sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Plutão pode ter oceano abaixo de camada de gelo

Um estudo de cientistas da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, indica que o planeta anão Plutão pode abrigar um oceano abaixo de sua camada de gelo. Mesmo possuindo temperaturas extremamente frias, Plutão aparenta ficar aquecido graças a este oceano abaixo da superfície, que preservaria o calor vindo da radioatividade do núcleo do planeta anão. E esse oceano não seria pequeno, de acordo com Guillaume Robuchon, pesquisador da universidade. O oceano teria entre 100 e 170 km de espessura, estando 200 km abaixo da camada de gelo. Se confirmado, Plutão entra na lista de corpos do Sistema Solar em que se acredita haver água líquida, como exemplos da lista, estão as luas Titã e Enceladus, de Saturno. A superfície de Plutão, acredita-se, é provavelmente mais fria do que -230°C. O interior de Plutão, sendo formado por este núcleo quente, facilitaria a produção de um oceano abaixo do gelo, também porque as pedras do núcleo do planeta anão contêm aproximadamente 100 partes por bilhão de potássio radioativo. Para um oceano existir, as pedras de Plutão devem se concentrar em um núcleo, com água e gelo na superfície. Em 2015, a sonda New Horizons chegará a Plutão e ajudará a descobrir se realmente há um oceano no planeta anão.


Créditos: National Geographic

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

O pôr do Sol em Marte é azul

Um vídeo do um pôr do Sol marciano foi capturado pela sonda Opportunity da NASA. Apesar da maioria dos vídeos codificar as cores de Marte como vermelhas, o pôr do Sol brilha na cor azul. O planeta Marte é conhecido por ser o Planeta Vermelho. A ferrugem na poeira da sua superfície dá ao planeta sua aparência avermelhada e marrom. Suas áreas vastas, secas e poeirentas lembram os desertos da Terra, onde o Sol vermelho-laranja ilumina a areia amarela. Então, quando pensamos no pôr do Sol de Marte, pensamos que ele seja bem avermelhado. O vídeo, recentemente lançado pela NASA, mostra exatamente o oposto. O Sol emite um brilho azul e frio quando se põe no céu de Marte. É um erro de percepção, e acontece justamente por causa da famosa poeira vermelha. Na Terra, as partículas da atmosfera dispersam a luz azul. Quando um raio de luz atinge essas partículas, os comprimentos de onda da cor azul são desviados do caminho e são atirados para fora, de forma aleatória. À medida que saem da atmosfera, esses comprimentos de onda atingem outras partículas no ar, e parte volta para a superfície da Terra. Quem está na superfície olha para o céu, vê a luz que está se espalhando para baixo, e diz que o céu é azul. Enquanto isso, a luz direta do Sol perdeu seu comprimento de onda da cor azul: eles se espalharam pelo céu. Aí sobram apenas os comprimentos de onda com cores mais quentes do espectro de luz, então o Sol possui uma cor amarelada. Quando chega o pôr do Sol, a atmosfera filtra mais as cores azuladas, então o Sol parece ficar mais avermelhado. Em Marte, exatamente o oposto acontece. A poeira vermelha na atmosfera dispersa a luz vermelha, então quem estiver em Marte estará vendo um céu vermelho. Enquanto isso, os comprimentos de onda vermelhos são filtrados e retirados da luz vinda do Sol, deixando a luz com cores mais frias do espectro de luz. Então quem vê o Sol vai achar que ele é azul.

Créditos: NASA & Astro News

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Uma jovem cratera parecida com as da Lua em Marte

Essa imagem mostra uma cratera com aproximadamente 5 quilômetros de diâmetro e é um raro exemplo de uma jovem cratera parecida com as da Lua em Marte. A cratera de impacto foi formada na região Tharsis, que é uma região vulcânica de Marte que abriga o vulcão Monte Olympus – de fato essa cratera está a apenas 150 quilômetros dos flancos do Monte Olympus. Atualmente grande parte das crateras jovens de Marte possuem em seu assoalho depósitos espumosos que sugerem possivelmente que o gelo ou a água estiveram presentes na superfície antes do impacto. Essa cratera de 5 quilômetros não possui esse tipo de material. Ao invés disso, a cratera possui um tipo de depósito geralmente suave com algumas rochas salpicadas através dele. Esse tipo de feição é bem similar às observações feitas em crateras jovens da Lua. Essa distinção dos assoalhos de crateras mais típicos suportam a idéia de que a lava nessa cratera era praticamente seca sem a presença de água ou gelo. Existem algumas crateras menores sobrepostas no assoalho o que é um sinal de que a cratera é relativamente nova mas não tão recente como outras crateras de Marte. Existe também muita poeira marciana na cratera, o que às vezes dá formas geológicas atenuadas, uma parte da poeira e de material fino pode ser a fonte que compõe as ondas de areia identificadas na parte inferior da imagem.

Créditos: Cienctec

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Megabrecha é identificada na cratera Holden em Marte

Os cientistas da equipe do HiRISE descobriram uma megabrecha de impacto nunca antes observada e um antigo lago que pode ter possivelmente sido habitado em Marte em um local chamado de Cratera Holden. A megabrecha é coberta por camadas de sedimentos finos que se formaram no que aparentemente foi um lago calmo e de longa vida que preencheu a Cratera Holden no início da história de Marte, dizem os cientistas do HiRISE. “A Cratera Holden tem um dos melhores afloramentos de depósitos de lago e de antiga megabrecha conhecida em Marte”, disse o pesquisador principal do HiRISE, o Professor Alfred McEwen do Lunar and Planetary Laboratory da UA. “Ambos contém minerais que se formaram na presença de água e marcam um ambiente possivelmente habitável. Esse seria um excelente local para se enviar uma sonda ou uma missão que pudesse recolher e retornar com a amostras de modo que as análises com certeza representariam um grande avanço no entendimento se Marte suportou algum dia em sua história a vida”. A Cratera Holden é uma cratera de impacto que se formou dentro de uma bacia de impacto mais antiga e com múltiplos anéis, chamada de Bacia Holden. Antes do impacto criar a Cratera Holden, grandes canais cruzaram e depositaram sedimentos na Bacia Holden. Blocos com 50 metros de diâmetro foram ejetados da Bacia Holden quando a Cratera Holden foi formada, e caíram de forma aleatória de volta na superfície, formando eventualmente megabrechas, que na verdade nada mais é que um conglomerado de grandes pedaços de rochas misturados com pequenas partículas. As imagens do HiRISE mostram afloramentos de megabrecha nas paredes da Cratera Holden. Essa megabrecha pode ser um dos mais antigos depósitos expostos na superfície de Marte. No mínimo 5%, em relação ao peso, dos sedimentos finos na camada no topo da megabrecha consistem de argila, de acordo com outro instrumento a bordo da Mars Reconnaissance Orbiter, o Compact Reconnaissance Imaging Spectrometer for Mars, ou CRISM. “A origem das argilas é incerta, mas argilas encontradas em prováveis sedimentos lacustres implicam em condições que podem preservar assinatura de um ambiente habitável no passado”, disse o co-investigador do HiRISE John Grant do Smithsonian National Air and Space Museum. “Se nós fossemos procurar na Terra por um ambiente que preserva assinaturas relacionadas a habitabilidade esse seria um tipo de ambiente que deveríamos investigar”. Mesmo assim, as camadas contendo argila não representam todas as importantes evidências da Cratera Holden. Cobrindo o topo das camadas de argila que se formaram no plácido lago da Cratera Holden estão camadas preenchidas com grandes rochas que foram desatadas posteriormente quando a água rompeu o anel da Cratera Holden criando uma inundação torrencial que erodiu os sedimentos lacustres mais antigos. As camadas ricas em argila teriam permanecido enterradas e nunca seriam observadas, exceto por um lance de sorte, o fato do anel da Cratera Holden não ter suportado a força de estimados 4.000 quilômetros cúbicos de água. O corpo de água que ali existia teria sido maior que o Lago Huron. “O volume de água que ali fluiu durante essa inundação deve ter sido espetacular”, disse Grant. “Ele arrancou pedaços de rocha com 70 ou 80 metros de diâmetro, blocos de rocha com o tamanho aproximado de um campo de futebol”. O primeiro e prolongado episódio de presença de água na Cratera Holden que retirou grãos de sedimentos finos durou provavelmente no mínimo 1.000 anos. Em contraste o segundo lago, formado quanto o anel da cratera foi rompido, deve ter durado somente algumas centenas de anos, não mais do que isso, disse Grant. A megabrecha escavada quando a Cratera Holden se formou é a primeira encontrada em Marte, disse Grant. “Quando grandes crateras se formam, elas produzem grandes blocos de material. Nós observamos isso na Terra. Por exemplo, a cratera Popiagi na Rússia. Mas nós nunca tínhamos visto isso em Marte, mas nós sabíamos que poderia existir isso lá. Agora nós vimos nas imagens do HiRISE”. As observações sugerem que as argilas originalmente teriam se formado antes do impacto que originou a Cratera Holden, na Bacia Holden. Muitos dos blocos de megabrecha parecem ter sido erodido mais facilmente do que o material ao redor da parede da cratera. Esses blocos seriam pedaços de sedimentos da Bacia Holden que antecedem à cratera de impacto. “Esse blocos seriam derivados da Bacia Holden que foi então escavada pelo impacto e então mais tarde erodida novamente, com os sedimentos se localizando na parte basal do lago de longa vida. É intrigante pensar que a argila que observamos hoje na Cratera Holden pode na verdade ter sido reciclada”. A Cratera Holden é um dos seis locais candidatos ao pouso do Mars Science Laboratory da NASA, uma missão programada para ser lançada em 2011. A maior parte das evidências para as condições úmidas sustentadas em Marte é limitada ao início da história de Marte, dizem os cientistas do HiRISE. Enquanto é quase certo mesmo que a água fluiu sobre o planeta mais tarde em sua história, esse fluxo tinha uma vida curta ou era alimentado por eventos catastróficos.

