sábado, 30 de janeiro de 2010

A futura fusão das galáxias do Grupo NGC 7771


As galáxias do Grupo NGC 7771 estão representadas nesta intrigante paisagem celeste. A cerca de 200 milhões de anos-luz de distância na direção da constelação do Pégaso, NGC 7771 é a grande espiral de perfil próxima do centro, com cerca de 75.000 anos-luz de extensão e duas galáxias menores bem embaixo dela. A grande espiral NGC 7769 é vista de frente para o observador, à esquerda. As galáxias do grupo NGC 7771 estão interagindo, passando próximo umas das outras repetidamente, o que no final irá resultar em fusões entre galáxias numa escala de tempo cósmica. As interações podem ser observadas pelas distorções nas galáxias e pelos leves fluxos de estrelas criados por marés gravitacionais. Mas uma visão clara do grupo de galáxias é algo difícil de se obter, já que a imagem profunda também revela extensas nuvens de poeira em primeiro plano varrendo todo o campo. A fraca nebulosa poeirenta reflete a luz das estrelas da nossa própria Via Láctea e encontra-se a apenas algumas centenas de anos-luz à frente do plano galático.

Créditos e direitos autorais: Ken Crawford (Rancho Del Sol Observatory)

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Objeto de Hanny


As oportunidades de descoberta são muito vastas: em 2007, uma professora holandesa identificou através do Galaxy Zoo um tipo de objeto até então desconhecido, o Hanny’s Voorwerp (”objeto de Hanny” em holandês). Ainda não há consenso sobre o que a misteriosa mancha verde possa ser; especula-se que seja uma nuvem de gás refletindo a luz de um quasar distante 700 milhões de anos luz da Terra. Novas observações por telescópios de rádio finalmente revelou a natureza do objeto estranho conhecido como "Hanny's Voorwerp" (SDSS J094103.80 344.334,2). O Voorwerp foi descoberto por Hanny van Arkel, uma professora voluntária e entusiasta da Holanda. Enquanto navegava através de centenas de imagens, Hanny apreciou uma enorme nuvem de gás verde. Localizado a cerca de 60.000 anos-luz próximo da galáxia IC2497. O objeto fez astrônomos coçarem a cabeça por quase um ano - a extensão da nuvem de gás é enorme e 15.000 Celsius), mas paradoxalmente é desprovido de estrelas. Um fluxo de partículas de alta energia é gerada por um buraco negro no centro de IC2497. "Um raio de emissão óptica intenso e luz ultravioleta associado a buraco negro ilumina uma pequena parte de uma grande nuvem de gás que parcialmente circunda a galáxia. A luz ultravioleta e óptica de emissão aquece a nuvem e ioniza o gás, criando, assim, o fenômeno conhecido como voorwerp Hanny's.

Créditos: Galaxy Zoo

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Nebulosa Pata de Gato ou NGC 6334


O Observatório Europeu do Sul (ESO), que possui alguns dos principais telescópios terrestres do mundo, acaba de divulgar uma nova imagem surpreendente de uma vasta nuvem conhecida como a Nebulosa Pata de Gato. Esta complexa região de gás e poeira, onde inúmeras estrelas de grande massa estão a se formando, situa-se próximo do centro da Via Láctea, encontrando-se por isso bastante obscurecida por nuvens de poeira. Poucos objetos no céu têm um nome tão apropriado como a Nebulosa Pata de Gato, uma nuvem de gás brilhante que se parece com uma marca de pata gigante de um gato celeste imaginário em passeio pelo Universo. O nome foi dado pelo astrônomo britânico John Herschel, que fez o primeiro registro da NGC 6334 em 1837, quando fazia uma estadia na África do Sul. Herschel hoje dá nome ao maior telescópio espacial do mundo. Apesar de ter utilizado um dos maiores telescópios do mundo naquela época, Herschel parece ter observado apenas a parte mais brilhante da nuvem, o que nesta imagem corresponde à zona situada embaixo à esquerda. A NGC 6334 encontra-se a cerca de 5.500 anos-luz de distância da Terra, na direção da constelação do Escorpião, e cobre uma área do céu um pouco maior do que a Lua Cheia. A nuvem de gás tem um comprimento de cerca de 50 anos-luz. A nebulosa aparece vermelha porque a radiação azul e verde é refratada e absorvida de modo mais eficiente pela matéria que se encontra entre a nebulosa e a Terra. A luz vermelha é principalmente emitida por hidrogênio ionizado que brilha ante a intensa radiação vinda de estrelas quentes jovens. A NGC 6334 é uma das mais ativas maternidades de estrelas de grande massa da nossa Galáxia e tem sido estudada extensivamente pelos astrônomos. A nebulosa esconde brilhantes estrelas azuis que acabaram de se formar - cada uma com cerca de dez vezes a massa do nosso Sol e formada nos últimos milhões de anos. A região abriga ainda muitas estrelas bebês que estão "enterradas" profundamente na poeira, o que torna difícil o seu estudo. A Nebulosa Pata de Gato contém no total cerca de várias dezenas de milhares de estrelas. Particularmente interessante é a bolha vermelha que se encontra na parte inferior direita da imagem. Ou uma estrela está expelindo uma grande quantidade de matéria em alta velocidade à medida que se aproxima do final da sua vida, ou então é o resto de uma estrela que já explodiu.

