sábado, 31 de agosto de 2013

As conchas escuras e empoeiradas

O Telescópio Espacial Hubble das agências espaciais NASA e ESA capturou essa imagem da PGC 10922, um exemplo de uma galáxia lenticular – um tipo de galáxia na interface entre as galáxias elípticas e espirais. Vista de frente, a imagem mostra o disco e as estruturas espirais da poeira escura circulando o centro brilhante da galáxia. Existe também um halo externo em destaque de apagados arcos ou conchas vastas que se estende para fora, cobrindo boa parte da imagem. Esses arcos provavelmente foram formados pelo encontro gravitacional ou até mesmo da fusão com outra galáxia. Uma parte da poeira parece também ter escapado da estrutura central e se espalhou através das conchas mais internas. Um segundo plano extraordinariamente rico de galáxias mais remotas pode ser visto nessa imagem.

Fonte: Space Telescope

Rover Curiosity da NASA começa a utilizar sua navegação Aautônoma em Marte

O rover Curiosity da NASA começou a usar seu sistema de navegação autônomo pela primeira vez, uma capacidade que leva o rover a decidir sozinho como deve dirigir com segurança por Marte. Essa última adição ao conjunto de capacidades do Curiosity ajudará o rover a cobrir o terreno que ainda falta para chegar no Monte Sharp, onde as camadas geológicas abrigam as informações sobre as mudanças ambientais ocorridas em Marte. A capacidade usa um software que os engenheiros adaptaram para esse veículo maior e mais complexo com as capacidades similares às usadas pelo Mars Exploration Rover Opportunity da NASA, que também está ativo em Marte. Usando a navegação autônoma, ou o autonav, o Curiosity pode analisar as imagens feitas durante a sua caminhada, para calcular o caminho seguro por onde deve passar. Isso permite que o rover caminhe com segurança mesmo além de uma área que os motoristas em Terra podem avaliar. Na última terça-feira, dia 27 de Agosto de 2013, o Curiosity usou com sucesso a navegação autônoma para se dirigir por um terreno que não poderia ser confirmado como seguro antes do trajeto ter sido começado. Essa foi a primeira vez que o Curiosity usou o sistema. Em um teste preparatório na última semana, o Curiosity definiu parte do trajeto por si só, mas se manteve dentro de uma área que os operadores já haviam identificado como segura. “O Curiosity fez alguns conjuntos de imagens estereográficas, e o computador do rover processou essa informação para mapear se existia alguma ameaça geométrica ou algum terreno acidentado”, disse Mark Maimone, engenheiro de mobilidade do rover e motorista do rover no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA em Pasadena, na Califórnia. “O rover considera todos os caminhos que ele poderia fazer para chegar ao ponto final designado e escolhe o melhor”. A caminhada da última terça-feira, no dia marciano da missão número 376, ou Sol 376, levou o Curiosity através de uma depressão onde os detalhes do terreno não eram vistos do local onde o rover estava quando começou. Foi uma caminhada de 10 metros usando o sistema de navegação autônomo num total de 43 metros dirigidos naquele dia. “Nós podíamos ver a área antes do mergulho, e nós dissemos ao rover onde dirigir nessa parte. Nós podíamos ver o solo do outro lado, onde nós designamos um ponto onde deveria terminar a caminhada, mas o Curioisty descobriu por si só como dirigir por essa parte”, disse John Wright do JPL, um dos motoristas do rover. O Curiosity está a quase dois meses na sua caminhada desde a área conhecida como Glenelg, onde ele trabalhou na primeira metade de 2013, para entrar no maior destino da missão: as camadas inferiores da montanha de 5 quilômetros de altura chamada de Monte Sharp. A última caminhada levou o rover a uma distância desde que deixou Glenelg de 1.39 quilômetros. Ainda faltam 7.18 km até o ponto de entrada do Monte Sharp, ao longo de uma rota rápida. Essa rota foi definida com base nas imagens de alta resolução da câmera HiRISE a bordo da sonda MRO da NASA. A verdadeira rota, que será baseada nas imagens obtidas pelas próprias câmeras do rover Curiosity poderá ser maior ou menor. A equipe de ciência do rover tem identificado alguns pontos ao longo da rota rápida para o Monte Sharp onde a caminhada pode ser suspensa por alguns dias para realizar experimentos científicos. O rover precisa caminhar aproximadamente 500 metros para chegar ao primeiro desses pontos, que parece apresentar rochas do embasamento expostas nas imagens obtidas pela sonda MRO. “Cada um desses pontos representa uma oportunidade para o Curiosity parar durante a sua longa jornada até o Monte Sharp e estudar feições do local de interesse”, disse o Cientista de Projeto do Curiosity, John Grotzinger do Instituto de Tecnologia da Califórnia, em Pasadena. “Essas feições são geologicamente interessantes com base nas imagens da HiRISE, e elas se localizam muito perto do caminho mais expedito definido até o Monte Sharp. Nós estudaremos cada um desses pontos por alguns dias, talvez selecionando algum para ser perfurado, logicamente se ele parecer suficientemente interessante”. Depois de pousar no interior da Cratera Gale em Agosto de 2012, o Curiosity se dirigiu para leste para a área Glenelg, onde realizou os principais objetivos científicos da missão, encontrando evidências para um antigo ambiente úmido que teve as condições favoráveis para o desenvolvimento da vida microbiana. A rota do rover agora é para o sudoeste. No Monte Sharp, no meio da Cratera Gale, os cientistas antecipam encontrar evidências sobre como o antigo ambiente marciano se alterou e se desenvolveu.

Fonte: Cienctec

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Cientistas detectam água magmática na superfície da Lua

Cientistas detectaram água magmática - água originária do interior da Lua - na superfície da Lua. Estes achados, publicados na edição de 25 de Agosto da revista Nature Geoscience, representam a primeira detecção remota deste gênero de água lunar, a partir de dados do instrumento M3 (Moon Mineralogy Mapper) a bordo da sonda indiana Chandrayaan-1. A descoberta representa uma contribuição empolgante para a compreensão em rápida mudança da água lunar, afirma Rachel Klima, geóloga planetária do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins em Laurel, no estado americano do Maryland, autora principal do artigo. "Durante muitos anos, os cientistas pensaram que as rochas eram 'secas' e que a água detectada nas amostras das Apollo tinham que ser contaminação da Terra," afirma Klima, que também faz parte do NLSI (NASA Lunar Science Institute). "Há cerca de cinco anos atrás, novas técnicas laboratoriais utilizadas para investigar amostras lunares revelaram que o interior da Lua não é tão seco como se pensava anteriormente. Ao mesmo tempo, sondas em órbita detectaram água na superfície lunar, que se pensa ser uma fina camada formada quando o vento solar a atinge." "Esta água superficial infelizmente não nos deu qualquer informação acerca da água magmática que existe na crosta e manto lunares, mas fomos capazes de identificar os tipos de rocha em torno e dentro da cratera Bullialdus," afirma o co-autor Justin Hagerty, do USGS (U.S. Geological Survey). "Estes estudos podem ajudar-nos a melhor compreender como a água superficial surgiu e onde pode existir no manto lunar." Em 2009, o M3, a bordo da sonda indiana Chandrayaan-1, mapeou totalmente a cratera de impacto Bullialdus. "Está a 25º do equador e por isso não se encontra num local favorável para o vento solar produzir água superficial em quantidades significativas," explicou Klima. "As rochas no pico central da cratera são de um tipo chamado norite que normalmente cristaliza quando o magma sobe mas fica preso no subsolo, em vez de entrar em erupção para a superfície como lava. A cratera Bullialdus não é o único local onde este tipo de rocha foi já encontrado, mas a exposição destas rochas, combinadas com uma abundância geralmente baixa de água regional, permitiu-nos quantificar a água interna nestas rochas." Após examinar os dados M3, Klima e colegas descobriram que a cratera tem significativamente mais hidroxilo - uma molécula composta de um átomo de oxigênio e um átomo de hidrogênio - em comparação com os seus arredores. "As características de absorção de hidroxilo são consistentes com hidroxilo ligado a minerais magmáticos que foram escavados pelo impacto que formou a cratera Bullialdus," escreve Klima. A água magmática fornece informações sobre os processos vulcânicos da Lua e sua composição interna," acrescenta Klima. "A compreensão desta composição interna ajuda-nos a responder questões sobre a formação da Lua, e como os processos magmáticos mudaram quando arrefeceu. Já foram feitas algumas medições de água interna em amostras lunares, mas até agora esta forma de água lunar nativa não tinha sido detectada a partir de órbita." A detecção de água interna a partir de órbita significa que os cientistas podem começar a testar algumas das conclusões de estudos de amostras num contexto mais amplo, incluindo em regiões que estão muito longe dos locais de aterragem das missões Apollo. "Agora precisamos de procurar noutros lugares na Lua e tentar testar as nossas conclusões acerca da relação entre os elementos-traço incompatíveis (por exemplo, tório e urânio) e a assinatura de hidroxilo," realça Klima. "Em alguns casos, isto implicará a quantificação de água superficial provavelmente produzida por interacções com o vento solar, por isso vai exigir a integração de dados de várias missões orbitais." "Esta pesquisa impressionante confirma análises laboratoriais de amostras de rochas recolhidas pelas missões Apollo, e vai ajudar a ampliar a nossa compreensão de como surgiu esta água e onde pode existir no manto lunar," conclui Yvonne Pendleton, directora do NLSI.

