segunda-feira, 28 de outubro de 2019

O que ocorre quando exoplanetas colidem

Durante estudo do sistema estelar BD +20 307, há dez anos, cientistas viram muita poeira quente. Recentemente, ainda mais desse material foi encontrado nas proximidades, quando foi usado o SOFIA, um telescópio posicionado em avião, comandado pela NASA e pelo Centro Aeroespacial Alemão (DLR).
Essa observação revelou que o brilho infravermelho dos detritos aumentou mais de 10%. Isso pode significar que os astrônomos estão vendo os resíduos de uma colisão relativamente recente, provocada pelo impacto de corpos do tamanho de planetas.
O sistema de duas estrelas está a mais de 300 anos luz da Terra, com estrelas que têm pelo menos um bilhão de anos. A poeira quente de sistemas como esse e o nosso sistema solar, deveriam ter desaparecido há muito tempo. Estudar detritos circundando estelares ajuda os cientistas a entender como o sistema de exoplanetas evolui, mas também a ampliar a compreensão da história do nosso sistema solar.
Os resultados publicados no Astrophysical Journal confirmam que pode ter ocorrido relativamente recentemente uma grande colisão entre exoplanetas rochosos. Esse tipo de colisão pode mudar sistemas planetários. Acredita-se que uma colisão entre um corpo do tamanho de Marte e a Terra, 4,5 bilhões de anos atrás, criou detritos que, eventualmente, formaram a Lua.
Utilizar a observação com infravermelho, como do SOFIA, é essencial para encontrar pistas ocultas em poeira cósmica. Porque, quando utilizado o infravermelho, esse sistema é muito mais brilhante do que o esperado a partir da observação apenas das estrelas. Esse brilho extra é proveniente da poeira de detritos, e não pode ser visto em outros comprimentos de onda.
Embora diversos mecanismos possam fazer com que a poeira espacial brilhe mais, uma colisão planetária pode provocar uma grande quantidade de poeira de forma muito rápida.
Outras possíveis causas seriam a absorção do calor das estrelas ou a aproximação delas, mas isso não poderia acontecer em apenas dez anos, como no caso observado. A equipe ainda analisa dados para ver se há mais alterações no sistema.
Quando as partículas de poeira que circunda uma estrela jovem ficam juntas e crescem ao longo do tempo, é formado um planeta. Os detritos da formação de um novo sistema planetário, em geral, ficam em regiões distantes e frias, como o Cinturão de Kuiper, que fica além de Netuno no nosso sistema solar.
Conforme os sistemas estelares evoluem, as partículas de poeira continuam a colidir. Com o passar do tempo elas ficam suficientemente pequenas e são expulsas do sistema ou atraídas para dentro da estrela.

Créditos: Hypescience

Sonda da NASA encontra obstáculo e retrocede das profundezas de Marte

O dispositivo encarregado de escavação na superfície do planeta recuou subitamente a cerca de meio caminho após ter encontrado um obstáculo.
"Marte continua nos surpreendendo", escreveu a equipe do InSight da NASA em um tweet publicado no domingo (27).
Nas imagens é possível ver o progresso do módulo de pouso, mostrando a sonda de calor inexplicavelmente saltando do buraco.
​Marte continua nos surpreendendo. Enquanto escavava neste fim de semana, a toupeira voltou a cerca de metade do terreno. A avaliação preliminar aponta para propriedades inesperadas do solo como a principal razão. A equipe está estudando os próximos passos
Apelidado de "toupeira", o dispositivo deve atingir uma profundidade de 5 metros como parte da pesquisa sobre a formação de planetas rochosos como Marte.
A NASA disse que acredita que "propriedades inesperadas do solo" são a causa do frustrante revés.
A escavação começou em fevereiro, vários meses depois o módulo de pouso aterrissar no Planeta Vermelho em novembro de 2018.

Créditos: Sputnik

Um Yeti cósmico do alvorecer do Universo

Os astrônomos descobriram acidentalmente as pegadas de uma monstruosa galáxia no Universo primitivo que nunca havia sido vista antes. Como um Yeti cósmico, a comunidade científica geralmente considerava estas galáxias como uma espécie de lenda, dada a falta de evidências da sua existência, mas astrônomos nos Estados Unidos e na Austrália conseguiram, pela primeira vez, obter uma imagem do monstro.
Publicada na revista The Astrophysical Journal, a descoberta fornece novas idéias sobre os primeiros passos crescentes de algumas das maiores galáxias do Universo.
A astrônoma Christina Williams, da Universidade do Arizona, autora principal do estudo, notou um leve borrão de luz em novas observações sensíveis do ALMA (Atacama Large Millimeter Array), uma coleção de 66 radiotelescópios no alto das montanhas chilenas. Estranhamente, o brilho parecia estar a surgir do nada, como uma pegada fantasmagórica num vasto deserto escuro.
"Foi muito misterioso porque a luz parecia não estar ligada a nenhuma galáxia conhecida," disse Williams, pós-doutorada da NSF (National Science Foundation) no Observatório Steward. "Quando vi que esta galáxia era invisível em qualquer outro comprimento de onda, fiquei muito empolgada porque significava que provavelmente estava muito longe e escondida por nuvens de poeira."
Os investigadores estimam que o sinal veio de tão longe que demorou 12,5 bilhões de anos para chegar à Terra, dando-nos uma visão do Universo na sua infância. Eles pensam que a emissão observada é provocada pelo brilho quente das partículas de poeira aquecidas pelas estrelas que se formam no interior profundo de uma galáxia jovem. As nuvens gigantes de poeira escondem a luz das próprias estrelas, tornando a galáxia completamente invisível.
Ivo Labbe, coautor do estudo, da Universidade de Tecnologia de Swinburne, em Melbourne, Austrália, disse: "Descobrimos que a galáxia é realmente enorme e massiva com tantas estrelas quanto a Via Láctea, mas repleta de atividade, formando novas estrelas a um ritmo 100 vezes superior à da nossa própria Galáxia."
A descoberta pode resolver uma questão de longa data da astronomia, dizem os autores. Estudos recentes descobriram que algumas das maiores galáxias do Universo jovem cresceram e atingiram a maioridade rapidamente, resultado que não é compreendido teoricamente. As galáxias massivas e adultas só são vistas quando o Universo era apenas uma criança cósmica, a 10% da sua idade atual. Ainda mais intrigante, é que estas galáxias maduras parecem surgir do nada: os astrônomos nunca parecem avistá-las enquanto se formam.
As galáxias menores já foram vistas no Universo inicial com o Telescópio Espacial Hubble, mas estas "criaturas" não estão a crescer depressa o suficiente para resolver o enigma. Outras galáxias monstruosas também foram relatadas anteriormente, mas estes avistamentos têm sido raros demais para fornecer uma explicação satisfatória.
"A nossa galáxia monstruosa e oculta tem precisamente os ingredientes certos para ser o elo em falta," explica Williams, "porque provavelmente são muito mais comuns."
Uma questão em aberto é exatamente quantas existem por aí. As observações para o estudo atual foram feitas numa parte pequena do céu, menos de 1/100 do disco da Lua Cheia. Como o Abominável Homem das Neves, encontrar pegadas da criatura mítica numa pequena faixa de deserto cósmico seria um sinal de incrível sorte ou sinal de que os monstros estão literalmente à espreita em todos os lugares.
Williams disse que os cientistas aguardam ansiosamente o lançamento, programado para março de 2021, do Telescópio Espacial James Webb da NASA, a fim de investigar estes objetos em mais detalhe.
"O JWST será capaz de observar através do véu de poeira para que possamos aprender quão grandes são realmente estas galáxias e quão depressa estão a crescer, com o objetivo de entender melhor porque é que os modelos falham em explicá-las."
Mas, por enquanto, os monstros estão por aí, envoltos em muita poeira e mistério.