Créditos: ESO & Inovação Tecnológica

domingo, 24 de janeiro de 2010

NASA divulga novas imagens das dunas marcianas


Dunas de materiais arenosos ficaram presas no fundo de muitas crateras marcianas. Esta imagem mostra algumas dessas dunas, dentro de uma cratera em Noachis Terra, a oeste da gigantesca cratera de impacto Hellas, no hemisfério sul de Marte. A câmera HiRISE (High Resolution Imaging Science Experiment), da sonda MRO (Mars Reconnaissance Orbiter) capturou esta imagem impressionante no dia 28 de dezembro de 2009. A sonda voltou a fazer observações em meados de dezembro após um intervalo de três meses. As dunas aqui são lineares, provavelmente devido a mudanças na direção do vento. Em alguns lugares, cada duna é muito semelhante às dunas adjacentes, incluindo uma faixa avermelhada (cor de poeira) na face voltada para nordeste. Grandes rochas angulosas podem ser vistas no chão, entre as dunas. Os mais extensos campos de dunas lineares conhecidos no Sistema Solar estão na grande lua Titã, de Saturno. Titã tem um ambiente e composição muito diferentes de Marte, de forma que, com uma resolução na escala de metros, elas provavelmente parecerão muito diferentes das dunas de Marte.

Créditos: NASA

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

HH 34, na fase proto-estelar de evolução


A imagem acima mostra um objeto estelar jovem Herbig-Haro, HH 34, numa fase proto-estelar de evolução. Encontra-se numa região de formação de estelas da Grande Nebulosa de Órion (M 42), uma das regiões de maior produção de novas estrelas na nossa vizinhança, a uma distância da Terra de cerca de 1.500 anos-luz. Este objeto, de aparência notavelmente complicada, inclui dois jatos em direções opostas, cujo material colide com o meio interestelar ambiente. As regiões de choque onde se dão as colisões aparecem, na imagem, em cor esverdeada na forma de arcos ao longo do eixo dos dois jatos opostos. Um dos jatos é visível em vermelho, enquanto que o segundo jato não se pode observar no óptico por estar dirigido para o interior denso da nebulosa. Os jatos são compostos por pequenos grúmulos ou "balas" de material ejetado a alta velocidade (cerca de 250 km/s). Do lado esquerdo da imagem podemos ver um filamento de material interestelar cuja forma lembra uma queda de água. Esta estrutura enigmática está ainda sem explicação.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

A Nebulosa do Ovo ou CRL 2688


A Nebulosa do Ovo encontra-se a uma distância de 3.000 anos-luz, na constelação do Cisne. Esta nebulosa está entrando na fase de nebulosa planetária e no seu centro encontra-se uma estrela cujo combustível nuclear se esgotou. Agora, a estrela ejeta as suas camadas mais externas, enquanto se transforma numa anã branca. Uma cintura de poeira muito espessa, que atravessa a imagem na diagonal, impede que se veja diretamente a estrela central. Mas feixes gêmeos de luz escapam da estrela escondida por outras direções e iluminam a poeira, tal como lanternas numa sala cheia de fumo. A poeira, que reflete a luz da estrela, forma uma estrutura de anéis concêntricos à volta da estrela que se estende por mais de um décimo de ano-luz. A poeira reflete luz de forma que só ondas de luz que vibrem segundo uma determinada orientação são refletidas na nossa direção, dando origem ao efeito conhecido por polarização. Esta imagem é uma composição de exposições obtidas com diferentes filtros de polarização, e as cores são uma codificação dessas diferentes orientações. O estudo da luz polarizada permite inferir propriedades físicas da poeira, assim como a localização exata da estrela central.