Créditos: HiRISE

Tempestade em Saturno

Essa imagem de Saturno foi feita no dia 24 de Dezembro de 2010 e chegou na ontem à Terra, 27 de Dezembro de 2010. A foto foi feita pela sonda Cassini da NASA a uma distância 1.793.518 quilômetros do planeta. A imagem foi feita usando os filtros CL1 e BL1. O incrível nessa imagem é a tempestade de Saturno que pode ser claramente observada. O site da Cassini na internet comunica que essa imagem ainda não foi calibrada e nem validada e que só será inserida no banco de dados oficiais em 2011. Mas de qualquer maneira é algo incrível e a tempestade está muito clara para ser contestada.

Créditos: Cienctec

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Região de Wargentin e a sua interessante feição de pé de pássaro na Lua

Embora atualmente se tenham imagens da Lua verdadeiramente surpreendentes principalmente as feitas pela sonda LRO da NASA, ainda se pode apreciar imagens fantásticas da Lua feitas por telescópios baseados na Terra, como essa aqui reproduzida que mostra a região de Wargentin. Pavel Presnyakov registrou a região de Wargentin bem próxima do terminador, mostrando sua longa sombra triangular apontando para o lado noturno - sombra da Mauna Loa. Se comparada com a imagem feita pela LRO essa imagem feita da Terra mostra todas as principais feições, incluindo o famoso padrão de cadeias de montanhas que formam a figura de um pé de pássaro. O pequeno fluxo que é observado na parte terminal sul do assoalho nas imagens da LRO também é observado aqui, ele aparece como sendo um domo bem comportado. Uma feição similar ocorre na parte terminal sul da cadeia que está cruzando, nas imagens da LRO essa visão sugere que essa feição é um pouco elevada mas não tem a forma de domo. Algum dia com o Sol baixo iluminando a região do lado oposto a sonda LRO poderá obter uma imagem onde se poderá ver mais detalhes dessa região e sanar as dúvidas remanescentes.

Créditos: Cienctec

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Nebulosa com um motor duplo

A estrela HD 87643 é o centro da nebulosa de poeira e gás na primeira imagem, obtida com o Wide Field Imager no telescópio ESO. O painel central é um zoom na estrela obtidos com NACO no VLT do ESO em Paranal. O último painel amplia ainda mais, mostrando uma imagem obtida com o instrumento AMBER fazendo uso de três telescópios do VLTI. O campo de visão deste último painel é inferior a um pixel da imagem em primeiro lugar.

O ESO lançou em agosto de 2009 uma extraordinária imagem de um campo de estrelas na direção da Constelação Carina. Esta imagem fantástica brilha devido à profusão de estrelas de todas as cores e brilhos, algumas das quais são vistas sobre um fundo de nuvens de poeira e gás. Uma estrela invulgar no centro, HD 87643, foi estudada de modo muito completo utilizando vários telescópios do ESO, incluindo o interferômetro do Very Large Telescope (VLTI). Rodeada por uma nebulosa complexa e extensa, que é o resultado de anteriores ejeções violentas de matéria, a estrela aparece com uma companheira. Interações neste sistema duplo, rodeado por um disco de poeira, parecem ser a razão da existência da nebulosa. A nova imagem, que mostra um campo com muitas estrelas na direção do braço de Carina da Via Láctea, tem como centro a estrela HD 87643, um membro da exótica classe de estrelas B[e]. A imagem faz parte de um conjunto de observações que fornece aos astrônomos a melhor imagem de sempre de uma estrela do tipo B[e]. A imagem mostra muito bem a nebulosa extensa de gás e poeira que reflete a luz da estrela. O vento da estrela central parece ter dado forma à nebulosa, deixando atrás de si rastros dispersos de gás e poeira brilhantes. Uma investigação cuidadosa destas estruturas parece indicar que existem ejeções regulares de matéria, a partir da estrela, de 15 a 50 anos. No VLT, os astrônomos utilizaram o NACO, um instrumento com óptica adaptativa, que lhes permitiu obter uma imagem da estrela sem o efeito desfocado devido à atmosfera terrestre. Os astrônomos descobriram que a HD 87643 tem uma estrela companheira situada a cerca de 50 vezes a distância Terra-Sol e que se encontra envolvida numa concha compacta de poeira. As duas estrelas estão, provavelmente, em órbita uma em torno da outra, com um período entre 20 e 50 anos. Estão também, certamente, rodeadas por um disco de poeira. A presença da estrela companheira pode explicar a ejeção regular de matéria vinda da estrela principal e a formação da nebulosa: à medida que a companheira se desloca numa órbita bastante elíptica, aproxima-se regularmente da HD 87643, o que dá origem à ejeção de material observada.


Créditos: ESO

domingo, 19 de dezembro de 2010

Um vulcão incomum em Vênus

Era uma vez em Vênus um rio de lava que rompia uma parede solidificada se derramando em um leque aproximadamente igual a um meio círculo, a lava se dispersava em pequenos lobos como dedos em uma mão antes de finalmente congelar. O vulcão está entre Artemis Chasma e Imdr Regio no hemisfério sul de Vênus. Os lobos se estendem por aproximadamente 500 metros acima das planícies por onde eles fluíram. Em um artigo de 1992 essa feição foi descrita da seguinte maneira: “ Um lobo em forma de leque com pequenos lobos interdigitais ao longo dessa margem que chega até as planícies brilhantes. Cadeias de montanha dentro dele são côncavas em direção a região central perto da junção com a banda, mas eles formam um padrão radial no leque. O relevo dessas cadeias de montanha tem menos de 56 metros”. As cadeias, a forma de lobo, frentes interdigitais e outras feições, todas argumentam para que esse seja um efusivo fluxo de um vulcão com lava muito viscosa. É também possível ver belas fraturas poligonais nas planícies mais escuras por onde o leque fluiu. Essas planícies no plano de fundo são mais escuras pois elas são mais suaves na imagem da Magalhães feita no comprimento de onda do radar e também pelo fato delas sempres terem sido menos suaves ou pelo fato da superfície ter sido suavizada com o tempo por algum tipo de erosão. O fluxo de lava que a sonda Venera observou era suave. Cada vez que voltamos para as imagens de radar da sonda Magalhães podemos nos surpreender com o trabalho e podemos recuperar sempre belas imagens. Uma maneira fácil de conferir essas imagens é acessando o serviço disponível pelo USGS chamado de mapaplanet.org, fica aqui a dica para entrar e ver as belíssimas imagens de Vênus feitas pela sonda Magalhães.