Fonte: Astronomia On-line

A vida surgiu em Marte e veio para a Terra - versão 2013

A Terra primordial não tinha óxido de molibdênio, mas Marte sim - logo, a vida surgiu em Marte e veio para a Terra a bordo de meteoritos desgarrados por algum impacto. Esta é a idéia defendida pelo químico Steven Benner, do Instituto de Ciência e Tecnologia de Westheimer (EUA), em uma Conferência realizada nesta semana em Florença, na Itália. Embora soe mirabolante, a proposta tem lugar para se encaixar nas discussões levadas a sério pelos cientistas, já que não há explicação razoável para a "auto-organização" dos elementos químicos que originaram a vida. A proposta está longe de ser pioneira nessa área, uma hipótese conhecida como panspermia. Uma equipe do MIT não apenas defende há anos que a vida pode ter começado em Marte, como também já está desenvolvendo um equipamento para tentar provar isto: Em 2011, outra equipe encontrou indícios da emissão de nitrogênio por um meteorito primitivo - um meteorito não-marciano -, levando o grupo a defender que os meteoritos podem ter semeado vida na Terra, qualquer que seja sua origem. Outro indício tem a ver com a quiralidade das moléculas. Todas as formas de vida que conhecemos utilizam somente versões canhotas dos aminoácidos para elaborar as proteínas - e os meteoritos têm mais aminoácidos canhotos do que destros em comparação com rochas da Terra. A forma como átomos se juntaram pela primeira vez para formar os três componentes moleculares dos seres vivos - RNA, DNA e proteínas - sempre foi alvo de especulação acadêmica. As "moléculas da vida" não são as mais complexas que aparecem na natureza, ainda assim não se sabe como elas surgiram. Acredita-se que o RNA (ácido ribonucleico) foi o primeiro a surgir na Terra, há mais de três bilhões de anos. Uma possibilidade para a formação do RNA, a partir de átomos como carbono, seria o uso de energia (calor ou luz). No laboratório, no entanto, isso produz apenas alcatrão. Para a criação do RNA, os átomos precisam ser alinhados de forma especial em superfícies cristalinas de minerais. Mas esses minerais teriam se dissolvido nos oceanos da Terra naquela época. Por outro lado, moléculas essenciais à vida já foram encontradas "nas estrelas" - mais precisamente, a 26.000 anos-luz da Terra. Em vez de meteoritos, outros pesquisadores sugerem que a vida pode ter começado no espaço e chegado à Terra em cometas. Ou seja, na falta de explicação melhor, qualquer coisa que não envolva ETs ou metafísica é bem-vinda - além de permitir adiar a questão até que a ciência possa adquirir novos conhecimentos ou tenha mais elementos para encarar o problema com melhor embasamento. Benner diz que os minerais necessários para catalisar a vida eram abundantes em Marte - logo, sugere ele, a vida teria surgido primeiro em Marte, seguindo para a Terra a bordo de meteoritos. Na conferência em Florença, o cientista apresentou resultados sugerindo que minerais que contém elementos como boro e molibdênio são fundamentais na formação da vida a partir dos átomos isolados. Ele diz que os minerais de boro ajudam na criação de aros de carboidrato, gerando compostos químicos que são posteriormente realinhados pelo molibdênio. E assim surgiria o RNA. O ambiente da Terra, nos primeiros anos do planeta, seria hostil aos minerais de boro e ao molibdênio. "É apenas quando o molibdênio se tornam altamente oxidados que são capazes de influenciar na formação da vida", disse Benner. "Esta forma de molibdênio não existia na Terra quando a vida surgiu, porque há três bilhões de anos a Terra tinha muito pouco oxigênio. Mas Marte tinha bastante." Segundo ele, isso é "outro sinal que torna mais provável que a vida na Terra tenha chegado por um meteorito que veio de Marte, em vez de surgido no nosso planeta". "Outro sinal" em relação à teoria de que, embora a água seja essencial à vida, o clima seco de Marte é que seria mais propício para o surgimento da vida - ainda que todos os estudos recentes patrocinados pela NASA defendam que o clima de Marte era muito diferente há três bilhões de anos. "As evidências parecem estar indicando que somos todos marcianos, na verdade, e que a vida veio de Marte à Terra em uma rocha", defende Benner. "Por sorte, acabamos aqui - já que a Terra certamente é o melhor entre os dois planetas para sustentar vida. Se nossos hipotéticos ancestrais marcianos tivessem ficado no seu planeta, talvez nós não tivéssemos uma história para contar hoje," ilustra ele.


Fonte: Inovação Tecnológica

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Identificada a estrela gêmea do Sol mais velha conhecida até hoje

Os astrônomos apenas observam o Sol com o auxílio de telescópios desde há 400 anos - uma pequeníssima fração da idade do Sol, o qual tem mais de bilhões de anos. É muito difícil estudar a história e a evolução futura da nossa estrela, mas uma maneira de o conseguir consiste em procurar estrelas raras que sejam quase exatamente iguais à nossa, mas que estejam em diferentes fases da sua vida. Agora os astrônomos conseguiram identificar uma estrela que é essencialmente uma gêmea idêntica do nosso Sol, mas 4 bilhões de anos mais velha - é quase como ver uma versão real do paradoxo dos gêmeos em ação. Jorge Melendez (Universidade de São Paulo, Brasil), o líder da equipe e co-autor do novo artigo científico que descreve os resultados explica: “Há décadas que os astrônomos procuram estrelas gêmeas do Sol, de modo a conhecer melhor a nossa própria estrela, que é responsável por toda a vida em nosso planeta. No entanto, têm sido encontradas muito poucas, desde que a primeira foi descoberta em 1997. Mas agora obtivemos espectros de soberba qualidade com o VLT e pudemos assim examinar detalhadamente gêmeas solares com extrema precisão, e saber se o Sol é especial.” A equipe estudou duas gêmeas solares - uma que se pensou ser mais jovem que o Sol (18 Scorpii) e outra que se esperava que fosse mais velha (HIP 102152). A equipe utilizou o espectrógrafo UVES, montado no Very Large Telescope (VLT) instalado no Observatório do Paranal do ESO, para separar a radiação nas suas componentes de cor, de modo a poder estudar em detalhe a composição química e outras propriedades destas estrelas. Descobriu-se que a HIP 102152, situada na constelação do Capricórnio, é a gêmea solar mais velha conhecida até agora. Estima-se que tenha 8,2 bilhões de anos de idade, comparada com os 4,6 bilhões de anos do nosso Sol. Por outro lado confirmou-se que a 18 Scorpii é mais nova que o Sol - tem cerca de 2,9 bilhões de anos de idade. Estudar HIP 102152, a estrela gêmea velha do Sol, permite aos cientistas prever o que pode acontecer ao nosso próprio Sol quando chegar a essa idade. A equipe fez já uma descoberta importante. “Uma das coisas que queríamos saber era se o Sol terá uma composição química típica”, diz Melendez. “E, mais importante ainda, porque é que tem uma quantidade de lítio tão estranhamente baixa”. O lítio, o terceiro elemento da tabela periódica, foi criado durante o Big Bang, ao mesmo tempo que o hidrogênio e o hélio. Os astrônomos ponderam há anos porque é que algumas estrelas têm menos lítio que outras. Com as novas observações da HIP 102152, deu-se um grande passo em direção à resolução deste mistério ao descobrir-se uma forte correlação entre a idade de uma estrela como o Sol e o seu conteúdo em lítio. O nosso Sol tem atualmente apenas 1% do conteúdo em lítio que estava presente na matéria a partir da qual se formou. A investigação de estrelas gêmeas do Sol mais novas, apontava para o fato destas irmãs mais jovens terem uma quantidade significativamente maior de lítio, mas até agora os cientistas não tinham conseguido demonstrar a existência de uma correlação clara entre a idade e o conteúdo em lítio. TalaWanda Monroe (Universidade de São Paulo), autora principal do novo artigo conclui: “Descobrimos que a HIP 102152 tem níveis muito baixos de lítio, o que demonstra claramente, e pela primeira vez, que as gêmeas solares mais velhas têm efetivamente menos lítio do que o nosso Sol ou estrelas gêmeas solares mais novas. Podemos agora ter a certeza que as estrelas à medida que envelhecem, destroem de algum modo o seu lítio”. O último ponto desta história é que a HIP 102152 tem um padrão de composição química sutilmente diferente da maioria das outras gêmeas solares, mas semelhante ao Sol. Ambas mostram uma deficiência dos elementos que são abundantes em meteoritos e na Terra, o que é uma evidência forte no sentido da HIP 102152 poder albergar planetas rochosos do tipo terrestre.

Fonte: ESO

Cientistas acham asteróide na órbita de Urano e acreditam em "população"

Astrônomos anunciaram nesta quinta-feira a descoberta do primeiro asteróide troiano de Urano. Segundo os cientistas, 2011 QF99 pode fazer parte de uma população de objetos maior do que a esperada e que está presa pela gravidade dos planetas gigantes do Sistema Solar. Asteróides troianos são aqueles que dividem a órbita de um planeta - a Terra, inclusive, tem o seu. Astrônomos consideravam que era improvável a presença de um desses objetos na órbita de Urano, já que a gravidade de seus planetas vizinhos deveria desestabilizar e expelir a pedra para os confins do Sistema Solar. Antes de descobrir o asteróide, os pesquisadores criaram uma simulação computadorizada do Sistema Solar com os objetos que orbitam a estrela, inclusive os troianos. "Surpreendentemente, nosso modelo prevê que, em qualquer tempo dado, 3% dos objetos dispersos entre Júpiter e Netuno devem coorbitar ou Urano, ou Netuno", diz Mike Alexandersen, líder do estudo publicado na revista especializada Science. Segundo os pesquisadores, QF99 foi preso pela órbita do planeta há poucas centenas de milhares de anos e deve escapar em cerca de 1 milhão de anos. "Isto nos conta algo sobre a evolução do Sistema Solar", diz Alexandersen. "Ao estudar o processo pelo qual troianos são capturados temporariamente, podemos entender melhor como objetos migram pela região planetária do Sistema Solar." O estudo foi conduzido pela Universidade da Columbia Britânica (Canadá), Conselho Nacional de Pesquisa do Canadá e o Observatório de Besancon (França).

Fonte: Terra

Curiosity registra lua Phobos eclipsando o disco solar

Ninguém, até agora, observou um eclipse solar em Marte, mas com ajuda das câmeras do jipe-robô Curiosity dá para ter uma pequena idéia de como é esse espetáculo celeste. O evento registrado foi muito rápido e só cobriu a parte central do Sol, mas permitiu contemplar como é um eclipse visto do Planeta Vermelho. As cenas foram obtidas no dia 17 de agosto de 2013 pelo instrumento óptico MastCam no topo do jipe-robô Curiosity e retrata em três frames a passagem da lua Phobos na frente do disco solar. O evento ocorreu próximo ao meio dia local, de modo que a câmera precisou ser apontada quase na direção vertical. Diferente dos eclipses aqui na Terra onde o disco lunar pode encobrir totalmente o Sol, em Marte as coisas são um pouco diferentes. Lá, o tamanho angular de Phobos é bem menor que o do Sol, o que impede que o disco estelar fique totalmente encoberto pela passagem da lua marciana. Neste caso, o eclipse "total" do Sol por Phobos se assemelha a um eclipse do tipo anular, quando o Sol toma a forma de anel ou arco luminoso. Além disso, devido à distância e velocidade orbital de Phobos, o eclipse registrado não é tão longo como na Terra. Nesta sequência, os frames foram obtidos com apenas três segundos de intervalo entre cada um. Phobos é a maior e mais próxima das duas luas marcianas. Orbita o planeta a apenas 5.980 km de altitude e completa cada volta em 07h39m. Assim, Phobos nasce três vezes por dia no horizonte. É um mundo bastante irregular, com 26 km de diâmetro e devido à baixa altitude orbital despenca sobre Marte cerca 2 metros por século. Neste ritmo, em 50 milhões de anos as forças gravitacionais romperão o satélite produzindo um anel de rochas e poeira em volta do planeta. Mas até lá, muitos eclipses ainda virão.