Créditos: Portal do Astrónomo

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

A belíssima nebulosa NGC 7027


Esta beldade é uma nebulosa planetária chamada NGC 7027 que está a 3 mil anos-luz de distância da Terra na constelação de Cygnus. A foto mostra detalhadamente a estrutura do material que a estrela central ejetou e que chegou a uma distância equivalente a 140 vezes o diâmetro do nosso sistema solar. As nebulosas planetárias representam um estágio na vida das estrelas, estágio que o Sol deverá atravessar no futuro, quando se esgotar o combustível no seu núcleo, daqui a 4 bilhões de anos.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Um choque entre duas galáxias que giram em torno de um buraco negro


A Nasa (agência espacial norte-americana) divulgou uma imagem que captou o choque de duas galáxias que giram em torno de um buraco negro. A imagem foi feita por três telescópios espaciais da agência espacial e mostra as galáxias NGC 6872 e IC 4970. Os dados do Observatório Chandra de Raios-X da Nasa são mostrados em púrpura. Já a contribuição via espectro infravermelho do Telescópio Espacial Spitzer está em vermelho. Há também os dados ópticos do Very Large Telescope (VLT, na sigla em inglês, ou "Telescópio Muito Grande"), em um misto de cores vermelha e azul. Astrônomos acreditam que buracos negros supermassivos existam no centro da maioria das galáxias. Não apenas as galáxias e os buracos negros parecem coexistir, mas eles também parecem essencialmente vinculados à evolução delas. Para melhor compreender esta relação simbiótica, os cientistas se voltaram para buracos negros em rápido crescimento, chamados Núcleos Galácticos Ativos (AGN, na sigla em inglês). Com isso, buscam estudar como os buracos negros são afetados por seu ambiente galático. Os últimos dados dos telescópios Chandra e Spitzer mostram que a IC 4970, a pequena galáxia no topo da imagem, contém um buraco negro AGN fortemente envolvido por gás e poeira. Isto significa que, em telescópios de luz óptica, como o VLT, há pouco para ver. Já os raios-X e a luz infravermelha podem penetrar neste véu e revelar o show de luzes gerado enquanto materiais são aquecidos antes de cair no buraco negro. Apesar do gás e poeira escuros em volta da galáxia IC 4970, os dados do telescópio Chandra conseguem indicar que não há gás quente suficiente nessa galáxia para servir de combustível ao crescimento do buraco negro. Assim, a fonte de alimento para esse buraco negro deve estar na galáxia parceira, a NGC 6872. As duas galáxias estão no processo de uma colisão, e a atração gravitacional da IC provavelmente tragou algo do profundo reservatório de gás da galáxia NGC. Isso forneceria então o combustível para o buraco negro gigante. Ambas estão a aproximadamente 300 milhões de anos-luz, na direção da constelação do Pavão.

Créditos: NASA

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

A baleia azul e o taco de hóquei


Galáxia da Baleia

NGC 4631 é uma belíssima galáxia espiral, vista acima, a apenas 25 milhões de anos-luz da Terra na constelação de Canes Venatici. O formato levemente distorcido desta galáxia sugere seu apelido de Galáxia da Baleia. A NGC 4631 tem tamanho similar ao da nossa galáxia, a Via Láctea. Retratada nesta rica imagem colorida, seu núcleo na cor amarela e seus aglomerados estelares azuis são fáceis de serem notados. A sua companheira, a pequena galáxia elíptica NGC 4627 aparece logo acima da Galáxia da Baleia. Vemos também aqui, na primeira imagem, no canto inferior esquerdo, uma outra galáxia com formato irregular que lembra um taco de hóquei, a NGC 4656. As formas distorcidas e suas trilhas de gás detectadas em outros comprimentos de onda indicam que todas estas três galáxias já tiveram encontros entre si no passado.

domingo, 10 de janeiro de 2010

O massivo aglomerado estelar NGC 3603


NGC 3603 é lar de um massivo aglomerado estelar, densos pilares de poeira, e uma estrela prestes a explodir. O enxame aberto central contém cerca de 2.000 estrelas, cada das quais muito mais bilhante e massiva que o Sol. Juntas, as radiações destas estrelas estão energizando e afastando o material vizinho, fazendo de NGC 3603 uma das mais interessantes *regiões H II conhecidas. NGC 3603 fica a aproximadamente 20.000 anos-luz, e a região aqui vista cobre mais ou menos 20 anos-luz. Talvez o mais interessante nesta imagem seja o grande número de tênues estrelas visíveis. Sabe-se que IC 443 contém uma estrela de nêutrons, o núcleo colapsado de uma estrela massiva que explodiu há mais de 30.000 anos atrás.