Créditos: Astronomia On-line

Antigo oásis é encontrado em Marte

Marte hoje é um planeta empoeirado, mas cientistas têm cada vez mais certeza de seu passado molhado.
Um novo estudo liderado pelo Instituto de Tecnologia da Califórnia (EUA) descobriu rochas ricas em sais minerais na Cratera Gale, uma bacia marciana explorada pela sonda Curiosity, que podem indicar a presença de lagoas rasas com períodos de cheias e de secas, como um antigo oásis marciano.
Os depósitos são uma possível marca das flutuações climáticas ao longo de milhões de anos no ambiente do Planeta Vermelho, sinal do período em que ele estava se transformando no mundo seco que é atualmente.
Um dos objetivos dos cientistas é entender como ocorreu e quanto tempo durou essa transição climática marciana.
A Cratera Gale é provavelmente o resultado de um enorme impacto em Marte. Sedimentos transportados por água e pelo vento preencheram o chão da cratera camada por camada.
Esse incrível registro de sedimentos é um excelente campo de pesquisa para a sonda Curiosity. Cada camada revela um detalhe diferente e interessante da história marciana.
“Fomos à Cratera Gale porque ela preserva esse registro único de um planeta em mudança. Entender quando e como o clima de Marte começou a evoluir é uma peça de outro quebra-cabeça: quando e por quanto tempo Marte foi capaz de suportar a vida microbiana na sua superfície?”, explicou o principal autor do estudo, William Rapin, do Instituto de Tecnologia da Califórnia.
Os cientistas encontraram os sais em uma seção da cratera com 150 metros de altura chamada de “Sutton Island”, que a sonda Curiosity examinou em 2017.
A equipe já sabia que a área tinha períodos secos e molhados intermitentes, mas os sais de Sutton sugerem que a água também era salgada. Se um lago seca completamente, ele deixa cristais de sal puro para trás. No caso de Sutton, ficaram sais minerais misturados com sedimentos, o que indica que eles se cristalizaram em um ambiente úmido.
Os pesquisadores comparam esse ambiente com os lagos salgados do Altiplano andino, na América do Sul. Córregos fluindo das montanhas para o platô árido de alta altitude formaram bacias fechadas, fortemente influenciadas pelo clima, provavelmente semelhantes às da antiga Cratera Gale.
“Durante períodos mais secos, os lagos do Altiplano se tornam mais rasos e alguns podem secar completamente. O fato de não possuírem vegetação até os faz parecer um pouco com Marte”, afirma Rapin.
Conforme a sonda Curiosity continua a investigar a paisagem marciana, os cientistas têm a chance de entender melhor o passado climático do planeta.
“Ao escalarmos o Monte Sharp, vemos uma tendência geral de uma paisagem úmida para uma mais seca”, disse Ashwin Vasavada, cientista da missão Curiosity, do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA em Pasadena (EUA). “Mas essa tendência não ocorreu necessariamente de maneira linear. Mais provavelmente ocorreu de maneira confusa, incluindo períodos mais secos, como o que estamos vendo em Sutton Island, seguido por períodos mais úmidos, como o que estamos vendo na ‘clay-bearing unit’ que a Curiosity está explorando hoje”.
A sonda chegou a uma região nova chamada pelos pesquisadores de “unidade que contém argila”. Nessa área, a Curiosity se deparou com grandes estruturas rochosas que só poderiam ter se formado em um ambiente com bastante vento e/ou córregos.
“Encontrar tais camadas representa uma grande mudança, onde a paisagem não está mais completamente debaixo d’água. Podemos ter deixado para trás a era dos lagos profundos”, disse Chris Fedo, membro da equipe Curiosity e especialista no estudo de camadas sedimentares da Universidade do Tennessee (EUA).
O próximo passo da equipe é estudar melhor estas grandes estruturas rochosas para determinar se elas se formaram em condições secas que persistiram por um período maior de tempo, o que poderia significar que a região representa uma fase “intermediária” na história “molhada” da Cratera Gale.

Créditos: Hypescience

Terça-feira caótica? NASA revela aproximação inédita de asteróide gigante

Um asteróide de 120 metros de diâmetro foi descoberto no dia 5 de outubro, e atingirá sua maior aproximação da Terra nesta terça-feira (29), passando a uma velocidade de cerca de 50.000 km/h, informou a agência espacial norte-americana NASA.
A agência batizou o asteróide de 2019 TR2 e, por causa do seu tamanho, o encaixou na lista dos asteróides Apollo, que são os maiores dos maiores. Asteróides Apollo possuem órbitas elípticas muito largas, que atravessam perto da Terra e do Sol.
2019 TR2 se aproximará da Terra à 0h46 da terça-feira (29), a uma distância de 0,4960 unidade astronômica (7,4 milhões de quilômetros). O asteróide nunca antes passou por esta parte do Sistema Solar, segundo diz a astrônoma entusiasta Alexandra Lozovschi.
À medida que os asteróides completam sua viagem, também passam perto de planetas, que podem alterar trajetórias dos asteróides e fazê-los se chocar com algum lugar, incluindo a Terra.
Devido a tamanho, velocidade e composição, estes asteróides poderiam destruir vilas ou mesmo cidades em caso de colisão.
Felizmente, a NASA observa que nosso planeta está a salvo do 2019 TR2.
Alexandra Lozovschi explicou que o asteróide voltará ao nosso canto do espaço mais quatro vezes até 2142, com sua próxima ocorrência vindo a ser em 2023. A entusiasta revelou que, somente no ano de 2138, o asteróide chegará a uma distância comparável à de amanhã, quando se aproximará a cerca de 8,4 milhões de quilômetros.
Trata-se somente de mais uma aproximação de rochas espaciais, que poderiam trazer o caos ao nosso planeta.

Créditos: Sputnik

terça-feira, 22 de outubro de 2019

Teoria Camaleão explica formação de galáxias e expansão do Universo

A teoria da Relatividade Geral de Einstein é mundialmente famosa - mas pode não ser a única maneira de explicar como a gravidade funciona e como as galáxias se formam.
Físicos da Universidade de Durham, no Reino Unido usaram supercomputadores para criar enormes simulações do Universo para testar uma dessas teorias alternativas.
Eles descobriram que a "Teoria Camaleão" - conhecida entre os físicos como gravidade f(R) - também consegue explicar a formação de grandes estruturas no cosmos.
As simulações mostram que as galáxias espirais, como a nossa Via Láctea, formam-se mesmo quando uma lei de gravidade diferente é aplicada.
Os cientistas já sabiam que a gravidade f(R) consegue reproduzir o sucesso da Relatividade Geral em demonstrar a evolução do nosso Sistema Solar.
"Mas nossa nova pesquisa agora mostra que essa teoria também pode ser aplicada à formação de galáxias em escalas cosmológicas muito grandes," escreveu o trio.
O resultado dessas simulações não significa que Einstein estava errado.
Em vez disso, as simulações mostram que pode haver mais de uma maneira de explicar o papel da gravidade na evolução do Universo, defende o trio de físicos.
Também há consequências para o entendimento da expansão acelerada do Universo, que se acredita ser dirigida por uma substância misteriosa chamada energia escura.
Ocorre que modelos como a gravidade f(R) também podem explicar o rápido crescimento do Universo, que teria uma origem totalmente geométrica. Na teoria f(R), a aceleração cósmica não vem de uma forma exótica de energia, mas de uma modificação da força gravitacional. A força modificada também afeta a taxa na qual pequenos aglomerados de matéria podem crescer ao longo das eras para se tornarem grandes aglomerados de galáxias, abrindo a possibilidade de um teste da teoria.

