeção feita pelo site Apolo11 usando o modelo SSD (Solar System Dynamics), da Nasa, a menor magnitude (maior brilho) alcançada foi de -11.64 magnitudes, a ser observado no dia 29 de dezembro de 2013. Apesar de ser uma diferença muito grande para outros modelos, ainda assim o brilho de C/2012 S1 ISON será quase três vezes maior que o do cometa Ikeya-Seki ou 25 vezes mais intenso que o do cometa C/2006 P1 McNaught, que chamou muito a atenção em 2007 e pôde ser visto até mesmo durante o dia, inclusive nas grandes capitais.

Fonte: Apolo11.com

Neve num sistema planetário bebê

Uma equipe internacional de astrônomos conseguiu obter pela primeira vez a imagem de uma linha de neve num sistema planetário recém nascido. A linha de neve, situada no disco que rodeia a estrela do tipo solar TW Hydrae, promete ensinar-nos mais sobre a formação de planetas e cometas, incluindo os fatores que determinam a sua composição e consequentemente sobre a história do nosso próprio Sistema Solar. Os resultados foram publicados na revista Science Express. Utilizando o Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA), uma equipe de astrônomos obteve a primeira imagem da linha de neve num sistema planetário recém nascido. Na Terra, as linhas de neve formam-se a altitudes elevadas, onde as temperaturas baixas transformam a umidade do ar em neve. Esta linha é claramente visível numa montanha, no local onde o pico coberto de neve termina e a face rochosa descoberta começa. As linhas de neve em torno das estrelas jovens formam-se de maneira semelhante, nas regiões distantes e frias dos discos de poeira, a partir dos quais se formam os sistemas planetários. Partindo da estrela em direção ao exterior, a água (H2O), é a primeira a congelar, formando a primeira linha de neve. Mais longe da estrela, à medida que as temperaturas descem, as moléculas mais exóticas podem congelar e transformar-se em neve, tais como o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4) e o monóxido de carbono (CO). Estes diferentes tipos de neve dão aos grãos de poeira uma camada exterior pegajosa e desempenham um papel importante, ajudando os grãos a ultrapassarem a sua tendência natural para se quebrarem por meio de colisões, e permitindo-lhes tornarem-se os blocos constituintes cruciais de planetas e cometas. A neve também aumenta a quantidade de matéria sólida disponível, podendo fazer acelerar drasticamente o processo de formação planetária. Cada uma destas diferentes linhas de neve – água, dióxido de carbono, metano e monóxido de carbono – podem estar ligadas à formação de tipos particulares de planetas. Em torno de uma estrela do tipo solar, num sistema planetário como o nosso, a linha de neve da água corresponderia à distância entre as órbitas de Marte e Júpiter, e a linha de neve do monóxido de carbono corresponderia à órbita de Netuno. A linha de neve descoberta pelo ALMA é o primeiro indício que temos da linha de neve de monóxido de carbono em torno de TW Hydrae, uma estrela jovem situada a 175 anos-luz de distância da Terra. Os astrônomos acreditam que este sistema planetário em formação partilha muitas das características do nosso Sistema Solar, quando este tinha apenas alguns milhões de anos de idade. “O ALMA deu-nos a primeira imagem real de uma linha de neve em torno de uma estrela jovem, o que é tremendamente excitante, pelo que podemos aprender sobre o período inicial da história do nosso Sistema Solar”, disse Chunhua “Charlie” Qi (Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics, Cambridge, EUA), um dos autores principais do artigo científico que descreve este trabalho. “Conseguimos observar detalhes escondidos anteriormente, sobre as regiões geladas de outro sistema planetário semelhante ao nosso”. A presença da linha de neve do monóxido de carbono pode ter também consequências mais importantes do que apenas a formação de planetas. O gelo de monóxido de carbono é necessário à formação de metanol, que é um dos blocos constituintes das moléculas orgânicas mais complexas essenciais à vida. Se os cometas levarem estas moléculas a planetas recém formados, do tipo da Terra, estes planetas poderiam também ficar equipados com os ingredientes necessários à vida. Até hoje, nunca se tinham obtido imagens diretas de linhas de neve, já que estas linhas se formam sempre no plano central relativamente estreito do disco protoplanetário e por isso, tanto a sua localização precisa como a sua extensão nunca tinham sido determinadas. Acima e abaixo da região estreita onde as linhas de neve existem, a radiação da estrela impede a formação de gelo. A concentração de gás e poeira no plano central é indispensável para isolar a área da radiação estelar, de modo a que o monóxido de carbono e outros gases possam arrefecer e congelar nesta zona. A equipe de astrônomos conseguiu espreitar para o interior deste disco, onde a neve se formou, utilizando um truque. Em vez de procurarem a neve – que não pode ser observada diretamente – procuraram uma molécula chamada diazenylium (N2H+), a qual brilha intensamente na região do milímetro do espectro electromagnético e é por isso um alvo perfeito para um telescópio como o ALMA. Esta molécula frágil é facilmente destruída na presença de monóxido de carbono gasoso, por isso só aparecerá em quantidades susceptíveis de serem detectadas em regiões onde o monóxido de carbono se transformou em neve, não podendo por isso destruir a molécula. Ou seja, de uma maneira geral, a chave para encontrar a neve de monóxido de carbono consiste em encontrar diazenylium. A sensibilidade e resolução únicas do ALMA permitiram aos astrônomos detectar a presença e traçar a distribuição de diazenylium, e com isso encontrar uma fronteira claramente definida a cerca de 30 unidades astronômicas da estrela (30 vezes a distância entre a Terra e o Sol), o que dá, efetivamente, uma imagem contrária da neve de monóxido de carbono no disco que rodeia TW Hydrae, que pode ser usada para ver a linha de neve do monóxido de carbono precisamente onde a teoria prevê que deva estar – na zona interior do anel de diazenylium. “Nestas observações usamos apenas 26 das antenas ALMA, que serão um total de 66. Indicações de linhas de neve em torno de outras estrelas começam já a aparecer em outras observações ALMA, e estamos convencidos que futuras observações que usarão a rede total revelarão muitas mais e fornecerão mais e mais avançadas pistas sobre a formação e evolução de planetas. Aguardemos estes resultados“, conclui Michiel Hogerheijde do Observatório de Leiden, Holanda.

