segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Os anéis de Saturno podem ter se formado a partir da destruição de uma lua gigante


Os anéis de Saturno podem ter se formados a partir da morte de um satélite primordial do tamanho de Titã que teve suas camadas externas arrancadas e enviadas em forma de espiral para um planeta Saturno jovem. Um dos problemas que os cientistas se deparam ao tentar explicar de onde vieram os anéis de Saturno é a sua composição, diz o cientistas planetário Robin Canup do Southwest Research Institute em Boulder no Colorado. Os anéis são compostos entre 90% e 95% de água, muito pelo fato de que o Sistema Solar teria sido composto por iguais quantidades de gelo e rocha. Além do mais os anéis têm coletado poeira interplanetária mesmo depois de terem sido formados. “Então eles precisam ter se formado essencialmente de gelo”, disseram a pesquisadora em um encontro da Division for Planetary Science da American Astronomical Society em Pasadena na Califórnia. As luas internas de Saturno são também anomalias com baixas densidades de modo que elas precisam também ser compostas praticamente de gelo puro. Teorias anteriores sugerem que os anéis foram produzidos pela ruptura de uma pequena lua que caiu em direção ao planeta, mas acabou tendo os seus restos capturados pela gravidade do planeta, ou por um cometa bem grande que acabou tendo o mesmo destino. A hipótese da lua pequena enfrenta logo de cara a questão de por que existe tão pouca rocha. E a ruptura de cometas deve ter sido algo muito mais comum em Saturno do que em outros planetas. A hipótese de Canup é que os anéis foram formados quando uma lua do tamanho de Titã com um núcleo rochoso e um manto formado de gelo caiu em um movimento espiral em Saturno no início da história do Sistema Solar. Forças de maré arrancaram parte do manto de gelo distribuindo esses detritos ao redor do planeta no que conhecemos hoje como os anéis. Mas o núcleo rochoso era composto de um material mais resistente. “Ele atingiu a superfície do planeta antes de se romper”, disse ela. “O resultado finalmente é um anel de gelo puro”. Após isso algumas partes desse gelo foi condensada novamente em novas luas, adicionou a pesquisadora. Mas devido a mudanças no sistema de desenvolvimento de Saturno essas luas não caíram em forma de espiral em direção ao planeta. “Essa é uma idéia muito inteligente”, disseram Joseph Burns, um cientistas planetário da Cornell University em Ithaca, New York. “Uma das coisas que essa teoria permite é que os anéis seriam constituídos de gelo puro, o que até então era um problema para ser explicado”. Ele ainda adiciona, pelo fato da teoria de Canup indicar que grandes satélites tinham a tendência de caírem em direção ao planeta, poderia existir ali uma corrente de satélites do tamanho de Titã que caíram em seqüência e foram morrendo. Titã seria um sobrevivente que restou depois que esse sistema se estabilizou. Se a teoria de Canup estiver correta, Saturno originalmente deve ter tido anéis muito mais massivos que os atuais. Isso significa que os anéis continham material suficiente para gerar luas como Encélado, Tétis e Dione. “Isso ocorreu muito naturalmente como parte de um outro processo de formação – o processo pelo qual os anéis se formaram. Eu gostaria de dizer que ela tem um história muito convincente”, conclui Burns. Larry Esposito, um cientista planetário da University of Colorado, concorda. “Eu estou confortável com as conclusões da pesquisadora e acredito que outros cientistas especialistas nos anéis de Saturno irão considerar de forma séria essa nova idéia”, diz ele adicionando que testes serão feitos quando a sonda Cassini que hoje orbita Saturno medir a massa dos anéis em uma fase posteriormente da missão.

Créditos: Cienctec

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