Créditos: Cienctec

Hoje é aniversário da minha "filha" mais velha, feliz aniversário cabexão!

sábado, 18 de dezembro de 2010

Astrônomos do Keck capturam inédita imagem direta do quarto exoplaneta do sistema HR 8799

Os astrônomos do observatório Keck no Havaí anunciaram a descoberta do quarto exoplaneta gigante, juntando-se aos outros três em órbita de uma estrela próxima. Este sistema nos trás dados que desafiam o nosso conhecimento atual das teorias da formação planetária. A estrela, jovem e circundada de poeira, é a HR 8799 que reside a 129 anos-luz de distância da Terra. HR 8799 foi desvendada pela primeira vez em 2008 quando os mesmos astrônomos do Keck apresentaram as primeiras imagens de um sistema planetário em órbita de uma estrela diferente do nosso Sol. Agora, uma equipe de pesquisa (pertencente aos órgãos Lawrence Livermore National Laboratory (LLNL), National Research Council of Canada (NRC), University of California Los Angeles, (UCLA) e Lowell Observatory) descobriu um quarto exoplaneta no sistema HR 8799 com cerca de 7 vezes a massa de Júpiter, parecido com os outros três. Usando ópticas adaptativas de alto contraste e no espectro próximo do infravermelho, integradas ao telescópio Keck II no Hawaí, os astrônomos haviam fotografado o quarto exoplaneta (denominado HR 8799 e) em 2009 e agora em 2010 confirmaram a sua existência e órbita. Os resultados da pesquisa foram publicados na edição de 8 de dezembro de 2010 da revista Nature. “As imagens do novo exoplaneta interior do sistema é o ápice de 10 anos de inovações científicas e tecnológicas, conquistada a partir do consistente progresso na otimização de cada observação, passo a passo. Trata-se do desenvolvimento da técnica de análise que propiciam a detecção de exoplanetas que orbitam cada vez mais perto de suas estrelas,” afirmou Christian Marois, antigo pós-doutorado do LLNL e agora no NRC, o autor principal do novo artigo. Para entendermos melhor as ordens de grandeza deste sistema, suponhamos que este planeta recém-descoberto estivesse localizado em órbita do nosso Sol. Aqui este mundo iria se residir entre Saturno e Urano. O sistema HR 8799, contudo, é uma versão bem jovem e ampliada do nosso Sistema Solar, com aproximadamente 30 milhões de anos, um sistema ainda bebê se comparado com o nosso Sistema, que tem aproximadamente 4,6 bilhões de anos. Embora o sistema lembre de alguma forma o nosso, olhando de outras perspectivas trata-se de uma sistema muito mais extremo pois a massa combinada dos quatro exoplanetas gigantes pode ser 20 vezes maior e os cinturões de asteróides e cometas são densos e turbulentos. De fato, os exoplanetas gigantes atraem-se gravitacionalmente, encontram-se em ressonância gravitacional e o sistema corre o risco de estar à beira da auto-destruição. Esta equipe de cientistas simulou milhões de anos de evolução deste sistema e demonstrou que para terem sobrevivido tanto tempo, os três exoplanetas interiores têm obrigatoriamente que orbitar tão pontualmente como um relógio. O exoplaneta recém descoberto HR 8799 e tem que orbitar a estrela exatamente quatro vezes enquanto o segundo exoplaneta termina duas órbitas no tempo em que o exterior completa uma. Este comportamento, chamado de ressonância orbital, foi observado pela primeira vez nas luas de Júpiter, Io, Europa e Ganimedes, mas nunca tinha sido visto em grande escala como neste sistema planetário. O estudo das órbitas dos exoplanetas também ajuda a estimar as suas massas. “As nossas simulações mostram que se os objetos não fossem exoplanetas, mas ‘anãs marrons’ bem mais massivas que os super-júpiteres de HR 8799, o sistema teria já desabado,” afirmou Quinn Konopacky, investigador pós-doutorado do Instituto de Geofísica e Física Planetária do LLNL e também autor do artigo. “Como conseqüência, descobrimos realmente um novo e único sistema de exoplanetas” (lembramos que as anãs marrons são “estrelas falhadas”, com pouca massa para sustentar a nucleossíntese estelar do hidrogênio, mas bem mais massivas que exoplanetas). “Ainda não sabemos se este sistema vai durar bilhões de anos, ou quebrar-se depois de alguns milhões de anos. À medida que os astrônomos seguirem cuidadosamente os exoplanetas de HR 8799 durante as próximas décadas, a questão de quão estáveis suas órbitas se comportam irá tornar-se cada vez mais clara.” Assim, a origem destes quatro exoplanetas gigantes permanece como um enigma das ciências planetárias. Sua formação não segue o modelo de acresção, no qual os exoplanetas se formam gradualmente perto das estrelas onde a poeira e o gás são espessos. Também não atende o modelo de fragmentação de disco, no qual um turbulento disco de formação planetária arrefece rapidamente e colapsa nos seus limites. Bruce Macintosh, cientista do LLNL e pesquisador principal do programa do Observatório Keck, realça: “Não há nenhum modelo simples que possa explicar todos os quatro exoplanetas nas suas posições atuais. Temos aqui um desafio para os nossos colegas teóricos.” As observações prévias mostraram evidências de um cinturão de asteróides repleto de poeira orbitando perto da estrela. A gravidade do novo exoplaneta ajuda a localizar estes asteróides, confinando as suas órbitas tal como Júpiter o faz em nosso Sistema Solar. “Além de ter quatro exoplanetas gigantes, ambos os sistemas têm também dois ‘cinturões de detritos’ compostos por pequenos objetos rochosos e/ou gelados, bem como imensas junto com minúsculas partículas de poeira, similares aos cinturões de asteróides e de Kuiper do nosso Sistema Solar”, acrescentou o co-autor Ben Zuckerman, professor de física e astronomia na UCLA. “Imagens como estas transportam o campo de estudo de exoplanetas para a nova era da caracterização. Os astrônomos podem agora examinar diretamente as propriedades atmosféricas dos quatro exoplanetas gigantes em órbita de outra estrela, todos com a mesma idade jovem, tendo se formado a partir dos mesmos materiais”, afirmou Travis Barman, teórico exoplanetário do Observatório Lowell e co-autor do artigo. “Penso que é bastante provável que haja mais exoplanetas neste sistema ainda não detectados”, afirmou Macintosh. “Uma das coisas que distingue este sistema da maioria dos demais sistemas com planetas extrasolares já conhecidos, é que HR 8799 tem os seus exoplanetas gigantes nas regiões exteriores, tal com o nosso Sistema Solar, e tem “espaço” de sobra para abrigar exoplanetas terrestres menores, ainda além das nossas capacidades de observação, em suas seções interiores.” “É incrível ver quão longe já chegamos em poucos anos,” acrescenta Macintosh. “Em 2007, quando vimos pela primeira vez este sistema, mal conseguíamos observar dois exoplanetas distantes além do equivalente à órbita de Plutão. Agora conseguimos fotografar um quarto exoplaneta quase onde Saturno se encontra, em relação ao nosso Sistema Solar. É outro passo na direção do objetivo final, ainda a mais de uma década à frente, que será o de fotografar outro exoplaneta como a Terra.”


Créditos: Eternos Aprendizes

Equipe liderada por astrônomo do Qatar encontra seu primeiro exoplaneta

Em um interessante exemplo de colaboração internacional uma equipe de astrônomos do Qatar com cientistas no Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics (CfA) e outras instituições descobriram um novo exoplaneta. Esse exoplaneta, denominado de “Júpiter Quente”, agora denominado de Qatar-1b, adiciona mais um número na lista sempre crescente de exoplanetas descobertos orbitando estrelas distantes. Essa descoberta demonstra o poder da ciência que cruza facilmente as barreiras políticas e aumenta a ligação entre as nações. "A descoberta do Qatar-1b é uma grande realização – um descoberta que está demonstrando o comprometimento do Qatar em se tornar um líder em inovação científica e pesquisa", disse o Dr. Khalid Al Subai, líder da pesquisa do Qatar e diretor de pesquisa do Qatar Foundation for Education, Science and Community Development. "Essa descoberta marca o início de uma nova era de pesquisa astrofísica colaborativa entre o Qatar, o Reino Unido e os Estados Unidos”, adicionou ele. A pesquisa por exoplanetas do Qatar caça por estrelas que apresentam uma pequena variação toda vez que um planeta que a orbita cria um mini eclipse, cruzando a frente da estrela quando vista da Terra. Os pesquisadores que buscam por esse tipo de trânsito precisam vasculhar milhares de estrelas para encontrar uma pequena fração delas que tenham planetas detectáveis. As complexas observações e as complicadas análises criam a perfeita oportunidade para o trabalho de equipe. "A descoberta do Qatar-1b é um exemplo maravilhoso de como a ciência e as modernas técnicas de comunicação podem apagar as fronteiras internacionais e o fuso horário. Ninguém é dono das estrelas. Todos nós podemos ficar inspirados pela descoberta de mundos distantes”, disse o membro da equipe CfA David Latham. Para encontrar o novo mundo, as câmeras de ângulo amplo do Qatar (localizadas no Novo México) fizeram imagens do céu durante todas as noites claras desde o começo de 2010. As fotos então foram transmitidas para o Reino Unido para serem analisadas em colaboração por astrônomos nas universidades de St. Andrews e Leicester além do Qatar. Essas complexas análise reduziram a população ser estudada para apenas centenas de candidatos. A equipe do Harvard-Smithsonian, com o Dr. Al Subai, seguiu as candidatas mais promissoras, fazendo então observações espectroscópicas com o telescópio de 60 polegadas de diâmetro no Observatório Whipple do Smithsonian no Arizona. Essas observações podem separar sistemas estelares binários com eclipses, que podem abrigar trânsitos planetários. Eles também mediram a diminuição do brilho das estrelas com mais precisão usando o telescópio de 48 polegadas de Whipple. Os dados resultantes dessas análises confirmaram a existência de um planeta que agora é chamado de Qatar-1b, orbitando uma estrela laranja do Tipo K localizada a 550 anos-luz de distância da Terra. O Qatar-1b é um gigante gasoso 20% maior que Júpiter em diâmetro e 10% maior em massa. Ele pertence à família de “Júpiteres Quentes” pois orbita a estrela a uma distância de 3,2 milhões de quilômetros – somente seis diâmetros estelares. O planeta tem uma temperatura aproximada de 1.000 graus Celsius. O Qatar-1b circula a estrela uma vez a cada 1.4 dias, significando que o seu ano dura apenas 34 horas. Estima-se que o planeta está gravitacionalmente trancado à estrela, isso significa que um dos lados do planeta está sempre voltado para a estrela. Como resultado o planeta gira ao redor do seu eixo uma vez a cada 34 horas – três vezes mais lento que Júpiter que tem um período de rotação de 10 horas.