Fonte: Cienctec

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Despedaçada por um buraco negro

Novas observações obtidas com o Very Large Telescope (VLT) do ESO mostram pela primeira vez uma nuvem de gás sendo despedaçada pelo buraco negro de massa extremamente elevada que se encontra no centro da nossa Galáxia. A imagem mostra as observações do VLT de 2006, 2010 e 2013, em azul, verde e vermelho, respectivamente. A nuvem está tão esticada que a sua parte da frente já passou pelo ponto mais próximo e desloca-se agora para longe do buraco negro a mais de 10 milhões de quilômetros por hora, enquanto a cauda da nuvem ainda cai em direção ao buraco negro. Em 2011 o VLT descobriu uma nuvem de gás com várias vezes a massa da Terra acelerando em direção ao buraco negro, conhecido pelo nome formal de Sgr A*, que se encontra no centro da Via Láctea. Esta nuvem está agora efetuando a sua máxima aproximação a este objeto e as novas observações do VLT mostram que a nuvem está sendo esticada pelo campo gravitacional extremo do buraco negro. “O gás que se encontra numa das extremidades da nuvem está esticado ao longo de mais de 160 bilhões de quilômetros em torno do ponto da órbita mais próximo do buraco negro. E o ponto de maior aproximação está a apenas um pouco mais que 5 bilhões de quilômetros de distância do buraco negro propriamente dito, por pouco não caindo lá dentro”, explica Stefan Gillessen (Instituto Max Planck de Física Extraterrestre, Garching, Alemanha), que liderou a equipe de observação. “A nuvem está tão esticada que atingir o ponto de maior aproximação ao buraco negro é um processo que dura não apenas um instante, mas um longo período de pelo menos um ano”. A distância da maior aproximação corresponde a cerca de cinco vezes a distância Netuno ao Sol, o que é realmente muito próximo para um buraco negro com uma massa de quatro milhões de vezes a do Sol! À medida que a nuvem de gás se estica, a sua radiação torna-se mais difícil de observar. Mas utilizando o instrumento SINFONI montado no VLT, para observar a região próxima do buraco negro durante mais de 20 horas de exposição - a exposição mais profunda já feita nesta região com um espectrógrafo de campo integral - a equipe conseguiu medir as velocidades das diferentes partes da nuvem à medida que esta se aproxima o máximo possível do buraco negro central. Num espectrógrafo de campo integral a radiação coletada em cada pixel é separada individualmente nas suas componentes de cor, e por isso a cada pixel corresponde um espectro. Estes espectros são seguidamente analisados individualmente e usados para, por exemplo, criar mapas da velocidade e das propriedades químicas de cada parte do objeto observado. “O mais excitante que vemos nestas novas observações é a extremidade da nuvem deslocando-se outra vez na nossa direção, ao longo da órbita, a mais de 10 milhões km/h, cerca de 1% da velocidade da luz”, acrescenta Reinhard Genzel, líder do grupo de pesquisa que estuda esta região há quase vinte anos. “O que significa que a parte dianteira da nuvem já passou pelo ponto da órbita mais próximo do buraco negro”. A origem da nuvem de gás permanece um mistério, embora não haja falta de idéias sobre este assunto. É possível que a nuvem de gás possa ter sido criada por ventos estelares emitidos por estrelas que orbitam o buraco negro. Ou pode também ser o resultado de um jato emitido a partir do centro galático. Outra opção era a de uma estrela estar no centro da nuvem e neste caso o gás viria, ou de um vento desta estrela, ou de um disco planetário de gás e poeira que se encontrasse em redor da estrela. “Tal como um desafortunado astronauta num filme de ficção científica, vemos que a nuvem está ficando tão esticada que parece um espaguete, o que quer dizer que provavelmente não terá uma estrela no seu interior”, conclui Gillessen. “Neste momento pensamos que o gás veio muito provavelmente das estrelas que orbitam o buraco negro”. O culminar deste evento cósmico único no centro da nossa Galáxia está acontecendo e sendo observado de perto por astrônomos em todo o mundo. A extensa campanha de observação fornecerá uma riqueza de dados, revelando mais não somente sobre a nuvem de gás, mas também sobre as regiões próximas do buraco negro, as quais não tinham ainda sido estudadas anteriormente, e os efeitos da gravidade extremamente elevada, gerando efeitos turbulentos relacionados com hidrodinâmica complexa. Este trabalho será publicado na revista especializada Astrophysical Journal.

Fonte: ESO