sexta-feira, 18 de setembro de 2009
Galáxia canibal NGC 1316
A imagem acima é um exemplo surpreendente de canibalismo galáctico. Ele ocorre na galáxia elíptica gigante NGC 1316, localizada na constelação da Fornalha. A galáxia está localizada a 75.000.000 de anos-luz. A sua luz partiu em nossa direção quando os dinossauros ainda viviam na Terra, e só agora, devido à sua imensa distância, chegou aos nossos telescópios. NGC 1316 é uma poderosa fonte de ondas de rádio. Esta atividade energética está associada diretamente ao seu canibalismo. O gás e a poeira engolidos pela canibal caem em direção ao centro galáctico e lá ocorre o seu colapso violento em direção a uma usina energética compacta central. O melhor candidato para esta usina energética é um 'buraco negro', um hipotético habitante do cosmos cujas vizinhança é caracterizada por um altíssimo campo gravitacional. A força gravitacional resultante deste campo atrai o material canibalizado, o qual atinge velocidades elevadíssimas, passando a irradiar em vários comprimentos de onda, inclusive em ondas de radiofrequência. NGC 1316 é conhecida como a radiofonte Fornalha A. A imagem seguinte mostra a dramaticidade da situação. O canibalismo galáctico se manifesta de forma mais espetacular quando ocorre em galáxias gigantes, como vemos. Mas ele pode ocorrer sempre que uma galáxia, mesmo de tamanho comum, engole uma companheira bem menor, ou seja, uma galáxia satélite. É o que parece estar acontecendo com a nossa vizinha, a galáxia de Andrômeda. Os astrônomos detectaram, através de observações detalhadas, detritos estelares espalhados nas proximidades da galáxia. E mesmo a nossa Via Láctea pode estar em pleno processo de canibalização de seus satélites mais próximos, a Grande Nuvem de Magalhães e a Pequena Nuvem de Magalhães! Já foram observados detritos gasosos, formando extensos filamentos, os quais emanam das Nuvens em direção à Via Láctea. Estes filamentos gasosos seriam indicações de que um processo de canibalização está em pleno andamento. Daqui a algumas centenas de milhões de anos, portanto, poderemos não ter mais as Nuvens de Magalhães embelezando os nossos céus! NGC 1316 é uma galáxia com uma estranha forma, e não se sabe bem porquê. Uma primeira inspeção revela que NGC 1316 é uma enorme galáxia elíptica que inclue braços escuros de poeira, típicos de galáxias espirais. No entanto, imagens como esta, obtidas pelo Telescópio Espacial Hubble, revelaram que a forma peculiar desta galáxia se deve, muito provavelmente, a uma colisão entre duas galáxias. A forma inicial das duas galáxias terá sido distorcida, dando origem a esta forma híbrida. NGC 1316 estende-se ao longo de 60.000 anos-luz.
Créditos: Hubble & Portal do Astrónomo
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