Fonte: Apolo 11

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Buraco negro é filmado ejetando “mola maluca” espacial

Cientistas do Space Telescope Science Institute, em Baltimore, Maryland (EUA), passaram oito meses analisando imagens da Câmera Planetária de Campo do Hubble 2 e Câmera Avançada de Pesquisas. As observações, feitas entre 1995 e 2008, são de um buraco negro no centro de uma galáxia gigante chamada M87. Eles analisaram um jato jorrando do buraco negro, algo como uma “mola maluca” espacial, composta de aglomerados de gás que iluminam e desaparecem ao longo do tempo. As bolhas têm dinâmicas complexas, com gás acelerando a taxas diferentes ao longo do objeto. A equipe encontrou evidências que sugerem que o movimento em espiral do jato é criado por um campo magnético em forma de hélice em torno do buraco negro. Na parte externa do jato de M87, por exemplo, um aglomerado de gás brilhante, chamado laço B, parece ziguezaguear, como se estivesse em movimento ao longo de um caminho em espiral. Vários outros aglomerados de gás ao longo do jato também parecem se enlaçar em torno de uma estrutura invisível. “Buracos negros supermassivos são um componente-chave em todas as grandes galáxias”, disse Eileen T. Meyer, do Space Telescope Science Institute. “A ativação desses jatos na maioria dos buracos negros desempenha um papel fundamental na evolução das galáxias. Ao estudar os detalhes desse processo na galáxia mais próxima, podemos esperar saber mais sobre a formação de galáxias e da física de buracos negros em geral”. A pesquisa espera aprender mais sobre como as galáxias evoluem, e como os jatos de alta velocidade produzidos durante a fase ativa de um buraco negro tem um papel significativo nesse processo. O próximo passo será estudar mais três jatos por meio de observações do Hubble, para ver se eles se comportam de maneira semelhante.

Fonte: Hypescience

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Hubble: imagem do cometa ISON causa nova polêmica na internet

Uma imagem obtida diretamente dos arquivos do telescópio espacial Hubble está dando o que falar. A cena mostra o cometa ISON, mas uma característica no modo como o Hubble registra as imagens fez o cometa parecer como uma série de traços retos e brilhantes que lembram objetos não identificados. A cena é a mostrada na primeira imagem e retrata o cometa C/2012 S1 ISON como visto pelo telescópio espacial no dia 30 de abril de 2013. Ela é uma imagem obtida pela manipulação de parâmetros feita pelo aplicativo disponível no próprio site do telescópio. A imagem no canto superior esquerdo corresponde à mesma cena, mas com o brilho bastante aumentado. Depois que a imagem revelando os traços foi divulgada, centenas de sites passaram a informar que o cometa ISON era na verdade uma ou mais naves espaciais, ou então que estava se fragmentando perigosamente. Na realidade, a imagem divulgada não é uma cena única e isolada como fez parecer os blogs que a divulgaram, mas uma série de 5 imagens de longa exposição registradas pelo telescópio durante 40 minutos e em seguida combinadas para formar uma única cena, em um processo chamado "stack". Cada uma tem aproximadamente 480 segundos de duração e podem ser vistas separadamente no mosaico, na segunda imagem. Diferente dos telescópios em terra que se deslocam para seguir os objetos no céu, o telescópio Hubble se guia pelas estrelas. Assim, para registrar o cometa o telescópio foi mantido travado em uma posição fixa no espaço ao mesmo tempo em que a luz do cometa era registrada. Isso fez ISON ser registrado como um traço, sendo que cada um representa o movimento do cometa durante 480 segundos. O intervalo negro entre cada exposição revela o tempo entre um frame e outro. O aparente movimento circular é causado pelo movimento do telescópio ao orbitar a Terra. Isso explica os tamanhos diferentes como o cometa aparece em cada exposição, já que o ângulo de observação não é o mesmo para cada uma. No frame número 3 por exemplo, ISON aparece muito menor que nos outros, provavelmente porque neste instante ISON estava quase de frente para o telescópio. Nada a ver com nave espacial.

Fonte: Apolo 11

Brilhante nebulosa planetária NGC 7027, por Hubble

Essa é uma das mais brilhantes nebulosas planetárias no céu – que nome ela deveria ter? Descoberta pela primeira vez em 1878, a nebulosa NGC 7027, pode ser vista na direção da constelação do Cisne (Cygnus) com um telescópio padrão. Em parte pois ela aparece somente como um ponto indistinto, ela raramente é referida com um apelido. Quando foi imageada pela primeira vez com o Telescópio Espacial Hubble, contudo, grandes detalhes foram revelados. Estudando as imagens do Hubble da NGC 7027, os astrônomos puderam entender que ela é uma nebulosa planetária que começou a se expandir a aproximadamente 600 anos atrás, e que a nuvem de gás e poeira é incomumente massiva já que parece conter aproximadamente três vezes a massa do Sol. A foto acima, nas cores atribuídas, resolve algumas características, as camadas e as feições empoeiradas da NGC 7027 podendo lembrar os entusiastas do céu de algum ícone familiar que poderia ser usado para dar um nome informal para a nebulosa. Vocês que acompanham o blog e já viram aqui inúmeros nomes de objetos celestes, alguns que tem tudo a ver, outros que parecem uma invenção maluca da imaginação dos astrônomos fiquem a vontade para sugerir o nome dessa nebulosa.

Fonte: APOD

NASA detalha missão para exploração de asteróide

Depois que os planos preliminares da NASA para capturar um asteróide foram divulgados, a agência sofreu uma enxurrada de críticas, que afirmavam que a idéia era vaga demais e, provavelmente, fadada ao fracasso, pelo menos na forma apresentada. Em resposta, foi lançado um pedido formal de idéias sobre como lidar com os asteróides, o que inclui uma forma de capturá-los ou desviá-los. A NASA afirmou que já está avaliando as mais de 400 respostas recebidas ao pedido, que foi atendido por pesquisadores da indústria, das universidades e do público. Por enquanto, o projeto inicial de captura do asteróide parece ter voltado para a prancheta, na tentativa de superação das críticas apresentadas. Ao mesmo tempo, porém, a agência divulgou um maior nível de detalhamento da missão que lidará com o asteróide depois que ele já tiver sido capturado e estiver em órbita da Lua. Aparentemente, a divulgação é uma prestação de contas ao chefe, depois que o Presidente Obama formalizou a ordem para que a NASA capture um asteróide. As imagens divulgadas pela NASA mostram operações da tripulação, incluindo a viagem da nave espacial Órion e seu encontro com o asteroide já em órbita da Lua. Em vez de um braço robótico externo, o que complicaria o projeto da nave, os planos agora mostram astronautas em uma caminhada espacial para coletar amostras do asteróide. Enquanto o projeto de captura do asteróide pode dar muitas informações e experiência para a eventualidade de ser necessário desviar um asteróide em rota de colisão com a Terra, a missão agora ilustrada tem objetivos científicos e abre espaço para a mineração espacial. Segundo a NASA, o detalhamento da missão será feito ao longo de 2014. Estimativas preliminares dão conta de que a missão poderia ser realizada até 2020.


Fonte: Inovação Tecnológica

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Governo destina R$ 33 milhões para empresa de foguetes

Publicado nesta segunda-feira no Diário Oficial da União decreto em que o governo federal autoriza a transferência de R$ 33.333.333 para o aumento de capital social da empresa binacional Alcântara Cyclone Space. Parceiro do empreendimento - que tem o objetivo de desenvolver tecnologia espacial para lançamento do foguete Cyclone-4 a partir da Base de Alcântara, no Maranhão - o governo da Ucrânia depositará igual valor. O foguete Cyclone-4 está sendo construído na Ucrânia, por meio de acordo de cooperação tecnológica assinado em 2003. Segundo a Agência Espacial Brasileira, o investimento inicial para a criação da binacional era US$ 105 milhões. Em junho de 2008, durante reunião do Conselho de Administração da Alcântara Cyclone Space na Ucrânia, decidiu-se por aumentar o capital da empresa para US$ 375 milhões. Criada em 2007, a Alcântara Cyclone Space vai explorar, em bases comerciais, os serviços de lançamentos do foguete, para colocar satélites em órbita.


Fonte: Terra

NASA pode mandar rover veleiro para Vênus

Vênus é como um irmão gêmeo dizigótico da Terra – similar em tamanho, gravidade e também é rochoso. Mas nosso primo solar tem uma diferença marcante com o nosso planeta: ele é quente como o inferno. Com uma pressão atmosférica 92 vezes maior que a da Terra, o segundo planeta em distância do Sol é coberto por densas nuvens de ácido sulfúrico. E se você consegue passar por sua atmosfera, a temperatura na sua superfície é mais quente do que um forno. Levando tudo isso em consideração, pousar e manter um rover em Vênus é aparentemente impossível. Isso não quer dizer que nós não vamos tentar. O programa Innovative Advanced Concepts da NASA está financiando pesquisas de um novo rover para navegar em Vênus, chamado de Zephyr. Diferente dos rovers que pousaram com sucesso em Marte, o Zephyr usaria a força do vento para gerar sua energia, similar às funções básicas de um veleiro. Embora Vênus não tenha ventos fortes – eles alcançam velocidades de aproximadamente 3 km/h – a pressão do planeta combinada com essa brisa seria suficiente para gerar a força significante e necessária, disse Geoffrey Landis do Glenn Research Center da NASA. “Um rover que navegasse seria algo extraordinário para Vênus. O veleiro só tem duas partes móveis – para ajustar a vela e na posição de navegação – e não precisa de muita energia. Não se precisa de potência para dirigir na verdade”, disse Landis. Mas e o calor? Em vez de tentar combater esse calor, esse veleiro sobre rodas seria construído para suportar esse calor, usando componentes eletrônicos que pudessem suportar 450ºC. Zephyr será um robô que ficará a maior parte do tempo parado em uma área específica. Depois de estudar de maneira suficiente determinada região ele poderá montar sua vela e navegar até outro ponto. No entanto, Landis, observa que este rover só se movimentará de vez em quando. O rover navegador não é a sua única proposta. Landis, que é pago para inventar essas idéias fora da caixa, também publicou esboços de uma missão exploratória, com um robô de quatro rodas e um avião.