Créditos: Space Fellowship

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Satélite Europa de Júpiter possui feições que também podem ser interpretadas como criovulcões

Esses pontos vermelhos, que são encontrados na lua de Júpiter, Europa, são chamados de “lentículas”. Essa imagem foi mostrada na reunião da American Geophysical Union como sendo o exemplo de um possível mas controverso criovulcão em Europa. Muitos pesquisadores têm sugerido que esses pequenos domos coloridos de forma estranha, resultam de material que soergue das profundezas dos oceanos de Europa. Suas formas circulares e suas composições diferentes – mais ricos em sulfatos hidratados e dióxido de carbono do que as outras feições que aparecem na região – certamente argumentam em favor deles terem sido expelidos para o lugar onde estão a partir da subsuperfície. Por outro lado, outros cientistas tentaram descobrir a física que está guiando essa formação e gastaram muito tempo produzindo modelos que criem tantas feições pequenas e próximas como essas. Eles podem usar o modelo para entender a subida do material, mas é mais complicado do que se observarem as imagens feitas pela sonda Galileo. Essa imagem é uma combinação de duas imagens da sonda Galileo feitas da lua Europa, uma de alta resolução feita em 31 de Maio de 1998 durante a décima quinta órbita ao redor de Júpiter e uma de baixa resolução em cores, feita em 28 de Junho de 1996 durante a primeira órbita ao redor de Júpiter. Apesar das zonas de sobreposição terem deixado as imagens um pouco borradas – um resultado devido ao extremo grau de compactação que a Galileo empregou em suas imagens para que elas pudessem ser enviadas para a Terra por meio da antena de baixo ganho – é possível encontrar detalhes intrigantes. É possível ver uma grande quantidade de cavas – com taludes inclinados, e depressões planas em seus assoalhos de crosta de gelo. Alguns desses buracos possuem depósitos vermelhos que os preenchem mas outros não. Em alguns lugares existe uma descoloração avermelhada sem correspondência com os buracos. Um conjunto de feições lineares que cruzam a cena são avermelhadas, mas outras não. À esquerda uma cadeia de montanhas dupla corta o lineamento vermelho, enquanto que outra cadeia dupla é cortada pelo mesmo lineamento, na realidade essa pequena imagem possui uma série de cruzamentos e feições que representam o paraíso para qualquer geólogo estrutural que passaria horas descrevendo-as com prazer. Agora que todos nós tomamos conhecimento sobre o que a Cassini tem feito em Saturno podemos imaginar o que poderia ser feito em Júpiter se a Galileo estivesse funcionando completa. A missão com certeza cumpriu grande parte de seus objetivos enviou dados e imagens excepcionais, mas se a antena de alto ganho não tivesse tido problema muito mais poderia ter sido feito, mesmo porque ainda existem muitas questões em aberto sobre júpiter, principalmente sobre seus anéis e suas luas.

Créditos: Cienctec

Cassini descobre possível vulcão de gelo em Titã

A sonda Cassini, da NASA, encontrou o que podem ser vulcões de gelo na lua de Saturno Titã similares ao terrestres que cospem rocha derretida. Dados topográficos e de composição superficial permitiram que cientistas descobrissem o melhor exemplo de vulcão similar aos terrestres que ejeta gelo, ainda que no Sistema Solar exterior. "Quando olhamos para nosso novo mapa 3D de Sotra Facula em Titã, notamos sua semelhança com vulcões como Monte Etna, na Itália, Laki, na Islândia, e até pequenos cones e fluxos vulcânicos próximos de minha cidade natal Flagstaff [Arizona]", disse Randolph Kirk, que liderou o trabalho de mapeamento tridimensional e é membro da equipe de radar da Cassini e geólogo do Astrogeology Science Center (Centro de Ciência Astrogeológica) da United States Geological Survey (USGS, Agência Geológica dos Estados Unidos). em Flagstaff. Por anos, cientistas vêm debatendo se vulcões de gelo, também chamados de criovulcões, existem em luas ricas em gelo e, se existem, quais são suas características. A definição de funcionamento supões que algum tipo de atividade geológica subterrânea aquece o ambiente gelado o bastante para derreter parte do interior do satélite e mande gelo fofo ou outro material por uma abertura na superfície. Vulcões na Terra e em Io, lua de Júpiter, expelem lava de silicatos. Alguns criovulcões são pouco semelhantes aos vulcões terrestres, como as listras de tigre de Encélado, lua de Saturno, longas fissuras borrifando jatos de água e partículas de gelo que deixam poucos rastros na superfície. Em outros lugares, erupções de materiais mais densos podem construir picos vulcânicos ou fluxos parecidos com dedos. Quando estes fluxos foram vistos em Titã, foram explicados teoricamente como processos não-vulcânicos, como rios depositando sedimentos. Em Sotra, porém, o criovulcanismo é a melhor explicação para dois picos com mais de um quilômetro de altura com profundas crateras vulcânicas e fluxos parecidos com dedos. "Esta é, de longe, a melhor evidência de topografia vulcânica em qualquer lugar documentado em um satélite gelado", disse Jeffrey Kargel, cientista planetário na University of Arizona (Universidade do Arizona), em Tucson. "É possível que as montanhas sejam tectônicas na origem, mas a interpretação de criovulcão é uma explicação muito mais simples e consistente." Kirk e seus colegas analisaram novas imagens de radar da Cassini. Seu grupo da USGS criou o mapa topográfico e as imagens tridimensionais interativas de Sotra Facula. Dados do espectrômetro de mapeamento infravermelho e visual da Cassini revelaram que os fluxos tinham uma composição diferente da superfície ao redor. Não há evidências de atividades atuais em Sotra, mas cientistas planejam monitorar a área. "Criovulcões ajudam a explicar as forças geológicas esculpindo alguns destes lugares exóticos em nosso sistema solar", disse Linda Spilker cientista de projeto da Cassini no Jet Propulsion Laboratory (JPL, Laboratório de Propulsão a Jato), da NASA, em Pasadena, California. "Em Titã, por exemplo, explicam como metano pode ser continuamente reposto na atmosfera quando o Sol está constantemente quebrando esta molécula."

Créditos: Blog do Astrônomo

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Hubble captura anel gigante de gás no espaço

O telescópio da Nasa Hubble capturou um enome anel de gás flutuando a 160 mil anos-luz da Terra. Ela tem 18 anos-luz de diâmetro, e esse valor aumenta a 11 milhões de km/h. O anel teve origem em uma grande explosão estrelar na Grande Nuvem de Magalhães.

Créditos: Folha.com

Feições geradas pelo material derretido por impacto são registradas no assoalho da cratera Tycho na Lua

Depressões e feições de relevo positivas na Cratera Tycho foram causadas por uma complexa mistura de material granular e material derretido por impactos que se depositaram no assoalho. O material derretido pelos impactos criam uma grande variedade de feições na Lua. Entre elas incluem lagos derretidos, ejeções, fluxos viscosos, depressões lineares e não lineares, e feições positivas de relevo. À medida que o material derretido pelo impacto se mistura com a rocha usada durante a formação da cratera, pedaços sólidos de rocha surgem acima da superfície do lago de material derretido formando pequenos picos (feições positivas de relevo). As depressões são possivelmente atribuídas a fraturas resfriadas no material derretido que surgem à medida que o material derretido se solidifica vagarosamente e se contrai, contudo essas depressões também podem ser parte de uma rede de drenagem de material derretido por impacto.