Créditos: Inovação Tecnológica

NASA apresenta novos trajes espaciais

A agência espacial norte-americana divulgou imagens oficiais dos trajes — e parece que eles vieram diretamente de um filme de ficção científica. São dois modelos: o Orion Crew Survival System, que será usado para decolagem e reentrada na espaçonave Orion, e o Exploration Extravehicular Mobility Unit (xEMU), feito para os astronautas explorarem a Lua.
O xEMU é um pouco parecido com o modelo que os astronautas usam fora da Estação Espacial Internacional, mas ele foi aprimorado para ser mais confortável e melhorar a mobilidade ao explorar a superfície lunar, além de ser moldável para todos os tamanhos. O traje ainda pode ser usado em Marte. A tecnologia ajustável é uma das maiores vantagens dos novos uniformes: será possível reconfigurá-los para se adequarem a determinada condição atmosférica (em Marte, na Lua ou em uma estação espacial). As partes serão facilmente trocáveis para se adaptarem a temperaturas que vão de 120ºC a -156ºC.

Créditos: Galileu

A Via Láctea roubou várias galáxias minúsculas da sua vizinha

Assim como a Lua orbita a Terra, e a Terra orbita o Sol, as galáxias orbitam-se umas às outras de acordo com as previsões da cosmologia.
Por exemplo, descobriram-se até agora mais de 50 galáxias satélites em órbita da nossa própria Via Láctea. A maior delas é a Grande Nuvem de Magalhães, ou GNM, uma grande galáxia anã que se assemelha a uma nuvem fraca no céu noturno do hemisfério sul.
Uma equipe de astrônomos, liderada por cientistas da Universidade da Califórnia em Riverside, descobriu que várias das galáxias pequenas - ou "anãs" - que orbitam a Via láctea provavelmente foram roubadas da GNM, incluindo várias anãs ultratênues, mas também galáxias satélites relativamente brilhantes e conhecidas, como a Anã de Carina e a Anã de Fornalha.
Os investigadores fizeram a descoberta usando novos dados recolhidos pelo telescópio espacial Gaia dos movimentos de várias galáxias próximas e contrastando-os com simulações hidrodinâmicas cosmológicas de ponta. A equipe da UC Riverside usou as posições no céu e as velocidades previstas do material, como matéria escura, acompanhando a GNM, descobrindo que pelo menos quatro galáxias anãs ultrafracas e duas anãs clássicas, Carina e Fornalha, já foram satélites da Grande Nuvem de Magalhães. Durante o processo de fusão, no entanto, a mais massiva Via Láctea usou o seu poderoso campo gravitacional para destruir a GNM e roubar estas galáxias satélites, relataram os cientistas.
"Estes resultados são uma confirmação importante dos nossos modelos cosmológicos, que preveem que as pequenas galáxias anãs no Universo também devem estar cercadas por uma população de companheiras galácticas ainda mais ténues," disse Laura Sales, professora assistente de física e astronomia, que liderou a equipa de investigação. "Esta é a primeira vez que somos capazes de mapear a hierarquia da formação da estrutura destas anãs tênues e ultratênues."
Os resultados têm implicações importantes para a massa total da GNM e também para a formação da Via Láctea.
"Se tantas anãs vieram com a GNM apenas recentemente, isso significa que as propriedades da população de satélites da Via Láctea há apenas 1 bilhão de anos era radicalmente diferente, impactando o nosso conhecimento de como as galáxias mais fracas se formam e evoluem," disse Sales.
As galáxias anãs são galáxias pequenas que contêm entre alguns milhares e alguns milhares de milhões de estrelas. Os cientistas usaram simulações de computador do projeto FIRE (Feedback In Realistic Environments) para mostrar que a GNM e galáxias parecidas hospedam inúmeras galáxias anãs minúsculas, muitas das quais não contêm estrelas - apenas matéria escura, um tipo de matéria que os cientistas pensam constituir a maior parte da massa do Universo.
"O alto número de pequenas galáxias anãs parece sugerir que o conteúdo de matéria escura da GNM é bastante grande, o que significa que a Via Láctea está a passar pela fusão mais massiva da sua história, com a GNM, sua parceira, fornecendo até um-terço da massa do halo de matéria escura da Via Láctea - o halo de material invisível que rodeia a nossa Galáxia," disse Ethan Jahn, o primeiro autor do artigo e estudante que pertence ao grupo de investigação de Sales.
Jahn explicou que o número de pequenas galáxias anãs que a GNM hospeda poderá ser maior do que os astrônomos estimaram anteriormente e que muitas dessas pequenas satélites não têm estrelas.
"As galáxias pequenas são difíceis de medir e é possível que algumas galáxias anãs ultraleves já conhecidas estejam de fato associadas à GNM," disse. "Também é possível que se descubram novas galáxias ultratênues associadas com a GNM."
As galáxias anãs podem ser satélites de galáxias maiores, ou podem estar "isoladas", existindo por si próprias e independentes de qualquer objeto maior. Jahn explicou que a GNM costumava ser isolada, mas que foi capturada pela gravidade da Via Láctea e agora é uma galáxia satélite.
"A Grande Nuvem de Magalhães continha pelo menos sete galáxias satélites, incluindo a Pequena Nuvem de Magalhães no céu do hemisfério sul, antes de serem capturadas pela Via Láctea," explicou.
A equipe vai agora estudar como as galáxias satélites do tamanho da GNM formam as suas estrelas e como a formação estelar se relaciona com a quantidade de matéria escura que possuem.
"Será interessante ver se se formam de maneira diferente dos satélites da Via Láctea," comentou Jahn.

Créditos: Astronomia On-line

segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Primeiro passeio espacial só com mulheres

Pela primeira vez desde que começou a Era Espacial, uma tripulação formada só por mulheres caminhou no espaço e foi responsável pelo conserto de um módulo externo da Estação Espacial Internacional, ISS. Feito inédito nesta sexta-feira, 18.
O passeio espacial, chamado tecnicamente de atividade extraveicular, EVA, foi realizado pelas astronautas Christina Koch e Jessica Meir, para fora do complexo espacial com o objetivo de realizar a troca de um controlador de carga que apresentou defeito na última semana. Este é o primeiro passeio espacial da astronauta Meir e o quarto da veterana Kock.
De acordo com A NASA, a primeira EVA totalmente feminina deveria acontecer em março de 2019, mas a missão foi adiada devido à falta de trajes espaciais tamanho médio à bordo da ISS.
Segundo a agência espacial estadunidense, a falha do controlador de carga BCDU (Unidade de Carga e Descarga de Baterias) não representa impacto nas operações cotidianas na estação, segurança da tripulação ou experimentos realizados. O controlador foi instalado recentemente e tem como objetivo ampliar a capacidade elétrica do complexo espacial.

Créditos: Apolo 11

Pesquisador declara estar convencido de que encontramos evidências de vida em Marte nos anos 1970