* Uma Região HII é uma nuvem de gás incandescente de baixa densidade e de plasma. Geralmente possuem várias centenas de anos-luz de diâmetro, no qual a formação estelar está ocorrendo. Estrelas jovens, quentes e azuis que se formaram a partir do gás emitem grandes quantidades de luz ultravioleta, radiação ionizante e aquecem o gás em torno deles. Regiões H II são frequentemente associados com nuvens moleculares gigantes. Regiões H II são nomeados pela grande quantidade de hidrogênio atômico e ionizado, denominado pelos astrônomos H II (região HI sendo hidrogênio atômico neutro, e H2 sendo hidrogênio molecular).

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Nebulosa NGC 6751, um gigantesco "olho" celeste


O telescópio espacial Hubble observou um gigantesco "olho" celeste, conhecido como nebulosa planetária NGC 6751. Brilhando na constelação de Áquila, a nebulosa é uma nuvem de gás ejetado vários milhares de anos atrás de uma estrela quente visível no seu centro. As cores vermelha e cor-de-laranja correspondem às zonas mais frias e estas tendem a situar-se em longos filamentos radiais que divergem a partir da estrela central, bem como num anel exterior circundando toda a nebulosa. A origem destes filamentos frios é ainda desconhecida. O diâmetro da nebulosa é cerca de 600 vezes o tamanho do Sistema Solar. Seu diâmetro é espetacular: 0,8 ano-luz (1,2 trilhão de quilômetros).

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

O impressionante par de galáxias ESO 593-8


ESO 593-8 é um impressionante par de galáxias interagindo. Uma galáxia atravessando a outra galáxia companheira. Os dois componentes irão provavelmente se juntar para formar uma única galáxia no futuro. ESO 593-8 está localizado na constelação de Sagitário, o arqueiro, cerca de 650 milhões de anos-luz de distância da Terra.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

IC 4406, a Nebulosa da Retina


Uma estrela morrendo, a IC4406, que batizou a "Nebulosa da Retina" mostrada nesta imagem do Hubble. Assim como muitas outras chamadas nebulosas planetárias, a IC4406 exibe um alto grau de simetria; as metades esquerda e direita da imagem do Hubble são quase uma imagem de espelho uma da outra. Se nós pudéssemos voar em torno da IC4406 em uma nave espacial, nós veríamos que o gás e a poeira formam uma grande rosca de material jorrando da estrela morrendo. Da Terra, nós estamos vendo a rosca de lado. Esta visão lateral nos permite ver os intrincados filamentos de poeira que foram comparados à retina do olho. Destacam-se os filamentos escuros de poeira, com dimensões que chegam a atingir 160 vezes a distância da Terra ao Sol. Estes filamentos de poeira são criados por instabilidades semelhantes aos mecanismos que provocam o aparecimento de nuvens no verão. A Nebulosa da Retina encontra-se a 1.900 anos-luz, na constelação do Lobo.

sábado, 2 de janeiro de 2010

M2-9, uma nebulosa em forma de borboleta


Será que damos mais valor às estrelas depois de morrerem? Na realidade, as estrelas geralmente criam as imagens mais artísticas ao morrer. No caso de estrelas de baixa massa como o nosso Sol e M2-9 na imagem acima, a estrelas transformam-se em anãs brancas ao expelir as suas camadas exteriores. O gás frequentemente forma uma nebulosa planetária. M2-9 é uma nebulosa planetária em forma de borboleta a 2.100 anos-luz de distância, na região da Constelação de Ofiúco. No centro, duas estrelas orbitam o disco gasoso com dez vezes o tamanho da órbita de Plutão. O involtório gasoso expelido pela estrela moribunda passa por este disco criando a estrutura bipolar visível na imagem. Acredita-se que a nebulosa planetária M2-9 tenha 1.200 anos de idade. Ainda há muita coisa a descobrir sobre os processos físicos que criam as nebulosas planetárias.