Créditos: Cienctec

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Voyager 1 se aproxima da fronteira do Sistema Solar

A sonda espacial Voyager 1, lançada há 33 anos, está perto da fronteira do Sistema Solar. A 17,4 bilhões de quilômetros de casa, a sonda é o objeto feito pelo homem mais distante da Terra e começou a identificar uma mudança nítida no fluxo de partículas à sua volta. Estas partículas, emanadas pelo Sol, não estão mais se dirigindo para fora e sim se movimentando lateralmente. Isso significa que a Voyager deve estar muito perto de dar o salto para o espaço interestelar. Edward Stone, cientista do projeto Voyager, elogiou a sonda e as incríveis descobertas que ela continua enviando à Terra. “Quando a Voyager foi lançada, a era espacial tinha apenas 20 anos de idade, então não era possível prever que uma sonda espacial pudesse durar tanto tempo”, disse ele. “Não tínhamos idéia do quanto teríamos que viajar para sair do Sistema Solar. Sabemos agora que em aproximadamente cinco anos devemos estar fora do Sistema Solar pela primeira vez.” A Voyager 1 foi lançada no dia 5 de setembro de 1977, enquanto sua gêmea, a Voyager 2, foi enviada ao espaço pouco antes, em 20 de agosto de 1977. O objetivo inicial da NASA era inspecionar Júpiter, Saturno, Urano e Netuno – tarefa concluída em 1989. As sondas gêmeas foram então enviadas na direção do centro da Via Láctea. Abastecidos por suas fontes radioativas de energia, os instrumentos das sondas continuam funcionando bem e enviando informações à Terra, apesar de que a vasta distância envolvida significa que uma mensagem de rádio precisa viajar cerca de 16 horas. As últimas descobertas vêm do detector de partículas de baixa energia da Voyager 1, que tem monitorado a velocidade dos ventos solares. Esta corrente de partículas carregadas forma uma bolha em torno do nosso Sistema Solar conhecido como heliosfera. Os ventos viajam até cruzar uma onda de choque no encontro com as partículas interestelares. Nesse ponto, o vento reduz sua velocidade dramaticamente, gerando calor. A Voyager determinou que a velocidade do vento em sua localização chegou agora a zero. “Chegamos ao ponto em que o vento solar, que até agora tinha um movimento para fora, não está mais se movendo para fora; está apenas de movendo lateralmente para depois acabar descendo pelo rabo da heliosfera, que é um objeto com forma de cometa”, disse Stone, baseado no Instituto de Tecnologia da Califórnia, em Pasadena. O fenômeno é a consequência do vento indo de encontro à matéria vinda de outras estrelas. A fronteira entre os dois é o fim “oficial” do Sistema Solar, a heliopausa. Uma vez que a Voyager passar por isso, estará no espaço interestelar. “O vento solar dobrou a esquina”, disse o cientista. “A Voyager 1 está se aproximando do espaço interestelar.” Os primeiros sinais de que a Voyager havia encontrado algo novo apareceram em junho. Vários meses de coleta de novos dados foram necessários para confirmar a observação. “Quando percebi que estávamos recebendo zeros definitivos, fiquei maravilhado”, disse Rob Decker, um pesquisador da Universidade Johns Hopkins que trabalha com o detector de partículas de baixa energia da Voyager. “Ali estava a Voyager, uma sonda espacial que tem sido um burro de carga há 33 anos, nos mostrando algo completamente novo mais uma vez.” Os resultados da Voyager 1 foram apresentados segunda-feira (13/12/2010) na reunião da American Geophysical Union (AGU), o maior encontro de cientistas da Terra do mundo, em San Francisco, Califórnia.
A Voyager 1 está indo em direção à heliopausa a uma velocidade 17km/s. Embora tenha sido lançada primeiro, sua gêmea foi colocada num caminho mais lento e está a 14 bilhões de quilômetros da Terra.

Créditos: Blog do Astrônomo

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Região de canais na Lua

Nessa imagem da Wide Angle Camera da LROC o foco está concentrado em um pequeno canal localizado no Platô Aristarchus. A seta aponta o lugar onde o canal bem sinuoso no assoalho do Vale de Schröter encontra a parede de vale e desce o talude eventualmente se encontrado com o Oceanus Procellarum. O canal passa por mudanças no seu percurso, tornando-se 1,5 a 2 vezes mais largo e um pouco mais profundo nos depósitos ricos em cinzas fora do canal se comparado com as dimensões do assoalho do vale. Já no oceano ele se torna fino e se estreita até desaparecer. Diferente dos canais lineares que provavelmente marcam faixas verticais de magma (diques) os canais sinuosos são alimentados por uma única fonte e fluem como um rio a partir dessa nascente. Se a parte interna do canal segue de acordo com a gravidade, então ao encontrar a parede do vale ele precisa descer o talude. Parece improvável que alguma força precise agir nesse evento. Dois outros canais sinuosos menores estão localizados no canto inferior esquerdo da imagem, mostrando que exisitiram múltiplas fontes e nascentes ao longo da borda do platô. Se o platô for de verdade uma área soerguida, então as falhas ao longo de sua borda – regiões que permitiram que o magma chegasse a superfície – devem ser esperadas. Na região central inferior da imagem e à direita, existe uma área mais suave, com um material parecido com o de um mar. Ela não está coberta pela topografia, suavizando as cinzas e por isso precisa ser mais jovem do que o período de erupções explosivas mostrados pela Cabeça de Cobra à direita na imagem. Um canal bem definido – talvez a fonte do material suave – cruza e corta o terreno empoeirado, tornando-se bem estreito e morrendo a uma distância curta. Talvez, o estreitamento do canal seja devido às cinzas que deslizaram pelo talude e o preencheram.

Créditos: Cienctec

sábado, 11 de dezembro de 2010

Triplicou o número de estrelas do Universo Observável!

Dois astrônomos dos EUA descobriram que as pequenas e fracas estrelas anãs vermelhas são muito mais prolíficas do que antes se pensava. Tanto é que os especialistas afirmam agora que é provável que o número total de estrelas no Universo observável seja três vezes maior do antes estimávamos. As anãs vermelhas são relativamente pequenas e tênues em comparação com estrelas amarelas como o nosso Sol e assim os astrônomos não foram capazes de detectá-las até agora em diferentes galáxias fora da Via Láctea, mesmo em galáxias vizinhas mais próximas. Por esta razão os cientistas desconheciam a efetiva proporção de anãs vermelhas dentro da população estelar do Universo observável. Dois astrônomos da Universidade de Yale e Princeton (EUA) usaram os poderosos telescópios gêmeos do Observatório Keck, no Havaí, para detectar débeis rastros da presença de anãs vermelhas em oito galáxias massivas relativamente próximas. Foram tratadas na amostra apenas galáxias elípticas situadas entre 50 e 300 milhões de anos-luz de distância. As galáxias elípticas, em geral, são as maiores galáxias do Cosmos, com mais de 1 trilhão de estrelas (valores estimados pelos censos cósmicos antes desta pesquisa), bem mais que as 400 bilhões encontradas na Via Láctea. Os pesquisadores descobriram que as anãs vermelhas, estrelas pequenas com massa entre 10% e 40% da massa do Sol, são, de fato, muito mais abundantes do que antes se estimava. "Ninguém sabia quantas dessas estrelas verdadeiramente existem (fora da nossa galáxia)", exclamou Pieter van Dokkum, principal autor do estudo publicado na revista Nature e astrônomo da Universidade de Yale. O pesquisador esclareceu: De acordo com Charlie Conroy, co-autor do estudo da Universidade de Princeton e Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics, a equipe descobriu que há cerca de cinco a dez vezes mais anãs vermelhas nas galáxias elípticas que na concentração contada aqui na nossa galáxia espiral, a Via Láctea. Conroy explicou: De acordo com Van Dokkum, ao aumentar o número total de estrelas no Universo observável a descoberta também incrementa consistentemente o número de exoplanetas que orbitam em torno delas e conseqüentemente também se eleva o número de exoplanetas que potencialmente poderiam abrigar vida. Na verdade, entre os planetas extrasolares descobertos recentemente, há um que os astrônomos acreditam capaz de hospedar a vida. Este exoplaneta gira em torno de uma anã vermelha chamada Gliese 581. "Podem haver bilhões de Terras em órbita destas estrelas", disse Van Dokkum, que nos lembra que os sistemas com anãs vermelhas em geral têm sido encontrados com idades da ordem de 10 bilhões de anos ou até mais (o nosso Sistema Solar tem cerca de 4,65 bilhões de anos de idade). Dokkum especula que estes velhos sistemas tiveram tempo suficiente para que a vida complexa tenha evoluído em exoplanetas nas zonas habitáveis. “Esta é uma das razões pela qual nós nos interessamos por este tipo de estrelas.