Na publicação Scientific American foi divulgado texto de Gilbert V. Levin, que participou de experimento de detecção de vida chamado Labeled Releasse (LR) na missão Viking da Nasa para Marte, em 1976. O autor da publicação é engenheiro, inventor e foi o principal pesquisador do experimento LR na década de 1970.
Os resultados iniciais enviados de Marte foram positivos. Duas sondas pousaram 6 mil quilômetros distantes uma da outra e enviaram quatro respostas com base em cinco variáveis. Os dados indicaram a detecção de respiração microbiana. As curvas de dados provenientes de Marte eram semelhantes àquelas produzidas por testes da LR em solos da Terra.
Entretanto, quando o Experimento de Análise Molecular da Viking não detectou matéria orgânica, a NASA concluiu que o LR havia encontrado uma substância que apenas imitava a vida. Nos próximos 43 anos a NASA enviou missões a Marte para apenas identificar se lá havia habitat adequado à vida sem, no entanto, carregar instrumento de detecção de vida.
O administrador da NASA, Jim Bridenstine falou, em fevereiro deste ano, que poderia ser encontrada vida microbiana em Marte. A detecção de vida naquele planeta ganhou importância com a intenção, dos Estados Unidos, de enviar astronautas para lá, uma vez que a presença de vida pode ameaçar aqueles que forem enviados a Marte, e os que estão aqui, quando eles voltarem.
Embora possa parecer difícil ter vida em Marte, cada vez que um cometa ou meteorito atinge um planeta, material daquele lugar é lançado ao espaço. Isso quer dizer que vida microbiana pode ter passado da Terra para Marte. Além disso, em laboratório, já foi comprovado que há microorganismos que conseguem sobreviver no ambiente característico de Marte.
Tanto antes quanto depois da Viking, diversas execuções foram realizadas com solo terrestre e culturas microbianas, em laboratório e também em ambientes naturais. Nunca foram obtidos resultados falso positivos ou falso negativos. Esses dados conferem confiabilidade aos dados obtidos pela LR em Marte, mesmo que a interpretação ainda seja debatida.
Outros fatores indicam a possibilidade de existir vida microbiana em Marte. Essas evidências foram obtidas pela Viking, por missões subsequentes ou descobertas na Terra:
  • Águas superficiais foram encontradas em quantidade suficiente para sustentar microorganismos em Marte pelas missões Viking, Pathfinder, Phoenix e Curiosity;
  • A ativação ultravioleta (UV) do material da superfície marciana não causou, como proposto inicialmente, a reação detectada no LR: uma amostra colhida sob uma rocha de proteção UV era tão ativa no LR como amostras de superfície;
  • Foi relatada a presença de materiais orgânicos complexos, em Marte, pelos cientistas da Curiosity, possivelmente incluindo o querogênio, que poderia ser de origem biológica;
  • As missões Phoenix e Curiosity encontraram evidências de que o antigo ambiente marciano pode ter sido habitável;
  • O excesso de carbono-13 em relação ao carbono-12 na atmosfera de Marte representa indício de atividade biológica, que prefere ingerir o último;
  • A atmosfera de Marte está em desequilíbrio: o CO2 do planeta deveria ter sido convertido em CO pela luz UV do Sol. Consequentemente o CO2 é regenerado, possivelmente, por microorganismos como na Terra;
  • Microrganismos terrestres sobreviveram no espaço exterior fora da ISS;
  • Provavelmente micróbios viáveis ​​ejetados da Terra chegaram a Marte;
  • Metano foi medido na atmosfera marciana; a fonte pode ser metanógenos microbianos;
  • O rápido desaparecimento do metano da atmosfera marciana exige um sumidouro, possivelmente fornecido por metanotróficos que possam coexistir com metanogênios na superfície marciana;
  • Luzes fantasmagóricas em movimento formadas por ignição espontânea de metano, foram registradas em vídeo na superfície de Marte;
  • Há alegações de que formaldeído e a amônia, possivelmente indicativos de biologia, estão presentes na atmosfera marciana;
  • Uma análise de complexidade independente do sinal LR positivo identificou-o como biológico;
  • As análises espectrais de seis canais realizada pelo sistema de imagens da Viking encontraram líquen terrestre e manchas verdes nas rochas de Marte com a mesma cor, saturação, matiz e intensidade;
  • Uma figura que lembra um verme estava em imagem registrada pelo Curiosity;
  • Grandes estruturas semelhantes a estromatólitos terrestres (formadas por microorganismos) foram encontradas pelo Curiosity. De acordo com análise estatística das características complexas dessas estruturas, há menos de 0,04% de probabilidade de que a similaridade tenha sido causada somente pelo acaso;
Nenhum fator adverso à vida foi encontrado em Marte.

Créditos: Hypescience

Asteróide de 650 metros de diâmetro pode vir a se aproximar da Terra como nunca antes

O nome do asteróide é 481394 2006 SF6. A rocha espacial realizará sua aproximação mais próxima da Terra no dia 21 de novembro.
Há também a chance de a rocha espacial ser empurrada para muito mais perto pelo efeito Yarkovsky, onde a força suave da luz solar pode direcionar os asteróides para órbitas que cruzam a Terra e alterar drasticamente a configuração de seus caminhos através do Sistema Solar.
A rocha espacial de 650 metros de diâmetro é classificada como um asteróide Apollo, a classe mais perigosa de asteróides, ao cruzar a órbita terrestre.
Asteróides de mais de 35 metros de diâmetro podem representar uma ameaça para uma cidade ou vila, por isso o 481394 2006 SF6, que tem 650 metros de diâmetro, pode representar uma séria ameaça para as principais zonas habitadas do nosso planeta.
No entanto, a rocha espacial maciça ainda não foi classificada na Escala de Risco de Impacto de Torino, que é uma ferramenta com uma escala de 0 a 10 para categorizar potenciais eventos de impacto com a Terra, com os valores mais altos ameaçando seriamente o clima e a vida, e os mais baixos tendo pouca ou nenhuma probabilidade de atingir o nosso planeta.
Organizações como a NASA e a Agência Espacial Européia (ESA, na sigla em inglês) estão atentas aos objetos próximos à Terra (NEO). Dos 829.361 asteróides e 3.592 cometas conhecidos no Sistema Solar, mais de 20.000 desses corpos celestes estão classificados como NEO, ou seja, aqueles que orbitam o Sol a 30 milhões de km da órbita da Terra.
Apesar desta rocha espacial se aproximar da Terra, não deve ameaçar o nosso planeta.

Créditos: Sputnik

Como assistir à chuva de meteoros Orionídeos que acontecerá nesta madrugada

A chuva de meteoros Orionídeos, causada pela poeira deixada pelo cometa Halley, promete agitar o céu na madrugada desta segunda-feira (21) e da terça-feira (22).
O evento astronômico - que poderá ser visto em todas as regiões do país - acontece na constelação de Órion, popularmente conhecida como Três Marias.
Gustavo Rojas, físico da Universidade Federal de São Carlos, recomenda procurar a região das Três Marias a partir das 5h. Para identificá-la, busque no céu três estrelas próximas entre si, alinhadas e de mesmo brilho.
Para admirar o fenômeno, o ideal é estar em um local de céu bem escuro - longe de áreas muito iluminadas, portanto - e programar ao menos duas horas de vigília para observar as estrelas cadentes.

Créditos: Galileu

quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Astronautas produzem "carne de laboratório" no espaço pela primeira vez

Astronautas da Estação Espacial Internacional (ISS na sigla em inglês) usaram a técnica da empresa israelense Aleph Farms para produzir carne no espaço. O experimento foi realizado a 399 km de distância da Terra, no dia 26 de setembro, no segmento russo do laboratório espacial.
Células bovinas cultivadas na Terra foram levadas até à ISS, onde foram usadas para formar tecido muscular com o uso de uma impressora 3D da companhia 3D Bioprinting Solutions. O processo simulou o que acontece naturalmente nos corpos dos bois e das vacas.
Em dezembro de 2018, a Aleph Farms desenvolveu o primeiro bife criado em laboratório. Mas muito do protótipo ainda precisa ser melhorado, como o gosto, por exemplo. Mas se esse método obtiver sucesso quando aplicado em larga escala, isso pode ajudar a alimentar a população mundial, que deve alcançar um total de 10 bilhões de pessoas em 2050.
Um relatório de setembro do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), alertou para como a criação de gado pode contribuir para as mudanças climáticas, tornando “uma situação desafiadora que poderá prejudicar a segurança alimentar”.
Segundo um estudo de 2019, feito por pesquisadores das universidades de Oxford e Amsterdã, se toda a humanidade passasse a comer carne cultivada em laboratório, seriam emitidos 80% menos gases do efeito estufa, e 99% menos terra seria ocupada para a pecuária.
No espaço, a tecnologia pode ajudar na nutrição dos astronautas, pois eles coletam moléculas líquidas da vaporização do ar e não contam com grandes quantidades de água para produzir alimentos.
“Estamos provando que a carne cultivada pode ser produzida a qualquer hora, em qualquer lugar e em qualquer condição", afirmou o presidente da Aleph Farms, Didier Toubia, ao jornal britânico The Guardian . "Podemos potencialmente fornecer uma solução poderosa para produzir alimentos mais perto das populações que precisam, no momento exato em que for necessário".