Fonte: Cienctec

sábado, 24 de agosto de 2013

Planetas que flutuam livremente podem ter nascido independente da presença de uma estrela

Nuvens pequenas, arredondadas e frias no espaço possuem todas as características para formar planetas sem que haja uma estrela mãe. Novas observações, feitas com os telescópios da Universidade de Tecnologia Chalmers, mostram que nem todos os planetas que flutuam livremente foram expelidos por um sistema planetário existente. Eles podem também ter nascidos livres. Pesquisas prévias têm mostrado que existem cerca de 200 bilhões de planetas que flutuam livremente na nossa galáxia, a Via Láctea. Até agora os cientistas acreditavam que esses planetas que não orbitam uma estrela precisavam ter sido ejetados de sistemas planetários existentes. Novas observações de pequenas nuvens escuras no espaço, apontam para outra possibilidade, que alguns desses planetas que flutuam livremente se formaram sozinhos. Uma equipe de astrônomos da Suécia e da Finlândia usaram alguns telescópios para observar a Nebulosa Roseta, uma imensa nuvem de gás e poeira a 4.600 anos-luz de distância da Terra na constelação de Monoceros (o Unicórnio). Eles coletaram observações em ondas de rádio com o telescópio de 20 metros no Onsala Space Observatory na Suécia, em ondas submilimétricas com o APEX no Chile e em infravermelho com o New Technology Telescope (NTT) no Observatório de La Silla do ESO no Chile. “A Nebulosa Roseta é o lar de mais de uma centena dessas pequenas nuvens – nós as chamamos de globuletes”, disse Gösta Gahm, astrônomo na Universidade de Estocolmo e líder do projeto. “Elas são pequenas, cada uma com um diâmetro de menos de 50 vezes a distância entre a Terra e Netuno. Anteriormente nós éramos capazes de estimar que a maior parte delas tinham massas planetárias, menos de 13 vezes a massa de Júpiter. Agora nós temos medidas muito mais precisas da massa e da densidade para um grande número desses objetos, e nós temos também medidas precisas de quão rápido eles se movem com relação ao ambiente”, disse ele. “Nós descobrimos que as globuletes são muito densas e compactas e muitas delas têm um centro muito denso. Isso nos diz que muitas delas colapsarão sob seu próprio peso e formarão planetas que flutuarão livremente. A mais massiva delas podem formar as chamadas anãs marrons”, disse Carina Persson, membro da equipe e astrônoma na Universidade de Tecnologia Chalmers. Anãs marrons, algumas vezes chamadas de estrelas que falharam, são corpos que possuem massas entre a dos planetas e das estrelas. O estudo mostra que as pequenas nuvens estão se movendo para fora através da Nebulosa Roseta a uma alta velocidade, aproximadamente 80.000 quilômetros por hora. “Nós pensamos que essas nuvens pequenas e arredondadas, se quebram de pilares empoeirados altos de gás que foram esculpidos pela intensa radiação de jovens estrelas. Elas têm sido aceleradas do centro da nebulosa graças à  pressão da radiação das estrelas quentes em seu centro. “, explica Minja Mäkelä, astrônomo na Universidade de Helsinki. De acordocom Gösta Gahm e sua equipe, as pequenas nuvens escuras estão sendo expelidas da Nebulosa da Roseta. Durante a história da Via Láctea, milhões de nebulosas como a Nebulosa da Roseta tem se formado e se apagado. Em todas essas, muitas globuletes podem ter se formado. “Se essas pequenas e arredondadas nuvens formam planetas e anãs marrons, elas precisam ser atiradas como balas nas profundezas da Via Láctea”, disse Gösta Gahm. “Existem tantas delas que elas poderiam ser uma significante fonte de planetas que flutuam livremente e que têm sido descobertos nos anos recentes”, disse ele.

Fonte: Cienctec

Como sabemos que o núcleo da Terra é feito de ferro

O núcleo da Terra e sua composição podem ser estudados através de ondas sísmicas que viajam através das camadas da estrutura planetária a uma velocidade que depende das propriedades do material que essas ondas percorrem. A melhor conclusão para o que compõe a parte interior do núcleo é ferro. O ferro é de longe o metal mais abundante no universo. Muitos meteoritos têm quantidades significativas da substância em seu estado nativo, e ele é considerado o primeiro metal a se formar no universo, no interior das estrelas. O interior do nosso planeta poderia ser feito de uma mistura de outros metais magnéticos, mas existem várias razões para presumir que o núcleo é feito predominantemente de ferro. Os cientistas acreditam que uma grande parte da Terra primitiva foi formada por acreção planetária via colisões e uniões de asteróides, que são ricos em ferro. Além disso, é tão quente no interior da Terra que a composição metálica torna-se líquida. Diferentes elementos apresentam diferentes densidades e assim, num meio fluído, separam-se os elementos em função da sua densidade: os pesados ​​para o fundo e os leves para o topo. O interior da Terra tem sido quente por tanto tempo que este processo de separação por densidade já deve ter atingido o equilíbrio – daí vem a idéia de que o núcleo externo da Terra é predominantemente composto por um elemento. Algumas das provas mais convincentes para a composição do núcleo ser ferro vem do que sabemos sobre gravidade e ondas de energia. Sabemos o tamanho da Terra e sua força gravitacional, portanto, pode-se inferir sua densidade. Da densidade da Terra, podemos estimar quais os elementos que a compõem, e um núcleo de ferro é o melhor modelo para estimar sua massa. A partir de ondas de energia, os geólogos usam sismógrafos para medir movimentos interiores (por exemplo, terremotos) da Terra, e essas ondas de energia formam ondas de compressão e cisalhamento (ou tangencial, ou tensão cortante). Dos sismógrafos em todo o mundo, podemos ver que as ondas de cisalhamento desaparecem quando atingem a profundidade do núcleo externo da Terra. Isso nos diz que o núcleo externo é composto de material líquido. Isso ocorre porque os líquidos não podem ser cortados – só se movem para fora do caminho. As ondas de compressão, por outro lado, na verdade, desaceleram. Isto é porque o líquido é muito menos compressível do que o material acima, feito de rocha parcialmente fundida. A partir do entendimento de como ondas de energia viajam através dos materiais, pode-se estimar a que velocidade as ondas de compressão se movem através de diferentes materiais. Acontece que a velocidade com que as ondas de compressão se movem através do núcleo externo é realmente perto da velocidade que seria no ferro líquido. Quando as ondas de energia chegam ao núcleo interior, podemos ver que as ondas de compressão e de cisalhamento parecem acelerar acentuadamente. Pelo mesmo princípio que compreendemos a velocidade como que essas ondas viajam através de materiais, podemos ver que estas velocidades são muito próximas as conhecidas para a composição de ferro sólido. Isto não exclui totalmente a existência de diferentes elementos no núcleo. Pode haver outros vestígios de outros elementos. No entanto, a partir do que sabemos, temos razão em inferir que nosso núcleo é feito predominantemente de ferro.

Fonte: Hypescience

Sonda da NASA será reativada para caçar asteróides

Uma sonda da NASA que descobriu e caracterizou dezenas de milhares de asteróides pelo Sistema Solar antes de ser colocada em hibernação retornará ao serviço por mais três anos começando em Setembro, assistindo assim a agência no esforço para identificar a população de objetos próximos da Terra potencialmente perigosos, bem como aqueles que podem ser utilizados por missões de exploração de asteróides. O Wide-field Infrared Survey Explorer (WISE) será reativado no próximo mês com o objetivo de descobrir e caracterizar os objetos próximos da Terra, ou NEOs, em inglês, rochas espaciais que podem ser encontradas orbitando a Terra a uma distância de 45 milhões de quilômetros. A NASA antecipou que o WISE usará seu telescópio de 40 centímetros e suas câmeras infravermelhas para descobrir aproximadamente 150 NEOs previamente desconhecidos e caracterizar seus tamanhos, albedo e propriedades térmicas de aproximadamente 2.000 outros – incluindo os que poderiam ser candidatos para a recentemente anunciada iniciativa de asteróide da agência. “A missão WISE realizou os objetivos da missão e como NEOWISE pode estender a ciência ainda mais na busca por asteróides. A NASA está agora estendendo esse registro de sucesso, que irá realçar a nossa habilidade de encontrar asteróides potencialmente perigosos, e suportar as novas iniciativas de asteróides”, disse John Grunsfeld, administrador associado da NASA para a ciência em Washington. “Reativar o WISE é um excelente exemplo de como nós podemos estender as capacidades existentes da agência para alcançar os objetivos traçados”. A iniciativa de asteróide da NASA será a primeira missão a identificar, capturar e realocar um asteróide. Ela representa uma busca tecnológica sem precedentes que levará a novas descobertas científicas e capacidades tecnológicas que ajudarão a proteger o nosso planeta. A iniciativa de asteróide tem como objetivo integrar o que a NASA tem de melhor de ciência, tecnologia e exploração espacial humana para poder alcançar o objetivo do Presidente Obama de mandar o ser humano a um asteróide em 2025. Lançado em Dezembro de 2009, para observar o brilho das fontes de calor celestes dos asteróides, estrelas e galáxias, o WISE fez aproximadamente 7.500 imagens a cada dia durante sua missão primária, de Janeiro de 2010 a Fevereiro de 2011. Como parte de um projeto chamado NEOWISE a sonda fez a mais precisa pesquisa até o momento sobre os NEOs. A NASA desligou a maior parte dos instrumentos eletrônicos do WISE quando a missão primária foi completada. “Os dados coletados pelo NEOWISE dois anos atrás têm provado ser uma mina de ouro para a descoberta e a caracterização da população de NEOs”, disse Lindley Johnson, executivo do programa NEOWISE da NASA em Washington. “É importante que tenhamos acumulado muitos dados desse tipo enquanto a sonda WISE continue a trabalhar”. Pelo fato dos asteróides refletirem mas não emitirem luz, os sensores infravermelhos são ferramentas poderosas para descobrir, catalogar e entender a população de asteróides. Dependendo da refletividade do objeto, ou do albedo, uma pequena rocha espacial brilhante pode parecer a mesma de uma grande. Como um resultado, os dados coletados com telescópios ópticos usando a luz visível podem ser decisivos. Durante o ano de 2010, o NEOWISE observou cerca de 158.000 corpos rochosos de aproximadamente 600.000 objetos conhecidos. As descobertas incluem 21 cometas, mais de 34.000 asteróides no cinturão principal entre Marte e Júpiter e 135 objetos próximos da Terra. A missão primária do WISE foi a de escanear todo o céu na luz infravermelha. Ele capturou mais de 2.7 milhões de imagens em múltiplos comprimentos de onda infravermelhos e catalogou mais de 560 milhões de objetos no espaço, desde galáxias distantes até asteróides e cometas próximos da Terra. “A equipe está pronta e depois de uma rápida checagem, nós voltaremos ao jogo”, disse Amy Mainzer, principal pesquisador do NEOWISE no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA em Pasadena, na Califórnia. “O NEOWISE não somente nos deu o melhor entendimento dos asteróides e cometas que podemos estudar diretamente, mas nos ajudará a refinar os nossos conceitos e planos de operações para missões futuras de catalogar objetos próximos da Terra”.