Créditos: Eternos Aprendizes

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

O Hubble mais uma vez espia a fundo a Nebulosa da Águia

O Telescópio Espacial Hubble mais uma vez voltou sua atenção e seus poderosos instrumentos para a magnífica Nebulosa da Águia (Messier 16). Essa imagem mostra a parte noroeste dessa região, bem longe do centro e mostra algumas estrelas jovens e bem brilhantes que se formaram na mesma nuvem de material. Esse casulo energético é parte de um aglomerado aberto e emite radiação ultravioleta que causa o brilho da nebulosa ao redor. O aglomerado estelar é muito brilhante e foi descoberto na metade do século dezoito. A nebulosa, contudo, é mais elusiva e precisou de quase duas décadas a mais para ser observada pela primeira vez por Charles Messier em 1764. Embora ela seja normalmente conhecida como Nebulosa da Águia, sua designação oficial é Messier 16 e o aglomerado é também chamado de NGC 6611. Uma área espetacular da nebulosa (fora do campo de visão) foi denominada de “Os Pilares da Criação”, desde que o Hubble capturou uma imagem icônica dos maravilhosos pilares de gás e poeira de formação de estrelas. O aglomerado e a nebulosa são alvos fascinantes para telescópios pequenos e médios, particularmente em regiões escuras longe da poluição luminosa. O Messier 16 pode ser encontrado dentro da constelação da Serpens Cauda (a Cauda da Serpente), que está espremida entre as constelações da Aquila, Sagitarius e Ophiuchus no coração de uma das partes mais brilhantes da Via Láctea. Pequenos telescópios com pouco poder de resolução são úteis para observar a região como um todo, mas os detalhes mais apagados da nebulosa aparecerão bem em telescópios com 30 cm de diâmetro ou maiores e podem até revelar os pilares negros em boas condições de observação. Mas um telescópio em órbita da Terra como o Hubble e com os seus 2.4 metros de diâmetro além de utilizar o estado da arte dos mais modernos instrumentos de observação já desenvolvidos pelo homem consegue sim fazer essas imagens fantásticas.


Créditos: Space Fellowship

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Chuva de meteoros Geminídeos

O período da chuva de meteoros Geminídeos começará na próxima semana, com máximo previsto para a madrugada de 13 para 14 de dezembro. Os Geminídeos, como sugere o nome, surgem da Constelação de Gêmeos, que fica a nordeste das Três Marias. Para observar uma chuva de meteoros, não é necessário o uso de qualquer instrumento astronômico como telescópios ou binóculos, basta um ambiente escuro e o olho humano, exige um pouco de paciência. Assim, procure um local escuro, se possível livre da poluição luminosa. Fique pelo menos 30 minutos na escuridão antes do início da chuva de meteoros pois deste modo, sua pupila dilatará e você poderá detectar meteoros de brilho mais tênue olhando para o céu na direção de onde o Sol se põe. A chuva de meteoros Geminídeos está associada ao asteróide Phaethon, que passa a uns 17 milhões de quilômetros da Terra. Logo a Terra entra no rastro de destroços deixado pelo asteróide e a chuva efetivamente já começa, pode se esperar dezenas ou centenas de meteoros por hora! Um fato intrigante é que asteróides não dão origem a chuvas de meteoros. Então, por que Phaethon é diferente? Porque ele tem característica que lembram a de um cometa: sua órbita, é tão elíptica que faz com que ele se aproxime mais do Sol do que Mercúrio o faz. Isso a cada um ano e cinco meses. Desse jeito não há cometa que dure, então o mais provável é que Phaenthon seja um cometa extinto. Em outras palavras, um cometa que de tanto passar tão perto do Sol perdeu todo o seu material volátil e agora é só um pedra, ou um asteróide.

Créditos: O Mensageiro das Estrelas

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Revelando a verdadeira face da estrela Betelgeuse

Usando o estado da arte das técnicas de imageamento, astrônomos conseguiram revelar uma grande pluma de gás e bolhas gigantes “fervendo” na superfície da estrela supergigante da constelação de Órion, Betelgeuse. A nova observação, a primeira desse tipo, irá fornecer pistas importantes para ajudar a explicar como esse tipo de material sofre um derramamento nessa ordem de grandeza. A estrela Betelgeuse localiza-se no “ombro” da constelação conhecida como Órion, o Caçador. Ela é 1.000 vezes maior que o Sol, é uma das maiores estrelas conhecidas e também uma das mais luminosas, emitindo mais luz do que 100.000 Sóis juntos. Porém toda essa força tem um custo, a estrela encontrará seu destino final com uma espetacular explosão de supernova em poucos milhões de anos. Estrelas gigantes como Betelgeuse, perdem uma massa equivalente ao planeta Terra todo ano, mas o mecanismo de como isso ocorre é pouco entendido. “Nós sabemos relativamente bem como a massa das estrelas supergigantes é perdida e como ela termina no meio interestelar como uma nebulosa planetária”, diz Pierrre Kervella do Observatório de Paris. “Contudo, o mecanismo dessa perda de massa é atualmente pouco entendido, ou seja, é necessário entender como o material escapa do campo gravitacional da estrela”. Duas equipes de astrônomos usando o Very Large Telescope do ESO deram passos importantes para encontrar essa resposta. A primeira equipe usou o conjunto de instrumentos ópticos denominados de NACO, combinado com uma técnica de imageamento denominada “Lucky Image”, para obter a imagem mais clara da estrela até hoje. Essa técnica de imageamento combina somente as exposições mais claras para formar a imagem final que é muito mais nítida do que as imagens feitas com uma única exposição. A imagem resultante tem uma resolução de 37 mili-arcos de segundos, que pode ser traduzida como a capacidade de observar claramente uma bola de tênis na estação espacial internacional a partir da Terra. “Graças a essas espetaculares imagens, foi possível detectar uma grande pluma de gás se estendendo no espaço a partir da superfície da estrela Betelgeuse”, disse o chefe da equipe, Kervella. A pluma estende a uma distância no mínimo igual a 6 vezes o diâmetro da estrela, correspondendo a distância entre Sol e Netuno. As imagens mostram uma camada externa que não se propaga igualmente em todas as direções. Kervella sugere dois mecanismos para a assimetria, associados com movimentos de gás em grande escala ou devido a rotação da estrela. “Nós pensamos que a convecção na superfície, ou a rotação da estrela, podem criar momento suficiente para ejetar o gás para o espaço”, diz ele. “O exato mecanismo é, contudo desconhecido até o momento. A convecção é causada pelo movimento vertical de material na estrela. Quando ele atinge a superfície, ele ainda tem velocidade vertical significante que pode causar seu escape da estrela.” Kervella também sugere que apesar da baixa velocidade de rotação da estrela – ela tem um período de 17 dias – ela pode ter um ponto quente no seu pólo que poderia criar uma pressão adicional no gás forçando-o para o espaço. “Nossas observações indicam que primeiro é preciso estabelecer o elo entre a superfície da estrela e seu envelope”, disse ele. “Esse é um passo claro para a boa compreensão do mecanismo de perda de massa para estrelas em desenvolvimento”. Para estudar a estrela Betelgeuse em maior detalhe, Keiichi Ohnaka do Instituto Max Plank para Rádio Astronomia na Alemanha e seus colegas, usaram o instrumento denominado AMBER acoplado ao Interferômetro do Very Large Telescope no ESO, para obter imagens equivalentes àquelas feitas com um telescópio de 48 metros. Esse estudo forneceu detalhes melhores do que as imagens feitas com a ferramenta NACO, pois sua resolução é equivalente a observar detalhes numa pedra de mármore na estação espacial internacional a partir da Terra. “Nossas observações feitas com a ferramenta AMBER são as mais nítidas observações já realizadas de Betelgeuse”, disse Ohnaka. “Foi possível também identificar como o gás está se movendo nas diferentes partes da superfície da estrela. É a primeira vez que isso é feito em uma estrela que não seja o Sol”. As observações realizadas pela equipe de Ohnaka mostram que o gás na atmosfera de Betelgeuse é rebatido de forma vigorosa para cima e para baixo em bolhas que são tão grandes quanto à própria estrela, e que poderiam ser essas bolhas as responsáveis pela ejeção da pluma no espaço. Kervella revelou para a revista Astronomy Now, que o comportamento identificado em Betelgeuse pode ser comum em estrelas supergigantes vermelhas. “Muitas outras estrelas tem as mesmas propriedades extremas, então é razoável esperar o mesmo comportamento”, disse ele. “Betelgeuse tem a vantagem de ser a estrela desse tipo mais próxima da Terra, por isso fica mais fácil de ser estudada”. Devido a sua proximidade com a Terra, quando a estrela se tornar uma supernova, seu brilho será tão intenso que será possível observá-la a olho nu inclusive durante o dia.