Créditos: Galileu

Esse planeta gigante ao redor de uma minúscula estrela “não deveria existir”

Uma equipe internacional de astrônomos descobriu um planeta gigante em torno de uma estrela minúscula que, de acordo com o que sabemos sobre a teoria de formação dos planetas, não deveria existir.
O sistema fica a 284 trilhões de quilômetros de distância de nós.
O planeta, nomeado GJ 3512b, é semelhante a Júpiter e comparativamente bem maior que sua estrela hospedeira, uma anã vermelha tipo M, uma das mais comuns em nosso universo.
A estrela tem uma massa maior que o seu planeta, mas a diferença entre eles é bem menor do que a que existe entre o Sol e Júpiter. Por exemplo, a anã vermelha é 270 vezes mais massiva que GJ 3512b, enquanto o Sol é 1.050 vezes mais massivo que Júpiter.
“É emocionante, porque há muito tempo nos perguntamos se planetas gigantes como Júpiter e Saturno podem se formar em torno de estrelas tão pequenas”, explicou Peter Wheatley, da Universidade de Warwick (Reino Unido), que não participou do estudo, à BBC.
A descoberta questiona uma teoria amplamente aceita sobre a formação de planetas, conhecida como “acreção central”. De acordo com ela, apenas planetas como a Terra, ou um pouco maiores, deveriam se formar em torno de anãs vermelhas, conforme mais poeira se juntasse ao disco de acreção em torno da estrela.
“GJ 3512b, no entanto, é um planeta gigante com uma massa cerca da metade do tamanho de Júpiter e, portanto, pelo menos uma ordem de magnitude mais massivo que os planetas previstos pelos modelos teóricos para essa estrela tão pequena”, esclareceu Christoph Mordasini, professor da Universidade de Berna (Suíça), à BBC.
Uma hipótese para explicar como isso seria possível é que, ao invés de atrair gás para si e formar planetas em seu torno, parte do disco da estrela se colapsaria rapidamente, formando um planeta gigante.
Isso só poderia ocorrer se o disco de acreção tivesse um décimo da massa da estrela hospedeira, e o fenômeno se passaria mais longe dela do que a formação de planetas por acreção central.
Os pesquisadores, inclusive, argumentam que o GJ 3512b “migrou” uma longa distância até sua posição atual, que é menor do que uma unidade astronômica (150 milhões de quilômetros) de sua estrela.
O novo estudo é muito importante para direcionar pesquisas futuras e a criação de novos modelos, uma vez que o GJ 3512b é o maior planeta que orbita uma estrela tão pequena de perto já descoberto.
Ele possui uma órbita oval de 204 dias em torno da anã vermelha, passando mais tempo perto dela do que Mercúrio do Sol. Isso, por sua vez, pode sugerir a presença de outros planetas gigantes orbitando a estrela de mais longe, o que pode ter distorcido sua órbita.
“Com o GJ 3512b, agora temos um candidato extraordinário para um planeta que poderia ter surgido da instabilidade de um disco em torno de uma estrela com muito pouca massa. Essa descoberta nos leva a revisar nossos modelos”, resumiu um dos autores do estudo, Hubert Klahr, do Instituto Max Planck de Astronomia (Alemanha).

Créditos: Hypescience

quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Buraco negro explodiu na Via Láctea há 3,5 milhões de anos, diz estudo

Há 3,5 milhões de anos, um buraco negro supermassivo explodiu no meio da Via Láctea — explosão tão grande que o impacto foi sentido a 200 mil anos-luz de distância, na Corrente de Magalhães. A explosão foi desencadeada por um disparo de radiação ionizante no buraco negro Sagittarius A*, que tem a massa cerca de 4 milhões de vezes maior à do Sol. A descoberta foi realizada por cientistas estadunidenses e australianos e será publicada em breve no The Astrophysical Journal.
Chamado de "bengala de Seyfert", o fenômeno emitiu uma onda de radiação tão poderosa que saiu ao espaço profundo em forma de dois "cones de ionização" radioativos.
Usando dados coletados pelo Telescópio Espacial Hubble, os pesquisadores calcularam que a explosão maciça ocorreu há pouco mais de 3 milhões de anos (um evento considerado surpreendentemente recente em termos galácticos). Para se ter uma idéia da escala de tempo, quando ocorreu a explosão do buraco negro, o asteróide que provocou a extinção dos dinossauros já tinha acontecido há 63 milhões de anos, e os ancestrais da humanidade, os australopitecinos, estavam povoando a África.
"Isso mostra que o centro da Via Láctea é um lugar muito mais dinâmico do que havíamos pensado anteriormente. É uma sorte que não estamos morando por lá", disse a professora Lisa Kewley, diretora do centro de astronomia ASTRO 3D. Os pesquisadores estimam que a explosão durou provavelmente 300 mil anos — um período que também é bastante curto em termos galácticos.
"Esses resultados mudam dramaticamente nossa compreensão da Via Láctea", afirmou a coautora Magda Guglielmo, da Universidade de Sydney. "Sempre pensamos em nossa galáxia como uma galáxia inativa, com um centro não tão brilhante. Esses novos resultados abrem a possibilidade de uma reinterpretação completa de sua evolução e natureza.

Créditos: Galileu

Saturno supera Júpiter após descoberta de 20 novas luas

Astrônomos descobriram 20 novas luas orbitando Saturno. Isso eleva o número total de luas do planeta para 82, superando Júpiter, que tem 79, como o planeta com maior número de luas no Sistema Solar.
Cada uma das luas recém-descobertas tem cerca de cinco quilômetros de diâmetro. Dezessete delas orbitam o planeta na contramão, ou em direção retrógrada, significando que seu movimento é oposto à rotação do planeta em torno de seu eixo. As outras três luas orbitam na direção prógrada - na mesma direção em que Saturno gira.
Duas das luas prógradas estão mais próximas do planeta e levam cerca de dois anos para viajar ao redor de Saturno. As luas retrógradas, mais distantes, e uma das luas prógradas, levam mais de três anos para completar uma órbita.
"Estudar as órbitas dessas luas pode revelar suas origens, bem como informações sobre as condições de Saturno no momento de sua formação," explicou Scott Sheppard, da Instituição Carnegie, nos EUA.
As luas externas de Saturno parecem estar agrupadas em três grupos diferentes em termos das inclinações dos ângulos em que estão orbitando ao redor do planeta. Duas das luas prógradas recém-descobertas se encaixam em um grupo de luas exteriores, com inclinações de cerca de 46 graus, chamadas de grupo Inuit, batizadas em homenagem à mitologia da nação indígena esquimó. Essas luas podem ter-se originado de uma lua maior que se despedaçou no passado.
Da mesma forma, as recém-anunciadas luas retrógradas têm inclinações semelhantes às de outras luas saturnianas retrógradas conhecidas anteriormente, indicando que também são fragmentos prováveis de uma lua-mãe maior que teria se partido. Essas luas retrógradas estão no grupo Nórdico, com nomes vindos da mitologia nórdica. Uma das luas retrógradas recém-descobertas é a lua mais distante conhecida em torno de Saturno.
"Esse tipo de agrupamento de luas externas também é visto em torno de Júpiter, indicando colisões violentas ocorridas entre luas no sistema saturniano, ou com objetos externos, como asteróides ou cometas," explicou Sheppard.
A outra lua prógrada recém-encontrada tem uma inclinação próxima a 36 graus, o que é semelhante ao outro agrupamento de luas internas prógradas ao redor de Saturno, chamado grupo Gálico. Mas esta nova lua orbita muito mais longe de Saturno do que qualquer outra lua prógrada, indicando que ela pode ter sido empurrada para fora ao longo do tempo ou pode não estar associada ao agrupamento mais interno de luas prógradas.
As novas luas foram descobertas usando o telescópio Subaru, no topo de Mauna Kea, no Havaí.