Fonte: Cienctec

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Cometa mergulha direto para o Sol

No início desta semana, a NASA e alguns cientistas que trabalham com o Observatório Solar e Heliosférico (SOHO) tiveram um vislumbre de um pequeno cometa se movendo em direção ao Sol. Como você vai ver neste vídeo, o cometa não teve nenhuma chance. De acordo com Karl Battams do Laboratório de Pesquisas Navais dos EUA, o objeto tinha apenas algumas dezenas de metros de diâmetro. Era claramente pequeno demais para sobreviver ao intenso bombardeio de radiação solar, uma vez que não escolheu o melhor caminho para fazer sua viagem. Curiosamente – e, como se fosse um sinal -, o Sol emitia uma magnífica ejeção de massa coronal aproximadamente no mesmo momento em que o cometa se desintegrou, mas provavelmente os dois fenômenos não estavam relacionados. Spaceweather explica o que aconteceu, e de onde o cometa provavelmente veio: “Ocasionalmente, os leitores perguntam se cometas podem desencadear explosões solares. Não há nenhum mecanismo conhecido por cometas para desencadear erupções solares. Cometas são muito pequenos e frágeis para desestabilizar o campo magnético do Sol. Além disso, este cometa ainda estava a milhões de quilômetros do astro-rei quando a explosão se desenrolava”. O cometa foi um membro da família Kreutz. Cometas rasantes Kreutz são fragmentos do rompimento de um único cometa gigante de muitos séculos atrás. Eles ganharam este nome em homenagem ao astrônomo alemão Heinrich Kreutz, que no século 19 os estudou em detalhe. Vários fragmentos Kreutz passam pelo Sol e desintegram todos os dias. A maioria, medindo menos de alguns metros de diâmetro, são pequenos demais para vermos, mas, ocasionalmente, um fragmento maior como este atrai a atenção.


Fonte: Hypescience

Slingatron pretende arremessar cargas ao espaço sem foguete

O nome lembra os melhores projetos da ficção científica: Slingatron. Em português seria algo como "atiratrônica", já que sling é o termo em inglês para funda, o tipo de atiradeira que Davi teria usado para derrotar Golias. A empresa emergente HyperV Technologies está propondo demonstrar que essa tecnologia pode substituir os foguetes, impulsionando objetos diretamente para o espaço. Para isso, ela está pedindo dinheiro, através de uma campanha no site de arrecadações Kickstarter. A idéia é construir um protótipo do slingatron para impulsionar um objeto de 100 gramas a uma velocidade de um quilômetro por segundo. A emprega garante que seu último protótipo, de 2 metros de altura, acelerou um objeto de 230 gramas a 100 metros por segundo (100 m s-1). Se conseguir o dinheiro com o público, o objetivo é construir um slingatron de 5 metros de diâmetro para gerar velocidades 10 vezes maiores, abrindo caminho para um slingatron de tamanho prático, capaz de lançar cargas a 11 km-1 - rápido o suficiente para que a carga entre em órbita. Os criadores da HiperV acreditam que o conceito será muito mais barato do que lançamentos de foguetes convencionais, apesar de só ser apropriado para cargas não-humanas, que podem resistir a uma aceleração equivalente a 60.000 g. O slingatron é baseado em uma antiga arma conhecida como funda, que consiste em uma corda dobrada, no centro da qual é posto o objeto a ser arremessado - a pessoa gira a corda com a carga em torno da cabeça com frequência cada vez maior, soltando uma de suas extremidades para fazer o arremesso. No slingatron, a corda é substituída por uma pista em espiral que gira a uma frequência constante. Quando um objeto é posto no centro, ele segue pela pista seguindo um raio crescente, indo mais e mais rápido conforme vai para a borda. Quanto maior for o raio final - e maior a frequência de rotação - mais rápido o objeto vai voar quando sair pela extremidade da pista. Dennis Bushnell, cientista-chefe do Centro de Pesquisa Langley, da NASA, comentou a idéia para o site Physicsworld. Segundo ele, um estudo feito pela NASA há menos de 10 anos concluiu que os slingatrons seriam "a abordagem tipo 'arma' mais interessante" em termos de custo e capacidade para lançar cargas ao espaço. "Vale a pena um estudo mais aprofundado e sério", disse ele. "[Mas] se [HyperV] tem bolsos fundos o suficiente para arcar com isso é algo ainda por ser demonstrado," concluiu. Ela não tem, já que apelou para uma campanha pública. Mas a NASA também parece não ter, já que não alocou nada para a pesquisa, mesmo considerando-a a opção mais promissora. A esperança para tirar a prova, então, está com o público.


Fonte: Inovação Tecnológica

Quilonova: Hubble revela um novo evento cósmico

Esta sequência ilustra o modelo da quilonova para a formação de uma explosão de raios gama de curta duração.
1. Um par de estrelas de nêutrons em um sistema binário entra em espiral.
2. Nos milésimos de segundo finais, conforme os dois objetos se fundem, eles expulsam material altamente radioativo. Este material se aquece e expande, emitindo uma explosão de luz chamada quilonova.
3. A bola de fogo bloqueia a luz visível, mas irradia em luz infravermelha.
4. Um disco remanescente de resíduos envolve o objeto resultante da fusão, que pode ter entrado em colapso para formar um buraco negro.
O Telescópio Espacial Hubble detectou um novo tipo de explosão estelar. Batizada de quilonova, a explosão acontece quando um par de objetos compactos e muito densos, como estrelas de nêutrons, se chocam. O Hubble captou a bola de fogo se apagando depois de uma breve explosão de raios gama (GRB), em uma galáxia a quase 4 bilhões de anos-luz da Terra. "Esta observação finalmente resolve o mistério das explosões de raios gama curtos," disse Nial Tanvir, da Universidade de Leicester, no Reino Unido, que liderou a equipe que analisou os dados. Explosões de raios gama são flashes de radiação de alta energia que aparecem de direções aleatórias no espaço. Elas vêm em dois sabores - longas e curtas. Já é bem aceito pela comunidade astronômica que as GRBs longas são produzidas pelo colapso de estrelas muito grandes. As rajadas curtas, no entanto, permaneciam um mistério. "Nós tínhamos apenas provas circunstanciais fracas de que as rajadas curtas [poderiam ser] produzidas pela fusão de objetos compactos," explica Tanvir. "Este resultado agora parece ser a prova definitiva." Segundo os novos dados, as emissões de raios gama de curta duração são produzidas quando um par de estrelas de nêutrons superdensas em um sistema binário entra em espiral, finalmente colidindo. Nos milissegundos finais antes da explosão, as duas estrelas se fundem, ejetando material altamente radioativo. Esse material se aquece e se expande, emitindo um clarão de luz - a GRB curta. O resultado da quilonova - e o que explica seu nome - é cerca de 1.000 vezes mais brilhante do que uma nova comum, que é causada pela erupção de uma anã branca.


Fonte: Inovação Tecnológica

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

ALMA olha de perto para o drama da formação estelar

Com o auxílio do ALMA (Atacama Large Millimeter/submillimeter Array), os astrônomos obtiveram um plano de pormenor muito vívido do material que se afasta de uma estrela recém nascida. Ao observar o brilho emitido pelas moléculas de monóxido de carbono num objeto chamado Herbig-Haro 46/47, os astrônomos descobriram que os seus jatos são ainda mais energéticos do que o que se pensava anteriormente. As novas imagens muito detalhadas revelaram igualmente um jato anteriormente desconhecido que aponta numa direção totalmente diferente. As estrelas jovens são objetos violentos que expelem matéria a velocidades tão elevadas como um milhão de quilômetros por hora. Quando este material choca no gás circundante, faz brilhar criando um objeto Herbig-Haro. Um exemplo espectacular deste tipo de objetos é Herbig-Haro 46/47, situado a cerca de 1.400 anos-luz de distância da Terra, na direção da constelação austral da Vela. Este objeto foi alvo de um estudo com o ALMA durante a fase de Ciência Preliminar quando o telescópio ainda se encontrava em construção, muito antes da rede estar completa. As novas imagens revelam detalhes em dois jatos, um deslocando-se na direção da Terra e o outro na direção contrária. O jato que está a afastar-se era praticamente invisível em imagens ópticas anteriores, devido ao obscurecimento provocado pelas nuvens de poeira que rodeiam a estrela recém nascida. O ALMA não só obteve imagens muito mais nítidas que as anteriores, como permitiu ainda aos astrônomos medir a velocidade à qual o material brilhante está se deslocando no espaço. Estas novas observações de Herbig-Haro 46/47 revelaram que algum do material ejectado tinha velocidades muito mais elevadas do que as medidas anteriormente, o que significa que o gás ejetado transporta muito mais energia e quantidade de movimento do que o que se pensava anteriormente. O líder da equipe e autor principal deste novo estudo, Héctor Arce (Universidade de Yale, EUA) explica que "a excelente sensibilidade do ALMA permitiu a detecção de particularidades nesta fonte não observadas antes, tal como este jato muito rápido, que parece um exemplo de um modelo simples retirado de um livro clássico, onde o jato molecular é gerado pelo vento abrangente de uma estrela jovem." As observações foram obtidas em apenas cinco horas de tempo de observação, embora o ALMA ainda estivesse a ser construído nessa época. Observações com qualidade semelhante obtidas por outros telescópios necessitariam de dez vezes mais tempo de observação. "O detalhe nas imagens de Herbig-Haro 46/47 é assombroso. Talvez mais extraordinário ainda seja o fato de, para este tipo de observações, ainda estarmos numa fase bastante inicial. No futuro, o ALMA poderá fornecer imagens ainda melhores que esta, numa pequena fração deste tempo de observação," acrescenta Stuartt Corder (Observatório ALMA, Chile), co-autor do novo artigo científico que descreve estes resultados. Diego Mardones (Universidade do Chile), outro co-autor do trabalho, enfatiza que "este sistema é similar à maioria das estrelas isoladas de pequena massa, durante a sua formação e nascimento. Mas é também invulgar porque a corrente de material emitida pela estrela choca com a nuvem de modo direto de um dos lados da estrela jovem enquanto que do outro lado escapa-se da nuvem. Este fato torna este sistema excelente para estudar o impacto dos ventos estelares na nuvem progenitora a partir da qual a estrela jovem se formou." A nitidez e sensibilidade alcançadas nestas observações ALMA permitiram também à equipe descobrir uma componente da corrente de gás, desconhecida anteriormente, que parece ser emitida por uma companheira da jovem estrela de massa mais baixa. Este jato secundário faz praticamente um ângulo reto com o objeto principal, quando observado a partir da Terra, e encontra-se aparentemente a escavar o seu próprio buraco na nuvem circundante. Arce conclui que "o ALMA tornou possível detectar particularidades no jato, muito mais claramente do que os estudos anteriores, o que mostra que haverá certamente muitas surpresas e descobertas fascinantes feitas pela rede completa. O ALMA irá certamente revolucionar o campo da formação estelar!"