Créditos: Cienctec

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Camadas são reveladas em uma cratera exumada na região de Meridiani Planum em Marte


Essa imagem mostra uma cratera exumada na região conhecida como Meridiani Planum, uma região equatorial que a sonda Mars Exploration Rover Opportunity tem explorado na superfície de Marte desde Janeiro de 2004. Uma cratera exumada é uma cratera que foi formada há muito tempo atrás e foi mais tarde preenchida com materiais e então soterrada. Erosões subsequentes fazem com que essa cratera seja exposta na superfície novamente. O interior da cratera contém uma sequência de camadas que são remanescentes de materiais que originalmente preencheram a cratera. As camadas foram depositadas então tornando-as cimentadas à medida que as camadas são depositadas e pressionadas para baixo. A sequência de camadas não foram erodidas pelo fato de diferentes camadas possuírem diferentes composições e outros fatores, como a alteração química e a alteração da cimentação, que pode ter deixado determinadas regiões mais resistentes ao processo de erosão.

Créditos: Cienctec

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Possível futuro local de pouso em Marte: Os vulcões de lama de Acidalia Planitia

Essa imagem mostra um possível futuro local de pouso em Marte, mas precisamente na Acidalia Planitia onde ocorrem alvos como montes que acredita-se sejam formados por vulcões de lama. Os vulcões de lama são estruturas geológicas formadas quando uma mistura de gás, líquido e lama são forçados para a superfície a partir de regiões em subsuperfície. Os cientistas estão escolhendo esses vulcões de lama pois os sedimentos, trazidos das profundezas do planeta, poderiam conter materiais orgânicos que forneceriam evidências sobre uma possível vida microbial em Marte no passado.

Créditos: Cienctec

domingo, 5 de dezembro de 2010

Descoberta pode triplicar o número de estrelas no Universo


Astrônomos determinaram que uma população de estrelas pequenas e de luz fraca, as chamadas anãs vermelhas, é muito maior do que se imaginava. Os novos dados indicam que o total de estrelas do Universo pode ser três vezes maior do que se imaginava. Por serem tão fracas, as anãs vermelhas dificilmente são detectadas fora da Via-Láctea e de galáxias próximas. Por conta disso, a participação dessa população no total de estrelas das galáxias em geral era desconhecido. Agora, usando instrumentos do observatório Keck do Havaí, astrônomos detectaram sinais de anãs vermelhas em oito galáxias elípticas localizadas entre 50 milhões e 300 milhões de anos-luz. Eles descobriram uma abundância muito maior que a esperada. "Ninguém sabia quantas dessas estrelas existiam", disse, em nota, Pieter van Dokkum, astrônomo da Universidade Yale que encabeçou a pesquisa, publicada na edição desta semana da revista Nature. "Diferentes modelos teóricos previam diversas possibilidades", diz. A equipe determinou que há cerca de 20 vezes mais anãs vermelhas em galáxias elípticas do que na Via-Láctea, disse Charlie Conroy, do Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica, que também tomou parte no estudo. "Geralmente, supomos que outras galáxias se parecem com a nossa. Mas isso sugere que condições diferentes são possíveis em outras galáxias", disse Conroy. "Essa descoberta terá um grande impacto na compreensão da formação e evolução das galáxias", acredita. Conroy acredita que as galáxias poderiam conter menos matéria escura do que as medições anteriores sugeriam, já que a contribuição da massa das anãs vermelhas pode ser maior do que se imaginava. Além de aumentar o número de estrelas no espaço, a descoberta também aumenta o número possível de planetas e, assim, o total possível de locais capazes de abrigar vida, disse van Dokkum. "Há possivelmente trilhões de Terras orbitando essas estrelas", disse ele.

Créditos:  Estadão

sábado, 4 de dezembro de 2010

Cavas escuras e sem bordas na região Tharsis em Marte



Duas cavas negras sem borda estão localizadas no noroeste da Ascraeus Mons, é o que mostra essa imagem. Essas cavas possuem aproximadamente 180 metros e 310 metros de diâmetro, respectivamente, e estão situadas no meio de um pequeno e negro depósito em forma de bumerangue. Essas cavas estão alinhadas com o que parece ser uma depressão maior e degradada. O pequeno depósito pode ser constituído de material negro que foi soprado para fora das cavas ou que tem origens em outros lugares e que foram levados ate ali por ventos. As outras imagens aqui reproduzidas mostram detalhes de ambas as cavas. Essas imagens foram altamente processadas para revelar os detalhes da superfície dentro de cada uma das cavas. A cava do leste, e a menor das cavas contém rochas e sedimentos ao longo de suas paredes e sedimentos de dunas eólicas mais brilhantes no seu assoalho. A maior das cavas a oeste contém sedimentos e rochas com padrões de dunas mais apagados visíveis mais profunda. Ambas as cavas possuem paredes íngremes a leste e com um mergulho mais suave a oeste que possuem transições graduais dentro do assoalho da cava. As bordas mais íngremes possuem rochas que se sobrepõem e obscurecem as paredes leste das cavas. Um estudo cuidadoso das paredes e dos assoalhos das cavas, bem como do terreno ao redor ajudarão a revelar a complicada série de processos que devem ter sido responsáveis pela formação e pela subsequente modificação.

Créditos: Cienctec

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Na borda do abismo


Estrelas recém nascidas infundem a galáxia NGC 6503 com um brilho vital rosa nessa imagem feita pelo Telescópio Espacial Hubble. Essa galáxia, uma pequena versão da Via Láctea, está localizada próxima a um vazio no espaço onde algumas outras galáxias também residem. Essa nova imagem feita pela Advanced Camera for Surveys do Hubble mostra com detalhes incríveis, as aglomerações avermelhadas que marcam onde as estrelas foram recentemente formadas nos braços espirais do redemoinho da NGC 6503. Embora essa galáxia seja estruturalmente parecida com a Via Láctea, o disco da NGC 6503 se espalha por somente 30000 anos-luz, ou seja, ela tem apenas um terço do tamanho da Via Láctea, levando os astrônomos a classifica-la como uma galáxia espiral anã. A NGC 6503 localiza-se aproximadamente a 17 milhões de anos-luz de distância na constelação de Draco (o Dragão). O astrônomo Arthur Auwers descobriu essa galáxia em Julho de 1854 numa região do espaço onde outros corpos luminosos também foram encontrados. A NGC 6503 fica na borda de uma gigantesca região do espaço chamada de Vazio Local. Os aglomerados de galáxias de Hercules e da Coma bem como o nosso Grupo Local de galáxias, circunscreve essa vasta e esparsa região. Estima-se que o vazio tenha um diâmetro que varia de 30 milhões para mais de 150 milhões de anos-luz. Então a NGC 6503 não tem muitas companheiras galácticas na sua vizinhança imediata. Essa imagem do Hubble foi criada a partir de exposições feitas com o Wide Field Channel da Advanced Camera for Surveys. Os filtros usados não foram os tradicionais, o que explica a cor peculiar e o equilíbrio da imagem. A coloração avermelhada deriva de uma exposição de 28 minutos feita através de um filtro que somente permite a emissão do gás hidrogênio (F658N) o que revela o brilho de nuvens de gás associadas com regiões de formação de estrelas.

Créditos: Space Fellowship

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Nebulosa planetária IC 4634


Essa impressionante imagem feita pelo Hubble da nebulosa planetária IC 4634 revela duas ejeções brilhantes em forma de "S" que parecem nascer na estrela moribunda. Essa estrela, inundada por um material brilhante no centro da imagem, infla à medida que ela lança suas camadas externas para o espaço. O núcleo exposto e extremamente quente da estrela, tem emitido intensa radiação ultravioleta nessas conchas perdidas de gás, fazendo com que ela brilhe em muitas cores. Esse processo está longe de ser calmo ou ordenado, contudo, como revelado por essa imagem, ondas separadas se propagam pelo gás. A que está mais distante foi soprada primeiro, seguida por uma ejeção mais recente de matéria que deu a forma de um "S". O resultado é impressionantemente simétrico em ambos os lados da estrela central. A Wide Field Planetary Camera 2 do Telescópio Espacial Hubble capturou essa imagem da IC 4634, que está localizada a mais de 7.500 anos-luz de distância da Terra na direção da constelação de Ofiuco. A IC 4634 e outros objetos que são conhecidos como nebulosas planetárias devido a sua aparência arredondada que aparecia nos primeiros telescópios, ou seja, discos luminosos apagados similares aos planetas distantes Urano e Netuno.