Créditos: Inovação Tecnológica

China publica informações sobre a primeira planta nascida na Lua

Quando a sonda chinesa Chang’e-4 pousou no lado mais distante da Lua no dia 3 de janeiro de 2019, ela entrou para a história. Ela foi a primeira nave a explorar este lado da lua, e em sua carga estava uma mini-biosfera de 2,5kg chamada Micro Ecossistema Lunar.
Este cilindro tem apenas 18 cm de comprimento e 16 cm de diâmetro, e contém seis formas de vida que foram mantidas por 20 dias em condições parecidas com as da Terra, exceto pela microgravidade e radiação lunar. São elas: sementes de algodão, sementes de batata, semente de canola, levedura, ovos de mosca-das-frutas, e um mato comum da espécie Arabidopsis thaliana.
Apenas as sementes de algodão produziram resultado positivo em janeiro deste ano. O brotamento de duas folhas de uma mudinha foi registrado nos 14 dias terráqueos do primeiro dia lunar que a semente passou na lua. Ao final deste período a região ficou na escuridão e no frio de -190ºC, e a mudinha morreu.
A imagem disponibilizada pela China é uma reconstrução em 3D baseada em analise e processamento de imagem.
O pesquisador responsável por este experimento, Xie Gengxin do Instituto de Pesquisa Tecnológica da Universidade de Chonguing, avisa que não haverá um artigo científico publicado sobre o evento, mas que ele pretende continuar o trabalho.
Na etapa de planejamento, a equipe pretendia enviar um pequeno cágado para a lua, mas acabou optando pelos outros organismos por conta do limite de peso da esfera, que não poderia ser mais do que 3 kg. Caso o animal tivesse sido enviado, ele teria um final sofrido, morrendo de frio e de falta de oxigênio ao final dos 20 dias de suprimento do experimento.
A missão Chanc’e-4 foi a primeira a levar organismos terráqueos para a lua, sem considerar os astronautas das missões lunares de 1969 a 1972.
Xie e sua equipe esperam enviar mais formas de vida nas próximas missões para a lua, mas eles ainda não especificaram que tipos de organismos seriam esses. A China já planejou a Chang’e-6, uma missão de retorno de amostragem que deve acontecer em meados de 2020.

Uma rosquinha cósmica

Com o auxílio do ALMA, os astrônomos obtiveram uma imagem de resolução extremamente elevada de dois discos onde estrelas jovens estão a crescer, alimentadas por uma complexa rede de filamentos de gás e poeira em forma de rosquinha. A observação deste fenômeno notável ajuda os astrônomos a compreender melhor as fases mais iniciais da vida das estrelas e a determinar as condições necessárias à formação de estrelas binárias.
As duas estrelas bebês foram descobertas no sistema [BHB2007] 11 — o membro mais jovem de um pequeno enxame estelar na nebulosa escura Barnard 59, a qual faz parte das nuvens de poeira interestelar de nome Nebulosa do Cachimbo. Observações anteriores deste sistema binário mostraram a estrutura exterior. Agora, graças à elevada resolução do Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA), uma equipa internacional de astrônomos liderada por cientistas do Instituto Max Planck de Física Extraterrestre (MPE), pôde ver a estrutura interna deste objeto.
"Vemos duas fontes compactas que interpretamos como discos circunstelares em torno de duas estrelas jovens," explica Felipe Alves do MPE, que liderou o estudo. Um disco circunstelar é o anel de gás e poeira que rodeia uma estrela jovem. A estrela acreta matéria do anel e vai crescendo. "O tamanho de cada um destes discos é semelhante ao cinturão de asteróides do nosso Sistema Solar e a separação entre eles é 28 vezes maior que a distância entre a Terra e o Sol," diz Alves.
Os dois discos circunstelares estão rodeados por um disco maior com uma massa total de cerca de 80 massas de Júpiter, apresentando uma rede complexa de estruturas de poeira distribuídas em formas espirais — os laços da rosquinha. "Trata-se de um resultado importante," comenta Paola Caselli, diretora administrativa do MPE, diretora do Centro de Estudos Astroquímicos e coautora deste trabalho. "Podemos finalmente obter imagens da estrutura complexa de estrelas binárias jovens com os seus filamentos de 'alimentação' ligados ao disco onde nasceram, o que impõe importantes limites aos atuais modelos de formação estelar."
As estrelas bebês acretam massa do disco maior em duas fases. A primeira fase dá-se quando massa é transferida para os discos circunstelares individuais em belos laços rodopiantes, que é o que a nova imagem do ALMA nos mostra. A análise dos dados revelou ainda que o disco circunstelar mais brilhante mas de menor massa — o que vemos na parte inferior da imagem — acreta mais material. Numa segunda fase, as estrelas acretam massa dos seus discos circunstelares. "Pensamos que este processo de acreção em duas fases seja responsável pela dinâmica do sistema binário nesta fase de acreção de matéria," acrescenta Alves. "Apesar do bom ajuste destas observações com a teoria ser já bastante promissor, precisamos ainda de estudar mais sistemas binários jovens com todo o detalhe para compreendermos melhor como é que estrelas múltiplas se formam."

Créditos: Astronomia on-line

sábado, 5 de outubro de 2019

Novos compostos orgânicos descobertos nos grãos de gelo de Encélado

Novos tipos de compostos orgânicos, os ingredientes dos aminoácidos, foram detectados nas plumas expelida da lua de Saturno, Encélado. As descobertas são o resultado da análise profunda e contínua dos dados da missão Cassini da NASA.
Poderosas fontes hidrotermais ejetam material do núcleo de Encélado, que se mistura com a água do imenso oceano subterrâneo da lua antes de ser libertado para o espaço como vapor de água e grãos de gelo. As moléculas recém-descobertas, condensadas nos grãos gelados, foram determinadas como compostos contendo nitrogênio e oxigênio.
Na Terra, compostos semelhantes fazem parte das reações químicas que produzem aminoácidos, os blocos de construção da vida. As fontes hidrotermais no fundo do oceano fornecem a energia que alimenta as reações. Os cientistas pensam que as fontes hidrotermais de Encélado possam operar da mesma maneira, fornecendo energia que leva à produção de aminoácidos.
"Se as condições forem as ideais, estas moléculas vindas do oceano profundo de Encélado podem estar no mesmo caminho de reação que vemos aqui na Terra. Ainda não sabemos se os aminoácidos são necessários para a vida além da Terra, mas a descoberta de moléculas que formam aminoácidos é uma peça importante do quebra-cabeças," disse Nozair Khawaja, que liderou a equipe de investigação. As suas descobertas foram publicadas na edição de dia 2 de outubro da revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.
Embora a missão da Cassini tenha terminado em setembro de 2017, os dados que forneceu serão minados durante décadas. A equipe de Khawaja usou dados do instrumento CDA (Cosmic Dust Analyzer) da sonda, que detectou grãos de gelo emitidos de Encélado para o anel E de Saturno.
Os cientistas usaram as medições do espectrômetro de massa do CDA para determinar a composição do material orgânico nos grãos.
Os compostos orgânicos identificados dissolveram-se no oceano de Encélado e depois evaporaram-se da superfície da água antes de condensar e congelar em grãos de gelo dentro das fissuras da crosta da lua, descobriram os cientistas. Soprados para o espaço com a pluma crescente emitida por estas fissuras, os grãos de gelo foram então analisados pelo CDA da Cassini.
As novas descobertas complementam a descoberta da equipe, no ano passado, de grandes moléculas orgânicas complexas e insolúveis que se pensa flutuarem à superfície do oceano de Encélado. A equipe aprofundou este trabalho para descobrir quais os ingredientes, dissolvidos no oceano, necessários para os processos hidrotermais que estimulariam a formação de aminoácidos.
"Aqui estamos a descobrir blocos orgânicos menores e solúveis - potenciais percursores de aminoácidos e outros ingredientes necessários para a vida na Terra," disse o coautor Jon Hillier.
"Este trabalho mostra que o oceano de Encélado possui blocos de construção reativos em abundância, e é outra luz verde na investigação da habitabilidade de Encélado," acrescentou o coautor Frank Postberg.