Fonte: Astronomia On-line

Acordando para um ano novo

No tempo que leva para completar um dia de trabalho, ou ter uma noite de sono, um planeta a 700 anos-luz de distância já completou um ano. Investigadores do MIT (Massachusetts Institute of Technology) descobriram que Kepler-78b, um exoplaneta com o tamanho da Terra, completa uma volta em torno da sua estrela em apenas 8 horas e meia - um dos períodos orbitais menores já detectados. O planeta está extremamente perto da sua estrela - o seu raio orbital é de apenas cerca de três vezes o raio da estrela - e os cientistas estimam que as temperaturas à superfície atinjam os 2700ºC. Neste ambiente infernal, a camada superior do planeta está provavelmente derretida, criando um gigantesco e agitado oceano de lava. O mais empolgante para os cientistas é o fato de terem conseguido detectar luz emitida pelo planeta - a primeira vez para um exoplaneta tão pequeno como Kepler-78b. Esta luz, assim que seja analisada com telescópios maiores, poderá dar aos cientistas informações detalhadas sobre a composição da superfície do planeta e suas propriedades reflectivas. Kepler-78b está tão perto da sua estrela-mãe que os cientistas esperam medir a sua influência gravitacional sobre a estrela. Tais informações podem ser usadas para medir a massa do planeta, o que pode fazer de Kepler-78b o primeiro planeta com o tamanho da Terra para lá do nosso Sistema Solar, cuja massa é conhecida. Os investigadores relatam a descoberta de Kepler-78b num artigo publicado na revista The Astrophysical Journal. Num estudo separado, publicado na Astrophysical Journal Letters, membros do mesmo grupo, juntamente com outros do MIT e de mais institutos, observaram KOI 1843.03, um exoplaneta já descoberto, com um período orbital ainda menor: apenas 4 horas e 15 minutos. O grupo, liderado pelo professor Saul Rappaport, determinou que para que o planeta mantenha sua órbita extremamente íntima em torno da sua estrela, tem que ser incrivelmente denso, composto quase inteiramente de ferro - caso contrário, as intensas forças de maré próximo da estrela rasgariam o planeta em pedaços. "Só o fato de que é capaz de sobreviver aí, implica que é muito denso," afirma Josh Winn, professor associado de física no MIT e co-autor em ambos os artigos. "Se a Natureza realmente fabrica planetas densos o suficiente para sobreviver ainda mais perto, isso é uma questão em aberto, e seria ainda mais surpreendente." Na sua descoberta de Kepler-78b, a equipe que escreveu o artigo publicado na The Astrophysical Journal observou mais de 150.000 estrelas monitorizadas pelo Telescópio Kepler, um observatório espacial da NASA que examina uma seção da Galáxia. Os cientistas estão a analisar os dados do Kepler na esperança de identificar planetas habitáveis do tamanho da Terra. O objetivo para Winne e colegas era procurar planetas do tamanho da Terra com períodos orbitais muito curtos. "Nos habituamos a planetas com órbitas de alguns dias," realça Winn. "Mas nós nos perguntamos, e com algumas horas? Será que é possível? E veio-se a saber que existem alguns por aí". Para os encontrar, a equipe analisou a luz de milhares de estrelas, procurando diminuições no brilho, indicando que um planeta podia periodicamente passar em frente de uma estrela. A escolha destes pequenos mergulhos entre dezenas de milhares de curvas de luz é tipicamente uma tarefa demorada. Para acelerar o processo, o grupo desenvolveu uma abordagem mais automatizada, aplicando um método matemático conhecido como transformada de Fourier para o grande conjunto de dados. O método essencialmente reduz gradualmente a amostra para aquelas curvas de luz que são periódicas, ou que apresentam um padrão repetitivo. As estrelas com planetas em órbita podem exibir diminuições periódicas de brilho cada vez que um planeta passa em frente, ou transita, a estrela. Mas existem outros fenômenos estelares periódicos que podem afetar a emissão de luz, como uma estrela que eclipsa outra estrela. Para recolher os sinais associados com planetas, o estudante Roberto Sanchis-Ojeda procurou, dentro do conjunto de curvas de luz periódicas, mergulhos frequentes, mas menores entre os trânsitos planetários. O grupo foi capaz de detectar a luz emitida pelo planeta ao medir a quantidade de luz obscurecida de cada vez que o planeta passava por trás da estrela. Os investigadores postulam que a luz do planeta é possivelmente uma combinação de radiação a partir da sua superfície aquecida com luz refletida pelos materiais à superfície, como lava e vapor atmosférico. "Estava apenas procurando a olho, e subitamente vejo esta queda extra de luz quando esperava, foi realmente lindo," lembra Sanchis-Ojeda. "Eu pensei, estamos mesmo vendo a luz do planeta. Foi um momento realmente emocionante." A partir das suas medições de Kepler-78b, a equipe determinou que o planeta está cerca de 40 vezes mais perto da sua estrela que Mercúrio está do nosso Sol. A estrela-mãe de Kepler-78b é provavelmente jovem, pois gira duas vezes mais rápido que o Sol - um sinal de que a estrela não teve muito tempo para desacelerar. Embora seja aproximadamente do tamanho da Terra, Kepler-78b não é de todo habitável, devido à sua extrema proximidade com a estrela. "É difícil imaginar a possibilidade de se viver num mundo de lava," afirma Winn. "Nós certamente não conseguíamos sobreviver lá." Mas isso não descarta totalmente a possibilidade de outros planetas habitáveis e de período curto. O grupo de Winn está agora à procura de exoplanetas que orbitam anãs marrons - estrelas frias, quase mortas, que de algum modo falharam a ignição nuclear. "Em torno de uma destas anãs marrons, podemos ter períodos de apenas alguns dias," afirma Winn. "E o planeta ainda seria habitável, à temperatura certa."

Fonte: Astronomia On-line

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Sonda Juno chega a metade de sua jornada até Júpiter

A sonda Juno, da NASA, encontra-se na metade do caminho até Júpiter. A sonda que estudará o sistema Joviano alcançou esse marco no dia 12 de Agosto de 2013 às 09:25 hora de Brasília. “O odômetro da Juno acabou de marcar 9.464 unidades astronômicas”, disse o principal pesquisador da Juno Scott Bolton, do Southwest Research Institute em San Antonio. “A equipe está olhando para frente, se preparando para o dia em que nós entraremos na órbita ao redor do planeta mais massivo do nosso Sistema Solar”. Para esse desafio de unidades astronômicas, uma unidade astronômica, ou AU, do inglês, é uma unidade de medida usada pelos engenheiros espaciais e cientistas quando discutem as incríveis distâncias envolvidas na exploração do Sistema Solar. Uma AU é baseada na distância entre a Terra e o Sol, ou seja, 149.597.870 quilômetros. As 9.464 AU que a Juno já viajou é o equivalente a 1.415.794.248 quilômetros. A próxima marca importante na viagem de aproximadamente cinco anos até Júpiter acontecerá em Outubro, quando a sonda passará pela Terra para alcançar uma velocidade extra. “Em 9 de Outubro de 2013, a Juno estará a 559 quilômetros da Terra”, disse o gerente de projeto da missão Rick Nybakken do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA em Pasadena, na Califórnia. “A passagem pela Terra dará a Juno um aumento na velocidade de aproximadamente 7.3 km/s. A partir daí, a próxima parada será Júpiter”. A sonda Juno está programada para chegar em Júpiter em 4 de Julho de 2016 às 11:29, hora de Brasília. A Juno foi lançada em 5 de Agosto de 2011. Uma vez na órbita de Júpiter, a sonda circulará o planeta 33 vezes, de um pólo ao outro, e utilizará sua coleção de oito instrumentos científicos para pesquisar o que existe abaixo da cobertura de nuvens que obscurece o planeta gasoso gigante. A equipe de ciência da Juno aprenderá sobre a origem, a estrutura, a atmosfera e a magnetosfera de Júpiter, buscará pelas evidências de potencial núcleo sólido para o planeta. O nome Juno vem da mitologia Grega e Romana. O Deus Júpiter desenhou um véu de nuvens ao redor de si mesmo para esconder sua esposa a Deusa Juno, que foi capaz de espiar através das nuvens e revelar a verdadeira natureza de Júpiter.