Créditos: Space Fellowship

Analisada a primeira atmosfera de um exoplaneta do tipo super-Terra


A atmosfera de um exoplaneta do tipo super-Terra foi analisada pela primeira vez por uma equipe internacional de astrônomos utilizando o Very Large Telescope do ESO. O planeta, conhecido como GJ 1214b, foi estudado à medida que passava em frente da sua estrela hospedeira e alguma da radiação estelar atravessava a atmosfera do planeta. Sabemos agora que a atmosfera é composta essencialmente por água, ou sob a forma de vapor ou dominada por nuvens espessas ou névoas. Os resultados estão na revista Nature no número de 2 de Dezembro de 2010. O planeta GJ 1214b foi descoberto em 2009 com o instrumento HARPS, montado no telescópio de 3.6 metros do ESO, situado no Chile. Os resultados iniciais sugeriam que este planeta possuísse uma atmosfera, a qual foi agora confirmada e estudada em detalhe por uma equipe internacional de astrônomos, liderada por Jacob Bean (Harvard–Smithsonian Center for Astrophysics), utilizando o instrumento FORS montado no Very Large Telescope do ESO. “Esta é a primeira super-Terra para a qual analisamos a atmosfera, alcançando assim um marco verdadeiramente notável na caracterização destes mundos,” diz Bean. GJ 1214b tem um raio cerca de 2.6 vezes maior do que o da Terra e possui cerca de 6.5 vezes mais massa, o que o coloca claramente na classe dos exoplanetas conhecidos como super-Terras. A sua estrela hospedeira encontra-se a cerca de 40 anos-luz de distância da Terra na constelação de Ofiuco (ou Serpentário). É uma estrela de baixa luminosidade, mas é também pequena, o que quer dizer que o tamanho do planeta é grande quando comparado com o disco estelar, tornando-o relativamente fácil de estudar. O planeta passa em frente do disco da estrela progenitora a cada 38 horas, à medida que a orbita a uma distância de apenas dois milhões de quilômetros: cerca de setenta vezes mais perto do que a órbita da Terra em torno do Sol. Para estudar a atmosfera, a equipe observou a radiação vinda da estrela à medida que o planeta passava à sua frente. Durante estes trânsitos, alguma parte da radiação estelar atravessa a atmosfera do planeta e, dependendo da composição química e do tempo atmosférico no planeta, comprimentos de onda específicos são absorvidos. A equipe comparou depois estas novas medições muito precisas com o que se esperaria observar para várias composições atmosféricas específicas. Anteriormente a estas novas observações, três atmosferas possíveis para GJ 1214b tinham sido propostas. A primeira consistia na possibilidade intrigante do planeta estar rodeado por água, a qual, devido à proximidade à estrela, estaria sob a forma de vapor. A segunda possibilidade era a de um planeta rochoso cuja atmosfera seria essencialmente constituída por hidrogênio, mas com nuvens altas ou nevoeiros que obscureceriam a visão. A terceira opção era a de que este exoplaneta seria uma espécie de mini-Netuno, com um núcleo rochoso pequeno e uma atmosfera espessa rica em hidrogênio. As novas medições não mostram sinais de hidrogênio e por isso excluem a terceira hipótese. Portanto, a atmosfera ou é rica em vapor ou encontra-se coberta por nuvens ou nevoeiros, semelhantes aos observados nas atmosferas de Vênus e Titã no nosso Sistema Solar, as quais escondem a assinatura do hidrogênio. “Embora não possamos ainda dizer exatamente de que é feita a atmosfera, este é um grande passo na direção da caracterização da atmosfera de um mundo tão distante, diminuindo as opções para uma atmosfera constituída ou por vapor ou por nevoeiro,” diz Bean. ”São agora necessárias observações na radiação infravermelha de maior comprimento de onda para determinar qual destas atmosferas existe realmente em GJ 1214b.”


Créditos: Cienctec

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

M27


Enquanto caçava cometas nos céus acima da França no século 18, o astrônomo Charles Messier fez uma lista de coisas que ele observava e que definitivamente não eram cometas. Essa imagem aqui reproduzida mostra o objeto de número 27 classificado por Messier no que agora é uma das listas mais famosas do mundo de classificação de galáxias, o catálogo Messier. De fato, os astrônomos do século 21 identificariam esse objeto como sendo uma nebulosa planetária, mas não tem nada a ver com planetas, mesmo que ela possa parecer como um disco planetário em pequenos telescópios. O objeto Messier 27 é na verdade um excelente exemplo de uma nebulosa de emissão de gás criada à medida que uma estrela como o Sol consome todo o combustível no seu núcleo. A nebulosa se forma à medida que as camadas externas da estrelas são ejetadas para o espaço, com um brilho visível gerado pela excitação dos átomos a partir da intensa e invisível emissão de radiação ultravioleta. Conhecida pelo nome popular de Nebulosa do Haltere, a bela nuvem de gás simétrica se expande por mais de 2.5 anos-luz de comprimento no espaço e está localizada a aproximadamente 1.200 anos-luz de distância da Terra na direção da constelação da Vulpecula. Essa imagem aqui reproduzida é uma composição colorida feita para destacar os detalhes dentro da bem estudada região central e também na região mais apagada no halo externo da nebulosa. Essa composição inclui a utilização de imagens registradas usando filtros sensíveis à emissão de átomos de oxigênio, representado em cores azul esverdeado e aos átomos de hidrogênio representado em vermelho. A descoberta da M27 por Charles Messier aconteceu no dia 12 de Julho de 1764, e foi a primeira descoberta de uma nebulosa planetária. Ele descreveu sua descoberta com as seguintes palavras: “Nebulosa sem estrela, foi vista com um simples telescópio de 31/2 pés, ela parece com uma forma oval e não contém qualquer estrela, possui 4’ de diâmetro”. William Herschel foi o primeiro a reconhecer a peculiar forma de haltere mas acreditava que ela era um dupla camada de estrelas de grande extensão que no final estava de frente para nós. Posteriormente seu filho, John deu a ela o popular nome de como é conhecida até hoje: “uma nebulosa na forma de um haltere”. Ele continua sua descrição: “com uma elíptica completada por uma luz nebulosa”. Em termos de brilho aparente total dentro da classe das nebulosas planetárias, a M27 tem o segundo lugar com uma magnitude de 7.4 pouco atrás da Nebulosa da Hélice a NGC 7293 com uma magnitude de 7.3 – mas com um brilho superficial muito maior. Como um exemplo de livro dessa classe de objetos, a Nebulosa do Haltere tem se tornado a nebulosa mais bem estudada além da M57 a Nebulosa do Anel. A região interna da Nebulosa do Haltere parece muito perturbada e cheia de nós, quando imageada com alta resolução como o Telescópio Espacial Hubble o fez em 2001. Essas sub-estruturas têm tamanho de 20 a 60 milhões de quilômetros, ou seja, uma fração de uma unidade astronômica, e possui cada uma uma massa igual a três planeta Terra. Elas se localizam próximo da borda entre gás quente e ionizado que está sendo empurrado de dentro e o envelope frio e neutro que tem a forma de um torus. A ionização em expansão expõe os aglomerados frios mais resistentes, que têm sua origem no vento de poeira inicial da antiga estrela supergigante. A ionização mais forte na parte interna da nebulosa é encontrada em duas estruturas, que emergem de uma estrela central e que pode indicar o eixo de rotação da estrela central. Essas estruturas tem densidade suficiente para ser opaca e geram então sombras e vazios ionizados na região mais externa da nebulosa. A região externa da nebulosa se expande a uma taxa de 2.3” por século. Essa região representa a parte remanescente do vento frio da estrela supergigante fria que ali existia, e foi gerado por algumas dezenas de milhares de anos. A região mais interna se expande mais rapidamente a 6.8” por século e empurra o envelope frio. Contando o tempo desde o momento em que a estrela central emergiu, as estimativas recentes sugerem que a M27 tem algo em torno de 9.000 anos de vida. Isso se confirmando faria com que a Nebulosa do Haltere seja mais jovem do que a mais distante Nebulosa do Anel.


Créditos: Cienctec