Créditos: Astronomia On-line

"Teia cósmica" criadora de galáxias e buracos negros é mapeada pela 1ª vez

Uma equipe de cientistas observou detalhadamente esses grandes filamentos gasosos que conectam as galáxias e que fazem parte da "teia cósmica", uma grande rede que cuida da distribuição de matéria em grande escala no cosmos.
Apesar de ser uma das maiores estruturas do Universo, ela também é uma das mais escuras, fato que a escondeu da vista de uma observação direta, conforme o tablóide Daily Mail.
Um estudo publicado pela revista Science confirma como os grandes filamentos gasosos geram combustíveis para a formação de um aglomerado de galáxias a aproximadamente 12 milhões de anos-luz de distância, na Constelação de Aquário.
As simulações cosmológicas preveem que mais de 60% do hidrogênio criado durante o Big Bang foram distribuídos como filamentos, que atravessam o meio intergaláctico e formam a teia cósmica.
Nos pontos de cruzamento desses filamentos, formam-se as galáxias e buracos negros alimentados pelas correntes de gás refrigerante.
"A intensa presença de radiação sugere que o gás que cai dos filamentos sob a força da gravidade gera a formação de diversas galáxias explosivas e buracos negros supermassivos, formando a estrutura do Universo que vemos hoje", afirmou o doutor Hideki Umehata, da Universidade de Tóquio.
Em outras observações, foram notadas emissões semelhantes às bolhas de gás que se estendem para além das galáxias.
"Mas agora, conseguimos mostrar claramente que esses filamentos se estendem a grandes distâncias, para além do campo de visão", ressalta.
"Finalmente encontramos uma maneira de mapear essa teia cósmica diretamente e entender detalhadamente seu papel na formação de buracos negros supermassivos e galáxias", afirmou o coautor do estudo, professor Michele Fumagalli, da Universidade de Durham.

Créditos: Sputnik

sexta-feira, 4 de outubro de 2019

Estamos perto de encontrar vida em Marte. Mas estamos prontos para isso?

Jipe-robô Rosalind Franklin

Existe vida em Marte? De acordo com um dos cientistas-chefe da Nasa, estamos muito perto desta resposta e em breve deveremos absorver as novas descobertas. Mas será que o mundo atual está preparado para isso?No próximo ano, duas missões estão planejadas para levar veículos espaciais a Marte, que deverão vasculhar a superfície do planeta em busca de vida extraterrestre. Isso significa que poderemos encontrar a resposta a essa inquietante pergunta já nos próximos anos, mas deveremos estar preparados para as implicações que isso trará.
De acordo com Jim Green, diretor da Divisão de Ciência Planetária, da NASA, se tivermos sucesso mudaremos em definitivo o nosso conceito sobre a vida em outros planetas. “Isso dará início a uma nova linha de pensamento, mas acho que não estamos preparados para os resultados", disse Green.
Em 2020, Terra e Marte estarão em uma configuração orbital que os aproxima bastante um do outro e que permite uma janela muito favorável de lançamentos rumo ao planeta Vermelho. Cinco agências espaciais aproveitarão esse momento e farão diversas pesquisas biológicas em Marte.
China e Emirados Árabes Unidos são os novatos dessa campanha e já estão preparando suas primeiras missões, compostas de orbitadores e jipes-robôs.
A NASA e a Agência Espacial Européia (ESA), em parceria com o Roscosmos da Rússia, também estão enviando novos veículos para perfurar amostras, na esperança de encontrar matéria orgânica.
O jipe-robô Mars 2020, da NASA, perfurará formações rochosas para coletar amostras e enviá-las de volta à Terra. Se tudo der certo, essa será a primeira vez que material marciano visitará nosso planeta e poderá ser estudado de maneira muito mais eficiente.
A ESA, por sua vez, enviará o jipe-robô Rosalind Franklin, que perfurará, triturará e analisará as amostras de rocha no laboratório de superfície da Roscosmos, que permanecerá estacionário na superfície de Marte..
Segundo Green, essa enorme quantidade de experimentos que será feita em Marte deverá fornecer inúmeras respostas que podem ser comparadas às palavras de Copérnico, quando nos anos de 1500 afirmou que a Terra girava ao redor do Sol e não o contrário, como se pensava na época
"Depois daquele instante tivemos que reconsiderar tudo o que sabíamos e naquele período o mundo não estava preparado para uma mudança tão profunda no pensamento. Acredito que algo semelhante vai acontecer nos próximos anos", disse o cientista, que completou: "Como você reagiria ao saber que uma forma de vida, mesmo que microscópica, foi encontrada em Marte? Quem a pôs lá? Há quanto tempo está lá? A vida pode passar de planeta para planeta ou acontece a partir de uma centelha e do ambiente certo, capaz de gerar a vida?, questiona Green.
O rover Mars 2020 da NASA deve pousar na superfície do Planeta Vermelho no dia 18 de fevereiro de 2021, com o rover Rosalind Franklin da ESA chegando um mês depois em março de 2021.
Ambos os rovers vasculharão as proximidades de um antigo lago ou leito oceânico que antes continha água e agora parece ser rico em argila. O local escolhido para a aterrissagem da NASA é o delta da Cratera Jezero, uma cratera de 49 quilômetros de largura
A missão ExoMars, da ESA, ainda não definiu seu local de pouso, mas anunciou no ano passado que seu local preferido seria Oxia Planum, outro local rico em argila e ferro-magnésio, um sinal de que uma vez a água esteve presente.

Créditos: Apolo 11

Revelada a espaçonave que irá levar os primeiros humanos a Marte

Elon Musk revelou uma nave espacial SpaceX concebida para transportar uma tripulação e carga até à Lua, Marte ou qualquer outro lugar no sistema solar e aterrar na Terra perpendicularmente.
Em um discurso ao vivo das instalações de lançamento da SpaceX, no Texas, Musk disse no sábado que a nave espacial deve decolar pela primeira vez em cerca de um ou dois meses e chegar a 19.800 metros antes de pousar de volta na Terra.
Ele diz que é essencial para a viabilidade da viagem espacial ser capaz de reutilizar as naves espaciais e que é importante tomar medidas para estender a consciência além do nosso planeta.
Uma multidão observou como Musk falava de um palco em frente à grande nave espacial, que tem um exterior metálico e refletivo.
Musk diz que o sábado marcou o 11º aniversário de um foguete SpaceX atingindo a órbita pela primeira vez.