Fonte: Cienctec

Pedaço de antigo cometa deve atingir o Sol nas próximas horas

Problemas no servidor de imagens do telescópio SOHO estão impedindo o download dos dados. O cometa continua rumando em direção à estrela, mas uma falha no processamento da imagem Lasco C3 está ofuscando a observação do cometa, que pode ser visto no coronógrafo LASCO C2. Nas próximas horas, o fragmento de um grande cometa que se partiu há mais de 2 mil anos deverá atingir a alta atmosfera solar. O objeto foi descoberto nas imagens do telescópio espacial SOHO e poderá provocar uma aparente ejeção de massa coronal ao atingir o Sol. As imagens foram captadas pelo coronógrafo grande angular LASCO C3 a bordo do telescópio espacial e deverá ser visto nas imagens do instrumento LASCO C2 momentos antes de impactar contra o topo da atmosfera escaldante da estrela. Devido às características da órbita e massa do fragmento, não há qualquer chance de escapar da intensa gravidade solar. O objeto registrado pertence à família cometária Kreutz, composta de uma série de fragmentos de um grande cometa que se partiu há mais de 2 mil anos. Diariamente, diversos desses fragmentos passam próximo ao Sol e se desintegram, mas como a maioria é muito pequena acabam por passarem despercebidos. Entretanto, alguns pedaços maiores chamam a atenção e são detectados pelo telescópio e vistos pelos observadores das imagens. Os objetos da família Kreutz foram assim batizados após terem sido descobertos por um jovem astrônomo chamado Dirk Peeters Kreutz, no século 19. Existem muitas controvérsias a respeito da possibilidade de o choque do cometa provocar ou não a Ejeção de Massa Coronal, CME, uma vez que quase sempre o impacto é acompanhado de um aparente evento desse tipo. Alguns pesquisadores acreditam que o choque tem energia suficiente para ejetar o plasma com velocidade suficiente para "vencer" a gravidade e ser lançado ao espaço. Entretanto, a maioria dos cientistas acredita que o efeito visual do impacto nada mais é que a sublimação do gelo do cometa, uma vez que o ao atingir determinada altitude o fragmento se rompe e é consumido quase que instantaneamente pelo calor da estrela. Sublimação é o fenômeno que ocorre quando um material passa imediatamente do estado sólido para o estado gasoso. Normalmente, os fragmentos da família Kreutz não são muito grandes, com cerca de 10 km de diâmetro e se desintegram a aproximadamente 200 mil km de altitude.

Fonte: Apolo 11

domingo, 18 de agosto de 2013

NASA lança imagens de radar do asteróide 2005 WK4

Uma colagem de imagens de radar do asteróide próximo da Terra, 2005 WK4, foi gerada pelos cientistas da NASA usando a antena de 70 metros do Deep Space Network em Goldstone, na Califórnia, em 8 de Agosto de 2013. O asteróide tem entre 200 e 300 metros de diâmetro, ele tem uma forma arredondada levemente assimétrica. À medida que ele rotaciona, um número de feições ficam evidentes que sugerem a presença de algumas regiões planas e um bulbo perto do equador. Os dados foram obtidos entre as 04:40 e as 10:10, hora de Brasília. No momento das observações, a distância do asteróide até a Terra era de 3.1 milhões de quilômetros, o que representa 8.2 distâncias lunares. Os dados foram obtidos num intervalo de 6.5 horas enquanto o asteróide completava 2.4 rotações. A resolução das imagens é de 3.75 metros por pixel. O radar é uma técnica poderosa para estudar o tamanho, a forma, o estado de rotação, as feições da superfície e a rugosidade da superfície, e também para melhorar o cálculo das órbitas dos asteróides. Medidas de radar das distâncias e velocidades dos asteróides quase sempre permitem computar as órbitas dos asteróides muito mais adiante do que se as observações de radar não estivessem disponíveis. A NASA coloca com alta prioridade o rastreamento de asteróides e a proteção do nosso planeta deles. De fato, os EUA, possuem a mais robusta e produtiva pesquisa e programa de detecção para descobrir os objetos próximos da Terra. Até o momento, os EUA já descobriram mais de 98% dos conhecidos Objetos Próximos da Terra. Além disso, às fontes da NASA para entender os asteróides, existem também parcerias com outras agências governamentais, astrônomos baseados em universidades, e institutos de ciências espaciais através do país que estão trabalhando para rastrear e entender esses objetos da melhor forma possível, às vezes com programas de grants, transferências interagências, e outros contratos da NASA. Em 2016, a NASA lançará uma sonda robô para um dos mais potencialmente perigosos dos conhecidos objetos próximos da Terra. A missão OSIRIS_REx para o asteróide (101955) Bennu será uma missão pioneira que traçará as bases para as futuras sondas que serão desenhadas para realizar o reconhecimento de qualquer objeto que seja descoberto e que possa ameaçar a Terra. Além de monitorar as potenciais ameaças, o estudo de asteróides e cometas fornece uma valiosa oportunidade para se poder aprender mais sobre a origem do Sistema Solar, a fonte da água na Terra, e até mesmo a origem das moléculas orgânicas que levaram ao desenvolvimento da vida. A NASA recentemente anunciou o desenvolvimento da primeira missão já feita para identificar, capturar e realocar um asteróide para a exploração humana. Usando tecnologias inovadoras, essa missão marcaria uma realização tecnológica que certamente subiria a barra do que os humanos podem fazer no espaço. O programa da NASA Near-Earth Object Program na sede da NASA, em Washington, gerencia e financia a pesquisa, o estudo e o monitoramento dos asteróides e os cometas que têm suas órbitas periodicamente próximas da Terra. O JPL gerencia o Near-Earth Object Program Office para o Science Mission Directorate da NASA em Washington. O JPL é uma divisão do Instituto de Tecnologia da Califórnia em Pasadena.

Fonte: Cienctec

Misteriosa magnetar possui um dos campos magnéticos mais fortes do universo

Cientistas usando o Telescópio Espacial XMM-Newton, da ESA, descobriram que uma curiosa estrela morta tem escondido um dos mais fortes campos magnéticos de todo o universo, apesar das sugestões anteriores terem indicado um campo magnético incomumente baixo. O objeto conhecido como SGR 0418+5729 (ou SGR 0418) é uma magnetar, um tipo particular de estrela de nêutrons. Uma estrela de nêutrons é o núcleo morto de uma estrela que já foi massiva e que colapsou sobre si mesma depois de queimar todo o combustível e explodir num dramático evento de supernova. Elas são objetos extremamente densos, tendo uma massa maior que a do Sol em uma esfera de somente 20 km de diâmetro, ou seja do tamanho de uma cidade. Uma pequena proporção das estrelas de nêutrons se formam e vivem brevemente como magnetares, denominadas assim devido aos intensos campos magnéticos, bilhões a trilhões de vezes maior do que aqueles gerados em máquinas de infravermelho nos hospitais, por exemplo. Esses campos fazem com que a magnetar entre em erupção esporadicamente com explosões de radiação de alta energia. A SGR 0418, localiza-se na nossa galáxia, a aproximadamente 6.500 anos-luz de distância da Terra. Ela foi detectada pela primeira vez em 2009 pelos telescópios espaciais Fermi da NASA e Koronas-Photon da Roscosmos, quando repentinamente se iluminou em raios-X e raios-gamma leves. Ela foi estudada subsequentemente por uma frota de observatórios, incluindo o XMM-Newton da ESA. “Até bem recentemente, todas as indicações eram que essa magnetar tinha um dos campos magnéticos superficiais mais fracos que se conhece, em 6 x 1012 Gauss, algo em torno de 100 vezes mais baixo do que as magnetares típicas”, disse Andrea Tiengo do Instituto Universitario di Studi Superiori, em Pavia, na Itália e principal autor de um artigo publicado na Nature. “Entender esses resultados foi um desafio. Contudo, nós suspeitamos que a SGR 0418 tinha de fato um campo magnético mais forte, fora do alcance das nossas técnicas analíticas tradicionais”. As magnetares giram mais lentamente do que as estrelas de nêutrons, mas ainda assim completam uma rotação em poucos segundos. A maneira normal de determinar o campo magnético de uma magnetar é medir a taxa com a qual a rotação declina. Três anos de observação da SGR 0418 tem levado os astrônomos a inferirem um campo magnético fraco. A nova técnica desenvolvida pelo Dr. Tiengo e seus colaboradores envolve a pesquisa da variação do espectro de raios-X da magnetar em intervalos extremamente curtos de tempo enquanto ela está em rotação. Esse método permite que os astrônomos possam analisar o campo magnético em muito mais detalhe e tem revelado que a SGR 0418 é na verdade uma monstruosa magnetar. “Para explicar nossas observações, essa magnetar precisa ter um campo magnético super forte e contorcido que alcança 1015 Gauss através de pequenas regiões em sua superfície, se espalhando por somente algumas centenas de metros”, disse Tiengo. “Na média, o campo pode parecer fraco, como os resultados anteriores sugeriam. Mas nós somos agora capazes de pesquisar por subestruturas na superfície e ver que o campo é muito forte localmente”. Uma analogia simples pode ser feita com campos magnéticos localizados ancorados nas manchas solares, onde uma mudança na configuração pode repentinamente levar ao seu colapso e à produção de uma flare, no caso da SGR 0418, uma explosão de raios-X. “Os dados espectrais fornecidos pelo XMM-Newton, combinados com uma nova maneira de analisar os dados, permitiu que pudéssemos finalmente fazer as primeiras medidas detalhadas do campo magnético de uma magnetar, confirmando que ela possui um dos maiores valores já medidos no universo”, adiciona Norbert Schartel, Cientista de Projeto do XMM-Newton da NASA. “Nós agora temos uma nova ferramenta para pesquisar os campos magnéticos de outras magnetares, o que nos ajudará a restringir cada vez mais os modelos desses objetos tão exóticos”.

Fonte: Cienctec

Estrelas fugindo de um acidente cósmico

Imagens astronômicas às vezes nos apresentam truques de perspectiva. Bem no centro dessa imagem, duas galáxias espirais parecem estar sofrendo uma colisão espetacular, com uma série de estrelas que parecem fugir do local de acidente num tumulto caótico. Contudo isso é apenas um truque de perspectiva. É verdade que duas galáxias espirais estão se colidindo, mas elas estão a milhões de anos-luz de distância, muito mais distante da nuvem de estrelas azuis e vermelhas que aparecem perto da fusão das espirais. Esse conjunto de estrelas na verdade é uma galáxia anã irregular denominada de ESO 489-056. A galáxia anã, está na verdade muito mais distante do que as estrelas mais brilhantes que aparecem em primeiro plano na imagem, e que estão muito mais perto de nós, na própria Via Láctea. A ESO 489-056 está localizada a 16 milhões de anos-luz da Terra, na constelação de Canis Major (O Cão Maior), no nosso universo local. Ela é composta de alguns bilhões de estrelas azuis e vermelhas – um número pequeno se comparado com galáxias como a Via Láctea que estima-se contenha entre 200 e 400 bilhões de estrelas, ou a Galáxia de Andrômeda que deve conter algo em torno de um trilhão de estrelas. Uma versão dessa imagem entrou na competição de processamento de imagens conhecida como Hubble’s Hidden Treasures, pelo competidor Luca Limatola.

