domingo, 25 de outubro de 2009

Aglomerado Cabeleira de Berenice


Com o auxílio do telescópio espacial Spitzer, uma equipe de astrônomos descobriu um conjunto de mais de mil galáxias anãs num aglomerado gigante de galáxias. As galáxias anãs, apesar dos seus tamanhos diminutos, desempenham um papel crucial na evolução cósmica. Os astrônomos acreditam que estas foram as primeiras galáxias a se formar e que são os blocos de construção de galáxias de maior dimensão. Este tipo de galáxias é de longe o mais numeroso no universo e ajudam a mapear a estrutura de larga escala do cosmos. Simulações computorizadas de evolução cósmica sugerem que regiões do universo de grande densidade, tais como os aglomerados gigantes de galáxias, deveriam conter um número muito maior de galáxias anãs do que aquele que tem vindo a ser observado. Localizado na constelação Cabeleira de Berenice, o aglomerado estudado pela equipe de astrônomos encontra-se a 320 milhões de anos-luz da Terra, e dele conheciam-se previamente algumas centenas de galáxias, espalhadas por mais de 20 milhões de anos-luz. A equipe utilizou dados do Spitzer para estudar as galáxias presentes no centro do aglomerado. Galáxias localizadas nas regiões exteriores do aglomerado foram também observadas com o objetivo de comparar as populações de galáxias em diferentes localizações no aglomerado. Isto permite estudar como as variações do meio influenciam a evolução destes objetos. A equipe descobriu cerca de 30 mil objetos tendo alguns destes sido identificados como galáxias pertencentes ao aglomerado da Cabeleira de Berenice. Porém, muitas das galáxias observadas teriam de ser galáxias de fundo, não pertencendo ao aglomerado. Na imagem acima, podem-se observar alguns objetos pouco luminosos detectados pela equipe. Muitos destes objetos são galáxias anãs pertencentes ao aglomerado. Pode-se ainda observar duas grandes galáxias elípticas, a NGC 4889 e a NGC 4874, que dominam o centro do aglomerado. Com o auxílio do telescópio terrestre de 4 metros William Herschel, a equipe mediu a distância de centenas de galáxias com o objetivo de estimar que porcentagem pertenceria, na realidade, ao aglomerado em estudo. Surpreendentemente, concluiu-se que um grande número de galáxias pertence de fato ao aglomerado. Estes objetos aparentam possuir massas comparáveis ou mesmo menores que a da Pequena Nuvem de Magalhães, a segunda maior galáxia satélite da Via Láctea. Foi estimado que cerca de 1.200 dos 30 mil objetos identificados, sejam galáxias anãs pertencentes ao aglomerado. É um número muito superior aquele identificado no passado. Pois, as observações efetuadas abrangem apenas uma porção do aglomerado, os resultados obtidos implicam uma população total de galáxias anãs de pelo menos 4.000. Outras galáxias anãs pertencentes ao aglomerado da Cabeleira de Berenice poderão estar à espera de serem descobertas nos dados do Spitzer, mas outros estudos serão necessários para determinar quantas.

Créditos: Spitzer & Astronovas

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