Créditos: Socientífica

Planeta Nove pode não ser um planeta, mas um buraco negro

O hipotético Planeta Nove - também conhecido como Planeta X - que se acredita estar em algum lugar nos arredores do nosso Sistema Solar, pode não ser um planeta.
Os astrônomos Jakub Scholtz (Universidade Durham) e James Unwin (Universidade de Illinois de Chicago), estão propondo que o corpo celeste responsável pelo estranho comportamento de alguns objetos além de Plutão pode ser na verdade um buraco negro, mais especificamente, um buraco negro primordial.
Buracos negros primordiais (BNPs) são - também hipotéticos - buracos negros antigos e relativamente pequenos que surgiram logo após o Big Bang.
Os astrônomos acreditam que eles foram formados como resultado de flutuações de densidade no universo primitivo. Embora os cálculos indiquem que os BNPs muito pequenos já tenham evaporado totalmente, os maiores ainda podem existir - sim, os buracos negros podem morrer, evaporando-se ao emitir a chamada radiação de Hawking.
Scholtz e Unwin sugerem que o Planeta Nove, ainda não observado, mas teoricamente devendo orbitar o Sol a uma distância entre 300 e 1.000 unidades astronômicas, pode ser não ser um planeta, mas um desses buracos negros antigos e compactos.
Explicando sua hipótese, os dois astrônomos se concentram em duas anomalias gravitacionais não resolvidas e de massa semelhante: órbitas anômalas de objetos transnetunianos (TNOs) e um excesso de eventos de microlentes. O interessante é que ambos os eventos são devidos a objetos com massas estimadas entre 0,5 e 20 massas terrestres - bem a faixa de massa atribuível a um buraco negro primordial.
A opinião geral é que as anomalias das órbitas dos objetos transnetunianos sejam desencadeadas por uma fonte gravitacional no Sistema Solar externo. Embora seja amplamente aceito que essa fonte possa ser um planeta órfão - ou planeta interestelar, um corpo celeste de massa planetária expulso do seu sistema e não vinculado gravitacionalmente a qualquer estrela -, Scholtz e Unwin argumentam que o cenário buraco negro primordial não é irracional e deve ser levado em consideração.
"A captura de um planeta órfão é uma das principais explicações para a origem do Planeta Nove, e mostramos que a probabilidade de capturar um buraco negro primordial é comparável," escreve a dupla.
Infelizmente, pode ser mais difícil localizar o buraco negro primordial do que um eventual Planeta X. Ocorre que um buraco negro primordial que explicasse os eventos observados teria uma massa de cerca de cinco massas terrestres, o que lhe daria um raio de cerca de cinco centímetros.
Além disso, o buraco negro primordial vizinho teria uma temperatura de Hawking de aproximadamente 0,004 K, o que é mais frio do que a radiação cósmica de fundo de micro-ondas.
Para superar esse obstáculo observacional, os dois astrônomos propõem procurar sinais de aniquilação do micro-halo de matéria escura ao redor do buraco negro. Acredita-se que tal halo de matéria escura seja capaz de fornecer um sinal forte o suficiente para ser detectado da Terra. Para isso, os astrônomos sugerem pesquisas dedicadas a fontes móveis em raios X, raios gama e também outros raios cósmicos de alta energia, o que poderia fornecer indícios dando suporte à hipótese de um buraco negro primordial rondando o Sistema Solar.

Crédito: Inovação Tecnológica

Astrônomos detectam moléculas de gás em 2I/Borisov

Uma equipe internacional de astrônomos, incluindo investigadores da Queen's University em Belfast, Irlanda do Norte, fez uma descoberta histórica, detectando moléculas de gás num cometa que entrou no nosso Sistema Solar, vindo de outra estrela.
É a primeira vez que os astrônomos conseguem detectar este tipo de material num objeto interestelar.
A descoberta representa um importante passo em frente para a ciência, pois agora permitirá que os cientistas decifrem exatamente a composição destes objetos e como o nosso Sistema Solar se compara com outros na nossa Galáxia.
"Pela primeira vez, podemos medir com precisão a composição de um visitante interestelar e compará-lo com o nosso próprio Sistema Solar," disse o professor Alan Fitzsimmons do Centro de Investigação Astrofísica da Queen's University em Belfast.
O Cometa Borisov foi descoberto pelo astrônomo amador da Crimeia, Gennady Borisov, em agosto. Observações ao longo dos 12 dias seguintes mostraram que não estava em órbita do Sol, apenas a passar pelo Sistema Solar no seu próprio percurso em torno da nossa Galáxia.
24 de setembro recebeu a designação oficial 2I/Borisov, o segundo objeto interestelar já descoberto pelos astrônomos. Ao contrário do primeiro objeto, descoberto há dois anos, 1I/'Oumuamua, este objeto parecia um cometa tênue, com uma atmosfera circundante de partículas de poeira e uma cauda curta.
Alan Fitzsimmons e colegas da Europa, dos EUA e do Chile usaram o Telescópio William Herschel em La Palma, nas Ilhas Canárias, para detectar o gás no cometa. Mas isto foi complicado.
Ele disse: "A nossa primeira tentativa foi na sexta-feira, 13 de setembro, mas tivemos azar e fomos impedidos de o fazer devido ao brilho do céu, tão perto do Sol. Mas a tentativa seguinte foi bem-sucedida."
Os astrônomos do observatório apontaram o telescópio gigante para o cometa antes e durante o amanhecer, entre as 6 e as 7 da manhã da sexta-feira seguinte. Ao passar a fraca radiação do cometa por um espectrógrafo, os astrônomos conseguiram medir a quantidade de luz emitida pelo cometa em função do comprimento de onda ou cor.
O professor Fitzsimmons explicou: "Um espectro permite-nos detectar tipos individuais de gás graças às suas impressões digitais espectrais. Recebemos os dados ao meio-dia e às 17 horas sabíamos que havíamos detectado gás com sucesso e pela primeira vez."
O gás detectado foi o cianogênio, composto por um átomo de carbono e um átomo de oxigênio ligados entre si. É um gás tóxico se inalado, mas é relativamente comum nos cometas.
Ao combinar estes espectros com imagens filtradas do cometa obtidas com o telescópio TRAPPIST-Norte em Marrocos, a equipe também mediu a quantidade de poeira expelida pelo cometa e estabeleceu limites para o tamanho do núcleo central.
O Dr. Emmanuel Jehin está a monitorizar o cometa usando o telescópio TRAPPIST-Norte em Marrocos e forneceu dados cruciais para medir a quantidade de poeira cometária emitida por 2I. Ele disse: "Estamos habituados a ver imagens de cometas, mas este é tão especial! Observo-o há duas semanas, quase todas as manhãs, estou fascinado pelo fato deste objeto não ser como os outros que tenho observado, que realmente veio de outra estrela, provavelmente muito distante."
A professora Karen Meech da Universidade do Hawaii já havia observado anteriormente o cometa e usou os novos dados para calcular o possível tamanho do cometa.
Ela relatou: "A nossa análise preliminar, usando a quantidade de gás vista a sair do núcleo, sugere que é provável que grande parte da superfície esteja ativa, em contraste com os típicos cometas de curto período."
A equipe concluiu que a característica mais notável do cometa é que parece vulgar em termos de gás e poeira que está a emitir. Parece que nasceu há 4,6 bilhões de anos atrás, juntamente com os outros cometas no nosso Sistema Solar, mas veio de um sistema estelar ainda não identificado.
À medida que o cometa se aproxima do Sol, ficará mais brilhante e mais visível para os astrônomos. O Dr. Olivier Hainaut, do ESO, acrescentou: "O próximo ano será extremamente empolgante, pois poderemos acompanhar a evolução de 2I à medida que passa pelo nosso Sistema Solar. Em comparação, tivemos apenas algumas semanas para estudar 'Oumuamua antes que ficasse ténue demais."
A ESA aprovou este ano uma missão espacial que poderá visitar um futuro visitante interestelar. A missão Comet Interceptor tem lançamento previsto para 2028.

Créditos: Astronomia On-line

NASA rastreia rocha espacial enorme se aproximando da Terra

Trata-se do asteróide 2019 SL7, que irá se aproximar do nosso planeta no dia 9 de outubro, noticia o tablóide britânico Express.
Segundo a NASA, a rocha espacial voará a uma velocidade surpreendente de 17,1 km/s (61.500 km/h), e a uma distância de 1,4 distância lunar (LD) – distância entre a Terra e a Lua.
Em outras palavras, o asteróide passará pelo Planeta Azul a uma distância de 538.162 km, o que é suficientemente próximo para que a NASA classifique o astro como um Objeto Próximo à Terra (NEO).
"Objetos Próximos à Terra [NEO] são cometas e asteróides que foram empurrados pela atração gravitacional de planetas próximos para órbitas que lhes permitem entrar na vizinhança da Terra", informou a NASA.
A abordagem próxima permitirá à agência espacial norte-americana a estudar a rocha espacial.
"Se nós desejamos saber a composição da mistura primordial da qual os planetas se formaram, então nós devemos determinar os componentes químicos dos restos de detritos deste processo de formação – os cometas e asteróides."
A NASA teme que o asteróide, que tem o potencial de destruir um país na Terra, possa atingir o nosso planeta nos próximos 120 anos, com o próximo voo de aproximação estando programado para 2135.

Créditos: Sputnik