Fonte: Space Telescope

Nova Delphini 2013


Usando um pequeno telescópio para vasculhar os céus no dia 14 de Agosto de 2013, o astrônomo amador japonês Koichi Itagaki descobriu uma “nova” estrela dentro das fronteiras da constelação de Delphinus. Indicada nessa imagem acima capturada no dia 15 de Agosto de 2013, desde Stagecoach, no Colorado, ela agora foi propriamente designada como Nova Delphini 2013. Sagitta, a Seta, aponta o caminho para a localização dessa nova estrela, que atualmente se encontra bem alta no céu noturno (no hemisfério norte), não muito distante da brilhante estrela Altair e do asterismo conhecido pelos observadores do hemisfério norte como o Triângulo de Verão. A nova é reportada como sendo de fácil observação com binóculos, perto do limite de visibilidade a olho nu em céus escuros. De fato, cartas celestes anteriores mostram uma estrela conhecida muito mais apagada (com uma magnitude 17), na posição onde a Nova Delphini foi registrada, indicando que o brilho aparente dessa estrela aumentou repentinamente mais de 25.000 vezes. Como uma estrela passa por uma mudança dessas? O espectro da Nova Delphini indica que ela é uma nova clássica, um sistema estelar binário em interação onde uma estrela é uma densa e quente anã branca. O material da estrela companheira, fria e gigante cai em direção à superfície da anã branca, até que o seu tamanho dispara um evento termonuclear. O drástico aumento no brilho e uma concha de expansão de detritos é o resultado – mas as estrelas não são destruídas. Acredita-se que as novas clássicas recorrem quando o fluxo de material na anã branca retorna e produz outra explosão.

Fonte: APOD

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Sem muito brilho, cometa ISON já desponta no horizonte

Na medida em que o periélio do cometa ISON se aproxima, mais começa a chamar a atenção e as primeiras tentativas de registra-lo já começam a dar resultados. O cometa está acima do horizonte nas pré-manhãs, mas ainda é um alvo visual muito difícil para os simples mortais. Não é exagero dizer que C/2012 S1 ISON pode ser o Cometa do Século. Afinal, no dia 28 de novembro o objeto passará a apenas 1.1 milhão de km da superfície do Sol e se as expectativas se confirmarem poderá brilhar mais que a Lua Cheia. Naturalmente, isso não acontece todos os dias. O problema é que essa data está se aproximando e devido à sua posição no espaço ISON não pode ser visto com facilidade, pois está bastante ofuscado pela luz solar. Para registra-lo é preciso ter um telescópio de grande porte e ainda assim exige técnicas avançadas de astrofotografia para vê-lo. ISON está disponível no céu nas pré-manhaãs e nasce um pouco antes do Sol, o que significa que ainda está praticamente colado ao horizonte quando os primeiros raios de luz começam a iluminar a alta atmosfera. O resultado é que o céu não está escuro o suficiente para vê-lo com facilidade. A imagem acima foi feita pelo astrônomo amador Bruce Gary, no Arizona e foi registrada no dia 12 de agosto através de um telescópio de 280 milímetros equipado com câmera especial para astrofotografia. Mesmo com um equipamento de boa qualidade, ISON ainda aparece muito tênue, 6 graus acima do horizonte. Segundo Gary, o cometa aparenta estar na magnitude 14, ligeiramente menos brilhante que o esperado, mas cinco vezes mais forte que na metade de maio, quando já apresentava grandes dificuldades para observação. Apesar de ainda ter muito tempo para aumentar de brilho até o momento da máxima aproximação, as previsões mostram que ISON pode não atingir o fantástico brilho previsto ainda no início do ano. Para Gary e seus colegas, pelo andar da carruagem ISON não deverá brilhar mais que a magnitude zero quando estiver próximo ao periélio. Em termos práticos isso significa que ISON brilhará como uma estrela, muito distante do fulgor de uma Lua esplendorosa. Apesar desta previsão não ser muito animadora para os astrônomos de plantão, até o periélio de novembro muita coisa ainda pode acontecer.

Fonte: Apolo 11

Novo estudo argumenta que Voyager 1 já saiu do Sistema Solar

De acordo com uma equipe de investigadores da Universidade de Maryland, EUA, a Voyager 1 parece ter finalmente saído do nosso Sistema Solar e entrado no espaço interestelar. Transportando saudações terrestres num fonógrafo banhado a ouro e instrumentos científicos ainda operacionais, a sonda Voyager 1 da NASA é o objeto mais distante feito pelo Homem. E agora, afirmam estes cientistas, começou a primeira exploração da nossa Galáxia para lá da influência do Sol. "É uma visão um tanto ou quanto controversa, mas pensamos que a Voyager finalmente deixou o Sistema Solar, e está realmente no início das suas viagens pela Via Láctea," afirma Marc Swisdak, autor principal de um novo artigo publicado esta semana na revista The Astrophysical Journal Letters. Swisdak e colegas James F. Drake, também da mesma universidade, e Merav Opher da Universidade de Boston, construíram um modelo da orla exterior do Sistema Solar que encaixa nas observações mais recentes, tanto esperadas como inesperadas. O seu modelo indica que a Voyager 1 na realidade entrou no espaço interestelar há pouco mais de um ano, um achado diretamente oposto aos recentes artigos publicados pela NASA e outros cientistas que sugerem que a sonda está ainda numa zona de transição vagamente definida entre a esfera de influência do Sol e o resto da Galáxia. Mas porquê a controvérsia? A questão está em saber como é o limite de cruzamento, a 18 bilhões de quilômetros de distância. A heliosfera é uma região do espaço relativamente bem compreendida, dominada pelo campo magnético e partículas carregadas emanadas pela nossa estrela. É desconhecida a estrutura e localização da zona de transição da heliopausa. De acordo com a sabedoria tradicional, ficaremos a saber se já passamos por esta fronteira misteriosa quando pararmos de ver partículas solares e começarmos a ver partículas galácticas, e também ao detectar uma mudança na direção predominante do campo magnético local. Os cientistas da NASA divulgaram recentemente que no verão passado, após oito anos de viagem através da camada mais externa da heliosfera, a Voyager 1 detectou "várias passagens por um limite diferente de tudo o já observado anteriormente." Estes mergulhos sucessivos, e posteriores recuperações, nas contagens de partículas solares, chamou a atenção dos investigadores. Os mergulhos na contagem de partículas solares correspondem a aumentos abruptos no número de elétrons e prótons. Em cerca de um mês, estes números de partículas solares desapareceram, e apenas permaneceram as contagens de partículas galácticas. No entanto, a Voyager 1 não observou mudanças na direção do campo magnético. Para explicar esta observação inesperada, muitos cientistas teorizam que a Voyager 1 entrou numa espécie de "zona de esgotamento" do invólucro heliosférico, mas que a sonda está ainda dentro dos limites da heliosfera. Swisdak e colegas, que não fazem parte das equipes científicas da Voyager 1, dizem que há outra explicação. Em trabalhos anteriores, Swisdak e Drake focaram-se na reconexão magnética, ou na quebra e reconfiguração de linhas do campo magnético. É o fenômeno suspeito de se esconder no coração das proeminências solares, nas ejeções de massa coronal e em muitos outros eventos altamente energéticos e dramáticos do Sol. Os investigadores argumentam que a reconexão magnética é fundamental para a compreensão dos dados surpreendentes da NASA. Embora muitas vezes descrita como uma bolha que contém a heliosfera e o seu conteúdo, a heliopausa não é uma superfície que separa perfeitamente o "fora" do de "dentro". De fato, Swisdak, Drake e Opher afirmam que a heliopausa é porosa para certas partículas e que tem uma complexa estrutura magnética em camadas. Aqui, a reconexão magnética produz um conjunto complexo de "ilhas" magnéticas aninhadas, laços independentes que espontaneamente surgem num campo magnético devido a uma instabilidade fundamental. O plasma interestelar pode penetrar na heliosfera ao longo das linhas de campo religadas, e os raios cósmicos galácticos e outras partículas solares misturam-se vigorosamente. Ainda mais interessante é que a queda nas contagens de partículas solares e os picos nas contagens de partículas galácticas podem ocorrer através de "encostas" no campo magnético, que emanam dos locais de reconexão, enquanto a direção do campo magnético permanece inalterada. Este modelo explica os fenômenos do verão passado, e Swisdak e colegas sugerem que a Voyager 1 ultrapassou a heliopausa no dia 27 de Julho de 2012. Num comunicado de imprensa da NASA, Ed Stone, cientista do projeto Voyager e professor de física no Instituto de Tecnologia da Califórnia, diz, em parte: "outros modelos vislumbram o campo magnético interestelar envolto em redor da nossa bolha solar e prevêm que a direção do campo magnético solar é diferente da do campo magnético solar no interior. Nessa interpretação, a Voyager 1 estaria ainda dentro da nossa bolha solar. O modelo de conexão magnética [de Swisdak e colegas] passará a fazer parte da discussão entre cientistas que tentam conciliar o que pode estar a acontecer numa escala mais fina com o que acontece numa escala maior. Trinta e seis anos após os seus lançamentos em 1977, as gêmeas Voyager 1 e 2 continuam a explorar onde nada da Terra voou antes. A sua missão principal foi a exploração de Júpiter e Saturno. Depois de uma série de descobertas - tais como vulcões ativos na lua de Júpiter, Io, e complexidades nos anéis de Saturno - a missão foi prolongada. A Voyager 2 explorou Urano e Netuno, e ainda é a única sonda a ter visitado esses planetas exteriores. A missão atual das duas sondas é explorar o limite exterior e para lá do domínio do Sol. Ambas as Voyager são capazes de enviar dados científicos a partir de uma ampla gama de instrumentos, com energia elétrica e combustível suficiente para se manterem operacionais até 2020. Espera-se que a Voyager 2 entre no espaço interestelar alguns anos após a sua sonda gêmea.

Fonte: Astronomia On-line